Sheila Cavalca CORTELLI Profa. Adjunta de Periodontia Faculdade de Odontologia da Universidade de Guarulhos UnG

Documentos relacionados
Avaliação da condição bucal e do risco de cárie de alunos ingressantes em curso de Odontologia 1 RESUMO INTRODUÇÃO UNITERMS ABSTRACT

PROMOÇÃO DE SAÚDE BUCAL EM ESCOLARES DE 6 A 10 ANOS DE UMA CIDADE SEM FLUORETAÇÃO NA ÁGUA DE ABASTECIMENTO PÚBLICO

Aspectos microbiológicos da cárie dental. Conceitos Etiologia Profa Me. Gilcele Berber

QUANTIFICAÇÃO DE Estreptococos DO GRUPO Mutans EM CRIANÇAS PORTADORAS DE MANCHAS EXTRÍNSECAS NOS DENTES

CONDIÇÃO DENTÁRIA E HÁBITOS DE HIGIENE BUCAL EM CRIANÇAS COM IDADE ESCOLAR

EFEITOS DA ESCOVAÇÃO SUPERVISIONADA EM ESTUDANTES DA REDE PÚBLICA DE ENSINO DA CIDADE DE QUIXADÁ

ECOLOGIA BACTERIANA DA BOCA. Weyne, S.C.

Prevalência de cárie dentária em crianças de uma instituição pública do município de Cascavel PR, Brasil

Relação Entre A Prevalência Da Doença Cárie E Risco Microbiológico. Report Between The Caries Disease Prevalence And Microbian Risk

Avaliação da prevalência de cárie dentária em escolares de localidade urbana da região Sudeste do Brasil

ÍNDICES DE ATAQUE DE CÁRIE

CPOD DA POPULAÇÃO DE CAMPO REDONDO, ITAMONTE, MG DMFT IN INDIVIDUALS IN CAMPO REDONDO, ITAMONTE, MG

Prevalência de cárie dentária em escolares de 12 anos de uma escola pública do município do Rio de Janeiro

A PREVALÊNCIA DE CÁRIE DENTÁRIA EM ADOLESCENTES DE 12 ANOS NO BRASIL

AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES BUCAIS REALIZADAS EM ALUNOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO EM PONTA GROSSA, PARANÁ, DURANTE O ANO DE 2015.

Promoção de Saúde na Prática Clínica

A PROMOÇÃO DE AÇÕES ODONTOLÓGICAS PREVENTIVAS COMO CONSEQUÊNCIA DE LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO EM ESCOLARES DE PALMAS TO¹

de Odontologia da Universidade do Grande Rio UNIGRANRIO, Campus Duque de Caxias Rio de Janeiro e do Pró-Saúde/UNIGRANRIO.

EFEITO DE UM PROGRAMA EDUCATIVO-PREVENTIVO NA HIGIENE BUCAL DE ESCOLARES

CÁRIE CONCEITO CONCEITO CONCEITO CONCEITO 06/04/15. X remineralização

Prevalência de Cárie em Pacientes com Necessidades Especiais. Não-Institucionalizados: Consumo de Carboidratos Simples

15. CONEX Resumo Expandido - ISSN PROMOÇÃO E PREVENÇÃO EM SAÚDE BUCAL PARA CRIANÇAS CARENTES EM PONTA GROSSA

O EPI-INFO NA SAÚDE BUCAL *

Revista de Saúde Pública ISSN: Universidade de São Paulo Brasil

Carie dentaria entre crianças de creches publicas na faixa etária de 0 a 5 anos

&CONDIÇÕES DE HIGIENE BUCAL E HÁBITOS

Unidade: A Cárie Dentária. Unidade I:

VEROSSIMILHANÇA ENTRE O REAL E O RELATADO SAÚDE BUCAL DE ALUNOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE PONTA GROSSA

X Encontro de Extensão

Odontopediatras e Médicos Pediatras: os benefícios dessa Integração

Cárie Dental Conceitos Etiologia Profa Me. Gilcele Berber

CURSO DE ODOONTOLOGIA Autorizado pela Portaria no 131, de 13/01/11, publicada no DOU no 11, de17/01/11, seção 1, pág.14

Crianças livres de cárie dentária em um município sem água fluoretada

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO/SMS/ RJ

AVALIAÇÃO DE CONHECIMENTOS E PRÁTICAS EM SAÚDE BUCAL DE RESPONSÁVEIS POR CRIANÇAS ACOMPANHADAS NA FACULDADE DE ODONTOLOGIA PELOTAS\RS

Revista de Saúde Pública. Journal of Public Health

CONDIÇÕES DE SAÚDE BUCAL DE MORADORES DE UMA ÁREA RURAL: estudo epidemiológico censitário de base domiciliar

Revista de Odontologia da Universidade de São Paulo Print version ISSN

Conceituação tradicional

COMPARAÇÃO DA EFETIVIDADE DA HIGIENE BUCAL COM ESCOVA MANUAL E ELÉTRICA EM DEFICIENTES VISUAIS EM UBERLÂNDIA, MINAS GERAIS

ConScientiae Saúde ISSN: Universidade Nove de Julho Brasil

O flúor tópico na redução da cárie dental em adolescentes de Salvador - BA, 1996

CAMPINAS: A TENDÊNCIA DA CÁRIE DENTÁRIA EM 3 PERÍODOS NO TEMPO ; ;

TESTES SALIVARES E MICROBIOLÓGICOS NA AVALIAÇÃO DO RISCO DE CÁRIE EM ALUNOS DE ODONTOLOGIA. Almeida P C, Crosariol, S K, Canettieri A C V

EXAME CLÍNICO, DIAGNÓSTICO E PLANO DE TRATAMENTO

Joana Márcia Lameiro Duarte

INTEGRAÇÃO ENTRE AGRONOMIA E ODONTOLOGIA PARA A PROMOÇÃO DE SAÚDE BUCAL DE UMA POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA

CONCENTRAÇÃO SALIVAR DE IgA E Streptococcus mutans EM CRIANÇAS COM IDADE ENTRE 6 E 12 ANOS

PREVALÊNCIA DE CÁRIE E INDICADORES DE RISCO EM CRIANÇAS DE 2 A 6 ANOS NA CLÍNICA DE ODONTOLOGIA PREVENTIVA UFPB

1.11 Equipe Executora Número de Docentes Número de Discentes Número de Técnicos Pessoal Externo

Avaliação da experiência de cárie e necessidade de tratamento de pré-escolares de 5 e 6 anos das redes pública e privada do município de Porto Velho,

LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DE CÁRIE DENTÁRIA EM CRIANÇAS DE 12 ANOS BONFIM-MG, 2017

Declínio da cárie dentária em escolares entre 1998 e 2004 em Leme, São Paulo, Brasil

AVALIAÇÃO DA SAÚDE BUCAL EM CRIANÇAS DE 6 ANOS DE PALMAS-TO: PREVALÊNCIA DE CÁRIE E NECESSIDADE DE TRATAMENTO 1

INFLUÊNCIA DO BOCHECHO PRÉ-PROCESSUAL COM ANTISSÉPTICO BUCAL À BASE DE TRICLOSAN SOBRE O GRAU DE CONTAMINAÇÃO DO AR DE CONSULTÓRIOS ODONTOLÓGICOS.

MANCHA DENTAL EXTRÍNSECA: REVISÃO DE LITERARUA.

Avaliação do Risco de Cárie em Crianças Através de Método Convencional e do Programa Cariograma 1

PERCEPÇÃO E CUIDADOS EM SAÚDE BUCAL DE MORADORES DA COMUNIDADE CAFUNDÓ DE CHORÓ, CEARÁ

Prevalência e severidade de cárie dentária e necessidade de tratamento odontológico em pequenos municípios brasileiros

Regiane Cristina do AMARAL Graduanda Faculdade de Odontologia de Piracicaba UNICAMP Piracicaba SP Brasil

Prevalência de cárie dentária em dois municípios do Rio Grande do Sul, Brasil, no ano de 2010

A Relação da Dieta com Periodontia e Cárie

Slide 1 FLAVIA PARDO SALATA NAHSAN. Slide 2. Cárie Dentária (THYLSTRUP; FEJERSKOV, 1994) Slide 3. ç ç (HUME, 1997)

SIMPLIFICAÇÃO DO ÍNDICE CPO DOS 18 AOS 25 ANOS

Declínio da cárie em um município da região noroeste do Estado de São Paulo, Brasil, no período de 1998 a 2004

FAMÍLIA. Caso complexo Amélia. Fundamentação teórica Etiologia e epidemiologia da cárie dentária. Especialização em SAÚDE DA

Prevalência de cárie dental em...

EDUCAÇÃO EM SAÚDE: ORIENTAÇÕES NO CUIDADO DA CAVIDADE BUCAL NO TMO DA CRIANÇA. Com foco na mãe multiplicadora

Effect of chlorhexidine gel or toothpaste in the salivary count of mutans streptococci in children of Saí district (São Francisco do Sul, SC, Brazil)

ISSN ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções)

A INFLUÊNCIA DE ASPECTOS CONTEXTUAIS E INDIVIDUAIS NA DENTIÇÃO FUNCIONAL DE ADULTOS DO SUL DO BRASIL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA ESCOLA TÉCNICA DE SAÚDE CURSO TÉCNICO EM SAÚDE BUCAL. Ficha da Subfunção/Componente Curricular

(22) Data do Depósito: 25/02/2015. (43) Data da Publicação: 20/09/2016

EPIDEMIOLOGIA DA DOENÇA CÁRIE DENTÁRIA. Prof.: Urubatan Medeiros Carolina Borges

Disciplina de Odontologia em Saúde Coletiva I

Banca: Prof. Dr. Wilson Galhego Garcia - Orientador - (FOA/Unesp)

FACULDADES INTEGRADAS DE PATOS VI JORNADA ACADÊMICA DE ODONTOLOGIA (JOAO) PAINEIS ÁREA 1: DENTÍSTICA, PRÓTESE DENTÁRIA E DISFUNÇÃO TEMPORO-MANDIBULAR

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE MESTRADO EM ODONTOLOGIA VIVIANE GARCIA SEGURA

RESTAURAÇÃO DE MOLAR DECÍDUO COM RESINA COMPOSTA DE ÚNICO INCREMENTO RELATO DE UM CASO CLÍNICO

Experiência de cárie e fatores associados entre escolares das zonas urbana e rural: um estudo piloto

ANEXO A. Figura 1 - Cromatograma / CLAE - EEP Ivinhema/MS Fonte: Pavanelli, 2006.

ANÁLISE DOS DADOS DE PREVALÊNCIA DE CÁRIE DENTAL NA CIDADE DE BARRETOS, SP, BRASIL, DEPOIS DE DEZ ANOS DE FLUORETAÇÃO DA ÁGUA DE ABASTECIMENTO PÚBLICO

Estudo dos pacientes desdentados totais atendidos na disciplina de prótese total da Faculdade de Odontologia de Araraquara no período de 1987 a 1997

TCC em Re vista FERREIRA, Marília Alves 17. Palavras-chave: dente molar; coroa dentária; dentição permanente; dentição decídua.

PREFEITURA MUNICIPAL DE IBIRITÉ

PROGRAMA DE DISCIPLINA

GESTAÇÃO E CÁRIE INTRODUÇÃO

THE PREGNANT PROFILE FROM PRENATAL in the MATERNITY OF NOVA FRIBURGO

Avaliação de potenciais indicadores do risco de incidência de cárie em crianças de 6 a 11 anos da cidade de Juiz de Fora, MG. Resumo.

Comunidade Beira-rio: primeiro relato sobre condição bucal, hábitos de higiene e dieta alimentar

ÁREA TEMÁTICA: RESUMO

Orientaçõ es Gerais sõbre as açõ es de Saú de Búcal nõ Prõgrama Saú de na Escõla

COLONIZAÇÃO BACTERIANA NA CAVIDADE BUCAL POR PATÓGENOS CAUSADORES DA PNEUMONIA ASSOCIADA À

Mecanismo de Ação do Flúor Revisão de literatura

16 vol. 11 nº. 2 INTRODUÇÃO

30/03/2018. Índices epidemiológicos em saúde bucal. Prof. Samuel Jorge Moysés 30/03/2018

PLANO DE DISCIPLINA. Carga Horária Total / Teórica / Prática: 80h / 40h / 40h Dia da semana / horário: 3ª feira : 8h 10h (Teórica) 10h 12h (Prática)

EDITAL DE RETIFICAÇÃO Nº 01

OBJETIVOS. Promoção à Saúde Bucal de Adolescentes carentes, inscritos no Programa do Adolescente-Florianópolis.

Políticas de promoção de saúde Urubatan Medeiros Doutor (USP) Professor Titular UERJ/UFRJ

Transcrição:

Fatores de risco a cárie e CPOD em crianças com idade escolar DMFT in school children relate to caries risk factors Sheila Cavalca CORTELLI Profa. Adjunta de Periodontia Faculdade de Odontologia da Universidade de Guarulhos UnG José Roberto CORTELLI Professor Assistente Doutor - Coordenador do Programa de Pós-graduação em Odontologia Área de Concentração em Periodontia Faculdade de Odontologia da Universidade de Taubaté UNITAU Juliana Sene PRADO Aluna aperfeiçoamento em Periodontia Faculdade de Odontologia da Universidade de Taubaté UNITAU Davi Romeiro AQUINO Mestrando Programa de Pós-Graduação em Odontologia Área de Concentração em Periodontia Faculdade de Odontologia da Universidade de Taubaté UNITAU Antonio Olavo Cardoso JORGE Prof. Titular Departamento de Biopatologia e Diagnóstico Bucal Disciplinas de Microbiologia e Imunologia Faculdade de Odontologia de São José dos Campos UNESP RESUMO Para estabelecer o risco de cárie, dados clínicos e microbiológicos, bem como nível sócio econômico e hábitos de higiene bucal devem ser considerados. O objetivo do presente estudo foi avaliar fatores de risco de cárie em escolares de nível sócio econômico baixo e acesso limitado a cuidados odontológicos. Neste estudo foram incluídas 211 crianças de seis a 11 anos de idade. O CPO-D foi avaliado por um único examinador previamente calibrado, de acordo com os critérios propostos pela Organização Mundial de Saúde. Amostras de saliva foram obtidas pelo método proposto por Kölher & Bratthal (1979), para quantificar estreptococos do tipo mutans. O risco de cárie foi classificado para cada indivíduo em baixo, intermediário ou alto. Os valores médios encontrados na população foram de 5,1 para o CPO-D e de 2,3 para o número médio de escovações diárias. Não foi relatado uso de fio dental por nenhum participante do estudo. De acordo com os dados microbiológicos, 165 crianças apresentaram baixo risco de cárie (CPO-D = 4,9) e 46 risco intermediário (CPO-D = 6). ANOVA e Teste de permutação demonstraram correlação positiva entre CPO-D e S. mutans (p < 0.05). De acordo com os resultados os autores concluíram que houve um CPO-D elevado na população e relacionados à fatores de risco de cárie, incluindo, contagem de S. mutans, hábitos de higiene bucal e acesso limitado a cuidados odontológicos. UNITERMOS Cárie dentária; risco; Índice CPOD; Streptococcus mutans INTRODUÇÃO A exposição freqüente ao flúor associada a modificações na ingestão de carboidratos fermentáveis, maior acesso aos serviços odontológicos e ampliação da educação em saúde bucal são fatores responsáveis pelo declínio na prevalência e severidade da cárie dentária, o qual tem sido observado em países desenvolvidos. Por outro lado, em países subdesenvolvidos, não tem ocorrido redução do comprometimento da saúde dentária, uma vez que a condição sócio-econômica da população parece exercer influência direta na prevalência da doença, ressaltando a necessidade de mudanças sociais, e não apenas modificações dos hábitos individuais 4,5,13. O levantamento epidemiológico em saúde bucal realizado pelo Ministério da Saúde em 1986 no Brasil revelou CPO-D (dentes cariados, perdidos e obturados) de 6,65 aos 12 anos de idade, dados que 75

na época colocaram nosso país dentre os que apresentavam as maiores prevalências de cárie do mundo 4. Em 1996, o CPOD aos 12 anos de idade passou de 6,65 para 3,06 revelando um declínio de 53,9% nos dados médios observados. Esse segundo levantamento epidemiológico, realizado em escolares de seis a 12 anos de idade, também demonstrou para a dentição permanente uma correlação direta entre aumento do índice CPO-D e aumento da idade 2. Em relação às expectativas mundiais, a Organização Mundial da Saúde havia estipulado como meta para o ano 2000 um índice CPO-D aos 12 anos igual a 3. Embora satisfatório nesse ano, para 2010 a Instituição preconizou CPO-D menor que um em crianças com idade inferior a 12 anos, estabelecendo também como meta ausência total de cáries em 90% das crianças entre cinco e seis anos de idade 1. A cárie dentária é uma doença multifatorial e para desenvolver-se, faz-se necessária a interação em condições críticas de três fatores primários representados pelo hospedeiro portador de dentes susceptíveis, colonização bucal por microrganismos cariogênicos e consumo freqüente de carboidratos fermentáveis 8,21. A caracterização individual de possíveis fatores envolvidos na etiologia da cárie dentária possibilita a identificação de indivíduos de risco, estabelecimento de diagnóstico precoce e, monitoramento adequado de indivíduos com experiência prévia de cárie. Por outro lado, a identificação dos grupos de risco 25 requer informações individuais referentes a exposição a fluoretos, hábitos de higiene bucal, aspectos sócio-econômicos, bem como resultados obtidos a partir de exames microbiológicos 12,23. A experiência prévia de cárie pode ser avaliada pelo índice CPO-D, recomendado pela Organização Mundial de Saúde 17, principalmente para crianças com 12 anos de idade. Apesar de abrangente, esta organização propôs em 1997 a utilização de novos critérios para o Índice CPO-D quando da realização de estudos sobre saúde bucal. Para a dentição permanente passou a ser avaliada a condição da coroa e da raiz e no caso de dentes decíduos apenas a coroa dentária. O item obturado foi reclassificado e subdividido em dois novos itens denominados dentes restaurados com cárie e dentes restaurados sem cárie. O primeiro destes dois itens este representa os elementos dentários já restaurados, mas que ao exame exibem simultaneamente lesões de cárie novas ou recidivantes. E, o segundo item indica a presença de dentes previamente restaurados, no entanto livres de lesões de cárie no momento do exame. O mesmo aconteceu com o código perdido subdividido em perdido por cárie ou perdido por outras razões. A cárie dentária de superfície lisa apresenta íntima associação com estreptococos do grupo mutans. Duas espécies, Streptococcus mutans e Streptococcus sobrinus, são encontradas com maior freqüência na cavidade bucal de indivíduos com alta atividade de cárie 7,22. Dados obtidos a partir de estudos longitudinais mostraram que indivíduos com níveis elevados de S. mutans na saliva apresentam atividade de cárie mais acentuada do que indivíduos com baixos níveis 3,25. A presença de 10 6 unidades formadoras de colônias por milímetro (UFC/ml) de saliva representa o número indicativo de atividade de cárie acentuada 9. Dieta rica em sacarose também exerce papel fundamental na etiologia da cárie dentária, já que esse carboidrato é facilmente fermentado e metabolizado pelos estreptococos do grupo mutans, os quais produzem ácidos e polissacarídeos extracelulares. Além disso, a consistência e freqüência de ingestão interferem com o poder cariogênico destes microorganismos 14. O objetivo do presente estudo foi avaliar o CPO- D relacionado a fatores de risco para cárie em escolares de nível sócio - econômico baixo e acesso limitado a serviços odontológicos. MATERIAL E MÉTODOS Foram incluídos neste estudo 211 alunos de primeira a quarta série do Ensino Fundamental de uma escola da rede pública de ensino localizada na periferia de Taubaté, S.P. de nível sócio - econômico baixo e com acesso limitado a serviços odontológicos. A condição sócio-econômica foi estabelecida associando-se o número de itens de conforto (televisor, rádio, aspirador de pó, máquina de lavar roupa, automóvel, banheiro e empregada) com o grau de instrução do chefe de família 16. Procedimentos clínicos O exame clínico foi realizado à luz natural nas dependências do colégio e foram utilizados espátulas de madeiras descartáveis e espelhos clínicos planos número 05. O emprego de sonda explora- 76

dora número 05 foi limitado à remoção de debris que eventualmente pudessem limitar o exame visual 19. Cada criança voluntária foi examinada uma única vez, desde que os pais ou responsáveis tivessem concedido autorização mediante preenchimento do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O projeto de pesquisa foi anteriormente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNITAU. Na anamnese, foram obtidos dados pessoais, local de moradia, procedência da água de consumo e hábitos de higiene bucal. A condição dentária foi avaliada através do Índice CPO-D (Quadro 1) obtido por um único examinador previamente treinado. Após a obtenção das amostras de saliva, descrita a seguir, foi realizada a evidenciação de placa bacteriana pela aplicação de fucsina básica a 2%; em seguida as crianças receberam uma escova dental multitufos (Dental Prev), orientação sobre os cuidados de higiene bucal e, os procedimentos clínicos foram encerrados com a realização de um bochecho com solução de fluoreto de sódio a 0,2% por 1 minuto. Procedimentos microbiológicos e laboratoriais A obtenção das amostras de saliva para quantificação de estreptococos do grupo mutans foi realizada logo após a obtenção do Índice CPO-D, através do método descrito por Köhler & Bratthal 10 (1979) com modificações propostas por Weinberger & Wright 24 (1989) realizado por um único examinador. Para isso, uma espátula de madeira esterilizada foi introduzida na cavidade bucal de cada criança, umedecida com saliva por meio de movimentos rotatórios realizados na região sublingual e finalmente pressionada sobre a superfície dorsal da língua. Após remoção, ambos os lados da espátula foram imediatamente pressionados sobre a superfície de Ágar Mitis Salivarius adicionado de Bacitracina (0,2 UI/mL de meio) e 15% de Sacarose (MSBS) distribuídos em placas de superfície (Rodac). As placas foram então incubadas por 48 horas, à 37 o C em atmosfera com 5% de CO 2 10. A contagem das colônias características de estreptococos do grupo mutans foi realizada nas im- Quadro 1 -Códigos propostos pela OMS (1997) para obtenção do Índice CPO-D e significados clínicos utilizados neste trabalho seus respectivos Código Significado Clínico Dente decíduo Dente permanente A 0 Coroa ou raiz hígida B 1 Coroa ou raiz cariada C 2 Coroa ou raiz restaurada com cárie D 3 Coroa ou raiz restaurada sem cárie E 4 Dente perdido por cárie - 5 Dente permanente perdido por outras razões F 6 Selante G 7 Apoio de ponte, coroa ou faceta - 8 Dente não erupcionado - 9 Sem registro T T Trauma ou fratura 77

pressões das duas faces da espátula sobre o meio de cultura, com auxílio de lupa estereoscópica (MZ6, Leica). O número de UFC/placa foi obtido considerando-se o valor médio entre os números de colônias dos dois lados da espátula e, o risco a cárie estabelecido de acordo com o Quadro 2. A análise estatística dos dados foi realizada com auxílio do software MATLAB 5.3. Foram aplicados os Testes de Permutação e Análise de Variância (ANOVA) para correlacionar-se o Índice CPO- D com a contagem de estreptococos do grupo mutans na saliva. Quadro 2 -Contagem de estreptococos do grupo mutans (UFC) obtidos pelo método da espátula saliva/ língua comparado ao valor estimado em saliva total. A contagem de microrganismos está relacionada com o risco de cárie S. mutans transferido UFC/mL saliva Risco a cárie pela espátula (UFC) Adaptado Köhler e Bratthal, 1979. 0-20 < 10 4 BAIXO 21 100 10 4 e < 10 6 MÉDIO > 100 10 6 ALTO RESULTADOS Foram avaliadas 211 crianças de ambos os gêneros com idade entre seis e 11 (8,5 ± 1,3) anos (Tabela 1). A Tabela 2 expressa os dados relativos aos hábitos de higiene bucal. Deve-se salientar que 185 crianças realizavam a escovação sem supervisão de um dos pais ou responsáveis e 31 crianças usavam a mesma escova dentária com outro membro da família. Trinta crianças escovavam os dentes uma única vez ao dia e apenas sete crianças não possuíam escova dentária e portanto não realizavam escovação. Considerando-se todos os itens, o valor médio do Índice CPO-D para a população estudada foi de 5,1 e os valores médios encontrados para cada faixa etária estão expressos nas Figuras 1 e 2. Tabela 1 - Distribuição das 211 crianças que participaram do estudo segundo faixa etária e gênero IDADE GÊNERO TOTAL MASCULINO FEMININO 6 5 7 12 7 15 24 39 8 28 21 49 9 21 28 49 10 26 28 54 11 4 4 8 TOTAL 99 112 211 78

Tabela 2 - Hábitos de higiene bucal de acordo com faixa etária. Os dados estão expressos como número de escovações por dia, realização de escovação individual ou supervisionada e uso coletivo ou individual da escova dentária HÁBITOS DE HIGIENE BUCAL IDADE ESCOVAÇÕES/DIA ESCOVAÇÃO ESCOVA 1 2 3 N/E* Individual Supervisionada Individual Coletiva 6 4 3 5 0 8 4 6 6 7 10 17 11 1 28 10 30 8 8 7 13 25 4 42 3 35 10 9 5 8 36 0 48 1 46 3 10 4 8 40 2 51 1 48 4 11 0 2 6 0 8 0 8 0 TOTAL 30 51 123 7 185 19 173 31 N/E não realizavam escovação. FIGURA 1 Valores médios do Índice CPO-D de acordo com a faixa etária nas 211 crianças que participaram do estudo. S saudável; C cariado; RCC restaurado com cárie; RSC restaurado sem cárie; PC perdido por cárie; POR perdido por outras razões; SE selante; AP apoio de ponte; NE não erupcionado; T trauma; SR sem registro. FIGURA 2 - Valores médios para cada item do índice CPOD analisado nas 211 crianças que participaram do estudo. 79

Quando se avaliou o número de estreptococos do grupo mutans na saliva não foram encontrados indivíduos com alto risco de cárie. Ao contrário, pelos dados microbiológicos a maioria dos pacientes (78%) apresentou pela reduzida contagem de microrganismos baixo risco a cárie (FIGURA 3). Houve correlação positiva (p< 0,05) entre contagem de estreptococos do grupo mutans e Índice CPO-D estabelecida pelo Teste de Permutação e ANOVA (Figura 4). baixo: baixo risco a cáries; <10 4 UFC/mL/saliva intermediário: risco a cárie intermediário; 10 4 e < 10 6 UFC/mL/saliva FIGURA 3 Contagem de estreptococos do grupo mutans relacionada aos valores estimados em saliva total e associada ao risco de cárie. - -- -: baixo risco de cárie (CPOD = 4,9) : risco intermediário de cárie (CPOD = 6) FIGURA 4 Histograma baseado nos dados gerados pelo software MATLAB 5.3, mostrando a diferença estatística entre os grupos de baixo risco e risco intermediário de cárie correlacionados com índice CPO-D. DISCUSSÃO A cárie dentária é uma doença multifatorial que está apresentando tendência mundial de declínio, sobretudo em países desenvolvidos 5. Por outro lado, em países subdesenvolvidos, a baixa condição sócio-econômica da população pode ser um agravante direto para o aumento da prevalência da doença cárie 18. O controle de fatores relacionados com o desenvolvimento e progressão da doença cárie, como consumo de sacarose, presença de microrganismos específicos, condição sócio-econômica, acesso a cuidados odontológicos e hábitos dos indivíduos é de fundamental importância para se obter uma redução significativa nos níveis de CPO-D 12,23. O aumento da exposição ao flúor também é um fator de grande relevância no controle da cárie dentária. Independente da fonte, a exposição ao flúor associada a outras medidas preventivas podem ser responsáveis por um relativo controle de lesões cariosas 11-2,23. Inúmeros fatores salivares e microbianos têm sido relacionados com a instalação e progressão da doença cárie 6. Determinados microorganismos são mais freqüentemente relacionados com a etiologia e curso da doença, como S. mutans, S. sobrinus e Lactobacillus. O emprego de técnicas microbiológicas na detecção de microorganismos cariogênicos, em uma dada população, permite o estabelecimento da relação entre número de patógenos e atividade de cárie, possibilitando diagnóstico precoce e posterior monitoramento de indivíduos com maior risco de desenvolvimento de lesões cariosas 25. Estudos longitudinais mostraram que indivíduos com números elevados de S. mutans na saliva apresentam maior atividade de cárie do que os indivíduos com pequeno número 3,25. A presença de valores maiores que 10 6 UFC/ml de saliva está relacionado com alto risco a cárie. A identificação 80

de grupos de risco requer primeiramente o estabelecimento da atividade de cárie individualmente. Esse estabelecimento é mais preciso quando aos resultados de exames microbiológicos específicos associa-se a contagem de lesões cariosas 15. Para o ano 2000, a OMS havia estipulado como meta, índice CPO-D de três aos 12 anos de idade 1. No presente estudo o CPO-D médio encontrado foi 5,1 para crianças entre seis e 11 anos (8,5 ± 1,3), estando portanto esse valor muito acima do proposto pela OMS. Foi observado CPO-D mais elevado aos oito anos (Figura 4) com declínio contínuo aos nove, dez e 11 anos de idade, porém sempre o CPO-D foi superior a 4. Considerando-se que os fatores etiológicos principais da cárie dentária compreendem hospedeiro susceptível, microbiota cariogênica e substrato acidogênico interagindo em condições críticas por um determinado período de tempo, esse declínio pode ser explicado em parte pela redução gradativa do número de dentes decíduos e recém erupção dos dentes permanentes os quais não ficaram expostos por tempo suficiente à interação dos agentes etiológicos da cárie necessários para o desenvolvimento da doença 8,21. Inicialmente a população estudada havia sido classificada exclusivamente em alto ou baixo risco a cárie. Uma vez que não foram encontrados indivíduos de alto risco, a fim de se avaliar o comportamento entre as variáveis CPO-D e contagem de estreptococos do grupo mutans, o grupo baixo risco foi subdividido em baixo risco e risco intermediário. Foi observada uma relação direta (p<0,05) entre a contagem de estreptococos do grupo mutans na saliva e Índice CPO-D. As crianças que apresentaram baixo risco mostraram CPO-D de 4,9, e as de risco intermediário CPOD de 6 (Figuras 5 e 6). Apesar de não constatada a presença de indivíduos com contagem de estreptococos do grupo mutans na saliva, característica de alto risco a cárie, o comprometimento da dentição da população estudada ficou evidenciada pelo elevado índice CPOD (5,1). O fator de maior contribuição para o CPOD observado foi o número de dentes cariados (Figura 5). O fato de não ter ocorrido correlação entre contagem bacteriana e alto risco a cárie, a interferência de outros fatores incidentes sobre a população estudada como nível sócio-econômico e acesso limitado a cuidados odontológicos pode ter ocorrido. Hábitos individuais de higiene bucal também têm mostrado relação com lesões cariosas 20. No presente estudo, 123 crianças realizavam a higiene bucal três vezes ao dia, e apenas sete crianças não possuíam escova dental, deixando de realizar controle mecânico de placa. Trinta e uma crianças compartilhavam o uso da mesma escova dental com parentes e familiares. Embora para execução de técnica adequada de escovação para crianças em idade escolar seja necessária supervisão, no estudo atual, 185 crianças a realizavam individualmente. A análise de tais prerrogativas evidencia a necessidade de estudos posteriores para que se estabeleça dentre todos os fatores relacionados com a etiologia da doença cárie, qual tem tido ação mais marcante, para que possam ser apresentadas propostas concretas de controle e monitoramento da cárie dentária em indivíduos com idade escolar. CONCLUSÕES Os resultados mostraram CPO-D elevado relacionado a fatores de risco de cárie incluindo contagem de S. mutans na saliva, hábitos de higiene bucal e acesso limitado a cuidados odontológicos. Agradecimentos: À Dental Prev e à Golgran pelo suprimento de materiais e instrumentais para a realização do estudo. ABSTRACT To establish caries risk, factors like clinical and microbiological data, socio economic status and oral hygiene habits could be considered. The aim of the present study was to evaluate DMFT related to dental caries risk factors in school children with low socio economical status and limited access to dental care. Two hundred and eleven children from six to 11 year old were included in this study. DMFT was evaluated by a single examiner according World Health Organization. Samples of saliva were obtained according Kölher & Bratthal to quantify S. mutans. Each individual was classified as low, intermediate or high risk of dental caries. The mean of DMFT was 5.1. The mean tooth brushing was 2.3 times a day with no use of dental floss. According microbiological 81

data 165 children showed low (DMFT = 4.9) and 46 intermediate (DMFT = 6) risk of caries. ANOVA and Permutation test showed positive correlation between DMFT and S. mutans (p < 0.05). These results show a high DMFT related to dental caries risk factors including S. mutans, oral hygiene habits and limited access to dental care. UNITERMS Dental caries; risk; DMFT index; Streptococcus mutans. REFERÊNCIAS 1. Basting RT, Pereira, AC, Meneghim MC. Avaliação da prevalência de cárie dentária em escolares do município de Piracicaba, SP, Brasil, após 25 anos de fluoretação das águas de abastecimento público. Rev Odontol Univ São Paulo 1997 out/dez.; 11 ( 4): 287-92. 2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de assistência à saúde. Departamento de Assistência e Promoção à Saúde. Coordenação de Saúde Bucal. Levantamento epidemiológico em Saúde Bucal: 1 a etapa cárie dental projeto. Brasília; 1996. 3. Carlsson P. Distribution of mutans streptoccci in populations with different levels of sugar consumption. Scand. J Dent Res 1989 Apr.; 97 (2):120-5. 4. Freire MCM, Batista SMO. Prevalência de cárie e necessidade de tratamento em escolares de seis a doze anos de idade, Goiânia, GO, Brasil. Rev Saúde Pública 1994 fev.; 31 (1): 33-9. 5. Freire MCM, Batista SMO. Prevalência de cárie e necessidade de tratamento em escolares de seis a doze anos da rede pública de ensino. Rev Saúde Pública 1999 aug.; 33 (4): 124-30. 6. Höfling JF. Contagem de microrganismos cariogênicos na saliva de escolares da região de Piracicaba. Rev Assoc Paul Cir Dent 1992 set.; 46 (5): 749-52. 7. Höfling JF. Presença de Streptococcus mutans associado a Streptococcus sobrinus em escolares de diferentes classes sócio-econômicas e sua relação com a atividade cariogênica dessas populações. Rev Odontol Univ São Paulo 1999 abr./jun.; 13 (2): 173-80. 8. Jorge AOC. Testes microbiológicos de atividade de cárie. In:. Microbiologia Bucal, 2.. ed. São Paulo: Santos; 1998. cap. 5, p.66-75. 9. Klock B, Krasse B. Microbial and salivary condictions in 9 to 12 year old children. Scand J Dent Res 1979 fev.; 87 (2): 129-39. 10.Kölher B, Bratthal D. Pratical method to facilitate estimation of Streptococcus mutans levels in saliva. J Clin Microbiol 1979 may; 9 (5): 584-8. 11.Künzel W, Fisher T. Caries prevalence after cessation of water fluoridation in la Salud, Cuba. Caries Res 2000 jan.; 34 (1): 20-5. 12.Künzel W, Fisher T, Lorenz R, Brümann S. Decline of caries prevalence after the cessation of water fluoridation in the former East Germany. Community Dent Oral Epidemiol 2000 may; 28 (5): 382-9. 13.Lalloo R, Myburgh NG, Hobdell MH. Dental caries, socio-economic development and national oral health policies. Int Dent J 1999 aug.; 49 (4): 196-202. 14.Mateos A. Brasileiros comem cada vez mais e com pior qualidade. Rev Assoc Paul Cir Dent 1999 jan/fev.; 53 (1): 8-20. 15.Mazengo CM, Tenovuo J, Hausen H. Dental caries in relacion to diet, saliva and cariogenic microorganisms in Tanzanians of selected age groups. Community Dent Oral Epidemiol 1996 mar.; 24 (2): 169-74. 16.Moreira D. Prevalência de Cândida na cavidade bucal de escolares de diferentes categorias sócio econômicas. Avaliação de parâmetros clínicos, salivas e microbiológicos; 1997 [Tese de mestrado Faculdade de Odontologia da UNICAMP]. 17.Organização Mundial de Saúde. Fichas de avaliação. In: Oral Health Surveys Basic Methods. 4. ed. Geneva; 1997. cap. 5, p. 21-50. 18.Ong G. Periodontal disease and tooth loss. Int Dent J 1998; 48 (suppl 1): 233-48. 19.Pinto VG. Saúde bucal coletiva. In:. Identificação de problemas. 4. ed. São Paulo: Ed. Santos; 2000. cap 5, p.139-222. 20.Schaeken MJ, Creugers TJ, Van der Hoeven JS. Relationship between dental plaque indices and bacteria in dental plaque and those in saliva. J Dent Res Sept.; 66 (9): 1499-502. 21.Thylstrup A, Fejerskov O. Diferentes conceitos da cárie dentária e suas implicações. In:. Cariologia Clínica. 2. ed. São Paulo: Ed. Santos; 1995. cap. 9, p. 209-17. 22.Thylstrup A, Fejerskov O. Testes para determinar o risco de cárie dentária. In:. Cariologia Clínica. 2. ed. São Paulo: Ed. Santos; 1995. cap. 16, p. 333-53. 23.Vrbic V. Reasons for the caries decline in Slovenia. Community Dent Orall Epidemiol 2000 Fev.; 28 (2): 126-32. 24.Weinberger SJ, Wright GZ. Correlating Streptococcus mutans with dental in young children a clinically applicable microbiological method. Caries Res 1989 May; 23 (5): 385-8. 25.Zickert I, Emilson CG, Krasse BO. Correlation of level and duration of S. mutans infection with incidence of dental caries. Infect Immun 1983 Feb.; 39 (2): 198-205. Recebido em: 06/11/03 Aprovado em: 30/04/04 Sheila Cavalca Cortelli Av. Itália, 1200 apto 34, edifício Holanda CEP:12031-540 Jardim das Nações Taubaté SP cortelli@iconet.com.br 82