cpv especializado na espm espm 05/07/2009

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Transcrição:

3 comunicação e expressão Leia o texto abaixo para as questões de 1 a 6: Uma Vela para Dario Dario vinha apressado, o guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Foi escorregando por ela, sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo. Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, mas não se ouviu resposta. Um senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque. Ele reclinou-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado. Um rapaz de bigode pediu ao grupo que se afastasse e o deixasse respirar. Abriulhe o paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe retiraram os sapatos, Dario roncou feio e bolhas de espuma surgiram no canto da boca. Cada pessoa que chegava erguia-se na ponta dos pés, embora não o pudesse ver. Os moradores da rua conversavam de uma porta à outra, as crianças foram acordadas e vieram de pijama às janelas. O senhor gordo repetia que Dario sentara-se na calçada, soprando ainda a fumaça do cachimbo e encostando o guarda-chuva na parede. Mas não se via guarda-chuva ou cachimbo ao lado dele. Uma velhinha de cabeça grisalha gritou que ele estava morrendo. Um grupo transportou-o na direção do táxi estacionado na esquina. Haviam introduzido no carro a metade do corpo, quando o motorista protestou: se ele finasse na viagem? Concordaram em chamar a ambulância. Dario foi conduzido de volta e recostado à parede - não tinha os sapatos nem o alfinete de pérola na gravata. Alguém informou que na outra rua existia uma farmácia. Não carregaram Dario além da esquina; a farmácia era no fim do quarteirão e, além do mais, ele estava muito pesado. Foi largado ali na porta de uma peixaria. Imediatamente um enxame de moscas lhe cobriu o rosto, sem que fizesse o menor gesto para espantá-las. As mesas de um café próximo foram ocupadas pelas pessoas que tinham vindo apreciar o incidente e, agora, comendo e bebendo, gozavam as delícias da noite. Dario ficou torto como o deixaram, no degrau da peixaria, sem o relógio de pulso. Um terceiro sugeriu que lhe examinassem os documentos. Vários objetos foram retirados de seus bolsos e alinhados sobre a camisa branca. Ficaram sabendo do seu nome, idade, sinais de nascença, mas o endereço na carteira era de outra cidade. Registrou-se correria no público de mais de duzentos curiosos que, a essa hora, ocupavam toda a rua e as calçadas: era a polícia. O carro negro investiu contra a multidão e várias pessoas tropeçaram no corpo de Dario, que foi pisoteado dezessete vezes. O guarda aproximou-se do cadáver e não pôde identificálo os bolsos vazios. Restava a aliança de ouro na mão esquerda, que ele próprio quando vivo não podia retirar do dedo senão umedecendo-o com sabonete. Ficou decidido que o caso era com o rabecão (*). A última boca repetiu "Ele morreu, ele morreu", e então a gente começou a se dispersar. Dario havia levado duas horas para morrer e ninguém acreditara que estivesse no fim. Agora, os que podiam olhá-lo, viam que tinha todo o ar de um defunto. Um senhor piedoso despiu o paletó de Dario para lhe sustentar a cabeça. Cruzou as suas mãos no peito. Não pôde fechar os olhos nem a boca, onde as bolhas de espuma haviam desaparecido. Era apenas um homem morto e a multidão se espalhou rapidamente, as mesas do café voltaram a ficar vazias. Demoravam-se na janela alguns moradores que haviam trazido almofadas para descansar os cotovelos. Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acendeu ao lado do cadáver. Parecia morto há muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela chuva. Fecharam-se uma a uma as janelas e, três horas depois, lá estava Dario à espera do rabecão. A cabeça agora na pedra, sem o paletó, e o dedo sem a aliança. A vela tinha queimado até a metade e apagou-se às primeiras gotas da chuva, que voltava a cair. Trevisan, Dalton, Cemitério de Elefantes, Civilização Brasileira, 3a ed., pp.32 a 34) (*) rabecão: carro para transporte de cadáveres.

4 espm 05/07/2009 cpv especializado na espm 01. A idéia central do texto é: a) o infortúnio de uma pessoa passar mal e, ao sofrer um ataque cardíaco, vir a falecer sozinha num espaço público. b) a infelicidade de alguém que sofre de ataque epiléptico, indiciado pelo ronco e pelas bolhas de espuma no canto da boca, morrer abandonado na rua. c) a morte de um transeunte que, momentos antes, passa por um gradativo processo de perda (locomoção, comunicação verbal), tornando-se refém de uma impiedosa rapinagem de seus pertences. d) a morte de uma pessoa no passeio público e a diligente solidariedade das pessoas que transitavam pelo local. e) a tragédia de um pedestre: passa mal na rua, tem seus pertences roubados e, sobretudo, é vítima da demora no atendimento por parte dos poderes públicos. Resolução: No primeiro parágrafo, o narrador informa que Dario vinha apressado, depois diminuiu o passo, parou, encostou-se à parede e sentou-se na calçada. Na sequência (2 o parágrafo), esclarece que o personagem moveu os lábios, mas não se ouviu resposta. Esses dois parágrafos indicam, assim, um gradativo processo de perda de locomoção e de comunicação verbal. Nos desdobramentos seguintes, o transeunte vai sendo despojado de seus pertences: guarda-chuva e cachimbo (4 o parágrafo), sapatos e alfinete de gravata (6 o parágrafo), a carteira (9 o parágrafo) e paletó e aliança (parágrafo final), o que configura uma impiedosa rapinagem. Alternativa C 02. No texto, várias passagens confirmam a idéia de espetacularização da morte, exceto em: a) Registrou-se correria no público de mais de duzentos curiosos que, a essa hora, ocupava toda a rua e as calçadas... b) As mesas de um café próximo foram ocupadas pelas pessoas que tinham vindo apreciar o incidente... c) Cada pessoa que chegava erguia-se na ponta dos pés, embora não o pudesse ver. d)... alguns moradores, que haviam trazido almofadas para descansar os cotovelos. e) Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acendeu ao lado do cadáver. Resolução: O gesto do menino (acender uma vela ao lado do cadáver) exclui a ideia de espetacularização porque revela afeto, respeito e solidariedade. Nas outras alternativas, os excertos evidenciam atitudes marcadas pela curiosidade, pelo caráter de evento e, possivelmente, notícia que a morte de Dario poderia tomar. Acusam, em suma, a transformação da morte (desgraça particular de cada um) em espetáculo público. 03. Ao longo da narrativa, há todo um processo de degradação humana cujo auge se dá: a) no roubo paulatino dos objetos: guarda-chuva, cachimbo, alfinete de pérola, sapatos, relógio, aliança, e até o paletó. b) nas alegações negligentes por parte das pessoas no socorro: morrer dentro do táxi, farmácia distante, corpo pesado. c) quando Dario é largado na peixaria como um lixo, pois um enxame de moscas lhe cobriu o rosto. d) com a crueldade com que as pessoas tropeçaram no corpo de Dario, que foi pisoteado dezessete vezes. e) na perda da identidade, quando O guarda aproximou-se do cadáver e não pôde identificá-lo os bolsos vazios. Resolução: O narrador elenca uma série de gestos caracterizadores da degradação humana: a rapinagem dos objetos portados por Dario (guarda-chuva, relógio, aliança, paletó...), a negligência das pessoas para prestar-lhe socorro (o receio do motorista de táxi, as alegações sobre a distância da farmácia e sobre o peso do corpo), o abandono do morto junto a uma peixaria feito um lixo, o pisoteamento do corpo por dezessete vezes. Essas ações indicadoras de desumanidade das pessoas que se aproximam de Dario culminam com o roubo da carteira, despindo-o dos seus documentos e, metaforicamente, da própria identidade. 04. Na frase: Cada pessoa que chegava erguia-se na ponta dos pés, embora não o pudesse ver., a conjunção em negrito pode ser substituída sem prejuízo de sentido por: a) conquanto. b) portanto. c) porquanto. d) no entanto. e) entretanto. Resolução: A conjunção embora introduz no período em questão uma ideia de concessão. Nesse sentido, encontra sinônimo em conquanto, que pode ser usado sem que haja prejuízo semântico do período. 05. Um gesto efetivo de solidariedade emocional está na passagem: a) Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. b) Um senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque. c) Uma velhinha de cabeça grisalha gritou que ele estava morrendo. d) Um rapaz de bigode pediu ao grupo que se afastasse e o deixasse respirar. e) Um senhor piedoso despiu o paletó de Dario para lhe sustentar a cabeça. Cruzou as suas mãos no peito. Resolução: Somente nessa alternativa encontra-se um personagem (um senhor piedoso) que efetivamente age, tem um gesto concreto de solidariedade em relação ao personagem Dario (o que morria na rua). Nas demais alternativas, os personagens não passam de intenções, ou seja, não chegam à ação efetiva.

5 06. Só não é possível depreender do texto: a) a sucessão de perda de objetos se dá paralelamente a uma coisificação da personagem. b) a visão moralista da solidariedade impede que se viva numa sociedade mais harmônica. c) a aniquilação do ser ocorre com retrato de um morto desbotado pela chuva. d) a ausência de sensibilidade e de humanidade se integra com a banalização da morte. e) nem a natureza foi benevolente com Dario (a chuva apagou a vela). Resolução: Apesar de permitir uma visão moralizante da solidariedade já no título (Uma vela para Dario), no texto não figura tal visão como empecilho para a vida em harmonia social; ao contrário, deixa sugerida a solidariedade como elemento de harmonização social, contrapondo-se à espetacularização da trajetória do outro. 07. A graça da tira se concentra na: a) postura metalingüística por parte das personagens presentes na tira, ao se buscar o significado de um vocábulo. b) aproximação fonética entre a palavra filantropo e a definição dada pelos alunos. c) falta de correspondência entre o desenho de esqueleto humano e o vocábulo filantropo. d) ironia do professor quando usa a expressão Boa tentativa. e) repreensão por parte do professor pelo fato de o aluno responder com uma gíria ( fila as coisas dos outros). Resolução: Filantropo é o termo usado para pessoas que atuam na promoção do bem-estar social e garantia dos direitos humanos. O recurso usado para provocar humor na tira é o radical filan- compreendido como aquele que fila, ou seja, cerra, explora, aproveita-se, justamente um paradoxo. 08. Todas as frases abaixo dependem daquilo que se chama de conhecimento de mundo, pois em sua leitura isolada permitem ambigüidade. Assinale a única que não se enquadra nessa argumentação: a) Chico Mendes foi ameaçado várias vezes por sua militância política. b) Não estou na Fórmula-1 por causa de meu pai, disse Nelsinho Piquet. c) A escalação de Dunga foi contestada pela maioria dos torcedores. d) A escalação de Felipe Melo foi contestada pela maioria dos torcedores. e) Casa própria terá prestação mínima de R$ 50 por mês. Resolução: Em casa própria terá prestação mínima de R$ 50 por mês, o período é simples e conta com sujeito, verbo e objeto, este inclusive com complemento; uma vez que há perfeita concordância entre os termos, é possível determinar com precisão a qual se refere cada adjunto; portanto, esta é a única entre as alternativas em que não há ambiguidade possível.

6 espm 05/07/2009 cpv especializado na espm Poupança imexível? O governo vai mesmo mexer no velho cálculo da caderneta de poupança. Por quê? Porque se a caderneta passa agora a render mais que os títulos de renda fixa, o dinheiro migra desses fundos para a poupança. Aí, vai sobrar dinheiro para habitação e saneamento, mas vai faltar crédito bancário para produção e consumo em geral. Para o governo, esse movimento morde e assopra. Reduz a receita do Imposto de Renda dos fundos emagrecidos, mas reduz o custo da poupança para o programa de um milhão de casas populares, o bolsa moradia que será lançado agora em abril. Se o governo reduzir a remuneração da caderneta, teremos uma ironia do destino: quando os juros sobem para todos os rendimentos, não sobem para a caderneta. Quando os juros declinam para todos, vão baixar também para a caderneta. Pode? Joelmir Beting, 17/03/2009, site: www.joelmirbeting.com.br 09. Segundo o texto, os rendimentos das cadernetas de poupança superiores aos dos títulos de renda fixa: a) auxiliam o governo a financiar obras sociais, mas prejudicam os bancos nas ofertas de crédito à população. b) prejudicam o governo em obras de habitação e saneamento, mas favorecem os bancos no financiamento de produção e consumo em geral. c) favorecem o governo no crédito bancário e bolsa moradia. d) prejudicam os bancos no financiamento de obras para habitação e saneamento e) auxiliam o governo na produção de um milhão de casas populares e no consumo em geral. Resolução: Com base exclusivamente no primeiro parágrafo do texto, se os rendimentos da caderneta de poupança forem superiores aos dos títulos de renda fixa, o governo arrecadará mais, o que possibilitaria maior investimento em obras sociais; por outro lado, por se tratar de um investimento seguro, não gera grandes lucros aos bancos, limitando a oferta de crédito. 10. No trecho: Um grupo transportou-o na direção do táxi estacionado na esquina. Haviam introduzido no carro a metade do corpo (...). Concordaram em chamar a ambulância., constata-se a figura de linguagem denominada: a) anacoluto. b) paronomásia. c) silepse de número. d) silepse de pessoa. e) antonomásia. Resolução: No trecho, o sujeito da locução verbal haviam introduzido e do verbo concordaram é o sujeito na forma singular um grupo. Ao se flexionarem as formas verbais no plural, optase por uma concordância semântica, já que um grupo carrega ideia de coletividade, de pluralidade de elementos. Esta opção pelo conteúdo em detrimento da lógica sintática caracteriza a silepse, que neste contexto é de número. Alternativa C 11. A frase: Para o governo, esse movimento morde e assopra. significa que: a) mexer nos cálculos da caderneta de poupança faz os aplicadores ganharem de um lado (juros) e perderem de outro (casas populares). b) a migração de dinheiro dos fundos de renda fixa para a poupança faz o governo perder tributo do primeiro, mas obter dinheiro mais barato do segundo. c) a migração de dinheiro da poupança para os fundos de renda fixa faz o governo receber mais imposto de renda do primeiro e obter dinheiro mais barato do segundo. d) a sociedade como um todo ganha nas aplicações financeiras (renda fixa), mas perde nos benefícios sociais (casas populares). e) a sociedade como um todo ganha numa aplicação (poupança) e perde em outra (renda fixa). Resolução: A expressão morder e assoprar caracteriza uma situação em que o efeito negativo de um processo é imediatamente compensado por outro benéfico. Neste caso, adequa-se ao que descreve o texto a alternativa b: quando aumenta o fluxo de dinheiro para a poupança, o governo perde por diminuírem os ativos tributáveis nos fundos de renda fixa, mas ganha por poder diminuir os juros que paga pelos ativos depositados na poupança. 12. A ironia do destino, a que se refere o autor, é um questionamento sobre: a) a incoerência por parte do governo ao remunerar o dinheiro da poupança. b) a falta de credibilidade no governo quanto aos cálculos de rendimentos da caderneta. c) a falta de critério para se estabelecer uma política fiscal ligada às aplicações. d) o descaso com que são tratadas as remunerações das aplicações financeiras. e) o governo não remunerar adequadamente os títulos de renda fixa. Resolução: É uma ironia do destino o fato de, justamente no momento em que o correntista passaria a ganhar com a imobilidade dos juros sobre a poupança, o governo decidir diminui-los. Como aponta a alternativa a, é incoerente e oportunista a política monetária do governo ao não aumentar a incidência de juros sobre a poupança quando a taxa geral sobe, o que mantém sua disponibilidade de dinheiro barato impedindo que o depositante aumente seus ganhos, ao passo que baixa os juros quando este é o movimento geral, diminuindo ainda mais a remuneração do correntista.

7 13. Na propaganda acima há: Para o professor emérito da Faculdade de Medicina da USP, Vicente Amato Neto, a palavra está desmoralizada. Abusa-se do termo virose. Existem muitos recursos que permitem a médicos e paramédicos fazerem diagnósticos melhores, diz. Virose realmente não é muito preciso: identifica todas as doenças infecciosas causadas por vírus, uma carapuça que serve a problemas tão diversos quanto diarréia, febre, dores musculares, coriza, otite, amidalite e, ao pé da letra, até aids. Em defesa dos médicos, muitas vezes os vírus só podem ser identificados após uma investigação profunda e desnecessária. Na maioria dos casos de virose, não vale a pena pedir uma bateria de exames. O resultado vai sair quando o paciente já estiver curado, afirma a médica assistente da Divisão de Moléstias Infecciosas do Hospital das Clínicas de São Paulo, Maria Claudia Stockler. Assim, quando um paciente chega ao consultório com sintomas leves e não há ameaça de epidemia, costuma-se recorrer ao veredicto superficial, mas eficiente. Para complicar mais o diagnóstico, o mesmo vírus pode provocar sintomas diferentes. Ou seja, a sua conjuntivite pode provocar o resfriado alheio porque são causados pelo mesmo sujeito, o adenovírus. Outro motivo que contribui para a onipresença da virose é que não faltam oportunidades para pegar uma. Ambientes fechados favorecem o contágio, assim como copos, teclados e alimentos podem passar adiante aquela gripe esperta. a) Uma ironia na transcrição de um vocábulo do universo coloquial (troca do e por i). b) Um paradoxo na associação de algarismos (2000) com vocábulo (inove). c) Um trocadilho entre o ano corrente e um imperativo (dirigida ao receptor) para uma atitude. d) Uma aliteração na leitura conjunta de número e vocábulo. e) Uma assonância na leitura conjunta de número e vocábulo. Resolução: O texto presente na propaganda do Bradesco 2000inove não contém nenhuma figura de linguagem (palavras-chave das outras alternativas), mas sim um trocadilho sonoro, uma vez que a pronúncia de 2009 é semelhante à de 2000inove, sendo que esta última, em sua parte final, emprega o verbo inovar conjugado na 3ª pessoa do singular do modo imperativo. Alternativa C 14. Assinale a correta segundo o texto. Revista Superinteressante, dezembro/2008 a) há um uso generalizado do termo virose, pelo fato de os médicos se recusarem a utilizar os exames necessários para um diagnóstico melhor de certas doenças. b) acusa-se o abuso por parte dos médicos, ao diagnosticarem grande parte das doenças como virose, por ser uma tendência moderna. c) questiona-se o uso do termo virose apenas em função da necessidade de uma investigação mais profunda em relação a certas doenças. d) justifica-se a denominação virose pelo fato de o termo abranger a causa de um grande espectro de doenças, caracterizadas por sintomas sem gravidade. e) alega-se a imprecisão do termo virose, principalmente por existir a possibilidade de ocorrer sintomas diferentes provindos do mesmo vírus. Resolução: A alternativa d é a única correta pois o termo virose, segundo o texto, apesar de abranger doenças infecciosas causadas por vírus de vários tipos (inclusive a AIDS), apresenta sintomas leves e que, por essa razão, recebem a mesma denominação. Alternativa D

8 espm 05/07/2009 cpv especializado na espm 15. No texto, o vocábulo virose só não é chamado de: a) todas as doenças causadas por vírus. b) carapuça. c) veredicto superficial. d) palavra desmoralizada. e) sintomas leves. Resolução: Em todas as alternativas identificam-se termos empregados no texto para referir-se a virose ; todavia, na alternativa e, o termo sintomas leves não aparece como perífrase deste termo, mas sim como manifestação da doença. 16. No trecho:... e, ao pé da letra, até aids., a expressão em negrito só não pode ser substituído por: a) literalmente. b) referencialmente. c) propriamente. d) conotativamente. e) denotativamente. Resolução: As palavras literalmente, referencialmente, propriamente e denotativamente têm o mesmo sentido que a expressão popular ao pé da letra, apontando para o sentido preciso, definido e único. Já a expressão conotativamente aponta para a multiplicidade de sentidos e, portanto, para a imprecisão do sentido. Alternativa D 17. Leia: Um exame comparativo, superficial que seja, da fase heróica (1922) e da que se segue à Revolução (1930), mostra-nos uma diferença básica entre as duas: enquanto na primeira fase a ênfase das discussões cai predominantemente no projeto estético (isto é, o que se discute principalmente é a linguagem), na segunda fase é sobre o projeto ideológico (isto é, discute-se a função da literatura, o papel do escritor, as ligações da ideologia com a arte). João Luis Lafetá, professor e crítico literário Os dois trechos que respectivamente ilustram, em cada fase, os aspectos abordados na teoria acima são: a) 1. Eu sou um escritor difícil / Que a muita gente enquisila,/ Porém essa culpa é fácil / De se acabar de uma vez: / É só tirar a cortina / Que entra luz nesta escuridez. (Mário de Andrade) 2. Minha terra tem palmares / Onde gorjeia o mar (Oswald de Andrade) b) 1. Estou farto do lirismo comedido / Do lirismo bem comportado (...) / Do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo / Abaixo os puristas (Manuel Bandeira) 2. O poeta municipal / discute com o poeta estadual / qual deles é capaz de bater o poeta federal (C. Drummond de Andrade) c) 1. A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos. Oswald de Andrade 2. Escrevo. E pronto. / Escrevo porque preciso,/ preciso porque estou tonto. / Ninguém tem nada com isso./ Escrevo porque amanhece,/ E as estrelas lá no céu / Lembram letras no papel, / Quando o poema me anoitece. (Paulo Leminski) d) 1. Quero que a estrofe cristalina, / Dobrada ao jeito / Do ourives, saia da oficina / Sem um defeito: (Olavo Bilac) 2. Há poesia / Na dor / Na flor / No beija-flor / No elevador (Oswald de Andrade) e) 1. Mundo mundo vasto mundo / se eu me chamasse Raimundo / seria uma rima, não seria uma solução (CDA) 2. Outras leis, outras pessoas. / Novo mundo que começa. / Nova raça. Outro destino. / Plano de melhores era. (Cecília Meireles) Resolução: Fase heroica ou primeira fase modernista (1922-1930) é conhecida por suas inovações no plano da linguagem. Esta pode ser conferida na presença de coloquialismo, neologismo, mistura de gêneros e outras formas que, de certa forma, distanciem-se da linguagem superficial ou academicista da poesia parnasiana. Os primeiros modernistas e, entre eles, Manuel Bandeira, fizeram de seus poemas perfeitos manifestos, em que a nova estética modernista era apresentada ao público, quase sempre de forma contestadora ou agressiva. No poema de Bandeira, percebemos claramente a intenção de inovação da linguagem, tratada pelo professor João Luis Lafetá no enunciado. A segunda fase modernista (1930-1945) teve grandes poetas e prosadores. A chamada para uma escritura mais atuante foi dada pelo sociólogo Gilberto Freire. À frente desse movimento, temos, na prosa, Graciliano Ramos; na poesia, Carlos D. Andrade, principalmente, no livro A Rosa do Povo. Nos versos de Drummond, percebemos um eu-lírico atuante e questionador.

9 18. Leia os trechos: Foi-se chegando devagarinho, devagarinho, devagarinho. Fazendo beicinho. Estudando o terreno. Diante da mãe e do chinelo parou. Balançou o corpo. Recurso de campeão de futebol. Fingiu tomar a direita. Mas deu meia volta e varou pela esquerda porta adentro. (...) Lancia Lambda, vermelhinho, resplendente, pompeando na rua. Vestido do Camilo, verde, grudado à pele, serpejando no terraço. (...) Per Bacco, doutor! Mas io tenho o capital. O capital sono io. O doutor entra com o terreno mais nada. E o lucro se divide ao meio. Antônio de Alcântara Machado Sobre os trechos acima, retirados da obra Brás, Bexiga e Barra Funda, publicada em 1927, assinale a afirmação errônea: a) Há marcas de coloquialidade presentes no texto. b) Característica do modernismo da primeira fase, há abordagem do cotidiano e certo humor na narrativa. c) O predomínio de períodos simples e orações coordenadas marca um estilo telegráfico e conciso. d) Estão presentes também orações subordinadas com uma linguagem rebuscada, retórica e cheia de volteios. e) Reproduz-se o português macarrônico, ou seja, a fala do imigrante italiano. Resolução: Antônio de Alcântara Machado, escritor da primeira fase modernista, conhecido pela obra Brás, Bexiga e Barra Funda, inova quando reproduz, em seu texto, o português macarrônico do imigrante de São Paulo, no início do século XX. Em seu texto, temos as marcas, além do italianismo, de coloquialismo, em que a presença de período simples e orações coordenadas atuam como um meio de se apropriar da linguagem mais próxima do cotidiano, ou seja, da vida real. Alternativa D 19. Leia: noite sem sono o cachorro late um sonho sem dono Paulo Leminski A forma poética acima é um haicai, de origem japonesa, que valoriza a concisão e a objetividade. Das características abaixo, também do haicai, assinale a que não foi utilizada pelo autor: a) não revelar um eu poético subjetivo; b) apresentar três versos metrificados; c) referenciar a solidão e uma estação do ano; d) oferecer um momento de reflexão para causar uma descoberta; e) conter poucas palavras, com predominância de substantivos. Resolução: O haicai é uma forma poética de origem japonesa e difundida no Brasil pelo poeta do primeiro tempo modernista Guilherme de Almeida, o qual fixou a metrificação do mesmo em português (como, no caso, o esquema 4-5-5). Essa forma graciosa procura fixar um momento marcado pela intensidade da experiência, que, por sua vez, dá-se pela observação de uma cena simples associada a algum elemento da natureza e, por isso, frequentemente, às estações do ano. O haicai valoriza a impessoalidade, a concisão e, no plano do significado, a reflexão. Constata-se, assim, que referências à estação do ano é o elemento ausente neste haicai de Paulo Leminski. Alternativa C Filosofia dos Epitáfios Saí, afastando-me dos grupos, e fingindo ler os epitáfios. E, aliás, gosto dos epitáfios; eles são, entre a gente civilizada, uma expressão daquele pio e secreto egoísmo que induz o homem a arrancar à morte um farrapo ao menos da sombra que passou. Daí vem, talvez, a tristeza inconsolável dos que sabem os seus mortos na vala comum; parece-lhes que a podridão anônima os alcança a eles mesmos. Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas 20. Baseado no trecho acima, é possível concluir que: a) A tristeza inconsolável ocorre porque há a percepção de que a vida é destinada ao desfecho inexorável da morte, ou seja, a vida já é, em si mesma, uma forma de morrer. b) A morte de uma pessoa faz com que todos os parentes e amigos sintam uma profunda tristeza que jamais será consolada. c) A morte de um ente querido atinge tão profundamente as pessoas que chega a provocar sintomas de depressão. d) A decomposição da matéria é inerente a todo ser vivo, daí a falsidade e o egoísmo do ser humano até com seus entes queridos. e) É profundamente triste saber que alguém, não possuindo local para ser enterrado, vai para a vala comum como um indigente. Resolução: A tristeza inconsolável de que fala o texto refere-se à descoberta da condição trágica da própria vida quando se está diante da tragédia alheia. COMENTÁRIO DO CPV A prova de comunicação e expressão foi basicamente de Interpretação de Textos. Em mais de metade da prova, as respostas para as questões dependeram somente da leitura atenta, do entendimento e da interpretação dos textos dados. Vale dar destaque às questões habituais relacionadas à análise do discurso: questões de ambiguidade, relações lógicas, sinonímia, paráfrase, estilística (figuras de linguagem) e artes sequenciais (textos não verbais). De literatura, foram quatro questões: 03 questões sobre modernismo e 01 sobre realismo, todavia, mesmo assim poderiam ser respondidas com a leitura atenta dos trechos de apoio. Como um todo, foi uma prova equilibrada e moderna, exigindo conhecimentos de análise de discurso literário e não literário em linguagem verbal e não verbal.