PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO DOS BUBALINOS A B C B PROMEBUL Manual do Usuário Programa da FMVZ-UNESP-Botucatu/ABCB/EMBRAPA Coordenador: Prof. Dr. Alcides de Amorim Ramos BOTUCATU - SP/2005
PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO DOS BUBALINOS 2 A B C B PROMEBUL Programa da FMVZ-UNESP-Botucatu/ABCB/EMBRAPA Coordenador: Prof. Dr. Alcides de Amorim Ramos E-mail: aaramos@fca.unesp.br Colaborador: Prof. Dr. André Mendes Jorge E-mail: andrejorge@fmvz.unesp.br Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia/UNESP-Botucatu Departamento de Produção e Exploração Animal Caixa Postal: 560 CEP: 18.618-000 - Botucatu SP Fone: (0xx14) 3811-7185 / 3811-7189 / 3811-7180 ramal 214 Fax: ramal 223 Associação Brasileira de Criadores de Búfalos ABCB Av. Francisco Matarazzo, 455, Sala 13 Prédio do Fazendeiro CEP 05001-900 Àgua Branca Sãp Paulo/SP. Fone: 0 11 3673-4455 FAX: 0 11 3673-4905 E-mail: bufalo@netpoint.com.br EMBRAPA Amazônia Oriental Trav. Dr Enéas Pinheiro s/n, Cx. Postal 48 CEP 66095-100 Belém, PA. E-mail: marques@cpatu.embrapa.br BOTUCATU - SP/2005
3 ÍNDICE APRESENTAÇÃO...4 1.INTRODUÇÃO...5 2.OBJETIVOS...7 3. CONSIDERAÇÕES SOBRE O SISTEMA...7 3.1. O Criador-Selecionador...8 3.2. Pré-requisitos Mínimos...8 3.3. Compatibilização com o Registro Genealógico...9 4. ORGANIZAÇÃO METODOLÓGICA...9 4.1. Cadastramento do Criador e do Rebanho...9 4.2. Características...10 4.2.1.Resultado e Índice...10 4.2.2.Controle leiteiro CL...11 4.2.3. Controle do desenvolvimento ponderal CDP em nível de fazenda...11 4.2.4. Controle do desempenho em provas de Ganho de Peso PGP...12 4.2.5.Avaliação da progênie a nível de rebanho...12 4.3. Análise dos dados...13 5. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE BÚFALOS ABCB...14 5.1. Núcleos Regionais NR...14 6. ESTRATÉGIA DE MARKETING...15 6.1.Difusão...15 6.2. Educação e Conscientização...15 7. RECOMENDAÇÕES FINAIS...16 8. CARACTERÍSTICAS E PARÂMETROS A SEREM ESTIMADOS E AVALIADOS PELO PROMEBUL...16 9. MODELOS DE FICHAS...21
4 APRESENTAÇÃO: Em reunião dos Criadores de Búfalos do Brasil, realizado em 18 de outubro de 1996 no Centro de Treinamento do Parque de Exposição General Castelo Branco em Curitiba - PR, quando se debateu o tema "Búfalo para o 3º milênio", fomos incumbidos de elaborar uma cartilha como princípio de um programa para o Melhoramento Genético dos Bubalinos produtores de Leite e Carne. Tal fato justifica-se pela necessidade urgente de um programa para acompanhar o já aplicado aos bovinos leiteiros e de corte do país. Nestes, são identificados os reprodutores capazes de imprimir em sua progênie altos ganhos genéticos e descartar aqueles cujas progênies apresentem resultados negativos. Isso tem ocorrido com os registros dos criadores de coberturas, nascimentos, do nome dos pais, do controle ponderal e leiteiro dos animais. É lógico que nos bovinos o domínio da tecnologia de reprodução principalmente a I.A. é maior quando comparado com os bubalinos e isso tem facilitado o desenvolvimento do programa, enquanto nos bubalinos o uso desta técnica ainda apresenta certas dificuldades, porém não é descartável tendo-se em vista os índices de prenhes verificados. Para isso, precisamos ter um excelente material fecundante, rufiões para identificar o melhor momento da inseminação e inseminadores devidamente preparados. Na avaliação das progênies para carne e leite, já utilizamos as mais avançadas tecnologias, como o BLUP (Melhor Estimador não Viciado), do Modelo Animal, onde se leva em consideração além dos pais, os avós dos animais que se estão avaliando e do modelo de touro (Sire Model). Já sabemos que a maioria das características nos bubalinos mostra ser suficientemente herdável podendo fornecer uma excelente base para a seleção. Desta forma, os fundamentos para os testes de desempenho foram lançados. Testar pelo desempenho constitui numa avaliação completa e rigorosa pelos pesquisadores e criadores e provou ser importante economicamente para o processo de produção de leite e carne. Hoje se pode dizer que o valor econômico dos testes de desempenhos é aceito amplamente pelos vários segmentos da indústria de carne e leite. Os objetivos da presente cartilha sobre o melhoramento genético dos bubalinos - PROMEBUL, são:
1) Homogeneidade - Trabalhar para implantação de procedimentos uniformes para medir e registrar dados de desempenho dos bubalinos, os quais serão utilizados pela coordenação e pelos participantes. 2) Desenvolvimento - Assessorar proprietários no desenvolvimento de seus programas individuais. De tal forma que possa ser comum a todos os programas de registros de produção. 3) Cooperação - Desenvolver a cooperação entre todos os segmentos da indústria (carne e leite) na compilação e utilização dos registros de desempenho para melhorar a eficiência da produção. 4) Educação - Estimular os criadores a divulgar as qualidades da espécie dando ênfase no uso e na interpretação dos dados de desempenho para melhorar a eficiência da produção dos bubalinos. 5) Confiança - Aumentar a confiança dos diversos segmentos no potencial econômico dos testes de desempenho dos bubalinos. 5 Organização: Incluem-se aqui, todos os núcleos de criadores do país e todos os criadores de bubalinos leiteiros ou de corte que de uma forma ou de outra querem ver seus reprodutores avaliados. 1 - INTRODUÇÃO: Os criadores, preocupados em iniciarem uma nova fase de critérios técnicos - científicos para a seleção dos Bubalinos se reuniram no dia 18/10/1996 em Curitiba - PR e tomaram a iniciativa de nos indicar como responsável pela elaboração de uma cartilha para a implantação de um Projeto de Melhoramento Genético dos Bubalinos - PROMEBUL. O PROMEBUL é constituído de um sistema que tem como filosofia básica: 1) Ser avançado técnica e metodologicamente, que estimule a competição e a participação de qualquer grupo de criador e pesquisador do país; 2) Ser simples para o criador, de criar meios para que idéias surgidas possam ser incorporadas; 3) Ser eficaz para que possa resolver os problemas diagnosticados e que seja eficiente técnica e economicamente.
6 Características do sistema que garantem a filosofia do PROMEBUL: - O criador é a peça mais importante do processo; - O criador tem consciência real da importância sócio-econômica de sua função; - Ao criador é transferida a responsabilidade na execução e pelo sucesso do PROMEBUL; - Pelo trabalho e capacidade gerencial do criador que os dados básicos são gerados; - É ao criador que as informações processadas devem retornar em tempo útil; - É o criador quem escolhe os critérios de seleção para direcionar o seu rebanho; - É o criador quem toma as decisões básicas e simples, que o conduzirão ou não ao sucesso do seu programa seletivo. A importância da tecnologia para abrir e conquistar mercados é como arma de marketing. A marcha da globalização está acelerada, com isso, a eliminação das fronteiras reais bem como das barreiras comerciais que estão ocorrendo também no Brasil. As fortes pressões visam alcançar o máximo de eficiência dos programas de produções. As reações emocionais, afastadas da realidade econômica, têm vida curta. Apenas programas concretos podem fornecer vantagens competitivas para consolidar e conquistar mercados. Esta é a opção que o PROMEBUL oferece. A avaliação do cenário nacional indica a existência dos seguintes componentes necessários para alterar o atual progresso genético:
7 - um rebanho com grande variabilidade genética inexplorada, estruturado, em rebanhos particulares que operam com resultados econômicos mínimos; - disponibilidade de mão de obra capaz, barata, dedicada e fácil de mudar; - núcleos que congregam os criadores e tomam posições e iniciativas; - domínio da tecnologia de ponta necessária e adaptada aos equipamentos disponíveis; e - consciência, por parte de todos os segmentos envolvidos de que o imobilismo conduzirá a uma estagnação e deterioração crescente do quadro atual de redução na demanda e valorização dos reprodutores bubalinos. A melhor estratégia de defesa é o ataque como a opção mais importante. Em função disso e das condições existentes, o PROMEBUL está delineado para possibilitar: a) a identificação de indivíduos geneticamente superiores; b) o melhoramento da produtividade do rebanho nacional; c) a valorização comercial dos indivíduos superiores no mercado interno e externo; d) instrumentos reais e verdadeiros para competir como fornecedor de material genético para segmentos nacionais e mundiais; e e) enfrentar e deslocar outras opções dentro do Bubalus bubalis var. bubalis na pecuária mundial. 2- OBJETIVOS: Melhorar geneticamente os bubalinos para produção eficiente de carne e leite nos diferentes ecossistemas, beneficiando todos os segmentos envolvidos na produção.
8 3- CONSIDERAÇÕES SOBRE O SISTEMA: Para dar forma à filosofia do PROMEBUL, as seguintes características básicas foram definidas para o sistema: 1) Simplicidade: requerendo apenas as informações e esforços imprescindíveis; 2) Aberto: a todos os criadores de búfalos puros, registrados ou não, sintéticos e cruzados 3) Abrangente: para atender a demanda de reprodutores de alto valor genético, capazes de alterar as médias de produção de leite e carne; 4) Descentralizado: para aproximar as etapas, desde a coleta de dados até a emissão de relatórios, através de um processamento ágil e distribuído; 5) Eficiente: na utilização de recursos humanos e materiais, na extração das informações contidas nos dados coletados e no tempo de retorno destas informações ao criadores; 6) Integrados: congregando os criadores para ações sinérgicas que resultem no melhoramento dos seus rebanhos e as várias entidades, públicas e privadas, com vocação e estrutura para operacionalizar e aperfeiçoar o sistema; 7) Modular: permitindo aos criadores flexibilidade para atender os diferentes critérios de seleção das raças bubalinas; 8) Auto financiável: através da gerência racional dos recursos já disponíveis e de receitas obtidas pela participação dos criadores e subprojetos encaminhados às agências de financiamento de pesquisas; 9) Rentável: aos criadores participantes, pelo aumento da produtividade do rebanho, com um custo de obtenção de cada unidade de ganho baixo do valor nominal desta unidade, e pela valorização comercial dos reprodutores com valores genéticos superiores.
9 Este conjunto de características conferem ao sistema claros contornos sócio-economicos, pela maior produção de leite e carne, como alimentos de qualidade superior, para consumo interno e exportação, além de conferir ao material genético maior poder competitivo. 3.1. O Criador-Selecionador: A participação efetiva no sistema é uma resultante dos dados de produção aplicados com o bom senso e a sabedoria de quem cria e seleciona. Ao sistema cabe a tarefa de ordenar os dados de produção, já que a memória humana não é capaz de armazenar, sem erros, registros de produção, ao longo dos anos, de um rebanho médio ou mesmo pequeno. Não podemos também pressupor que programas de melhoramento para rebanhos de seleção possam fornecer todas as avaliações necessárias através de resultados numéricos e quantitativos. O grau de subjetividade, fruto de um convívio íntimo com os animais, o olho clínico, associado à objetividade dos números arrematam eficientemente este sistema de seleção. Dessa forma o projeto se coloca como um aliado do selecionador, um componente a mais para que sua decisão seja acertada. 3.2. Pré-Requisitos Mínimos: O sistema é aberto a todo os criadores de bubalinos, desde que ele cumpra os seguintes pré-requisitos: a) deve possuir balança e instalações adequadas; b) deve possuir um rebanho mínimo de 30 matrizes parindo uma vez por ano;
10 c) deve utilizar um sistema de identificação dos animais que seja permanente e único e a categoria de cada animal (composição racial) deve ser claramente definível; d) deve utilizar um sistema de controle de cobertura ou I.A. que permita determinar, com exatidão, a paternidade do maior percentual possível do produtor de cada safra, embora o uso de reprodutor múltiplos seja aceito; e) deve utilizar um sistema de controle de nascimentos; e f) deve incluir todos os animais em atividade produtiva e reprodutiva do rebanho. O criador deverá procurar a ABCB, um dos núcleos ou a própria coordenação para se inscrever no programa. 3.3. Compatibilização com o Registro Genealógico: Dois grupos de criadores irão se integrar inicialmente ao projeto. O primeiro decorrente de uma situação natural pré-existente, e composto por aqueles que possuem indivíduos de raças, já controladas pela ABCB. Para este grupo, as normas vigentes para execução do registro genealógico serão básicas, e por isso mesmo integrados ao sistema. O segundo grupo, composto por aqueles que tem animais vindos de rebanhos comerciais que poderão integrar ao projeto desde que: 1) O grupo de animais ou rebanho apresente características étnicas e morfológicas que permitam seu enquadramento em algum dos grupamentos zootécnicos das raças bubalinas. 2) Que os reprodutores utilizados sejam do grupo racial identificado, com um conseqüente aprimoramento do tipo. As fêmeas e machos produzidos nos rebanhos comerciais serão admitidos na categoria de PCOD - Puro por Cruza de Origem Desconhecida, após a quarta geração ou de acordo com a orientação do serviço de Registro Genealógico.
11 4- ORGANIZAÇÃO METODOLÓGICA: 4.1. Cadastramento do Criador e do Rebanho: Ao ingressar no PROMEBUL, cada criador receberá um código e fornecerá informações como área da propriedade, número e tipo de pastagens, etc. A principal tarefa, é a correta identificação e levantamento de todos os animais em idade de reprodução. A identificação de cada animal para o sistema será seqüencial e única dentro de cada rebanho e ano. O número do animal ao nascer (RGN) é o único necessário durante toda a sua vida, com o acréscimo do ano de nascimento. Além da identificação, cada reprodutor ou matriz em uso deverá ter determinada a sua raça ou grupo genético e a sua data de nascimento 4.2. Características: As características que devem ser selecionadas para a produção eficiente de carne e leite independentemente da raça ou grupo genético são: a) Precocidade sexual, b) Fertilidade, c) Habilidade materna, d) Peso ao nascer, ao desmame, aos 12 e 18 meses de idade, e) Circunferência escrotal aos 12, 18 e 24 meses, f) Longevidade, g) Produção de leite e gordura. 4.2.1. Resultado e Índice: Para as matrizes serão calculados:
12 Idade ao primeiro parto - (IPP); Intervalo entre partos (médio) - (IEP); Índice de precocidade-reprodução e sobrevivência - (PRS); Cálculo da habilidade materna mais provável - (HMMP); Estas têm como finalidades: a) determinar a capacidade criadeira de uma matriz, em função do desempenho de seus produtos, no controle do Desenvolvimento Ponderal; b) orientar os criadores na seleção das matrizes a serem utilizadas nos rebanhos; c) fornecer subsídios à seleção visando a produção para carne. Capacidade real de produção de uma matriz - (CRP); Índice de produtividade total - (IPT). Para eleger as búfalas recomendáveis para programas de transplante de embriões e para serem mães de touros que poderão receber o Certificado de Produção (CP); Eficiência reprodutiva - (ER). 4.2.2. Controle Leiteiro - CL O controlo leiteiro será efetuado em todos os animais do rebanho, com até no mínimo de 10 (dez) búfalas participantes, o controle do volume de leite será mensal, tendo início no 6º (sexto) dia após a parição e duração máxima de lactação de 305 dias. A lactação inferior a 305 dias será encerrada quando a búfala produzir menos de 2.0 (dois) kg de leite em 24 horas. Neste caso, considera-se um máximo de 15 (quinze) dias além do último controle em que a vaca tenha produzido mais de 2,0 kg de leite.b
13 No controle mensal deverá ser registrada a quantidade total de leite e opcionalmente, de gordura e proteína, produzidos em 24 horas. O controle constará de: a) Ordenha preliminar ou esgotamento, no dia anterior ao controle, b) Pesagem do leite, opcionalmente, dosagem do teor de gordura e de proteína quando possível. c) Registro dos componentes e quantidade de ração fornecida. d) Efetuar uma ou duas ordenhas diárias (x ou 2x) esta última com intervalo de 12 horas. Para as matrizes serão calculadas: Produção de leite por lactação de 305 dias; Produção de gordura por lactação de 305 dias; Percentagem de gordura e proteína do leite; Duração da lactação. 4.2.3. Controle do Desenvolvimento Ponderal - CDP em nível de fazenda O controle do desenvolvimento ponderal será efetuado em todos os animais apresentados para pesagem obedecendo-se os seguintes critérios: Os animais sejam provenientes de: a) Rebanhos que produzem até 30 (trinta) produtos por ano, b) As pesagens serão efetuadas, preferencialmente de 60 em 60 dias, admitindo-se um mínimo de 50 e máximo 70 dias, c) O controle do peso ao nascer tenha sido feito pelo criador. As demais pesagens serão efetuadas pelos criadores e um profissional (agrônomo, médico veterinário, zootecnista, ou um técnico em agropecuária). As pesagens de cada animal serão feitas até que se tenha coletado todos os dados necessários para a obtenção do Peso Calculado à idade-padrão de 550 dias, ou seja, deverá haver uma pesagem após o 550 dias de idade.
Para fins estatísticos e de comparação, os pesos e a circunferência escrotal de cada animal serão calculadas às idades-padrão de: 14 a) 205 dias - indicativa da época do desmame, b) 365 dias (um ano) - indicativa do desempenho do animal na idade de um ano, c) 550 dias - indicativa do desempenho do animal na idade de ano e meio. Em função dos pesos calculados às idades-padrão acima descritas, serão calculados também os respectivos Ganho em Pesos Diários - (GPD), e os Ganhos Médios Diários - (GMD), entre as idades. 4.2.4. Controle do Desempenho em Provas de Ganho de Peso - PGP: O controle do desempenho em provas de Ganhos de Pesos - PGP consiste em submeter animais com idades entre 340-430 dias, no início da prova, que terá duração de 140 dias. Será realizado descontado o período de adaptação (14 dias) em Recinto Oficial, tendo como finalidades: a) Identificar, entre os concorrentes, os melhores ganhadores, b) Estudar a velocidade de Ganho em Peso e determinar sua herdabilidade nas raças bubalinas, c) Fornecer subsídios à seleção, d) Orientar os criadores quanto à escolha de seus reprodutores, Com base nos resultados obtidos. e) Auxiliar nas avaliações e testes de progênie de reprodutores. 4.2.5. Avaliação da Progênie a Nível de Rebanho: A avaliação da progênie ao nível de fazenda será efetuada através do Controle do Desenvolvimento Ponderal, em recinto oficial, através das Provas de Ganho de Peso.
Para que seja feita a avaliação da progênie ao nível de fazenda é necessário que: 15 a) O criador tenha pelo menos 8 (oito) filhos do sexo masculino por reprodutor e pelo menos dois reprodutores, b) Pelo menos, 4 (quatro) filhos, do sexo masculino, venham a participar de uma mesma Prova de Ganho de Peso - PGP. 4.3. Análise dos Dados: Os dados serão analisados levando-se em consideração três níveis. O primeiro local referente ao criador, o segundo regional ou por grupamento genético e o último nacional, considerando nesta fase toda a população de bubalinos, produtores de leite ou carne. Com a finalidade de tornar viável a participação do maior número de rebanhos e núcleos, respeitando-se as características distintas e diferentes estágios tecnológicos, o sistema possibilitará a utilização das metodologias de: - Índices Relativos, e - Modelos Mistos (MM). A primeira será utilizada só a nível local e a segunda poderá ser adotada em qualquer dos 3 (três) níveis (rebanho, grupamento genético e o pool ou rebanho nacional). Ambas as metodologias e dados serão ajustados para efeitos fixos (mês, ano, estação, fazendas, etc.) e efeitos aleatórios (touros, vacas, vacas: touros, touros: rebanhos, etc.) Os índices relativos permitem visualizar o desempenho do indivíduo em relação à média de seu grupo contemporâneo, estimando o valor genético - VG
16 dos indivíduos, dos pais e das mães. Desta maneira, com o uso da herdabilidade - h 2 das características, obtém-se os valores genéticos que informam, mais corretamente, quanto dos desvios em relação ao grupo contemporâneo é herdável. Nos níveis dos grupos genéticos e nacionais, envolvendo grupos de rebanhos, as análises serão baseadas na metodologia de modelos mistos - MM. Esta, permite obter os melhores preditores lineares não viesados - BLUP, e os valores genéticos - VGs dos indivíduos. Estes valores genéticos - VG, são calculados considerando simultaneamente os grupos contemporâneos - GC, o touro e a vaca, enquanto que no caso anterior, ao se estimar o VG do touro despreza-se a vaca e vice-versa. A diferença das duas metodologias reside na consideração simultânea do GC, touros e vacas, permitindo maior precisão na estimativa genética. O sistema adotará como estimativa genética o conceito da diferença esperada na progênie - DEP que é a metade do valor genético dos indivíduos, pois cada pai contribui para seus filhos com uma amostra, ao acaso, da metade dos seus genes. A DEP de um indivíduo (reprodutor) é a diferença esperada entre o desempenho da progênie futura deste indivíduo em relação a média dos desempenhos das progênies de todos os outros indivíduos (reprodutores) que forem participantes da avaliação. As DEPs podem ser positivas (+) ou negativas (-) em relação a uma base. A metodologia de MM requer estimativas de parâmetros populacionais como: - herdabilidades - variâncias e covariâncias (genéticas e de meio) - tendências genéticas para a raça ao nível de rebanho, grupo genético e nacional.
17 5- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE BÚFALOS ABCB: 5.1. Núcleos Regionais - (NR): À ABCB, ao NR, juntamente com o coordenador do PROMEBUL cabem: 1) Promover o PROMEBUL; 2) Gerenciar o projeto; 3) Receber os dados a níveis de rebanho, dos núcleos ou grupos genéticos e nacionais; 4) Fazer críticas e dar consistência aos dados; 5) Processar dados consistentes, e interpretar resultados; 6) Atualizar cadastros - coberturas, nascimentos, pesagens dos animais ou de leite, etc.; 7) Emitir relatórios aos criadores rapidamente; 8) Elaborar os sumários de touros; 9) Fornecer os certificados de Produção; 10) Assessorar criadores e núcleos na execução do programa; 11) Estabelecer índices e parâmetros para o mérito genético da raças; 12) Estabelecer provas que visem promoções e melhoramentos; 13) Promover o Búfalo melhorado nacional e internacionalmente; 14) Criar o banco nacional livre para consultar e produzir sumários estatísticos; 6- ESTRATÉGIA DE MARKETING : 6.1. Difusão: Recomenda-se que: todos os meios de comunicação devam ser utilizados para a divulgação do projeto. a) Utilizar a mídia impressa, falada e televisada, com recursos diretos como entrevistas, divulgação de produtos, slogan, marcas e idéias;
18 b) Editar folhetos explicativos utilizando linguagem clara e concisa, folders, diagramas, fitas e gráficos; c) Editar manual do usuário, rico de detalhes, de forma clara, demonstrando a aplicação do sistema; d) Fazer a identificação dos rebanhos e dos animais que dele participam, valorizando os produtos, e o próprio sistema de melhoramento; e) Enviar mala direta, para público alvo (criadores, órgãos públicos, universidades, órgãos de extensão rural, cooperativas, sindicatos, embaixadas, consulados, etc.); f) Elaborar vídeos, exposições e outros; g) Acompanhar a tendência de mercado; 6.2. Educação e Conscientização: O processo educativo formado de uma nova mentalidade requerendo uma estrutura didática clara e participativa. O Manual do Usuário deverá ser o instrumento fundamental para o treinamento e educação de todas as partes envolvidas. Treinamentos específicos deverão ser efetuados com corpo técnico especializado, na forma de Cursos, Simpósios e criação e instalação nas universidades de Ciências Agrárias da disciplina de Bubalinocultura. Publicar o Anuário dos Criadores, com o objetivo de divulgar o perfil dos criadores participantes, dos núcleos separados por raças, onde os ganhos genéticos dos melhores criatórios serão divulgados. 7- RECOMENDAÇÕES FINAIS: Para a viabilidade do programa e maior resposta ao melhoramento, algumas recomendações são extremamente importantes e devem ser rigorosamente seguidas a saber:
19 a) Eliminação anual de 15 a 20% das búfalas principalmente aquelas que apresentam baixa produção de leite na 1ª e 2ª lactação; não possuem o tipo e padrão desejado; apresentam problemas de partos (distocia, prolapso, etc.); quartos de úbere perdido; indocilidade; búfalas com 10 ou mais lactações, cuja produção de leite esta abaixo da média; e outros; b) Utilização de um reprodutor no máximo por 2.0 (dois) anos, cedendo-o a outro criador, e assim sucessivamente até que o mesmo seja avaliado; c) Não deixar de registrar diariamente todos os acontecimentos do rebanho; d) Remeter mensalmente os dados colhidos para o perfeito andamento do programa.
20 CARACTERÍSTICAS E PARÂMETROS A SEREM ESTIMADOS E AVALIADOS PELO PROMEBUL A - Para as matrizes serão calculados: - Idade ao Primeiro Parto - IPP, - Intervalo Entre Partos (médio) - IEP, - Índice de Precocidade-Reprodução e Sobrevivência PRS. PRS = IDUP 365 NDE + 1 onde: PRS = Índice que combina a precocidade sexual, fertilidade, instinto maternal e grau de imunidade conferido à cria; IDUP = Idade em dias no último parto; NDE = Número de desmames efetivos (vivo). - Habilidade Materna Mais Provável - HMMP; HMMP = 100 + N 0,4 1 + (N 1)0,4 (V 100) onde: HMMP = habilidade materna mais provável. 100 = é a média do índice do peso calculado, do rebanho, à idade padrão de 205 dias. N = número de filhos da mesma vaca. V = média do índice de peso calculado aos 205 dias, relativa aos filhos da mesma vaca. r = 0,4, coeficiente de repetibilidade para o peso aos 205 dias.
21 - Capacidade Real de Produção - CRP; nr CRP = R + 1 + (n 1)r (A R) onde: CRP = capacidade real de produção R = média da produção de leite do rebanho A = média da produção de leite da búfala avaliada N = número de lactações r = 0,4, coeficiente de repetibilidade da característica - Índice de Produtividade Total - IPT; CRP 365 IPT = PRS onde: IPT = índice de produtividade total CPR = capacidade real de produção PRS = índice, que combina a precocidade sexual, fertilidade, instinto maternal e o grau de imunidade conferido à cria. - Eficiência Reprodutiva - ER; N 365 + 1030 ER = 100 IPP + SIEP onde: ER = eficiência reprodutiva levando-se em consideração a idade ao primeiro parto N = número de intervalo entre partos IPP = idade observada ao primeiro parto da búfala SIEP = soma dos intervalos entre partos observados 1030 = idade ideal ao primeiro parto em dias.
22 - Produção Total de Leite - PTL; onde: PTL = PTL = quantidade total de leite, em quilos; S = soma das quantidades de leite registradas nos controles mensais; n = número de controles mensais, realizados; N = número de dias de lactação. S n x N - Produção Total de Gordura e Proteína - PTG e PTP; PTG e PTP = S n x N onde: PTG e PTP = quantidade total de matéria gorda e proteína em quilos; S = soma das quantidades de matéria gorda ou proteína, obtidas nos controles; n = número de controles mensais realizados; N = número de dias de lactação. - Percentagem Média de Gordura ou Proteína - PG e PP; PG e PP = QtG x 100 Q onde: PG e PP = percentagem média da matéria gorda ou proteína no controle; QtG ou QtP = quantidade de matéria gorda ou proteína no controle; Q = quantidade de leite no controle - Duração da Lactação - DL; - Persistência de Lactação - PL;
23 B - Para os machos serão calculados e registrados: - Peso ao Nascer - PN; - Peso ao Desmame (210 dias)- PD; onde: PD = peso calculado; PF = peso final; PN = peso ao nascer; IF = idade final, em dias. PF - PN PD = x 210 + PN IF - Peso aos 12 meses (365 dias) - P365; PF - PN P365 = x365 + PN IF onde: P365 = peso calculado; PF = peso final; PN = peso ao nascer; IF = idade final, em dias. - Peso aos 18 meses (550 dias) - P550; PF - PN P550 = x550 + PN IF onde: P550 = peso calculado; PF = peso final; PN = peso ao nascer; IF = idade final, em dias. - Ganho em Peso Diário GPD GPD PC - PN =, repetindo para 140, 210 e 365 dias 550 onde: GPD = ganho diário de peso; PC = peso calculado do animal aos 550 dias PN = Peso ao nascer; 550 = constante (dias)
24 - Ganhos Médios Diários - GMD GMD = PF - PI 140 Onde: GMD = ganho médio diários; PF = peso final; PI = peso inicial. - Circunferência Escrotal - CE, ao Desmame, aos 12 e 18 meses de idade, conforme Figura a seguir;
25 9. MODELOS DE FICHAS: FICHA DE CONTROLE PRODUTIVO Avô Paterno PAI Avó Paterno Nome do Animal Avô Materno MÃE Avó Materna Raça: Nº RG: 1ª Lactação 2ª Lactação 3ª Lactação Data do parto: Data do parto: Data do parto: Início: Início: Início: Fim: Fim: Fim: Data Leite kg Gord. % Data Leite kg Gord. % Data Leite kg Gord. % Total Méd/dia D.L(dia) Reproduzir em pagina inteira
26 MODELO FICHA CONTROLE REPRODUTIVO INDIVIDUAL Búfala: Raça: RG: Data Nasc.: Data Cobertura COBERTURAS E PARIÇÕES Touro Data Parição Sexo Peso Nasc. (Kg) Circ. Escrotal dos machos (cm)
27 MODELO FICHA DE DESEMPENHO PONDERAL Animal Num Mãe Pai Data Nasc. Peso Nascer Data Desm. PD CE P12 CE P18 CE CE= Circunferência Escrotal; PD= Peso à Desmama; P12= Peso aos 12 meses; P18= Peso aos 18 meses