Agrupamento de Escolas n.º 1 de Serpa ESCOLA BÁSICA DE PIAS 5.º TESTE DE AVALIAÇÃO SUMATIVA 9.º Ano de Escolaridade Português Ano Letivo 2012/2013 2 de maio de 2013 9.º A (Adequações curriculares) Duração: 85 minutos Escreve, de forma legível, a numeração dos grupos e dos itens, bem como as respetivas respostas. Todas as respostas devem ser registadas na folha de respostas (folha de teste da escola). Utiliza apenas caneta ou esferográfica de tinta indelével, azul ou preta. Não é permitido o uso de dicionário. Não é permitido o uso de corretor. Sempre que precisares de alterar ou de anular uma resposta, risca, de forma clara, o que pretendes que fique sem efeito. As respostas ilegíveis ou que não possam ser claramente identificadas são classificadas com zero pontos. Para cada item, apresenta apenas uma resposta. Se apresentares mais do que uma resposta a um mesmo item, só a primeira será classificada. Para responderes aos itens de ordenação, escreve, na folha de respostas: o número do item; a sequência de letras que identificam os elementos a ordenar. Para responderes aos itens de escolha múltipla, escreve, na folha de respostas: o número do item; a letra que identifica a opção escolhida. Para responderes aos itens de associação / correspondência, escreve, na folha de respostas: o número do item; a letra que identifica cada afirmação e o número que identifica o elemento correspondente. 5.º Teste de Avaliação de Português (Adequações curriculares) 9.º A Página 1 de 10
GRUPO I (Leitura) PARTE A Lê o texto seguinte. De seguida, responde aos itens que se lhe seguem, de acordo com as orientações que te são dadas. 5 10 15 20 25 Já no século XV se manifestava a ideia de se escrever uma epopeia sobre a expansão portuguesa. E não só em Portugal. Sabe-se que Luís Vives, humanista espanhol, exaltou os descobrimentos lusíadas numa dedicatória ao rei D. João III. E que Ângelo Policiano, humanista italiano, se propôs cantar em verso italiano os feitos do reinado de D. João II. Por sua vez, em Portugal tudo parecia impor o aparecimento de um poeta épico, isto é, de um poeta que cantasse as glórias da sua nação. Garcia de Resende, no prólogo do Cancioneiro Geral, lamenta que não estejam devidamente cantados os feitos lusíadas. E, em 1553, ainda Camões estava na infância, João de Barros, o historiador, desejava igualmente uma epopeia. Declarava-se a favor da tuba épica e clamorosa, pois entendia que mais proveito de tal música nasceria, do que saudosas cantigas e trovas de namorados. Duas causas contribuíam para este anseio generalizado. Por um lado, a evolução literária, com o renascimento do gosto pelos modelos da antiguidade. Os humanistas manifestavam o desejo de ressuscitar os géneros clássicos, entre os quais se contava a epopeia, representada sobretudo pelos poemas homéricos a Ilíada e a Odisseia e pela Eneida, de Virgílio. Por outro lado, havia o tema a impor o livro. As proezas marítimas dos portugueses, indo com os seus barcos a todos os pontos do mundo, eram acabadas de praticar, um desafio permanente aos poetas. Que faltava, pois? Que aparecesse o épico, o cantor digno daquela epopeia e daquele movimento. Camões surge, assim, na altura própria. Nem cedo nem tarde. Era a hora. Quando ele atinge os vinte anos, a meio do século XVI, tudo está à mão de semear, à mão de colher. Só lhe faltava o estudo e, a par deste, a experiência. O poeta recolhe ambos e, com o seu génio, pode então compor a epopeia [ ]. O tempo era propício a Camões. E Camões apareceu. Boletim, n.º 4, 1980, Fundação Calouste Gulbenkian (texto adaptado) 5.º Teste de Avaliação de Português (Adequações curriculares) 9.º A Página 2 de 10
1. As afirmações A a G referem-se a informações do texto. Escreve a sequência de letras que corresponde à ordem pela qual essas informações surgem no texto. Começa a sequência pela letra D. A. Conjugados fatores coletivos e individuais, a obra pôde ser realizada. B. Uma das causas deste anseio generalizado era o renascimento do gosto pelos modelos literários clássicos. C. Quando Camões surge, todas as condições exteriores estão reunidas. D. No século XVI circulava na Europa a ideia de que os Descobrimentos portugueses eram matéria adequada à elaboração de uma epopeia. E. Humanistas espanhóis, italianos e portugueses concordavam na necessidade de celebrar literariamente as glórias da nação portuguesa. F. A essas circunstâncias, já se si propícias, Camões juntará características pessoais determinantes: o génio, o estudo e a experiência. G. O carácter inédito e recente da ação portuguesa era também um desafio permanente aos poetas. 2. Associa cada elemento da Coluna A ao único elemento da Coluna B que lhe corresponde, de acordo com o sentido do texto. Escreve as letras e os números correspondentes. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez. Coluna A (a) Luís Vives (b) Ângelo Policiano (c) Garcia de Resende (d) João de Barros (e) Homero Coluna B (1) Humanista espanhol (2) Escritor italiano (3) Cantor italiano (4) Escritor português (5) Historiador português (6) Autor de Odisseia (7) Autor de Eneida 5.º Teste de Avaliação de Português (Adequações curriculares) 9.º A Página 3 de 10
3. Para responderes a cada item (3.1. a 3.4.), seleciona a única opção que permite obter uma afirmação adequada ao sentido do texto. Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida. 3.1. A expressão «isto é» (linha 7) introduz (a) uma explicação. (b) um contraste. (c) uma consequência. (d) uma enumeração. 3.2. Na frase «Declarava-se a favor da tuba épica e clamorosa, pois entendia que mais proveito de tal música nasceria, do que saudosas cantigas e trovas de namorados» (linhas 10-12) pretende dizer-se que João de Barros (a) tinha preconceitos relativamente à poesia lírica. (b) sobrevalorizava abertamente a música. (c) achava a poesia épica adequada ao assunto a tratar. (d) pouco ou nada conhecia no campo da literatura. 3.3. A expressão «Que faltava, pois?» (linhas 19-20) é uma interrogação retórica que visa (a) suspender a linha de raciocínio em curso. (b) abrir espaço para a resposta que se segue. (c) mudar o assunto que está a ser abordado. (d) desvalorizar a figura de Camões. 3.4. Na expressão «tudo está à mão de semear, à mão de colher» (linhas 23-24) está presente (a) uma enumeração. (b) uma sinédoque. (c) uma antítese. (d) um eufemismo. 4. Indica o referente do pronome «lhe» (linha 24). 5.º Teste de Avaliação de Português (Adequações curriculares) 9.º A Página 4 de 10
PARTE B Lê o excerto apresentado de Os Lusíadas, de Luís de Camões. Se necessário, consulta o vocabulário fornecido. De seguida, responde, de forma completa e bem estruturada, aos itens apresentados. Salvo indicação em contrário, utiliza as tuas próprias palavras. 37 Porém já cinco Sóis 1 eram passados Que dali 2 nos partíramos, cortando Os mares nunca de outrem navegados, Prosperamente os ventos assoprando, Quando ũa noite, estando descuidados Na cortadora proa vigiando, Ũa nuvem que os ares escurece, Sobre nossas cabeças aparece. 1 dias. 2 da ilha de Santa Helena. 38 Tão temerosa vinha e carregada, Que pôs nos corações um grande medo; Bramindo, o negro mar de longe brada, Como se desse em vão nalgum rochedo. -Ó Potestade 3, disse, sublimada: Que ameaço divino ou que segredo Este clima 4 e este mar nos apresenta, Que mor cousa parece que tormenta?- 3 poder divino. 4 esta região. 39 Não acabava, quando ũa figura Se nos mostra no ar, robusta e válida 5, De disforme e grandíssima estatura; O rosto carregado, a barba esquálida 6, Os olhos encovados, e a postura 7 Medonha e má e a cor terrena e pálida; Cheios de terra e crespos os cabelos, A boca negra, os dentes amarelos. 5 forte. 6 suja. 7 o aspeto. (continua) 5.º Teste de Avaliação de Português (Adequações curriculares) 9.º A Página 5 de 10
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40 Tão grande era de membros, que bem posso Certificar-te que este era o segundo De Rodes estranhíssimo Colosso 8, Que um dos sete milagres 9 foi do mundo. C um tom de voz nos fala, horrendo e grosso, Que pareceu sair do mar profundo. Arrepiam-se as carnes e o cabelo, A mi e a todos, só de ouvi-lo e vê-lo! 8 Colosso de Rodes. 9 maravilhas. Luís de Camões, Os Lusíadas, edição de A. J. da Costa Pimpão,5.ª ed., Lisboa, MNE IC, 2003. 5. Identifica o episódio a que pertencem as estâncias transcritas. 6. A estância 37 introduz a ação, localizando-a no espaço e no tempo. Indica o período de tempo decorrido desde a partida da ilha de Santa Helena e as condições em que decorreu essa viagem. 7. Refere as alterações meteorológicas que antecedem o aparecimento do gigante. 8. Indica quem se dirige à «Potestade [ ] sublimada» (est. 38, v. 5) e com que intenção o faz. 9. Nas estâncias 39 e 40, é feita a caracterização do gigante. 9.1. Baseando-te na estância 39, caracteriza fisicamente o gigante. 9.2. Indica as duas características do gigante referidas na estância 40. 10. Na estância 40, o narrador dirige-se a uma determinada pessoa - «bem posso / Certificar-te» (vv. 1-2). Identifica essa pessoa. 11. Transcreve os versos que descrevem a reação dos marinheiros à visão do gigante e explicita o seu sentido. 5.º Teste de Avaliação de Português (Adequações curriculares) 9.º A Página 7 de 10
GRUPO II (Funcionamento da Língua) 1. A Coluna A apresenta conjuntos de palavras. As três palavras que compõem cada conjunto têm em comum um elemento cujo sentido está associado a uma das palavras da Coluna B. Faz corresponder a cada conjunto da Coluna A a única palavra da Coluna B que lhe está associada. Escreve as letras e os números correspondentes. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez. Coluna A (a) biblioteca, bibliomania, bibliografia. (b) fisioterapia, hidroterapia, psicoterapia. (c) cronograma, cronómetro, cronologia (d) pentágono, heptágono, hexágono. Coluna B (1) cura (2) homem (3) livro (4) medo (5) ângulo (6) tempo Adaptado do exame nacional de Língua Portuguesa (2010, 1.ª chamada) 2. Classifica a forma verbal sublinhada na frase seguinte, indicando tempo, modo e voz. No século XV, o Cabo das Tormentas foi dobrado por Bartolomeu Dias. 3. Lê a abertura de um discurso de apelo à proteção de espécies marinhas, proferido numa associação ambientalista. Companheiros e companheiras, A Terra, o planeta azul, conserva ainda maravilhas naturais nos seus mares 5.º Teste de Avaliação de Português (Adequações curriculares) 9.º A Página 8 de 10
Utilizando uma das funções sintáticas elencadas no quadro apresentado, completa cada uma das frases que se lhe seguem, para justificares a pontuação utilizada na abertura do discurso. Escreve o número do item, a alínea e a função sintática correspondente. Aposto Atributo Complemento direto Sujeito Vocativo Na primeira linha, usa-se a vírgula para assinalar a expressão com a função sintática de a). Na segunda linha, as vírgulas delimitam a expressão que desempenha a função sintática de b). Adaptado do exame nacional de Língua Portuguesa (2009, 2.ª chamada) 4. Transcreve a oração subordinada que integra a frase complexa que se segue. Sobre as cabeças dos marinheiros apareceu uma nuvem que escurecia o céu. 5. Transforma cada par de frases simples numa frase complexa, utilizando as conjunções e locuções conjuncionais indicadas entre parênteses. Faz as alterações necessárias. a) O gigante calou-se. Vasco da Gama fez uma pergunta. (Quando) b) Os portugueses chegarão à Índia. Os portugueses alcançarão o estatuto de heróis. (Se) 5.º Teste de Avaliação de Português (Adequações curriculares) 9.º A Página 9 de 10
GRUPO III (Escrita) O texto B aborda tema da ligação entre Portugal e o mar. Para muitos autores, o mar está associado a mistérios por desvendar. Escreve um texto narrativo, correto e bem estruturado, com um mínimo de 120 e um máximo de 180 palavras, em que imagines uma aventura misteriosa que tenha o mar como cenário. Na tua narrativa, deves incluir, pelo menos, um momento de descrição de uma personagem. Adaptado do exame nacional de Língua Portuguesa (2009, 2.ª chamada) Observações relativas ao Grupo III: 1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (exemplo: /di-lo-ei/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (exemplo: /2013/). 2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados um mínimo de 120 e um máximo de 180 palavras, há que atender ao seguinte: -um desvio dos limites de extensão requeridos implica uma desvalorização parcial (até dois pontos); -um texto com extensão inferior a 40 palavras é classificado com 0 (zero) pontos. FIM 5.º Teste de Avaliação de Português (Adequações curriculares) 9.º A Página 10 de 10