Macroeconomia: introdução e indicadores

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Transcrição:

Macroeconomia: introdução e indicadores Prof. Ms. Marco A. Arbex marco.arbex@live.estacio.br Blog: www.marcoarbex.wordpress.com OBJETIVOS DA AULA Conhecer o conceito de macroeconomia e compreender seu campo de análise Compreender o papel da análise macroeconômica na gestão empresarial Compreender o papel do Estado e sua influência na atividade econômica Conhecer os principais indicadores macroeconômicos e suas funções Links Notícias e reportagens: http://portalexame.abril.com.br/economia http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ http://veja.abril.com.br/em-profundidade/ http://www.cartacapital.com.br Indicadores econômicos e bases de dados: http://www.ipeadata.gov.br http://www.ie.ufrj.br/conjuntura/cartas_de_conjuntura/inde x.php SITES http://moglobo.globo.com/economia/indicadores/ PARA PESQUISA 1

Como a economia pode ajudar os gestores? Toda empresa é um sistema aberto (troca informações constantemente com seu ambiente externo), sendo que seu sucesso depende, em parte, do que ocorre nesse ambiente. As forças macroeconômicas fazem parte desse ambiente externo, de forma que monitorar seu andamento é fundamental para uma boa gestão empresarial. A macroeconomia é útil às empresas principalmente porque fornece aos gestores informações sobre a conujuntura econômica (fatos e mudanças econômicas quem ocorrem fora da empresa). Definindo Macroeocnomia A macroeconomia é a área da economia que estuda a atividade econômica como um todo (nível agregado e não individualizado ou focado em mercados específicos). Exemplos de análises macroeconômicas: Como a taxa de juros do país influencia a economia? A taxa de desemprego no país aumentou nos últimos anos? Quais as causas? O atual nível de inflação é preocupante? Por que? Qual a taxa de câmbio ideal para o Brasil? 2

Macroeconomia x microeconomia Enquando a microeconomia analisa o comportamento de setores específicos, a macroeconomia observa os fenômenos de forma agregada. Exemplo: Jão ganha R$ 1.000,00 por mês. Ao estudar como Jão toma suas decisões de compra, estamos no âmbito da microeconomia. Porém, ao somar o salário de Jão com todas as outras pessoas de sua cidade e analisar a renda do município, estamos no âmbito da macroeconomia O papel do Estado na tomada de decisões da sociedade Sabemos que o Brasil é um país capitalista (economia de mercado) e uma economia aberta (que troca informações e produtos com outros países) A partir do início da década de 1990 (fim da Guerra Fria), vários países no mundo abriram seus mercado, inclusive o Brasil. Essa abertura de fronteiras, associada ao desenvolvimento das TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) possibilitaram a aceleração do processo de globalização em todo o mundo. Mesmo nas economias de mercado, o Estado (governo) não deixa de intervir na atividade econômica. Essa intervenção, no entanto, é mais moderada do que a observada nos países socialistas. 3

Níveis de interevenção do Estado na Economia em países capitalistas Maior intervenção estatal: keynesianismo E onde está o neoliberalismo? Menor intervenção estatal: liberalismo Qual seu real significado? Liberalismo Pela ótica liberal, o princípio regulador da vida econômica é a livre concorrência e o único papel do Estado seria garantir essa liberdade competitiva. O mercado seria auto-ajustável, conforme o mecanismo da OFERTA e DEMANDA, tendendo sempre ao equilíbrio se há excesso de oferta ou demanda. Essa livre concorrência e ausência do Estado como regulador da economia recebeu o nome de mão invisível, por Adam Smith, o principal precursor do liberalismo. Keynesianismo A teoria da mão invisível foi deixada de lado quando a Bolsa de Nova York entrou em crise, em 1929 um dos momentos mais difíceis da economia mundial. Depois desse fato, o liberalismo ficou ofuscado pelas idéias de um inglês chamado John Maynard Keynes, considerado um dos maiores economistas de todos os tempos. A teoria keynesiana previa que uma economia poderia permanecer abaixo da sua capacidade, com taxas de desemprego altas, se deixadas sob a condução do livre mercado. 4

Keynes propôs intervenções estatais na economia com o objetivo de estimular o crescimento e reduzir o desemprego O trabalho de Keynes rompeu com a tradicional visão do Estado ausente e foi responsável por colocá-lo como importante agente de desenvolvimento. Keynes é considerado o pai da macroeconomia. Quando o governo de uma país cria medidas para estimular o crescimento econômico ou controlar a inflação, está trabalhando dentro das ideias keynesianas Sabemos que em 2008 o mundo foi atingido por uma crise econômica originada no mercado imobiliário dos EUA. Alguns autores comparam a crise atual com a crise de 1929. De qualquer maneira, a crise de 2008 fez governos do mundo inteiro se mobilizarem através de políticas keynesianas para afastar a crise. Os ciclos econômicos Já sabemos que o Estado (governo) possui um papel importante como infuenciador da atividade econômica, principalmente em épocas de crise. PERGUNTA: É possível eliminar as crises das economias capitalistas? 5

Os ciclos econômicos Acredita-se que NÃO. As economias, historicamente, passam por momentos de crise e prosperidade ao longo dos anos. Esse fenômeno, caracetrizado por alterações periódicas na conjuntura econômica é chamado de ciclos econômicos Esses ciclos são irregulares e muitas vezes imprevisíveis. Ilustração dos ciclos econômicos Um ciclo é composto de várias fases, denominadas: -depressão (ponto mínimo do ciclo); -recuperação (fase ascendente do ciclo); -auge (ponto máximo do ciclo); -recessão ou contração (fase descendente do ciclo). Ilustração do ciclo econômico brasileiro O gráfico mostra o crescimento anual do PIB brasileiro (descontada a inflação). 6

QUESTÃO PARA DISCUSSÃO: Em que ponto do ciclo está a economia brasileira atualmente? Para avaliar o momento cíclico da economia precisamos de ferramentas que forneçam informações e medidas objetivas de monitoramento. É nesse ponto que entram os indicadores econômicos, que são meios para monitorar os fatos econômicos. Através de sua análise, o governo e as pessoas tomam decisões sobre alocação dos recursos. Indicadores econômicos A) PIB (Produto Interno Bruto): principal índice para medir crescimento econômico no Brasil. É definido como o valor dos bens e serviços produzidos no país durante um determinado período de tempo. - O crescimento do PIB significa que as pessoas estão consumindo e as empresas estão investindo. O baixo crescimento ou a estagnação do PIB indica que sinal de recessão, o que gera desemprego e desaquece a economia. - Ao se dividir o valor de PIB pelo numero de habitantes de um local, conseguimos o valor do PIB per capita (renda média por pessoa). 7

CRESCIMENTO X DESENVOLVIMENTO Enquanto o crescimento econômico é medido pelo PIB, o desenvolvimento econômico considera aspectos ligados ao bem estar da população, como expectativa de vida, analfabetismo, saúde, educação. Ou seja, pode haver crescimento econômico, mas de forma desigual (com má distribuição de renda). Exemplo no Brasil: o milagre econômico Para medir desenvolvimento econômico, um indicador adequado é o IDH (índice de desenvolvimento humano), que busca incorporar aspectos como taxa de analfabetismo, escolaridade, saúde pública, saneamento básico, etc. B) Dívida pública: somatório do endividamento do governo e de suas empresas. Como a medida desse indicador se dá em percentual do PIB, mostra o nível de endividamento do país em relação a toda a sua riqueza produzida. Quanto mais o governo gasta, a tendência é que maior fique a dívida pública. OBS: Ao final de cada período, o governo pode ter déficits ou superávits de caixa. Os déficits contribuem para aumentar a dívida enquanto os superatvits contribuem para reduzi-la. Diferença entre déficit e dívida Dívida: montante total devido Déficit: resultado (saldo) negativo das contas no final de um período. Oposto de superávit. Exemplo: Você tem um salário de R$ 1.000,00 e está hoje com sua conta bancária negativa em -R$200,00. Ou seja, sua dívida com o banco é de R$200,00 (20% do seu salário). No mês que vem, você consegue gastar somente R$950,00 do salário. Ou seja, você oteve um superávit de R$ 50,00 no mês, o que contribui para reduzir a sua dívida para R$ 150,00 (15% do seu salário sem considerar juros). 8

A dívida eterna Superávit primário e nominal No exemplo do slide anterior, não foi mencionado, mas o cliente paga juros pela conta negativa no banco. No caso da dívida pública, o goveno também paga juros aos credores. Assim, ao obter superávit nas contas públicas, esse resultado pode ser primário ou nominal. Primário: representa o saldo na relação entre receitas e despesas no final de um período SEM considerar os juros ou correção monetária da dívida. Nominal: considera os juros da dívida no resultado O superávit primário tem sido usado na prática para definir o dinheiro que o governo economiza para pagar os juros de sua dívida, sendo um dos principais indicadores utilizados pelos investidores estrangeiros para medir a capacidade de um país pagar suas dívidas. Altos superávits indicam que o governo está gastando menos no período ou arrecadando mais impostos. Por outro lado, obter um superávit elevado significa ter menos dinheiro para investir em outras coisas, como em programas sociais ou em setores que propiciem desenvolvimento econômico. 9

C) CARGA TRIBUTÁRIA: representa o peso dos impostos sobre a atividade produtiva. A alta carga tributária tem efeitos danosos para a economia, pois desestimula investimentos produtivos e retira dinheiro do mercado de consumo, na medida em que transfere renda da iniciativa privada para a pública. - A carga tributária é medida em termos de percentual do PIB. Curiosidade: Os brasileiros precisam trabalhar quase cinco meses por ano apenas para pagar impostos federais, estaduais e municipais. Ver impostômetro: http://www.impostometro.com.br/ D) TAXA DE DESEMPREGO (metodologia PNAD contínua) em vigor a partir de 2015 PNAD contínua: pesquisa trimestral, 211 mil domicílios em 3.500 municípios; considera aptos ao trabalho pessoas acima de 14 anos de idade; considera desempregada a pessoa sem ocupação e ao mesmo tempo disponível para um emprego (mesmo tendo desistido de procurar) E) TAXA DE CÂMBIO: Indica a taxa de troca entre o real (moeda brasileira) e alguma moeda estrangeira. O governo, através do Banco Central (BACEN), pode fixar a taxa de câmbio, ou permitir que ela seja flexível (flutuante), determinada pela lei da oferta e demanda. - Desde 1999, o Brasil possui taxa de câmbio flutuante. - OBS: nesse regime o governo ainda consegue influenciar o câmbio, mas de forma limitada. 10

F) BALANÇA COMERCIAL: Relação entre as exportações e as importações do país. Exportação: venda de produtos nacionais para o exterior. Importação: compra de produtos oriundos de outros países Quando o valor das exportações excede o valor das importações, o país apresenta superávit na balança comercial (saldo positivo). Quando o valor das importações excede o valor das exportações, o país apresenta déficit. Os níveis de importação e exportação de um país são muito influenciados pela taxa de câmbio vigente, entre outros fatores. G) TAXA SELIC: Selic significa Sistema Especial de Liquidação e Custódia. Indica a taxa de juros básica da economia, definida pelo Copom (Comitê de Política Monetária). Via de regra, a partir da SELIC, os bancos definem a que taxa de juros irão emprestar dinheiro para pessoas físicas e empresas. A taxa SELIC é utlizada como um dos principais instrumentos do governo para controle da inflação no Brasil. Como a SELIC afeta a população, as empresas e o governo? Famílias: Afeta as decisões de consumo, tanto na disposição de adquirir um bem a prazo, como na decisão entre consumir e poupar, já que juros mais elevados levam a aumento da poupança e redução do consumo. Empresas: Afeta as decisões de investimento, pois com taxas de juros mais elevadas, o custo de tomar o recurso emprestado fica mais alto; além disso, pode ser mais atraente aplicar o recurso no mercado financeiro do que na atividade produtiva. 11

Como a SELIC afeta a população, as empresas e o governo? Governo: Quando as taxas de juros sobem, o custo de rolagem da dívida (alongamento do prazo de pagamento) aumenta, pressionando o déficit público e, por conseqüência, a própria dívida interna. Há também um papel importante nas contas externas: quando o país está necessitando de dólares, as taxas internas de juros podem ser elevadas para atrair recursos do exterior (investimentos especualtivos), que vêm em busca de rendimentos mais altos. H) ÍNDICES DE INFLAÇÃO: A inflação pode ser definida como um aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços em uma economia. O índice oficial de inflação no Brasil é o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) IBGE, que é utilizado pelo governo federal para monitoramento das metas inflacionarias. O combate à inflação tem sido um dos principais objetivos do governo brasileiro nos últimos dez anos. Por que os preços sobem? A inflação pode se originar tanto do lado da oferta (vendedores) quanto do lado da demanda (compradores): 1) inflação de custos: ligada ao lado da oferta; causada por aumentos nos custos para ofertar determinado produto ou serviço - Exemplo: o custo da minha matéria-prima subiu, por isso vou ter que repassar o aumento para os produtos que vendo. 12

Por que os preços sobem? 2) inflação de demanda: refere-se ao excesso de demanda em relação à oferta de bens e serviços em uma economia (capacidade produtiva não suporta a demanda existente) - Exemplo: existe tanta gente querendo comprar esse produto, que faltou no mercado e seu preço subiu. Na sua opinião, qual o pior tipo de inflação? Inflação de custos ou inflação de demanda? Por que controlar a inflação? A inflação corrói o poder aquisitivo das pessoas, principalmente assalariados e pessoas que não conseguem poupar parte da sua renda para se precaver dos aumentos de preços A existência da inflação faz com que o valor real seja diferente do valor nominal da moeda. Mas o que isso significa? 13

Valor nominal e valor real O valor nominal de uma quantia em dinheiro é simplesmente seu valor de face. O valor real de uma quantia em dinheiro é medido em termos da quantidade dos bens que essa quantia pode comprar (poder de compra). Salário mínimo nominal no Brasil entre 1998 e 2013 Salário mínimo real no Brasil entre 1998 e 2013 14

Hiperinflação de 25000% ao ano faz governo do Zimbábue lançar nota de 10 milhões Cédula é suficiente para comprar cerca de seis pães! O Brasil também experimentou a hiperinflação na década de 80 e início de 90. Veja os gráficos a seguir: Parece estranho mas faz sentido Embora a inflação tenha tais efeitos negativos, há um lado positivo: a chamada de curva de Phillips ; Esse conceito mostra que em épocas de inflação muito baixa (taxas próximas a zero ou negativas), normalmente observa-se elevação no desemprego. Ou seja, quando há inflação (inflação de demanda) em níveis que não sejam exagerados, há indícios de que as pessoas estão consumindo e as empresas produzindo, o que reflete em baixos níveis de desemprego. 15

Com base nas informações do slide anterior, podemos concluir que o governo, ao planejar as ações de combate à inflação, deveria indicar que não deseja inflação zero. Correto? PILARES DO MODELO ECONÔMICO BASILEIRO (TRIPÉ MACROECONÔMICO) A) Regime de metas de inflação: o governo tem meta de 4,5% ao ano, aceitando uma variação de 2% para mais ou para menos. Essa meta é a mesma desde 2007. B) Câmbio flutuante: Até 1999, o Brasil possuía um regime de câmbio fixo determinado pelo governo. Atualmente, o câmbio varia de acordo com a lei da oferta e demanda. C) Política fiscal apertada: busca de superávit primário (gastar menos do que arrecada, sem contar gastos com juros). PILARES DO MODELO ECONÔMICO BASILEIRO (TRIPÉ MACROECONÔMICO) Recentemente, economistas afirmam que o governo Dilma teria abandonado o tripé macroeconômico, fato negado pelo governo. Como podemos avaliar essa situação? 16

Textos base: MANKIW, N, G. Introdução à economia. São Paulo: Thomson Learning, 2005. MOCHÓN, Francisco Morcillo. Princípios de economia. São Paulo: Pearson, 2006. O SULLIVAN, Arthur; SHEFFRIN, Steven M.; NISHIJIMA, Marislei. Introdução à economia: princípios e ferramentas. São Paulo: Pearson, 2004. PINHO, D. B; VASCONCELLOS, M. A. S. Manual de introdução à economia. São Paulo: Saraiva, 2009. SANDRONI, Paulo. Novíssimo dicionário de economia. São Paulo: Saraiva, 1999 VASCONCELLOS, Marco Antônio Sandoval; GARCIA, Manuel Enriquez. Fundamentos de economia. São Paulo: Saraiva, 2006. 17