Biologia Floral do Meloeiro no Ceará: Emissão, Duração e Relação Flores Masculinas / Hermafroditas.

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Transcrição:

Biologia Floral do Meloeiro no Ceará: Emissão, Duração e Relação Flores Masculinas / Hermafroditas. João R. Crisóstomo 1 ; Lorna F. Falcão 2 ; Fernando A. S. de Aragão 3 ; Jalmi G. Freitas 4 ; Jefté F. da Silva 5 ; Francisco Herbeth C. dos Santos 6 1 Embrapa Agroindústria Tropical, C. Postal 3761, crisost@cnpat.embrapa.br; 2 Estudante de Agronomia/ESAM - RN; 3 Embrapa Hortaliças, C. Postal 218, aragao@cnph.embrapa.br; 4 Mestrando da UFC; 5 Bolsista do PET Agronomia/UFC; 6 Estudante de Agronomia/UFC RESUMO Visando conhecer a fase de florescimento do meloeiro no Ceará, foram avaliados sete híbridos de melão amarelo de julho a setembro de 2002 em Pacajús - CE, em experimento em blocos ao acaso, três repetições, cinco plantas por parcela, espaçamento de 2m x 1m e irrigação por gotejamento. Os resultados mostraram que é reduzido o período de emissão de flores, sendo em média de 20,58 dias para as masculinas e de 10,73 dias para as hermafroditas. Também é reduzido o número total de flores por planta sendo de 25,98 e 3,16 para masculinas e hermafroditas respectivamente. O período médio de emissão de flores hermafroditas inicia-se e cessa cinco dias após e antes das masculinas. PALAVRAS CHAVES: Cucumis melo L., Naud, biologia floral. ABSTRACT Biology floral of the melon in the Ceará: emission, duration and relation of flowers masculine/hermaphrodites. Aiming to know the bloom phase of the melon in the Ceará, state, Brazil, it were evaluated seven yellow cantaloups hybrids from July to September, 2002, in Pacajús, in experiment block-type with three repetitions, five plants for parcel, with a spacing of 2 per 1m and irrigation for dripping. The results had shown that the period of emission of flowers is reduced, being in average of 20,58 days for the masculines and 10,73 days for the hermaphrodites. Also the total number of flowers for plant being of 25,98 and 3,16 for masculines and hermaphrodites is

reduced respectively. The average period of emission of flowers hermaphrodites is initiated and after ceased five days and before the masculines. KEYWORDS: Cucumis melo L., floral biology. O conhecimento da biologia floral é fundamental para o melhoramento genético e cultivo de uma espécie. No meloeiro, para se conseguir um bom desenvolvimento do fruto é necessário que um número significativo de grãos de pólen germinem sobre o pistilo da flor, uma vez que a influência de auxinas está associada com a emissão de tubos polínicos. Se existe deficit polínico, poderão ser formados frutos deformados ou com poucas sementes (McCreight et al., 1993). São descritas três fases na produção do melão, sendo a segunda aquela que vai do aparecimento das primeiras flores até os primeiros frutos. Esta fase é de grande importância pela mão-de-obra empregada, bem como pelas exigências nutritivas da planta para uma boa produção. Na Espanha ela dura, em média, 42 dias (Maroto, 1983). No Nordeste brasileiro é bem menor e tem reflexos no manejo e na produtividade. Também é importante o conhecimento da relação entre as flores masculinas e hermafroditas, não havendo informações a este respeito no Nordeste. O objetivo deste trabalho foi quantificar o período de florescimento, o número, os tipos de flores produzidas e a relação flores masculinas/hermafroditas em híbridos de melão amarelo, nas condições do Estado do Ceará. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi conduzido no período julho-setembro de 2002 no Campo Experimental da Embrapa - Agroindústria Tropical em Pacajús - Ceará. Foram avaliados sete híbridos amarelos (Gold Pride, Gold Star, Yellow King, RML, AF 682, AF 646 e Gold Mine) num delineamento em blocos ao acaso com três repetições, cinco plantas por parcela e espaçamento de 2m X 1m com uma planta por cova. O experimento foi submetido a irrigação por gotejamento, com adubação na fundação e na água de irrigação em função das análises de solo. Foram efetuadas anotações diárias das flores masculinas e hermafroditas em todas as plantas da parcela, durante todo o período de florescimento, obtendo-se

os dados para as seguintes variáveis: a) dias do plantio até a emissão da primeira flor masculina e hermafrodita; b) dias emitindo flores; c) Número de flores emitidas e d) relação entre flores masculinas e hermafroditas (M/H). Os dados foram submetidos a análise de variância permitindo a discriminação entre os híbridos e entre os tipos de flores. RESULTADOS E DISCUSSÃO O teste F foi significativo a 5% de probabilidade para a maioria das variáveis (Tabela 1) indicando haver diferenças entre os híbridos para o número de dias para a emissão da primeira flor masculina, para o número de dias emitindo flores masculinas, para o número de flores masculinas, flores hermafroditas e total de flores e para a relação flores masculinas/hermafroditas. As médias obtidas pelos híbridos, por variável, e a discriminação pelo teste de Tukey (Tabela 1) permite estabelecer considerações sobre as seguintes variáveis: a) dias do plantio até a emissão das primeiras flores. Em média as flores masculinas surgiram aos 26,94 dias e as hermafroditas aos 32,09 dias do plantio. Quanto às masculinas o híbrido AF 646 foi o mais tardio com as primeiras flores surgindo aos 28,6 dias. O mais precoces foram o Gold Pride (25,73 dias), o Gold Star (26,13 dias) e o Gold Mine (26,20 dias) diferindo estatisticamente do AF 646. Os demais híbridos situaram-se entre esses valores sem diferença estatística dos precoces e tardios. Quanto as flores hermafroditas não houve diferença significativa entre os sete híbridos mantendo-se, entretanto, o Gold Pride mais precoce (30,87 dias) e o AF 646 o mais tardio (33,8 dias). Estes resultados são inferiores àqueles observados na Espanha onde a floração inicia-se ao redor dos 76 dias do plantio (Maroto, 1983); b) dias emitindo flores. Em média os híbridos emitiram flores masculinas durante 20,58 dias e flores hermafroditas durante, apenas, 10,73 dias. Verificouse diferença estatística entre os híbridos apenas para flores masculinas. Nestas o Glod Pride apresentou o maior período de emissão (21,87 dias) e o AF 646 o menor período (18,87 dias) diferindo estatisticamente entre eles. Esta fase também difere bastante da ocorrida na Espanha, com duração de 42 dias. Esse reduzido período, sobretudo de flores hermafroditas, evidencia que o cultivo do meloeiro requer bastante atenção nas nossas condições; c) número de flores

emitidas durante a fase. Em média cada planta emitiu 29,15 flores sendo 25,98 masculinas e 3,16 hermafroditas e houve diferença estatística entre os híbridos, para os dois tipos de flores. A maior média das masculinas (34,82) foi produzida pelo Gold Pride e a menor (19,47) pelo RML. Quanto as hermafroditas a maior média foi produzida pelo Yellow King (4,10) e a menor pelo Gold Mine (2,83). d) relação flores masculinas/hermafroditas. A relação média em cada parcela de cinco plantas foi de 8,78, ou seja, para cada flor hermafrodita emitida existem, em média, oito masculinas evidenciando boa disponibilidade de pólen. Constatou-se diferença estatística entre os híbridos para relação M/H. A maior e menor relação foi, respectivamente, para o Gold Pride (11,32) e para ao Yellow King (6,06). Considerando a elevada incidência de frutos perfeitos pode-se inferir que o número encontrado para flores masculinas possibilita suficiente disponibilidade de grãos de pólen, devendo-se salientar, entretanto, a baixa relação encontrada para o Yellow King e os demais que não diferem significativamente dele. Com base nos dados foi possível concluir que é reduzido o período de emissão de flores no meloeiro, nas condições do ceará, sobretudo de flores hermafroditas (10,73 dias) quando comparado com o período de 42 dias constatados na Espanha. Também é reduzido o número de flores hermafroditas produzidas pelo meloeiro, ou seja, 10,8% de um total médio de 29,15 flores/planta. As flores masculinas surgem primeiro que as hermafroditas e o período médio de emissão de flores hermafroditas (10,73 dias) está contido dento do período médio de emissão de flores masculinas (20,58 dias). LITERATURA CITADA MAROTO, J.V. Horticultura herbácea especial. Madrid: Mundi-Prensa, 1983. p. 384-408. McCREIGHT, J. D.; et al. Melon. In: Genetic Improvement of Vegetable Crops. New York: Pergamon Press Oxford, 1993. Cap. 20, p. 267-294.

Tabela 1. Resultado da análise de variância e discriminação das médias pelo teste de Tukey referente a biologia da floração de híbridos de melão amarelo nas condições do Ceará. Fortaleza, 2004. Híbrido Emissão da 1ª flor 1 Dias emitindo flores Número de flores emitidas Relação (dias) M/H M H M H M H Total Gold Pride 25,7 b 2 30,9 a 21,9 a 10,7 a 34.8 a 3.3 b 38.1 a 11,3 a Gold Star 26,1 b 31,7 a 21,3 ab 9,8 a 28.0 bc 3.1 bc 31.1 bc 9,3 abc Yellow King 27,3 ab 32,1 a 20,3 bcd 11,6 a 22.3 d 4.1 a 26.4 cd 6,1 d RML 27,0 ab 31,9 a 19,5 cd 10,8 a 19.5 d 2.5 c 21.9 d 8,4 bcd AF 682 27,6 ab 33,1 a 20,9 abc 10,9 a 22.8 cd 3.0 bc 25.8 cd 7,9 cd AF 646 28,6 a 33,8 a 18,9 d 9,9 a 24.7 bcd 3.3 b 28.0 bc 7,6 cd Gold Mine 26,2 b 31,3 a 21.3 ab 11,5 a 29.8 ab 2.8 bc 32.6 ab 10,9 ab Máximo 34,0 42,0 25,0 20,0 50,0 8,0 49,0 19,1 Mínimo 25,0 29,0 16,0 6,0 10,0 1,0 11,0 3,8 Média 26,9 32,1 20,6 10,7 26,0 3,0 29,0 8,8 P (teste F) 0,02 0,14 < 0,01 0,37 < 0,01 < 0,01 < 0,01 < 0,01 1/ Flor masculina = M; flor hermafrodita = H e total de flores (M + H) = Total. 2/ Médias seguidas pela mesma letra não diferem, entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.