Intensificação da Cooperação Sino-lusófona e o Alargamento do Papel de Macau como Plataforma



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Transcrição:

Apresentação Geral da Região Administrativa Especial de Macau em 2013 Intensificação da Cooperação Sino-lusófona e o Alargamento do Papel de Macau como Plataforma A 4.ª Conferência Ministerial e a cerimónia do 10.º aniversário do estabelecimento do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, organizado pelo Ministério do Comércio do Governo Central, e realizado pelo Governo da RAEM, teve lugar, em 5 de Novembro, na Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental de Macau. O tema 65

Macau 2014 Livro do Ano desta edição intitulou-se Novo Ciclo, Novas Oportunidades. Na Conferência Ministerial foram definidas as orientações, áreas e modelo de cooperação, sendo celebrado, ainda, no final da Conferência, o Plano de Acção da Cooperação Económica e Comercial para o Triénio 2014-2016. Wang Yang, vice-primeiro-ministro do Conselho de Estado, afirmou no seu discurso de abertura que a cooperação económica e comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa está cada vez mais consistente e, no futuro, será ainda mais forte e alargada em termos de comércio e de uma cooperação multilateral mais diversificada, anunciando, igualmente, oito novas medidas de apoio do Governo chinês ao desenvolvimento dos Países de Língua Portuguesa nos próximos três anos (2014-2016), designadamente: apoiar a construção de infra-estruturas e projectos de desenvolvimento de unidades de produção através de concessão de empréstimos; desenvolver a cooperação com os Países de Língua Portuguesa, na área de educação e formação de recursos humanos qualificados, ciências, saúde e medicina, agricultura, protecção do meio ambiente, etc.; apoiar o desenvolvimento económico-social dos países participantes no Fórum de Macau; partilhar a experiência adquirida e bem-sucedida no implemento de Zonas Económicas Especiais e Zonas de Desenvolvimento, e incentivar empresas chinesas a implementar Zonas de Cooperação Económica e Comercial nesses países. O ministro do Comércio, Gao Hucheng, disse, durante a conferência de imprensa, que a série de medidas já anunciadas pelo vice-primeiro-ministro contribuirão, certamente, para reforçar e imprimir uma nova dinâmica à cooperação sino-lusófona. No final da Conferência Ministerial, os representantes dos países membros do Fórum Macau procederam, à assinatura do Plano de Acção da Cooperação Económica e Comercial para o Triénio 2014-2016, que define os seguintes três pontos: Primeiro, a nova meta de comércio e investimento bilateral, até 2016, deverá atingir 160 mil milhões de dólares nas trocas comerciais, propondo-se o esforço de concretização de um rápido aumento do valor de investimento mútuo nos próximos três anos. Segundo, enriquecimento do conteúdo de cooperação pragmática. Assim, por exemplo, e pela primeira vez, recomenda-se a criação de zonas de cooperação económica e comercial para o sector empresarial, refere-se a intensificação da cooperação no domínio de protecção ambiental, nomeadamente, energias limpas, e menciona-se a promoção do intercâmbio de obras cinematográficas e conteúdos televisivos. Por outro lado, no domínio de investimento, procurar-se-á reforçar e aperfeiçoar o ambiente de investimento, com vista a facilitar trocas de visitas entre empresários e actividades de investimento e comerciais das empresas. No domínio das infra-estruturas, tentar-se-á atrair mais empresas para participarem na construção de infra-estruturas pela via bilateral ou multilateral. No domínio da educação e da formação, visar-se-á aumentar a cooperação no ensino da língua portuguesa e da língua chinesa, com vista a aprofundar a cooperação no desenvolvimento de recursos humanos. Na vertente financeira, procurar-se-á aprofundar a cooperação entre as instituições 66

Apresentação Geral da Região Administrativa Especial de Macau em 2013 financeiras e divulgar o Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa, bem como a promoção do implemento dos projectos económicos e comerciais. Terceiro, aprofundamento do papel de Macau como plataforma. O Plano de Acção destaca o reconhecimento do desenvolvimento do papel de Macau como a plataforma para a cooperação económica e comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa e faz referência específica à promoção da organização de feiras especializadas em Macau para os mercados dos Países de Língua Portuguesa, incentivando a participação dos governos e empresas dos países membros do Fórum de Macau no Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de Infra-estruturas, o estudo da criação do Centro de Distribuição dos Produtos Alimentares dos Países de Língua Portuguesa em Macau, bem como a promoção da Região Administrativa Especial como um dos locais de arbitragem para a resolução de eventuais conflitos decorrentes do comércio entre as empresas da China e dos Países de Língua Portuguesa. Ao usar da palavra na conferência de imprensa, o ministro do Comércio, Gao Hucheng, sublinhou que, nos últimos dez anos, com os esforços dos países membros, o Fórum de Macau transformou-se numa plataforma importante para promover a cooperação económica e comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Adiantou que a envergadura de investimento se alargou e a cooperação de investimento aumentou rapidamente, na medida que as seis novas medidas anunciadas na última Conferência Ministerial pela China foram implementadas com sucesso. Acreditou que a cooperação económica e comercial sino-lusófona alcançará novos resultados ainda maiores nos próximos três anos e o papel de Macau como plataforma será plenamente valorizado. Os dados demostram que, durante o decénio entre 2002 e 2012, o volume de trocas comerciais entre a China e os países lusófonos aumentou de 5,6 mil milhões de dólares americanos para 128,497 mil milhões de dólares americanos enquanto se registou um crescimento acelerado de investimentos nos dois sentidos. Até ao momento, os países lusófonos criaram mais de 800 empresas na China. Além disso, a China disponibilizou um total de quatro mil milhões de renminbis para assistência a Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor Leste. Relativamente à formação de pessoal, a China ajudou a formar mais de cinco mil talentos nas diferentes áreas, e na China, as instituições de ensino superior que dão cursos em português aumentaram para 58. Nos últimos dez anos, o número de turistas da China com destino aos países lusófonos vai para além de 1,6 milhões. O Fundo da Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa foi criado em 26 de Junho de 2013 em Pequim, sendo uma iniciativa conjunta do Banco de Desenvolvimento da China e do Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização de Macau. O valor da primeira tranche, que é de 125 milhões de dólares americanos, foi entregue pelo Banco de Desenvolvimento da China e do Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização de Macau, cuja operação e gestão cabe ao Fundo de Desenvolvimento China-África. 67

Macau 2014 Livro do Ano Desenvolvimento estável do sector do jogo acompanha o forte crescimento da procura interna e do comércio a retalho Em 2013, o PIB de Macau foi de 413,5 mil milhões de patacas, traduzindo um crescimento material de 11,9 por cento em relação ao período homólogo do ano anterior, enquanto o PIB médio per capita foi de 697,502 patacas (cerca de 87,306 dólares americanos). O crescimento económico de Macau em 2013 foi impulsionado principalmente pela exportação de serviços, resultante do forte e contínuo desenvolvimento do sector turístico e do jogo, tendo registado um aumento de 12,4 por cento na exportação de serviço do jogo e uma subida de dez por cento na exportação de outros serviços turísticos, que contribuíram em 12,3 por cento para o crescimento económico. Relativamente a outros componentes económicos, apesar de registarem um aumento de 27,3 por cento do investimento privado, verificou-se uma queda considerável de 48,1 por cento do investimento do Governo, levando a que o investimento em capital fixo se contraísse tendo um crescimento de apenas 4,7 por cento. Por outro lado, as despesas do consumo privado e do consumo final da administração pública registaram ambas 6,3 por cento e a exportação de mercadoria conheceu uma subida de 11,4 por cento, enquanto a importação de mercadorias aumentou 15,1 por cento. Quanto à estrutura do PIB, o forte crescimento do sector turístico e do jogo levou a um aumento do peso das exportações líquidas de mercadorias e serviços no PIB de 58,2 por cento em 2012 para 60,9 por cento em 2013. Ao contrário, o peso da procura interna no PIB sofreu uma queda de 41,8 por cento em 2012 para 39,1 por cento em 2013, tendo registado quedas de 0,9 por cento de investimento com 13,8 por cento, 1,4 por cento e 0,4 por cento das despesas do consumo privado (18,7 por cento) e do consumo final da administração pública (6,5 por cento) respectivamente. O valor global de exportação de mercadorias no ano inteiro de 2013 cifrou-se na ordem dos 9090 milhões de patacas, assinalando uma subida anual de 11 por cento, graças principalmente ao crescimento de 21 por cento de reexportação, enquanto a exportação dos produtos locais registou uma descida de 12 por cento. O valor total anual de importação de mercadorias foi de 81,01 mil milhões de patacas, marcando um aumento anual de 14 por cento. O valor total anual do comércio foi de 90,11 mil milhões de patacas, um aumento anual de 14 por cento, registando um défice comercial de 71,92 mil milhões de patacas. Relativamente à procura interna, o valor global anual de comércio a retalho em 2013 ascendeu a 66,04 mil milhões de patacas ou seja um aumento anual de 23 por cento. A análise de valor de mercadorias vendidas mostra que relógios e joalharia (20,46 mil milhões de patacas) e mercadoria geral (10,39 mil milhões de patacas) ocuparam 31 por cento e 16 por cento do valor global de comércio a retalho, respectivamente. Durante o ano 2013, o investimento em construção elevou-se sete por cento e o investimento em equipamento diminuiu 4,5 por cento, ambos em termos reais, as variações conduziram a um aumento de 4,7 por cento do investimento global, em termos reais. Realça-se que o investimento privado se expandiu 27,3 por cento, porém, o investimento público baixou 48,1 por cento. 68

Apresentação Geral da Região Administrativa Especial de Macau em 2013 Relativamente às receitas totais do Governo no ano de 2013 cifraram-se nos 155,51 mil milhões de patacas, ou seja, mais 20,1 por cento, tendo as receitas relativas ao imposto do jogo atingido 134,38 mil milhões de patacas, equivalente a uma subida de 18,5 por cento. As despesas totais do Governo contabilizaram 59,25 mil milhões de patacas, isto é, mais 4,4 por cento, das quais, 51,29 mil milhões de patacas dizem respeito a despesas correntes (+26,8%), tendo-se registado um saldo positivo de 96,26 mil milhões de patacas nas finanças públicas. No que diz respeito à situação de emprego, a taxa de desemprego era de 1,8 por cento e a taxa de desemprego dos residentes locais era de 2,4 por cento, uma descida anual de 0,2 por cento. A mediana do rendimento mensal da população empregada era de 12.300 patacas no quarto trimestre, um aumento anual de 300 patacas, ao passo que a mediana do rendimento mensal de residentes locais era de 15.000 patacas, um aumento anual de 2000 patacas. As indústrias do jogo, turismo e sectores relacionados continuaram a registar, em 2013, o crescimento com um número total de 29.324.822 visitantes chegados a Macau, equivalente a um aumento de quatro por cento em relação ao de 2012. As receitas brutas de jogo (sem incluir gorjetas) alcançaram 360,749 mil milhões de patacas em 2013, equivalentes a um aumento anual de 18,6 por cento. A despesa dos visitantes (excluindo as despesas no jogo) do ano inteiro de 2013 atingiu 59,5 mil milhões de patacas, marcando um aumento anual de 14 por cento. A despesa per capita dos visitantes foi de 2030 patacas, representando uma subida de nove por cento. O consumo médio per capita dos visitantes hospedados em hotéis foi de 3475 patacas enquanto o consumo médio per capita dos visitantes não pernoitados em Macau foi de 662 patacas, traduzindo aumentos anuais de oito e 13 por cento, respectivamente. Em 2013, os visitantes hospedados em hotéis ocuparam 70,2 por cento dos visitantes que pernoitaram em Macau, sendo esta percentagem superior aos 65,4 por cento registados em 2012. O número dos visitantes hospedados em hotéis totalizou 10.670.599, um aumento anual de 1,8 por cento. A taxa média de pernoita foi de 1,4 dias e a taxa de ocupação hoteleira foi de 83,1 por cento, assinalando uma queda de 0,5 por cento relativamente ao ano de 2012. Desenvolvimento do sector de convenções e exposições impulsiona a construção de plataforma de serviço comercial Olhando o objectivo da construção do centro mundial de turismo e lazer e da plataforma regional de serviço comercial, o Governo da RAEM empenhou-se na valorização do papel impulsor da indústria de jogo e turismo e no apoio ao desenvolvimento de novas indústrias adequadas a Macau, com destaque na promoção do desenvolvimento de indústria de convenções e exposições. Em 2013, o Governo da RAEM continuou optimizar o Plano de Estímulo às Convenções e Exposições. A partir de 1 de Janeiro de 2013, além das medidas de apoio e colaboração existentes no Plano, foram introduzidas novas medidas de apoio para a realização de convenções, nos âmbitos da propaganda e promoção, e dos serviços de interpretação e tradução. Igualmente, 69

Macau 2014 Livro do Ano no campo da realização de exposições, foi concedido também apoio para despesas em logística e transporte de objectos para exposições. De 2012 até finais de Setembro de 2013, foram recebidos 149 pedidos, e aprovados 111, envolvendo um montante de 84,85 milhões de patacas. Por outro lado, o Governo da RAEM continuou a dar apoio à comunidade empresarial nas visitas de estudo e intercâmbio às cidades de prestígio no exterior, no âmbito da organização de convenções e exposições e empenhou-se na introdução de convenções e exposições de marca do exterior em Macau. Ao mesmo tempo, deu continuidade também à incubação de convenções e exposições de marca de Macau, nomeadamente, o Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental 2013 (MIECF), a Exposição de Franquia de Macau (MFE), a Feira Internacional de Macau (MIF), a Feira de Produtos de Marca da Província de Guangdong e Macau 2013, entre outras. O Governo da RAEM intensificou a cooperação com o sector de convenções e exposições do Interior do País, empenhando-se, através do mecanismo de cooperação estabelecido com o Ministério do Comércio do Estado no domínio de Convenções e Exposições, na promoção de medidas que visam facilitar, reciprocamente, o desalfandegamento dos objectos para exposições de ambas as partes. Até ao momento já foram confirmados oito eventos a serem beneficiários das medidas de facilitação do processamento de vistos para efeitos de entrada e saída de Macau em 2013. Para promover a formação de pessoal qualificado do sector de convenções e exposições. Foi dado apoio na realização do Workshop sobre Concurso e Gestão de Convenções Internacionais organizado pela Associação de Convenções e Exposições de Macau, em colaboração com a Associação Internacional de Profissionais de Organização de Congressos (IAPCO), procurando assim reforçar os conhecimentos e técnicas de venda, marketing e gestão de operação dos profissionais do sector para a participação nos concursos de organização de convenções internacionais. Com vista a promover o desenvolvimento de longo prazo da indústria de exposições e convenções, a Comissão para o Desenvolvimento de Convenções e Exposições e os grupos de trabalho subordinados, nomeadamente o Grupo para a Política e Investigação do Desenvolvimento de Convenções e Exposições e o Grupo para o Desenvolvimento da Cooperação Externa realizaram estudos sobre o plano de apoio financeiro à indústria de convenções e exposições, os projectos de formação para os operadores do respectivo sector, bem como as medidas de logística e desalfandegamento respeitantes às ditas actividades. Em 2013, foram realizadas no total 1030 convenções e exposições, um aumento anual de oito eventos, contando com 2034 mil participantes e com 833 mil metros quadrados de área de exposição. Dos eventos realizados, 66 foram exposições, com a presença de 1893 mil visitantes, um aumento de 27 por cento, com 343 mil metros quadrados de área de exposição e com uma duração média de 3,2 dias, enquanto, 964 foram convenções, com a presença de 141 mil participantes e uma duração média de 1,9 dias. Em 2013, a receita dos organizadores de exposições atingiu os 180 milhões de patacas, ao passo que a despesa foi de 300 milhões. De acordo com investigação feita aos 653 expositores, a venda de produtos ocupou 90 por cento da sua receita e o arrendamento de stands correspondeu a 56 por cento da sua despesa. 70

Apresentação Geral da Região Administrativa Especial de Macau em 2013 Apoio às pequenas e médias empresas As sociedades constituídas em 2013 totalizaram 4481 unidades, com 760 milhões de patacas de capital social inscrito, representando um aumento de 24,1 por cento e 24 por cento, respectivamente, em relação a igual período do ano transacto. Das sociedades constituídas, 4275 tinham um capital social inscrito inferior a 500 mil patacas. Das novas sociedades, 1656 operam no comércio por grosso e a retalho, e 996 operam no serviço comercial e industrial, com 220 e 110 milhões de capital social inscrito, respectivamente. O número das sociedades dissolvidas em 2013 foi de 515, com 240 milhões de capital social revogado. As pequenas e médias empresas absorveram uma grande parte da população empregada e deram um grande contributo na construção do centro mundial de turismo e lazer e da plataforma regional de serviço comercial e na manutenção da identidade local e da singularidade urbana. Ao longo dos anos, o Governo da RAEM tem-se empenhado na incubação e no apoio ao desenvolvimento de pequenas e médias empresas ajudando a aumentar a sua competitividade tendo em conta as dificuldades por elas enfrentadas no seu desenvolvimento. Em 2013, o Governo da RAEM continuou a implementar os diversos planos de apoio a pequenas e médias empresas. Para tal, foram recebidos 815 pedidos, ao abrigo do Plano de Apoio a Pequenas e Médias Empresas, dos quais 722 foram aprovados, envolvendo um montante de cerca de 265 milhões de patacas. Quanto ao Plano de Garantia de Créditos a Pequenas e Médias Empresas, foram recebidos 91 pedidos, dos quais 86 foram aprovados, tendo envolvido um montante de cerca de 157 milhões de patacas de garantia, já no Plano de Garantia de Créditos a Pequenas e Médias Empresas Destinados a Projecto Específico, foram recebidos três pedidos, e aprovados quatro, envolvendo um montante cerca de 3,9 milhões de patacas. No que se refere à Bonificação de Juros de Créditos para Financiamento Empresarial, foram recebidos 124 pedidos, dos quais 102 aprovados, envolvendo um montante global de crédito bancário com bonificação de juros no valor de 359 milhões de patacas. A par disso, o Governo da RAEM criou, no âmbito do Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização, o Plano de Apoio a Jovens Empreendedores, que visa conceder uma verba de apoio reembolsável, isenta de juros, aos jovens de Macau que desejem criar os seus próprios negócios, mas que não disponham de capital suficiente. Em 10 de Junho, foi publicado, pelo Governo, o detalhe do Plano, podendo os pedidos de concessão do respectivo apoio ser apresentados a partir de 1 de Agosto. Até finais de Dezembro de 2013, foram recebidos 182 pedidos, dos quais 77 foram aprovados, envolvendo um montante de 18,52 milhões de patacas. Os principais sectores envolvidos são o comércio a retalho, serviços públicos, bem-estar social e serviço privado, actividade imobiliária e serviços às empresas, construção civil e obras públicas. O Governo da RAEM lançou uma proposta no sentido de aumentar, para 900 milhões de patacas, o montante máximo da garantia de crédito prestada pelo Governo, no âmbito do Plano de Garantia de Créditos a Pequenas e Médias Empresas, reforçando assim o apoio ao desenvolvimento das PME. Apoiou no desenvolvimento das PME também através do Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização, com vista a aumentar o seu nível de gestão 71

Macau 2014 Livro do Ano e de competitividade e capacidade na procura das oportunidades de negócios. Quanto aos recursos humanos, a Administração continuou a proceder, com a máxima celeridade, ao tratamento dos pedidos de importação dos trabalhadores não-residentes apresentados por estas empresas, a fim de atenuar as dificuldades sentidas pelas PME devido à falta de mão-de-obra. Para além de apoios financeiros e tributários, o Governo da RAEM empenhou-se ainda em ajudar as PME a adaptar-se ao novo ambiente comercial, nomeadamente, apoiar as PME na transformação e inovação de negócios mediante adesão à franquia, cadeia de lojas e agenciamento de marcas, através da realização de convenções e exposições e organização de empresas locais na participação em exposições internacionais. Reforçou as funções do Macao Ideas na promoção e divulgação dos produtos e marcas de Macau, dando apoio em vários aspectos às pequenas e médias empresas na participação em exposições, na procura de oportunidades de negócio e da parceria de cooperação. No tocante ao apoio tecnológico, o Centro de Produtividade e Transferência de Tecnologia de Macau (CPTTM) lançou, em 2013, o software livre Venda fácil para pequenas empresas no sentido de prestar ajuda ao sector do comércio a retalho no aumento da sua competitividade. Por outro lado, empenhou-se na promoção, de forma experimental e de prestação de serviço individualizado, do sistema electrónico de encomenda de refeições, para apoiar as empresas de restauração no aperfeiçoamento dos serviços prestados, elevando a sua produtividade através do recurso às tecnologias de informação. Por outro lado, o Centro de Apoio Empresarial e o Núcleo de Serviço às PME deram continuidade à prestação de uma série de apoios às PME, designadamente apoio administrativo, serviços de incubação de empresas, de bolsas de contacto e de publicidade e promoção, bem como informação sobre medidas de incentivo, através dos serviços de apoio do comércio electrónico disponibilizados ao abrigo do Plano de Incentivos para a Promoção do E-Commerce, Plano de Serviços de Marketing para PME - Quiosque Informativo do IPIM e da Macau e-com. No domínio da formação, o CPTTM continuou a cooperar com instituições dos diferentes sectores na organização de acções de formação, tendo introduzido novos cursos sobre imobiliário, construção, convenções e exposições, logística, gestão de qualidade dos trabalhadores de jogo, aplicação de tecnologias informáticas, jogo responsável, entre outros. Constituição da Nova Assembleia Legislativa Representa o Fruto Mais Recente do Desenvolvimento do Sistema Político As eleições para a 5.ª Assembleia Legislativa da RAEM tiveram lugar em 15 de Setembro de 2013. Este acto eleitoral, para a Assembleia Legislativa, foi o primeiro após o desenvolvimento político da Região Administrativa Especial de Macau verificado em 2012 e constituiu também uma prova no domínio eleitoral para o terceiro Governo da RAEM, revestindo por tanto uma importância primordial. 72