ATIVIDADE ANTIOXIDANTE IN VITRO DE MORINDA CITRIFOLIA L. (NONI).

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Transcrição:

ATIVIDADE ANTIOXIDANTE IN VITRO DE MORINDA CITRIFOLIA L. (NONI). L.A.C. Gimenes 1, L.P. Ferreira 2, N. S. Mendes 3, F.T. Moraes 4, C.N. Reis 5 1- Faculdade Redentor (FACRedentor) CEP: 28.025-110 Campos dos Goytacazes RJ Brasil, Telefone: 55 (22) 99807-8090 e-mail: (liviagimenes55@gmail.com) 2- Faculdade Redentor (FACRedentor) CEP: 28.025-110 Campos dos Goytacazes RJ Brasil, Telefone: 55 (22) 99964-0058 e-mail: (Larissa.pacheco.msn@gmail.com) 3 Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) CEP: 28.035-200 Campos dos Goytacazes RJ Brasil, Telefone: 55 (22) 99751-2675 e-mail: (nathimendes@hotmail.com) 4 - Faculdade Redentor (FACRedentor) CEP: 28.025-110 Campos dos Goytacazes RJ Brasil, Telefone: 55 (22) 99889-4215 e-mail: (fernandat.nutri@gmail.com) 5- Faculdade Redentor (FACRedentor) CEP: 28.025-110 Campos dos Goytacazes RJ Brasil, Telefone: 55 (22) 99952-3081 e-mail: (clara_biol@yahoo.com.br) RESUMO Morinda citrifolia L., conhecida como Noni, destaca-se na economia brasileira e vêm sendo intensamente consumida pela população. O consumo de frutas está associado com a redução ao risco de muitas doenças, as quais estão relacionadas com os elevados níveis de estresse oxidativo. Antioxidantes diminuem o estresse oxidativo, minimizando a incidência de doenças e contribuindo para o bem estar dos indivíduos. Logo, o objetivo desta pesquisa foi avaliar o percentual de ação antioxidante da polpa do noni pelo método do o 2,2-difenil-1-picril-hidrazil (DPPH). Os percentuais de ação antioxidante mostraram-se expressivos nas amostras em todas as concentrações analisadas (1000 g/ml, 100 g/ml e 10 g/ml), apresentando atividade sequestrante de radicais livres bem próximas ao padrão comercial hidroxibutiltolueno (BHT). Conclui-se que o noni é uma boa fonte natural de compostos com atividade antioxidante, o que contribui significativamente para a valorização dessa espécie pela população e pelas indústrias alimentícias, podendo-se inferir seu uso como alimento funcional. ABSTRACT Morinda citrifolia L., known as Noni, stands out in the Brazilian economy and have been intensively consumed by the population. The consumption of fruits is associated with the reduction of the risk of many diseases which are related to elevated levels of oxidative stress. Antioxidants reduce oxidative stress by minimizing the incidence of diseases and contributing to the well being of individuals. Therefore, the aim of this research was to evaluate the antioxidant percentage of noni pulp by the method of 2,2-diphenyl-1-picryl-hydrazyl (DPPH). The percentage of antioxidant proved significant in the samples in all the concentrations analyzed (1000, 100 and 10 g/ml), with free radical scavenging activity very close to commercial standard hidroxibutiltolueno (BHT ). It is concluded that noni is a good natural source of compounds with antioxidant activity, which contributes significantly to the recovery of this species by the population and food industries, and infer its use as functional food. PALAVRAS-CHAVE: noni; antioxidante; alimentos funcionais. KEYWORDS: noni ; antioxidant ; functional food.

1. INTRODUÇÃO O Brasil tem se sobressaído como um respeitável produtor e consumidor de frutas, e a Morinda citrifolia L, conhecida popularmente como Noni, é uma espécie que têm atraído à atenção visto seu uso popular no combate a tumores, dores, inflamações, entre outros (Ornellas, 2011). Contudo, apesar do noni estar sendo empregado pela população como planta medicinal e até mesmo fitoterápica, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) ainda não atesta a segurança deste fruto como alimento, alegando estudos incompletos e escassas pesquisas sobre esta espécie. Esta espécie pertence à família Rubiaceae, sendo nativa do sudeste da Ásia e Austrália e é consumida a mais de 2.000 anos nestas localidades. A planta adulta atinge de 3 a 10 m de altura e permanece enfolhada o ano todo (Serafini, 2015; Barros et al., 2008). Seus frutos possuem a casca fina de cor amarelada quando madura e verde claro quando fruto ainda esta verde. Tem formato ovalado com presente polpa de cor esbranquiçada e muitas sementes de coloração escura (Tombolato, Barbosa e Hiroce, 2005). As características físicas dos frutos como forma e cor da casca são atributos de qualidade à comercialização e utilização da polpa na elaboração de produtos industrializados. As propriedades físico-químicas relacionadas ao sabor, odor, textura e valor nutritivo, constituem atributos importantes à comercialização e utilização da polpa na elaboração de produtos industrializados (Demiate, 2009). Ressalta-se que o consumo de frutas está associado com a redução ao risco de muitas doenças, as quais estão relacionadas com os elevados níveis de estresse oxidativo. Como a oxidação é um evento metabólico que leva à geração da energia necessária para as atividades essenciais das células, o metabolismo do oxigênio nas células também leva à produção de radicais livres e estes, podem provocar danos extensivos (Reis et al., 2011). O estresse oxidativo tem sido relacionado ao desenvolvimento de várias doenças crônicas e degenerativas como, por exemplo, o câncer, doenças cardíacas, doenças degenerativas como Alzheimer, assim como está envolvido no processo inflamatório e de envelhecimento (Roesler et al., 2007). Pesquisas clínicas e epidemiológicas têm evidenciado que antioxidantes fenólicos de frutas, cereais e vegetais são os principais fatores que contribuem para redução da incidência de doenças crônicas e degenerativas encontradas em populações cujas dietas são altas na ingestão desses alimentos. Nesse contexto, a ênfase em pesquisas por antioxidantes naturais tem sido crescente nos últimos anos. Substâncias que possuem atividade antioxidante incluem a classe de fenóis, ácidos fenólicos, bem como, flavonóides, tocoferóis, fosfolipídios, aminoácidos, ácido ascórbico, pigmentos, taninos e esteróis (Bernardes et al., 2010). Os compostos fenólicos compõem uma ampla classe de substâncias de origem natural, cuja síntese não ocorre na espécie humana e apresentam características antiinflamatórias, anticarcinogênicas, antitrombóticas, antivirais, antimicrobianas, vasodilatadoras, imunomodulatórias e analgésicas. Existem cerca de cinco mil fenóis, dentre eles, destacam-se os ácidos fenólicos, fenóis simples, flavonóides, cumarinas, taninos, ligninas e tocoferóis, os quais possuem atividade antioxidante comprovada (Angelo et al., 2007). Remete-se, assim, aos alimentos funcionais, os quais têm sido alvo de diversas pesquisas e considerados eficientes em propiciar efeitos benéficos à saúde. Dentre estes alimentos, as frutas têm se sobressaído como importante fonte de compostos bioativos advindos tanto do metabolismo vegetal. Diante da relevância que tem alcançado os estudos sobre as propriedades medicinais da Morinda citrifolia L., são de fundamental importância pesquisas que avaliem os reais benefícios que este fruto pode trazer à saúde. Nessa perspectiva, é de suma importância a obtenção de dados comprovadamente científicos confiáveis que permitam o avanço no conhecimento químico e biológico desta espécie vegetal ainda tão pouco estudada, de forma a contribuir para sua comprovação como alimento funcional.

2. MATERIAIS E MÉTODOS Os frutos, maduros de Morinda citrifolia L. foram coletados em março de 2016 em Bom Jesus do Itabapoana RJ (21 08' 02'' Sul, 41 40' 47'' Oeste), foram selecionados, lavados em água destilada e, posteriormente, separou-se a polpa, a semente e a casca manualmente. A polpa Para a análise da antioxidante pelo método de DPPH foi empregado o método fotocolorimétrico do radical livre estável 2,2-difenil-1-picril-hidrazil (DPPH 0,1mM), o qual consiste na adição de 1 ml do extrato em concentrações que variam de 0,1-1000 μg/ml, em 1 ml de uma solução metanólica de DPPH (0,1 mm), sendo a reação processada em 1h à temperatura ambiente. Imediatamente, a absorção do DPPH foi verificada em 515 nm em um espectrofotômetro UV-Vis Shimadzu Mini 1240. A atividade sequestrante de radicais livres de cada amostra foi expressa pela relação da absorção de DPPH, baseado na solução de DPPH ausente do extrato (controle negativo) e uma solução de um padrão de substância aromática (controle positivo), o 2,6-di-(tertbutil)-4-metilfenol (BHT), bem como a quercetina (Sigma-Aldrich, Brasil), rutina (Sigma-Aldrich, Brasil) e apigenina (Sigma-Aldrich, Brasil). Após, o percentual seqüestrador (PS%) de radicais livres foi calculado (Koleva et al., 2002). A capacidade de seqüestrar radicais livres foi expressa como percentual de inibição da oxidação do radical e foi calculada mediante a seguinte fórmula (Yen e Duh, 1994): % de inibição = ((A DPPH A Extr )/A DPPH )*100 (1) Onde A DPPH é a absorbância da solução de DPPH e A Extr é a absorbância da amostra em solução. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Pelo método do DPPH, pode-se observar que a amostra (polpa do noni) apresenta atividade seqüestradora de radicais livres nas três concentrações avaliadas (1000, 100 e 10 μg/ml) conforme mostra a Figura 1. Figura 1 - Atividade antioxidante pelo método do DPPH em comparação com os padrões de referência quercetina, rutina, apigenina e BHT ( Média ± Desvio Padrão) (n=3). Amostras Concentrações 1000 μg/ml (%) 100 μg/ml (%) 10 μg/ml (%) Amostra 68,0 ± 6,5 48,9 ± 7,1 34,6 ± 7,3 BHT 100 ± 0,9 52,1 ± 2,2 43,6 ± 1,5 Os percentuais de ação antioxidante mostraram-se bastante significativos em todas as concentrações testadas. Quando se compara a amostra com o padrão comercial BHT, verifica-se que nas concentrações de 100 μg/ml e 10 μg/ml, a amostra apresentou um percentual de seqüestro de radicais livres equivalente ao padrão, o que evidencia a capacidade antioxidante da amostra. Na concentração de 100 μg/ml (48,9%) foi obtido um resultado inferior ao descrito por Soares et al. (2013), que apresentou 85% de atividade.

4. CONCLUSÕES Conclui-se que o noni é uma boa fonte natural de compostos com atividade antioxidante, visto que sua polpa apresentou um significativo percentual de seqüestro de radicais livres, o que contribui expressivamente para a valorização dessa espécie pela população e pelas indústrias alimentícias, podendo-se inferir seu uso como alimento funcional. 5. AGRADECIMENTO A Faculdade Redentor-Campos pelo laboratório e materiais cedidos para realização dos experimentos. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Angelo, P. M.; Jorge, N. (2007) Compostos fenólicos em alimentos Uma breve revisão. Rev. Inst. Adolfo Lutz, 66(1), 1-9. Barros, S.P.N.B., Maia, G.A., Brito, E.S., Neto, M.A.S., Souza, J.A. (2008) Caracterização físicoquímica da polpa de noni (Morinda citrifolia L.) [CDROM]. In: XX Congresso Brasileiro de Fruticultura, 2008, Vitória. Anais. Vitória: Centro de Convenções de Vitória, 12 a 17 de outubro. Bernardes, N. R.; Pessanha, F. F.; Oliveira, D. B. (2010) Alimentos Funcionais: Uma breve revisão. Ciência e Cultura - Revista Científica Multidisciplinar do Centro Universitário da FEB, 6 (2). novembro. Demiate, I. M., Wosiacki, G., Czelusniak, C., Nogueira, A. (2009) Determinação de açúcares redutores e totais em alimentos. Comparação entre método colorimétrico e titulométrico. Ciências Exatas e da Terra, Ciências Agrárias e Engenharias, 8 (1). Koleva, L. I., Van Beek, T.A., Linssen, J. P. H., De Groot, A., Evstatieva, L. N. (2002) Screening of plant extracts for antioxidant activity: a comparative study on three testing methods. Phytochemical Analysis, 13, 8-17. Ornellas, L. H. (2011) Técnica Dietética: seleção e preparo de alimentos. 8ª. ed. rev.ampl. São Paulo: Atheneu. 11p. Reis, C. N.; Freitas, W. R.; Ventura, T. L. B.; Kanashiro, M. M.; Muzitano, M. F.; Oliveira, D. B. (2011) Inibição da Produção de Óxido Nítrico e Efeito Citotóxico de Extrato Aquoso de Annona muricata L. Perspectivas Online Ciências Biológicas e da Saúde 1(2), 1-8. Roesler, R.; Malta, L. G.; Carrasco, L. C.; Holanda, R. B.; Sousa, C. A. S.; Pastore, G.M. (2007) Atividade antioxidante de frutas do cerrado. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 27(1), 53-60.

Serafini, M. R., Barreto, E. O., Brito, F. A., Paulo, J., Santos, A.; Lima, B. L., Antunes, A. (1015) Anti-inflammatory property and redox profile of the leaves extract from Morinda citrifolia L. Academic Journals, 9: 693-701. Silva, C. L., Medeiros, P. V. Q., Leite, G. A., Silva, K. J. P., Mendonça, C. V., Silva, G. G. (2012) Caracterização do fruto de Morinda citrifolia L. (noni), Revista Cubana de Plantas Medicinales, 17 (1): 93-100. Soares, F. F. S.; Cruz, M. F.; Souza, V. S. B.; Lima, R. A. C.; Silva, A. J.; Júnior, A. A. S. Da Silveira, S.; Fernando, F.;. Análise do efeito antioxidante do extrato aquoso do noni (Morinda citrifolia L.). In: IX Congresso de Iniciação Científica do IFRN. 2013. Tombolato, F. C. A., Barbosa, W., Hiroce, R. (2005) Noni: frutífera medicinal em introdução e aclimatação no Brasil. Informações Técnicas: O agronômico, Campinas. Yen, G. C.; Duh, P. D.(1994) Scavenging effect of methanolic extracts of peanut hulls on free-radical and active-oxygen species. J. Agric. Food Chem. 42(3), 629-632.