Unidade 4 O espaço urbano e o processo de urbanização. Capítulo 9 O espaço urbano do mundo contemporâneo

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Transcrição:

Unidade 4 O espaço urbano e o processo de urbanização Capítulo 9 O espaço urbano do mundo contemporâneo

A taxa de urbanização da população mundial vem crescendo cada vez mais: 3% no séc. XVIII, 14% no início do séc. XX, 51,6% em 2010 e 67% em 2050. Atualmente, a população urbana e rural se cruzam, e no futuro, ela passará a ser predominantemente urbana. A urbanização também é um fenômeno desigual, entre os países. Qual é a consequência no espaço geográfico da aceleração da urbanização.

O processo de urbanização É a transformação de um espaço natural e/ou rural em espaço urbano, concomitantemente à transferência da população do campo para a cidade. Se ocorre em larga escala, é chamada de êxodo rural. As cidades são estruturas muito antigas (5.000 anos). Ex: Ur e Babilônia eram centros de poder e de negócios, mas a população vivia no campo. Mesmo Roma,que teve muitos habitantes, tinha baixas taxas de urbanização.

O processo de urbanização Durante a Idade Média, as cidades perderam importância, devido a descentralização políticoeconômica que ocorreu, e a redução das trocas comerciais. A partir do Capitalismo comercial, ocorre o processo inverso, e as cidades voltam a ter importância, sobretudo no Capitalismo industrial. O processo foi lento até o século XX, restrito a alguns países.

O processo de urbanização 2 fatores condicionam: atrativos (estimula a migração para as cidades) e os repulsivos (impulsionam a saída do campo). Fatores atrativos são importantes em áreas desenvolvidas e modernas, sendo associados a industrialização (transformações provocadas na cidade pela indústria), por exemplo, geração de empregos no setor industrial e de serviços. A modernização agrícola também ajudou neste processo.

O processo de urbanização Nos séculos XVIII e XIX (Revolução industrial), as principais cidades tiveram crescimento muito rápido (consequente deterioração da qualidade de vida). Não havia uma série de direitos fundamentais (saneamento, legislação trabalhista, renda, habitação, transporte. Neste processo, a circulação de mercadorias, pessoas e a desconcentração da produção levaram ao desenvolvimento de outras cidades, formando, ao longo do tempo, uma densa e articulada rede.

O processo de urbanização Os fatores repulsivos são comuns em áreas em desenvolvimento, independente da industrialização. Está vinculado as condições de vida rural, estrutura fundiária, baixos salários, falta de apoio a pequenos agricultores e técnicas rudimentares de cultivo resultando em êxodo rural. Isso agrava os problemas urbanos.

O processo de urbanização Com o fim da 2º Guerra Mundial e a expansão das empresas transnacionais, houve um aumento da industrialização em países em desenvolvimento e a urbanização chegou em áreas agrícolas e rurais. Em alguns destes países, ocorreu ainda uma transferência de indústrias das grandes para as médias e pequenas cidades, provocando a desconcentração urbano-industrial. Nas grandes cidades, o que mais cresce são os serviços.

O processo de urbanização Assim, nas regiões modernas, não se distingue mais entre campo e cidade, pois as atividades urbanas se dispersaram para o rural. Ao longo do tempo, muitas cidades se especializaram em determinadas funções, enquanto outras são multifuncionais.

Aglomerações urbanas Se refere à população contida em um território contíguo, habitado em diferentes níveis de densidade, desconsiderando os limites administrativos das cidades. Ou seja, são cidades conurbadas (interligadas pela expansão periférica da malha urbana ou pela integração socioeconômica promovida pela industrialização e cada vez mais, pelos serviços.

Aglomerações urbanas No Brasil, são reconhecidas como regiões metropolitanas (ou metrópoles), sempre com um município núcleo. Elas foram criadas por lei para facilitar o planejamento urbano onde elas estão contidas. Normalmente isso é feito por uma empresa ou órgão criado especialmente para este fim.

Aglomerações urbanas A megalópole se formaria quando os fluxos entre 2 ou mais metrópoles são fortemente integrados por modernas redes, mesmo havendo espaço rural entre elas, não é necessária a conurbação. Exemplos: Boswash, San-San, Chipitts (Grandes Lagos), existem no Japão e na Europa também. No Brasil é o eixo Rio São Paulo.

Aglomerações urbanas Cidades globais: surgiram no capitalismo informacional, com a descentralização mundial do poder econômico, político, cultural e financeiro. Possuem importante papel na rede urbana mundial, podem ou não ser metrópoles, estão localizadas principalmente em países desenvolvidos.

O processo de urbanização A maior parte da população urbana vive em cidades com menos de 500.000 habitantes. Nos países desenvolvidos e alguns emergentes, há uma alta taxa de urbanização, devido a industrialização, que está vinculado a urbanização, mas não são a mesma coisa. Ex: China e Índia são industrializados, populosos, mas não muito urbanizados. Há países pouco ou não industrializados, mas com forte urbanização. E há países predominantemente rurais também.

Os problemas sociais urbanos Desigualdades e segregação socioespacial; Moradias precárias; Violência urbana.

Desigualdades e segregação socioespacial Os espaços urbanos são fragmentados. Normalmente, cada área tem suas formas e funções próprias. Podem ser áreas comerciais, financeiras, industriais, residenciais e de lazer.

Desigualdades e segregação socioespacial Os bairros poder ter uma, algumas ou todas estas funções. No último caso, são as cidades policêntricas, ou seja, em cada zona, distrito, ou bairro mais importante, possui seu próprio centro (comércio, serviços) e atraem pessoas dos bairros próximos.

Desigualdades e segregação socioespacial Esta fragmentação impede a vivência da cidade como um todo, sendo que os habitantes atentemse para alguns fragmentos que fazem parte do seu dia-a-dia. Locais de moradia, trabalho, estudo ou lazer (conceito de lugar).

Desigualdades e segregação socioespacial Nas metrópoles, estes locais podem não ser coincidentes, provocando grandes deslocamentos. A grande cidade não é um lugar, mas um conjunto de lugares. E as pessoas os vivem parcialmente.

Desigualdades e segregação socioespacial As desigualdades sociais se materializam na paisagem. Quanto maior for a desigualdade de renda, maiores serão as diferenças de moradia, acesso a serviços públicos e de oportunidades. Consequentemente, maiores serão a segregação espacial e os problemas urbanos.

Desigualdades e segregação socioespacial Por isso, muitos problemas urbanos, na verdade são sociais. Por isso, vem surgindo muitos condomínios fechados. Ao contrário, outros bairros sofrem a deterioração urbana, como algumas áreas do centro de grandes cidades.

Moradias precárias Normalmente, as cidades dos países em desenvolvimento não conseguiram absorver a grande quantidade de pessoas que migram em pouco tempo da zona rural, de cidades pequenas e médias. Isto leva ao aumento de desempregados, que acabam aceitando o subemprego e a economia informal, tendo rendimentos mais baixos ainda do que poderiam ganhar como formais.

Moradias precárias Assim, eles não conseguem comprar ou alugar imóveis em áreas com infraestrutura básica (que aumenta o valor do imóvel), formando aglomerados subnormais (mais famoso são as favelas). Esta é uma das faces das grandes cidades, e resulta da falta de políticas públicas habitacionais, que estimulassem o crescimento econômico e a geração de empregos, infraestrutura urbana e qualidade de vida ao longo do tempo.

Moradias precárias Cingapura, independente desde 1965, é um exemplo de país que reduziu a quantidade de submoradias. Este é um problema comum no mundo, mas é mais grave em países pobres e em desenvolvimento. Existem vários termos para esta situação: favelas, slum.

Moradias precárias Suas características são: condições inseguras, acesso inadequado a saneamento, baixa qualidade das estruturas, moradias apertadas e superlotadas. Normalmente são ocupações irregulares (pessoas não tem o título de propriedade devidamente registrado). O IBGE chama de aglomerados subnormais: grupo de 50 ou mais moradias, construídas de maneira adensada e desordenada, em terreno de terceiros, carente de infraestrutura e serviços públicos.

Moradias precárias Historicamente, estes aglomerados subnormais surgiram em terrenos disponíveis nos espaços vazios das cidades, muitas vezes inadequados para ocupar como morros, margens de rios. À medida que os terrenos vão se valorizando conforme a urbanização, novas ocupações irregulares ocorrem nas periferias das grandes cidades, distantes das áreas centrais, onde estão as vagas de trabalho.

Moradias precárias Isto gera necessidade de deslocamento e alto custo ao transporte público. Assim alguns preferem morar em cortiços nas áreas centrais. As políticas públicas de erradicação destes aglomerados busca construir nos mesmos locais, para que as pessoas possam morar perto do trabalho e da escola do filho, onde já estavam antes. Em números absolutos, China e Índia a maior população vivendo em aglomerados subnormais. Relativamente, os países da África subsaariana tem o maior número.

Moradias precárias A Conferência das Nações Unidas sobre Assentamentos Humanos Habitat II, de 1996, previa a universalização do acesso à moradia segura, habitável, salubre e sustentável. Este seria um direito universal do cidadão, e portanto, seria dever do Estado garanti-la. Na época, o governo brasileiro e norte-americano foram contra.

Moradias precárias Em várias cidades do mundo há movimentos sociais que lutam por estes direitos moradia urbana adequada e melhores condições de vida. Exemplo no Brasil: Movimento dos trabalhadores sem-teto (MTST). Elas buscam uma ocupação mais justa para o solo urbano e a superação da pobreza.

Violência Urbana Roubos, assaltos, sequestros, homicídios atingem pessoas no mundo todo. Isto gera as vítimas, mas também medo e insegurança. O indicador mundial de violência é o homicídio (porque é a maior agressão contra uma pessoa e quase sempre são relatados).

Violência Urbana Ela não está ligada diretamente a pobreza, mas é mais grave em países com grande desigualdade socioeconômica (Brasil, México, África do Sul, Colômbia). Está associada às grandes cidades, mas existem exceções (Mumbai e Tóquio). Os países desenvolvidos apresentam comportamento desigual (EUA e Japão). Ela também é desigual no território e socialmente.

Violência Urbana Nos bairros mais bem equipados com infraestrutura urbana e mais bem policiados (em geral os mais centrais), os índices são menores. Dentre as causas da violência, a falta de uma rede de solidariedade das comunidades (famílias, escolas, igrejas, associações, centros) deixa as pessoas sem perspectivas e acabam sendo cooptadas por organizações criminosas.

Rede e hierarquia urbanas Crescente articulação existente entre as cidades, resultante da expansão do processo de industrialização-urbanização. Neste contexto, nasceu a ideia de hierarquia urbana. É um jargão militar. Refere-se a uma rígida hierarquia, na qual cada subordinado se reporta ao seu superior imediato. Assim, a metrópole seria o nível máximo de poder e influência econômica, e a vila o mais baixo, que sofreria influência de todas as outras.

Rede e hierarquia urbanas É um sistema de cidades de um único país ou de países vizinhos, interligadas umas às outras, por sistemas de transporte e telecomunicações, promovendo o fluxo de pessoas, mercadorias, informações e capitais. Em países desenvolvidos elas são densas e articuladas devido a industrialização e urbanização, economia, mercados e grandes investimentos.

Rede e hierarquia urbanas Normalmente, quanto mais complexa a economia de um país, maiores serão sua taxa de urbanização, quantidade de cidades, densidade da rede urbana e os fluxos que as interligam. Em países em desenvolvimento, com baixa industrialização e urbanização, as redes são desarticuladas, e as cidades dispersas no território, as vezes, sem formar uma rede.

Rede e hierarquia urbanas As redes mais densas e articuladas ocorrem nas grandes megalópoles. Com o capitalismo informacional (globalização e aceleração dos fluxos) em escala planetária, há uma rede urbana mundial, na qual, seus nós, ou pontos de interconexão são as cidades globais.

Rede e hierarquia urbanas Até mesmo a tradicional hierarquia urbana (metrópole vila), não responde satisfatoriamente as relações estabelecidas entre as cidades no interior da rede. Com os avanços da revolução técnico-científica (redução do tempo e das distâncias), as relações não respeitam o esquema militar dentro da hierarquia das cidades.

Rede e hierarquia urbanas Surge uma nova hierarquia, dentro da qual a relação da vila ou da cidade local pode-se dar com o centro regional, a metrópole regional ou até mesmo a metrópole nacional. Há uma interrelação das cidades no interior da rede urbana. O que define a integração das pessoas à moderna sociedade é a renda, consequentemente, a possibilidade de acesso às novas tecnologias, conhecimentos, bens e serviços, e não mais as distâncias que as separam dos lugares.

As cidades na economia global Viagem Portugal Porto Seguro: 43 dias (século XVI) até 8 horas (século XX). Assim, durante um longo período, a informação circulava na mesma velocidade das pessoas e das mercadorias. Esta separação só ocorre com a invenção do telégrafo, no século XIX. Hoje, temos o tempo da informação (velocidade da luz, ou tempo real) e o tempo da matéria.

As cidades na economia global Estas bases da globalização, favorecem, por exemplo, a dispersão da produção para áreas que oferecem maiores chances de lucros às empresas e maior integração de mercados. Isto também contribui para a expansão da infraestrutura urbana e da rede global de cidades e até mesmo para reforçar seu papel de comando na história atual.

As cidades na economia global A desconcentração industrial reforça este papel, pois as cidades comandantes continuam sendo importantes para serviços especializados e de apoio à produção (universidades, centros de pesquisa, escritórios, agências, bancos, bolsas de valores, hotéis, centros e eventos), como é São Paulo.

As cidades na economia global Megacidades: aglomerações urbanas com mais de 10 milhões de habitantes. Assim, cidades globais (definição qualitativa) e megacidades (definição quantitativa) são coisas diferentes. Exemplo: Zurique (Suíça) tem 1,2 milhão de habitantes, não é uma megacidade, mas é uma cidade global, devido aos serviços globais que presta e a densa infraestrutura que possui.

As cidades na economia global Zurique está conectada aos fluxos globalizados. Já Daca (Bangladesh), com 15,4 milhões de habitantes em 2011, é uma megacidade, mas não é uma cidade global, pois tem limitada infraestrutura e não tem serviços globais, estando desconectada dos fluxos globais. No entanto, o número de megacidades aumenta cada vez mais e ganhando importância, sobretudo em países em desenvolvimento.

As cidades na economia global Segundo levantamento feito em 2010, por uma rede de pesquisas do Reino Unido (Globalization and World Cities), haviam 178 cidades globais. Esta pesquisa as classificou em 3 níveis (alfa, beta e gama); mais subníveis, variando com a densidade e qualidade da infraestrutura, oferta de bens e serviços e a capacidade de polarização delas sobre fluxos regionais e mundiais.

As cidades na economia global Nesta classificação, Nova York e Londres seriam as comandantes da globalização. Depois: Hong Kong, Paris, Cingapura, Tóquio, Xangai, Chigago, Dubai e Sydney. Novamente, mesmo nas cidades globais, nem todos têm acesso igual aos bens e serviços, sendo mais acentuado em aglomerações urbanas com grande desigualdade social, como as situadas em países em desenvolvimento, motivadas pela desigualdade de renda.

As cidades na economia global No capitalismo, os investimentos são concentrados em certos lugares e voltados para setores nos quais o lucro é maior. Se não forem realizados investimentos públicos para garantir o desenvolvimento de todos os lugares, as pessoas mais pobres tendem a permanecer marginalizadas.