TEMPO DE COZIMENTO DE RAÍZES DE GENÓTIPOS DE MANDIOCA DE MESA (Manihot esculenta Crantz) SOB SISTEMA IRRIGADO E DE SEQUEIRO)

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Transcrição:

TEMPO DE COZIMENTO DE RAÍZES DE GENÓTIPOS DE MANDIOCA DE MESA (Manihot esculenta Crantz) SOB SISTEMA IRRIGADO E DE SEQUEIRO) Rosangela Nascimento da Silva Ribeiro 1 ; Maurício Antônio Coelho Filho 2 ; Vanderlei Santos da Silva 2 ; Carlos Alberto da Silva Ledo 2 ; Jussimar da Silva Rocha 1 1 Estudantes de Pós-Graduação. E-mail: rosangela.ribeiro@catu.ifbaiano.edu.brjussimar_rocha@hotmail.com; 2 Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Caixa Postal 007, 44380-000, Cruz das Almas, BA. E-mail:mauricio-antonio.coelho@embrapa.br; vssantos@cnpmf.embrapa.br;carlos.ledo@embrapa.br Introdução O tempo de cozimento é uma característica crucial na seleção de cultivares para fins culinários, tanto pelo gasto de energia, como principalmente por estarcorrelacionada com o padrão de massa gerada, ou seja, os cultivares com menor tempo de cozimento tendem a gerar melhor padrão de massa cozida (Lorenzi, 1994). Existem variações acentuadas nos tempos de cocção de raízes de mandioca até mesmo entre raízes de uma mesma cultivar, que são atribuídas a fatores genéticos, idade da planta, época de colheita, clima, solo e local de cultivo (WHEATLEY & GÓMEZ, 1985). PEREIRAet al. (1985) qualificam a mandioca segundo o tempo gasto para cozimento em: cozimento ótimo: de 0 a 10 minutos; cozimento bom: de 11 a 20 minutos; cozimento regular: de 21 a 30 minutos e cozimento ruim: acima de 30 minutos. O objetivo deste trabalho foi avaliar o tempo de cozimento em raízes de mandioca de mesa cultivada em condições irrigada e de sequeiro e relacionada a diferentes épocas de colheita. Material e Métodos O experimento foi instalado em setembro de 2011 no campo experimental da Embrapa Mandioca e Fruticultura, localizado no município de Cruz das Almas, Recôncavo Baiano.O município apresenta precipitação média anual de 1.200 mm e umidade relativa e temperatura média anuais de 80% e 24 C, respectivamente (BORGES et al. 2002). O delineamento experimental foi o de blocos casualizados, com três repetições, no esquema fatorial 10 x 2: 10 cultivares e duas condições de manejo (irrigado e sequeiro), com avaliações em três épocas de colheita (seis, oito e dez meses). Nas parcelas foram dispostas as condições de manejo e os genótipos avaliados foram: Amarelo I, Branca, Dona Rosa,

BRS Dourada, Eucalipto, BRS Gema de Ovo, Imbé, Neilton, Saracura e Talo Branco; cada uma constituindo uma subparcela. Os dados foram submetidos à análise de variância, as médias das cultivares foram agrupadas pelo teste de Scott-Knott, as médias das condições de manejo foram comparadas pelo teste de F e as médias das épocas foram comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Para determinação do tempo de cocção, toletes de cerca de 5 cm, retirados do terço médio de três raízes de cada cultivar, foram colocados em 1 L de água em ebulição. O ponto final de cozimento foi determinado por meio empírico, através da analise visual (cor e aparência dos tecidos) e textura, quando o material não apresentasse resistência à perfuração por garfo.o tempo de cozimento foi contabilizado do momento em que os toletes de raízes foram postos em água fervente até o momento do cozimento. Utilizou-se o método da irrigação localizada com emissores espaçados a cada 0,40 m. O manejo da irrigação foi com base na evapotranspiração da cultura e reposição de 100% da lâmina d água, e o monitoramento da umidade do solo foi feito pelo método da Reflectometria no Domínio da Frequência (FDR), com tubos de acesso instalados até 0,50 metros de profundidade, sendo as leituras realizadas através do aparelho Diviner 2000. Resultados e Discussão Todos os cultivares avaliados apresentaram cozimento em tempo inferior a 30 minutos, independentemente do manejo, valor tido como satisfatório para cultivares de mandioca de mesa. As médias de tempo de cozimento (Tabela 1) variaram de 14,00 (Dona Rosa) a 21,88 minutos (Dourada), para condição irrigada sendo este o maior tempo médio observado, e de 15 minutos (Gema de Ovo e Talo Branco) a 20,75 minutos (Saracura) para plantas em condições de sequeiro. Entre os aipins avaliados, para a condição irrigada, o cultivar Dona Rosa, em média apresentou o menor tempo para cocção (14 minutos) seguido do cultivar Branca (15 minutos) diferindo dos demais. Os maiores tempos médios de cozimento foram dos aipins Dourada e Saracura que foram classificados como de cozimento regular (PEREIRA et al., 1985). As demais tiveram bom tempo de cozimento sob irrigação.

Tabela 1. Valores médios dos tempos de cozimento, em minutos, de raízes tuberosas de aipins. Cruz das Almas- BA, 2012. CULTIVAR MANEJO Irrigado Sequeiro Médias (min.) (min.) (min.) Amarelo I 16,50Bb 15,50Aa 16,00b Branca 15,00Aa 16,14Bb 15,57ª Dona Rosa 14,00Aa 16,17Bb 15,08ª Dourada 21,88Db 19,17Da 20,52e Eucalipto 18,00Ba 18,17Ca 18,08d G. de Ovo 17,56Bb 15,00Aa 16,28b Imbé 18,22Bb 16,57Ba 17,39c Neilton 19,55Cb 16,86Ba 18,20d Saracura 21,56Db 20,75Ea 21,15e Talo Branco 16,88Bb 15,00Aa 15,94b Médias 18,00b 17,00a Médias seguidas de mesma letra maiúscula na coluna pertencem ao mesmo grupo pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade e médias seguidas de mesma letra minúscula na linha não diferem entre si pelo teste F a 5% de probabilidade. Em média, os cultivares sob irrigação tiveram maior tempo de cocção (18 minutos), comparado ao sequeiro (17 minutos), exceto para o aipim Eucalipto que não diferiu entre irrigado e sequeiro e para os clones Branca e Dona Rosa onde o tempo médio de cozimento foi maior em sequeiro. Uma hipótese levantada é a de que com maior quantidade de água no solo, as células das raízes tuberosas apresentam um potencial osmótico maior em seu interior, o que dificultaria a entrada de água nas mesmas durante o processo de cozimento (OLIVEIRA & MORAES, 2009). A qualidade culinária, expresssa pelo tempo de cozimento, foi significativa para as épocas de colheita, indicando a influência da composição química da raiz e das condições ambientais no comportamento das variedades. Os dados obtidos do tempo de cozimento médio das raízes podem ser observados em função das épocas na Figura 1. Na colheita realizada aos 6 meses o tempo médio de cozimento foi de 15,84 minutos que diferiu dos oito (18,92 minutos) e dez (17,54 minutos) meses após plantio. O menor tempo verificado aos seis meses pode estar relacionado ao menor teor de fibras contido nas raízes, uma vez que o acúmulo de lignina nos espaços interfibrilares da parede celular, com o aumento da idade das plantas, causa redução da elasticidade e aumenta a resistência à passagem de água (VILPOUX & CEREDA, 2003).

Tempo de cozimento (min) 20 15 10 5 0 c b a 6 meses 8 meses 10 meses Figura 1. Tempo de cozimento médio (TC) das raízes de mandioca de mesa em função das épocas de colheita. Cruz das Almas - BA, 2012. Conclusões As raízes de todos as cultivarese manejo de água adotado apresentam boa qualidade culinária expressa pelo tempo de cozimento inferior a 30 minutos. Raízes associadas às condições de sequeiro e colheita aos seis meses apresentam os menores tempos médios de cozimento. Referências BORGES, M. de F.; FUKUDA, W. M.; ROSSETI, A. G. Avaliação de variedades de mandioca para consumo humano. Pesquisa Agropecuária Brasileira. Brasília v. 37, n. 11, p. 1559-1565, 2002. LORENZI, J.O. Variação na qualidade culinária das raízes de mandioca. Bragantia. Campinas, 53(2):237-245, 1994. OLIVEIRA, M. A. de; MORAES, P. S. B. de. Características físico-químicas, cozimento e produtividade de mandioca cultivar IAC 576-70 em diferentes épocas de colheita. Ciência agrotecnologia, Lavras, v. 33, n. 3, p. 837-843, maio/jun., 2009. PEREIRA, a, S,; LORENZI, J. O.; VALLE, T. L. Avaliação do tempo de cozimento e padrão de massa cozida em mandiocas de mesa. Revista Brasileira de Mandioca, Cruz das Almas, v. 4, n. 1, p. 27-32, 1985. VILPOUX, O.; CEREDA, M. P. Processamento de raízes e tubérculos para uso culinário minimamente processados, pré-cozidos, congelados e fritas (french-fries). In: CEREDA, M. P.; VILPOUX, O. (coord.). Tecnologia, usos e potencialidades de tuberosas amiláceas latino-americanas. São Paulo: Fundação Cargil, 2003. P.81-131. (Série Culturas Tuberosas Amiláceas Latino-Americanas, 3).

WHEATLEY, C. C.; GÓMEZ, G. Evaluation of some quality characteristics in cassava storage roots.qualitas Plantarum, Netherlands, v. 35, n.2, p. 121-129, 1985.