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Transcrição:

Marco Civil da Internet O Brasil discutiu durante quatro anos o Marco Civil da Internet, considerado hoje um texto pioneiro no mundo ao estabelecer regras, direitos e deveres no ambiente virtual brasileiro. A lei teve apoio por meio de audiências públicas em todo o Brasil e ao receber sugestões em todo tipo de plataformas, como o Twitter e o portal e-democracia da Câmara dos Deputados. O Marco Civil da Internet foi sancionado pela presidente Dilma Rousseff em 23 de abril de 2014. O documento é considerado uma Constituição da internet, já que estabelece regras e conceitos básicos da rede, aonde se apoiarão projetos e leis futuras sobre o mundo digital. O texto indica a liberdade de expressão, a proteção da privacidade e o estabelecimento da neutralidade da rede como princípios básicos das internet, além de definir os atores e quais responsabilidades de cada um no ambiente online. Neutralidade O Brasil é um dos poucos países a estabelecer a neutralidade da rede como regra. O texto proíbe que provedores de internet discriminem certos serviços em detrimento de outros. Isso protege o usuário de ter sua velocidade de conexão diminuída baseada em interesses econômicos. As empresas não poderão, então, diminuir a velocidade da conexão para serviços de voz por IP para dificultar o uso de Skype ou reduzir a banda de um produto de uma empresa concorrente, por exemplo. A neutralidade da rede é regra. Por isso, se algum provedor discriminar o tráfego, terá de se explicar. O projeto prevê, porém, algumas exceções em que pode haver discriminação. O projeto prevê que os requisitos técnicos para estabelecer quais são essas exceções sejam determinadas por decreto presidencial. A competência para a regulamentação tem que estar com a competência maior do Estado Democrático, que é a Presidência da República, afirmou o advogado do Idec. Essas exceções não foram determinadas no projeto do Marco Civil, segundo ele, porque o projeto é um marco geral sobre a internet, e não entra em questões específicas de cada uma das áreas das quais o texto trata. Guarda de registros O Marco Civil da Internet obriga que os registros de conexão dos usuários devem ser guardados pelos provedores de acesso pelo período de um ano, sob total sigilo e em ambiente seguro. Essas informações dizem respeito apenas ao IP, data e horas inicial e final da conexão. O texto ainda faculta aos provedores a guarda de registros de Acesso a Aplicações de Internet - que ligam o IP ao uso de aplicações da internet por seis meses. A lei também estabelece que a guarda de registros seja feita de forma anônima. Ou seja, os provedores poderão guardar o IP, nunca informações sobre o usuário. A disponibilização desses dados, segundo o texto, só poderá ser feita mediante ordem judicial. O documento ainda fixa princípios de privacidade sobre os dados que o usuário fornece aos provedores. Na internet, os dados hoje são coletados, tratados e vendidos quase que instantaneamente. A lei coloca como direito dos usuários que suas informações não pode ser usadas para um fim diferente daquele para que foram fornecidas, conforme estabelece a política de privacidade do serviço.

Retirada de conteúdo e responsabilidades O Marco Civil estabelece como regra que um conteúdo só pode ser retirado do ar após uma ordem judicial, e que o provedor não pode ser responsabilizado por conteúdo ofensivo postado em seu serviço pelos usuários. Com isso, o projeto pretende evitar a censura na internet: para se provar que um conteúdo é ofensivo, o responsável deve ter o direito ao contraditório na Justiça. O texto, porém, prevê exceções. Um conteúdo pode ser retirado do ar sem ordem judicial desde que infrinja alguma matéria penal (como pedofilia, racismo ou violência, por exemplo). Isso evita que um material que possa causar riscos a algum usuário fique no ar enquanto aguarda decisão da Justiça. O que se pretende com isso, segundo Varella, é que a internet ganhe mais segurança jurídica na retirada de conteúdo. A regra é que os conteúdos têm que continuar funcionando, a não ser que firam a lei. Logs ou registros de acessos Segundo o Marco Civil, os provedores de conexão são proibidos de guardar os registros de acesso a aplicações de internet. Ou seja, o seu rastro digital em sites, blogs, fóruns e redes sociais não ficará armazenado pela empresa que fornece o acesso. Mas, pelo artigo 15 do PL, toda empresa constituída juridicamente no Brasil (classificada como provedora de aplicação) deverá manter o registro desse traço por seis meses. Elas também poderão usá-lo durante esse período nos casos em que usuário permitir previamente. Mesmo assim, são proibidas de guardar dados excessivos que não sejam necessários à finalidade do combinado com o usuário. Data centers fora do Brasil O relator do projeto retirou do texto a exigência de data centers no Brasil para armazenamento de dados. Um data center é uma central de computadores com grande capacidade de armazenamento e processamento de dados onde ficam, normalmente, os arquivos dos sites, e- mails e os logs de acesso. Com as denúncias de espionagem eletrônica feita pelos Estados Unidos, o governo brasileiro tinha proposto o armazenamento de dados somente em máquinas dentro do território brasileiro, mas essa obrigação saiu do texto aprovado. Privacidade Outra regulamentação do Marco Civil diz respeito à retirada de conteúdo da internet. Provedores de conexão e aplicações na internet não serão responsabilizados pelo uso que os internautas fizerem da rede e por publicações feitas por terceiros. Até então não havia regras específicas sobre o caso e as decisões judiciais variavam alguns juízes punem sites como Facebook e Google por páginas ofensivas criadas por usuários, enquanto outros magistrados optam por penalizar apenas o responsável pelo conteúdo. De acordo com a nova legislação, as entidades que oferecem conteúdo e aplicações só serão responsabilizadas por danos gerados por terceiros se não acatarem ordem judicial exigindo a retirada dessas publicações. O objetivo da norma, segundo o deputado Alessandro Molon, relator do projeto, é fortalecer a liberdade de expressão na web e acabar com o que chama de censura privada. O sigilo das comunicações dos usuários da internet não pode ser violado. Provedores de acesso à internet serão obrigados a guardar os registros das horas de acesso e do fim da conexão dos usuários pelo prazo de seis meses, mas isso deve ser feito em ambiente controlado.

A responsabilidade por esse controle não deverá ser delegada a outras empresas. Não fica autorizado o registro das páginas e do conteúdo acessado pelo internauta. A coleta, o uso e o armazenamento de dados pessoais pelas empresas só poderão ocorrer desde que especificados nos contratos e caso não sejam vedados pela legislação. Fim do marketing dirigido Com o Marco Civil, as empresas de acesso não poderão "espiar" o conteúdo das informações trocadas pelos usuários na rede. Há interesse em fazer isso com fins comerciais e publicitários, nos moldes do que Facebook e Google fazem para enviar anúncios aos seus usuários de acordo com as mensagens que trocam. Essas normas não permitirão, por exemplo, a formação de bases de clientes para marketing dirigido, segundo Molon. Será proibido monitorar, filtrar, analisar ou fiscalizar o conteúdo dos pacotes, salvo em hipóteses previstas por lei. Dados pessoais Informações pessoais como nome, endereço, telefone ou outros que possam identificar o usuário são protegidos. A lei prevê ainda que os dados pessoais do internauta sejam apagados de maneira definitiva quando ele decidir encerrar um perfil em uma rede social, por exemplo. Responsabilização civil de provedores Os provedores de acesso não serão responsabilizados civilmente por danos decorrentes de conteúdo gerado por seus usuários. Contudo, o Marco Civil diz que haverá responsabilidade caso o provedor receba ordem judicial para retirada de material e não a cumpra. As empresas deverão ainda entrar em contato com o usuário responsável pelo material para comunicar sobre as razões da retirada. Pornografia de vingança O texto final da Constituição da Internet também incluiu um artigo sobre a pornografia de vingança, modalidade de crime online por meio da qual ex-parceiros publicam imagens não autorizadas de sexo com a vítima na rede. O artigo 21 foi aprovado com modificação e passou a englobar um trecho, antes presente no artigo 22, sobre responsabilização dos provedores de acesso caso não haja retirada de imagens, vídeos ou outros materiais contendo cenas de nudez ou de atos sexuais de caráter privado sem autorização dos participantes após receberem notificação pelo ofendido ou seu representante legal. A proposta apresentada pela bancada feminina trocou o termo ofendido por participante. Armazenamento de dados no Brasil Após as denúncias de espionagem o governo propôs que os dados dos brasileiros fossem armazenados em data centers instalados em território nacional. Com o acordo entre o relator e a base aliada, o texto final saiu sem a determinação, mas com reforço de que as empresas internacionais como Google e Facebook devem respeitar a lei brasileira relativa à transmissões de rede.

Em vigor há um ano, Marco Civil da Internet busca consenso para regulamentação Criado em 25/04/15 10h42 e atualizado em 25/04/15 12h36 Por Pedro Peduzzi Edição:Lílian Beraldo Fonte:Agência Brasil Publicidade Com um ano completado nesta semana, o Marco Civil da Internet aguarda regulamentação para detalhar, de forma mais precisa, pontos importantes e polêmicos da lei que também é chamada de Constituição da Internet. Apesar de a regulamentação não ter sido finalizada sob a justificativa de se buscar um texto o mais consensual possível, de forma a facilitar sua tramitação no Legislativo governo e provedores têm comemorado os benefícios do Marco Civil para aqueles que usufruem da grande rede. O governo tem uma avaliação muito positiva sobre esse primeiro ano do Marco Civil. Ao longo desse período vimos que a dimensão que projetamos durante os debates foi consolidada. Mais do que uma lei, o Marco Civil brasileiro é referência para o debate mundial sobre a relação entre população e internet, deixando claros direitos e garantias das pessoas e dando segurança jurídica às empresas do setor, disse à Agência Brasil o secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Gabriel Sampaio. A fim de se chegar a um texto final mais consensual para regulamentar o Marco Civil e dessa forma ter menos resistência durante sua tramitação no Congresso Nacional o governo tem buscado contribuições por meio do site do Ministério da Justiça. Ainda não há data prevista para conclusão do texto, mas, segundo Sampaio, a expectativa é que ocorra no segundo semestre deste ano. Até dia 30 de abril vamos manter uma plataforma [de consulta pública, disponível no site do Ministério da Justiça] para receber contribuições para alguns dos eixos da regulamentação do Marco Civil. Em especial, para os que tratam da neutralidade da rede; da guarda de registros de aplicação e conexão; e da privacidade, disse o secretário. O quarto eixo é mais genérico, abrangendo os demais temas. Os debates sobre Marco Civil e proteção de dados pessoais foram prorrogados até 5 de julho, na busca por mais interações. Após o encerramento da fase de coleta de sugestões, terá início a etapa de sistematização das propostas. "Possivelmente faremos uma nova rodada de debates a partir de um texto base e, só depois, o texto será encaminhado à Presidência da República. Nossa expectativa é que isso seja feito no segundo semestre deste ano. Mas, se for da vontade da presidenta [Dilma Rousseff], poderemos antecipar isso, porque o trabalho já está bem avançado. Não há pressa, porque o que buscamos é o consenso, explicou Sampaio. A regulamentação tratará, entre outras coisas, das exceções previstas para o Marco Civil. Algumas delas voltadas à priorização de serviços de emergência, de utilidade pública, saúde e outras relativas aos requisitos técnicos a serem adotados para a prestação de serviços de internet. Tudo será analisado, até para tecnicamente sabermos se há algum tipo de degradação ou discriminação de dados que possam prejudicar o usuário da rede, acrescentou. Um dos pontos mais polêmicos é o que trata da neutralidade da rede, item segundo o qual pacotes de dados têm a obrigação de serem tratados de forma isonômica, em termos de qualidade e velocidade, sem distinção de conteúdo, origem, destino ou serviço.

Representante dos provedores regionais de internet em geral, empresas que apesar de menor porte estão espalhadas por todo o país, principalmente nas localidades que não despertaram tanto interesse para os grandes do setor, a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) sempre foi favorável à neutralidade da rede. Sem ela, as empresas de menor porte seriam muito prejudicadas. Muitas quebrariam, o que resultaria em monopólio no setor. Em outras palavras, impediria a evolução da própria internet, explicou o presidente da entidade, Basilio Rodriguez Perez. Segundo ele, a internet é um ambiente em constante evolução, que permite o surgimento quase instantâneo de empreendimentos como Facebook e Youtube, que são bastante recentes. Outros, que nem eles, aparecerão. Sem neutralidade, no entanto, qualquer novo serviço que afete as empresas que já estão operando poderá ser prejudicado, evitando que a evolução se perpetue, acrescentou. Segundo a Abrint, grandes operadoras têm sido criativas, no sentido de desobedecer as regras de neutralidade, mesmo após a sanção do Marco Civil da Internet. Algumas ofertas disfarçadamente mexem na neutralidade ao não contabilizar como tráfego de dados os acessos a algumas redes sociais. Isso fere a neutralidade, porque para deixar esse acesso liberado, eles bloqueiam as demais redes equivalentes, disse. O que eles têm feito é prejudicar o restante, tirando do usuário o poder de decisão sobre o que ele pode ver. A pessoa acha que está sendo beneficiada, por ter facilidades para um determinado acesso. Mas, na verdade, está sendo prejudicada para os demais acessos, completou o presidente da Abrint.

Facebook tem regras de conduta, saiba o que é proibido na rede social Karla Soarespor KARLA SOARES Para o TechTudo FACEBOOK TWITTER Os termos de privacidade e segurança trazem informações sobre o que é permitido ou não ao usuário, além de regras de comportamento. Porém, ao criar um perfil em alguma rede social, poucas pessoas reservam tempo para ler. Com o Facebook não é diferente e com mais de 1 bilhão de usuários no mundo inteiro, a plataforma possui regras bem definidas para garantir a boa convivência de todos. Como marcar post do Facebook como favorito para ler depois no Chrome Devido à diversidade da nossa comunidade, é possível que algo possa ser desagradável ou perturbador sem atender ao critério de remoção ou bloqueio, diz o Facebook. Por esse motivo, a rede oferece também controles pessoais sobre o que o usuário vê, como a capacidade de ocultar ou se desvincular de pessoas, páginas ou aplicativos ofensivos. A conversa que ocorre no Facebook e as opiniões expressas aqui reflete a diversidade das pessoas que usam a rede social, completam. facebook-eyes (Foto: facebook-eyes) Facebook tem regras de conduta; entenda como funcionam Você sabe que regras são essas? Preparamos um guia com as principais orientações de conduta. Observe os padrões e entenda que tipo de post é aceitável e que tipo de conteúdo pode ser denunciado e removido do site. Saiba também denunciar abusos e comportamentos inadequados no Facebook. 1) Incentivar a violência O Facebook comunica as autoridades locais e remove conteúdo que ameace a segurança pública. Os usuários também não podem utilizar a rede para organizar atos violentos como brigas de torcidas. 2) Incentivar práticas de autoflagelação A rede costuma remover posts por escrito, fotos e vídeos que encorajem distúrbios alimentares como bulimia ou de automutilação. Nos Estados Unidos, o site trabalha em parceria com a Clinton

Foundation e Jed Foundation para oferecer assistência a pessoas em situação de angústia. 3) Incentivar o abuso de drogas O usuário também não pode utilizar o Facebook para incentivar o abuso de drogas. Esse tipo de conteúdo também é removido quando detectado. 4) Bullying A prática de atitudes agressivas, ocorridas sem motivação evidente, que tem o intuito de intimidar ou agredir outra pessoa também não é aceita dentro do Facebook. Segundo a rede, o comportamento abusivo direcionado a pessoas em particular pode e deve ser denunciado. 5) Assédio Enviar repetidas solicitações de amizade ou mensagens privadas indesejadas a outros usuários é uma forma de assédio, segundo a rede, e essa prática não é tolerada. 6) Discurso de ódio Práticas que discriminem raça, etnia, nacionalidade, religião, gênero, orientação sexual, doença ou deficiência não são permitidas. O Facebook não permite discurso de ódio, mas faz distinção entre um discurso sério e um discurso de humor, informa. Quer bloquear o Facebook em um computador? Veja como no Fórum do TechTudo. 7) Direitos humanos e terrorismo A publicação de material gráfico que mostre abuso dos direitos humanos ou atos de terrorismo como forma de chamar a atenção para problemas e pedidos de ajuda é uma prática tolerada. Mas, quando essas imagens são publicadas para efeito sádico ou celebrar a violência, seu uso é proibido. No caso de vídeos, o usuário deve avisar seu público sobre a natureza do conteúdo para que eles possam decidir se querem ou não assistir. Quando as pessoas compartilham qualquer conteúdo, esperamos que o façam de uma maneira responsável, diz o Facebook. 8) Nudez A exibição de nudez é limitada e objetiva fazer a diferenciação entre imagens de cunho artístico como a escultura do Davi, de Michelangelo, ou fotos de família da amamentação de uma criança. Almejamos respeitar o direito das pessoas de compartilhar conteúdo de importância pessoal, ressalta. 9) Pornografia Também é rígida a política contra o compartilhamento de conteúdo pornográfico e conteúdo sexualmente explícito que envolva menor de idade. Além disso, o Facebook trabalha com grupos de especialistas e organizações internacionais que trabalham para tornar a Internet um local seguro para crianças e adolescentes. 10) Informação pessoal de terceiros Afirmar ter outra identidade, criar um perfil fake para uma organização ou pessoa viola os termos do Facebook. A rede aconselha que os usuários evitem publicar informações pessoais de outras pessoas sem a autorização delas como documentos, telefones, endereços e outros dados. 11) Material que viole direitos autorais O usuário também é encorajado a respeitar direitos autorais, marcas comerciais e outros direitos legais ao publicar conteúdo no Facebook.

12) Comercializar produtos controlados Ofertas de produtos como armas de fogo, álcool, tabaco e produtos de conteúdo adulto devem seguir as leis vigentes do Brasil e considerar com cuidado o público-alvo dentro do Facebook. O comércio de produtos controlados como remédios é proibido na plataforma. 13) Phishing e spam A prática de spam e phishing fraude eletrônica por meio da qual se tenta roubar senhas, dados financeiros e pessoais também é proibida, de acordo com os termos de privacidade e segurança. 14) Fraude Usar o Facebook para tentar fraudar os usuários ou cometer crime de estelionato também é proibido. A plataforma enfatiza que os usuários não devem ser importunados por mensagens com fins comerciais. 15) Ameaça física O Facebook diz que a segurança é sua maior prioridade. Por conta disso remove conteúdo e comunica as autoridades sobre ameaças que resultem em lesão física entre os usuários. Um usuário não pode ameaçar outro de violência. Também não são permitidos o planejamento, promoção ou comemoração de ação que resulte em prejuízo a outra pessoa, incluindo roubo e vandalismo.

Denuncie abusos O usuário pode denunciar algo que considerar violação dos termos. Entretanto, ao denunciar um conteúdo, o Facebook não garante que ele seja removido do site. Passo 1. Para denunciar um post, basta ir à linha do tempo da página ou usuário que publicou o material considerado ofensivo e achar o post. Depois clique na seta cinza localizada no topo do post e escolha a opção Denunciar/Marcar como spam. Passo 2. A publicação será escondida e o Facebook dará a opção de denunciar ou desfazer a ação. Ao clicar em denunciar, uma nova janela se abrirá para conclusão da reclamação. Escolha a que mais se adequar e clique em concluir.

Marco Civil da Internet: Empresas debatem os impactos da Lei em seus negócios O Marco Civil da Internet (Lei n. 12.965/2014 de 23 de junho de 2014) deu início a um novo padrão normativo, que já está demandando dos empresários brasileiros, independente dos segmentos em que atuam, necessidade de adaptação, muito embora sua regulamentação, ainda este ano, é que dará um norte de como será o futuro para a indústria, o comércio e os negócios de um modo geral. Para gerar conteúdo e propor um espaço para o debate e análise das principais repercussões e implicações no ambiente empresarial da Lei n. 12.965/2014, o Instituto de Estudos em Gestão Empresarial IEGE realiza no próximo dia 18/9 (quinta-feira), na Fiergs Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul, o evento Marco Civil e suas Repercussões no Ambiente Corporativo. Participam do encontro, como painelistas, o Diretor de Políticas Públicas e Relações Governamentais do Google no Brasil, Marcel Leonardi; o Desembargador Eugênio Facchini Neto e o Desembargador Ricardo Torres Hermann, ambos atuam junto ao Tribunal de Justiça do RS; a advogada, sócia do escritório Cabanellos Schuh Advogados Associados e responsável pelo Departamento de Direito Digital da empresa, Virgínia Matte Chaves; e a Procuradora de Justiça do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, Têmis Limberger. Impactos gerados Para o presidente do IEGE, Luiz Henrique Cabanellos, a maior preocupação neste momento é quanto ao conhecimento prévio da norma, adequada orientação técnica, e fundamentalmente, alguma noção quanto às responsabilidades decorrentes desta nova Lei. Este encontro visa promover um debate voltado para o ambiente empresarial corporativo, que, de uma forma ou de outra, terá que lidar com a nova lei em seus processos e negócios, diz ele. Não são apenas as empresas de tecnologia que sofrerão reflexos diretos do Marco Civil da Internet, considera a advogada Virgínia Chaves, do escritório Cabanellos Schuh Advogados Associados. Basta um site com publicação de conteúdo para estar sujeito às novas normas. Com isso, todos os segmentos da atividade econômica, serão impactados. Ela considera que as empresas precisam adequar suas regras à nova Lei, especialmente diante do estabelecimento de novos prazos para a guarda de dados, critérios para remoção de conteúdo virtual e limites para uso dos dados obtidos dos usuários. As penas para o descumprimento da Lei são graves para as empresas: desde advertência, passando por multa de 10% sobre o faturamento do grupo de empresas e chegando até a suspensão das atividades da empresa. Trata-se de uma excelente oportunidade para que o meio corporativo conheça melhor sobre seus novos direitos e deveres, conclui. Mais informações e inscrições pelo site: www.iege.org.br Fonte: IEGE

Google pede votação do Marco Civil ao Ministério das Comunicações Raquel Freirepor RAQUEL FREIRE Para o TechTudo O diretor geral do Google Brasil, Fábio Coelho, se encontrou nesta última terça-feira (23) com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, para articular uma parceria com objetivo de acelerar o acesso do brasileiro à Internet. Na audiência, o gestor da gigante de buscas pediu celeridade ao governo para aprovação do Marco Civil da Internet, que está sem previsão de votação na Câmara dos Deputados desde novembro do ano passado. Fabio Coelho, diretor geral do Google Brasil, e Paulo Bernardo, ministro das Comunicações (Foto: Herivelto Baitsta/Mincom) Também participou da reunião o diretor de Políticas Públicas e Relações Governamentais do Google, Marcel Leonardi, que afirmou que muitas empresas aguardam a sanção do projeto de lei, sobretudo por questões jurídicas. De acordo com a Assessoria de Imprensa do Ministério das Comunicações, Paulo Bernardo ratificou o posicionamento dado Congresso Brasileiro de Internet, realizado no último dia 18 pela Abranet, dizendo que o texto do Marco Civil está pronto e não precisa de alterações. Na ocasião, o ministro ainda afirmou que da parte do governo, a orientação é trabalhar para votar. Em relação ao outro tema principal tratado na reunião, a ampliação do acesso à web, Paulo Bernardo declarou que o Google pode ajudar ao governo a levar Internet para regiões que vivem num deserto digital, como a Região Norte. Segundo dados trazidos pelo próprio ministro, enquanto a média nacional é de Internet em aproximadamente 40% das casas, a região apresenta um índice de apenas 8%.

Google, Facebook e Mercado Livre apoiam Marco Civil Thiago Barrospor THIAGO BARROS Para o TechTudo O projeto Marco Civil da Internet no Brasil vai contar com o apoio de três gigantes da web: Google, Facebook e Mercado Livre. As três empresas escreveram uma carta aberta, no Google Docs, declarando que são a favor do projeto de lei, que vai ser votado no Congresso nesta quartafeira (19/09). A ideia do PL 2126/2011 é regulamentar diversas questões relacionadas ao uso da web no país. Nota das empresas apoiando o Marco Civil da Internet está na web (Foto: Reprodução) O documento, dividido em sete tópicos, foi assinado por Fabio Coelho, presidente do Google Brasil, Alexandre Hohagen, vice-presidente do Facebook na América Latina, e Stelleo Tolda, chefe de operações do Mercado Livre. O texto destaca a importância da lei para fomentar uma Internet livre e equilibrada. As empresas são a favor do cumprimento de dez princípios fundamentais criados pelo Comitê Gestor da Internet (CGI) no Brasil. Outra resposta feita em nome da loja virtual (Foto: Reprodução)Suposta funcionária de site de vendas diz que produtos são '60% falsificados e 15% furtados' Segundo a publicação assinada pelas companhias, o Marco Civil tem tudo para ser um bom exemplo do melhor caminho a seguir quando se pensa em uma regulamentação da Internet. Isso porque faz parte de um projeto com garantia de direitos de usuários e termos de responsabilidade dos mesmos. Atos que são necessários para o crescimento da economia digital no país. Quem também é um nome forte na luta pela aprovação é o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC). De acordo com a organização, o usuário é o elo mais fraco no mundo virtual e, por isso, precisa ter consciência da importância de um projeto de lei que tenha como oferecer proteção a quem estiver online no Brasil. Via O Globo