UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES I NSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU OS AGROTÓXICOS NO MEIO AMBIENTE



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Transcrição:

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES I NSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU OS AGROTÓXICOS NO MEIO AMBIENTE Por: Tricia Xavier Guimarães Orientador Prof. MSc. Francisco Carrera Rio de Janeiro 2010

2 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE OS AGROTÓXICOS NO MEIO AMBIENTE Apresentação de monografia á Universidade Cândido Mendes como condição prévia para a conclusão do curso de pósgraduação Lato Sensu em Direito do Meio Ambiente. Objetiva aprofundar a discussão a respeito do tema Agrotóxicos no meio ambiente, que tem sido motivos de debate nas salas de aula. Por: Tricia Xavier Guimarães

3 AGRADECIMENTOS Em primeiro plano agradeço a Deus, por mais essa dádiva conquistada; sem ele essa vitória não seria possível. Agradeço também a minha mãe Teresa Xavier. Sem ela não seria possível concluir a pós-graduação. Dedico a ela uma homenagem especial, pois ela que foi a financiadora desse sucesso. Aos professores deixo meu agradecimento, uma vez que contribuíram para esta caminhada chegar ao fim com sucesso.

4 DEDICATÓRIA Dedico esse trabalho a minha mãe, que sempre me apoiou nas minhas decisões.

5 RESUMO Este material poderá ser utilizado pelos professores e alunos como suporte para o esclarecimento de dúvidas quanto ao uso correto de agrotóxicos, bem como as implicações do seu uso inadequado. Nos últimos anos, todo o planeta Terra vem sofrendo conseqüências drásticas resultantes do uso indiscriminado dos recursos naturais disponíveis. A natureza tem mostrado sinais evidentes de desastres que podem ser agravados se o homem não tomar providencias emergenciais no sentido de preservar o ambiente onde vive. A agricultura tem sido uma fonte de degradação do meio ambiente, o que acontece através do uso incorreto dos agrotóxicos. Nas últimas décadas, a agricultura tem feito um grande esforço para aumentar, a cada ano, a produção de alimentos para o mercado interno e externo. Porém, por falta de informação ou pelo interesse no lucro fácil e sem pensar em conseqüências para o meio ambiente, a produção agrícola tem contribuído de forma efetiva para a contaminação das águas, tanto em nível superficial como subterrânea. A sociedade também vem sofrendo conseqüências provocadas pelo mau uso destas substâncias. Intoxicações são freqüentes em algumas regiões, uma vez que a qualidade da sua alimentação esta comprometida devido ás contaminações. Resta saber se essa pratica precisa ser realmente efetuada e quais ações devem ser tomadas no sentido de reduzir is impactos ambientais provocados pelo uso incorreto dos agrotóxicos. Neste contexto, a pergunta a ser feita é a seguinte: Os agrotóxicos são realmente vilões?

6 METODOLOGIA Nesta pesquisa será realizada uma reflexão sobre o que vem sendo apresentado pelas referencias bibliográficas, direcionada ao tema, sob uma ótica judicial e social. As fontes serão as mais diversas, desde legislação a jurisprudência e doutrina.

7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO... 1 CAPÍTULO I ASPECTOS GERAIS SOBRE AGROTÓXICOS...9 CAPÍTULO II AGROTÓXICO COMO AMEAÇA A SAÚDE AMBIENTAL E AO BEM ESTAR SOCIAL...16 CAPÍTULO III A DESTINAÇÃO FINAL DAS EMBALAGENS...27 CAPÍTULO VI RESPONSABILIDADE...34 CONCLUSÃO...37 ÍNDICE...41

8 1. INTRODUÇÃO Atualmente, uma das maiores preocupações do homem é a degradação progressiva do meio ambiente. Os resultados já são evidentes e colocam a população em estado de alerta. Em conseqüência do aumento da população mundial houve a necessidade de uma maior produção de alimentos. Para garantir qualidade e maior produtividade tornou-se essencial o uso de substâncias químicas para garantir o crescimento saudável e a eliminação das pragas que atacam as lavouras. Tais substâncias recebem hoje o nome de agrotóxicos, que são produtos e agentes químicos ou biológicos cuja finalidade é alterar a composição da flora e da fauna a fim de preservá-la da ação danosa de seres vivos considerados nocivos. Na maioria das vezes, o produtor rural não sabe usar a quantidade recomendada, causando inúmeras doenças causadas por agrotóxicos. É também indispensável que o sistema de saúde pública fique mais atento, oriente mais e cuide melhor de trabalhadores rurais intoxicados pelos pesticidas. O problema de intoxicação de trabalhadores rurais evidentemente também cresceu, mas não aumentou o cuidado com essas vítimas. Está provado que os agrotóxicos são prejudiciais porque, quando aplicados nas primeiras vezes, matam também os insetos que são úteis - os predadores naturais. Isso torna a terra cada vez mais dependente da química, inviabilizando novamente a opção pela produção de alimentos orgânicos. Por isso que uma ONG em São Bernardo do Campo criou uma horta para a produção de alimentos orgânicos, sem o uso de agrotóxicos. A única coisa que é usada é o esterco de galinhas. O controle dos agrotóxicos é uma matéria de imensa relevância para todos.

9 2. ASPECTOS GERAIS Os Agrotóxicos e afins, segundo o inciso I do art 2 da Lei 7.802/89, são os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa dos seres vivos. Em outras palavras, pode-se dizer que os agrotóxicos são toxinas utilizadas para matar, controlar ou afastar organismos indesejados das lavouras, tais como: os fungicidas(que matam fungos),acaricidas(que matam ácaros),bactericidas(que matam bactérias),herbicidas(que matam plantas invasoras),algicidas(que matam algas),formicidas(que matam formigas),rodenticidas(que matam roedores),molusquicidas(que matam moluscos) e pesticidas, divididos em inseticidas (que matam diversas espécies de insetos.(brum VAZ,2006). O uso de agrotóxicos, como bem indica o conceito legal não é privativo de atividades rurais. Aliás, o emprego de agrotóxico se encontra incrementado nos ambientes urbanos pelo uso recorrente de produtos tóxicos extremamente nocivos e perigosos, rotulados herbicida urbano, capina química e desfolhantes agroindustrial. Nos ambientes domésticos, não menos preocupantes se revela o uso indiscriminado dos chamados inseticidas domésticos, mata mosca, mata barata, mata cupim, e mata mosquitos indicativo de sérios problemas á saúde humana.

10 2.1. DISCIPLINA LEGAL A disciplina legal sobre agrotóxicos, no âmbito federal, encontra-se na Lei n 7.802/89, alterada pela Lei n 9.974/00. Esta lei dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, o destino final dos resíduos e embalagens. O decreto n 98.816/90, até a sua revogação, cuidou de regulamentar a Lei n 7.802/89, dando-lhe condições de aplicabilidade, nos pontos em que carecia de regulamentação. Atualmente, a Lei n 7.802/89 encontra-se regulamentada pelo Decreto n 4.074, de 04 de janeiro de 2022. Na Carta Magna encontramos disposição acerca da propaganda, no art 220,4. A Lei n 9.294/96 e a Lei n 10.167/00 dispõem sobre o uso e a propaganda de agrotóxicos.

11 2.2. A LEI N 7.802/89 A competência legislativa em matéria de agrotóxicos, seus componentes e afins é aquela definida n CRFB e na própria Lei n 7.802/89. Paralelamente a competência administrativa, existe, como se sabe, a competência legislativa da qual cada um dos integrantes da Federação possui uma parcela definida. Em sede legal, o artigo 9 determinou que a União, no exercício de sua competência, adotasse as seguintes medidas: a)legislar sobre produção, registro, comercio interestadual, exportação, importação, transporte, classificação e controle tecnológico e toxicológico e toxicológicos; b) Controlar e fiscalizar os estabelecimentos de produção, importação e exportação; c) Analisar os produtos agrotóxicos, seus componentes e afins, nacionais e importados; d)controlar e fiscalizar a produção, a exportação e importação.(antunes,2008).

12 2.3. COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR A teor do art. 24 da Constituição, compete a União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre conservação da natureza, defesa do solo e recurso naturais, proteção do meio ambiente, controle da poluição, responsabilidade por dano ao meio ambiente e proteção e defesa da saúde. No âmbito da competência concorrente, a União limitar-se-á a estabelecer normas gerais, sem excluir a competência suplementar dos Estados que exercerão a competência legislativa plena, para atender suas peculiaridades, inexistindo lei federal sobre normas gerais. A existência de legislação federal sobre normas gerais predomina sobre a estadual, cujo caráter complementar a restringe ao preenchimento de eventual lacuna deixada pela legislação emanada do poder central, sobretudo quanto às condições regionais. A competência dos Estados e do Distrito Federal, no concernente a edição de normas gerais, é complementar. Diante das normas gerais federais, o Estado e o Distrito Federal lhes dão condições de aplicabilidade no âmbito de seus territórios, atuando em caráter complementar. O Município, de sua vez, tendo em vista a norma geral (da União) e a norma complementar (do Estado), se nelas verificar a presença de omissões ou duvidas quanto à aplicação a situações de interesse local, emite a necessária normatização de sentido suplementar. A União tem sua competência legislativa limitada a dispor sobre produção, registro, comercio, importação, exportação, transporte, classificação e controle tecnológico e toxicológico. No âmbito se sua competência, os Estados, e o Distrito Federal podem legislar sobre produção, comercio, uso e armazenamento de agrotóxicos, dispondo sobre aspectos de especificidade regional.

13 O Município pode legislar, em caráter supletivo, a fim de dispor sobre assuntos de interesse local, tal como prevêem os incisos I e II do art. 30 da Constituição Federal e o disposto no art. 11 da Lei n 7.802/89, estando, no entanto, limitado a normatizar sobre o uso e o armazenamento de agrotóxicos, seus componentes e afins. É certo que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não podem abolir, no âmbito de seus territórios, no exercício de suas competências legislativas, exigências contidas na lei federal, tampouco redefinir institutos e conceitos de que tenha se ocupado a lei federal.

14 2.4. NOÇÂO HISTÓRICA A história dos agrotóxicos tem inicio na primeira grande guerra mundial, como arma química. Os alemães foram os primeiros a inventar a arma química, que hoje chamamos de agrotóxicos. Então, os maiores produtores mundiais de agrotóxicos são as multinacionais alemãs, seguidos pelos franceses e americanos, dividindo este lucrativo mercado do veneno. Um exemplo bem conhecido foi à utilização de um desfolhante a base de Dioxina, que devastou florestas na guerra do Vietnã. O objetivo era destruir a camuflagem dos vietnamitas. Até hoje são observadas famílias de vietnamitas e de soldados americanos apresentando câncer e má-formação uterina, como efeitos secundários da Dioxina. A aplicação destes venenos, podem não causar mal agudo, mas certamente causarão um mal crônico e o futuro irá demonstrar, e quem sabe tarde demais. A base de nossa alimentação saudável diária vem das lavouras dos hortifrutigranjeiros. O destino de nossa saúde e a saúde do meio ambiente está em segundo plano frente às vantagens comerciais que a aplicação do agrotóxico proporciona. Lucra-se em curto prazo deixando um rastro de contaminação. Cabe a nós consumidores questionarmos, e sair da postura passiva a essa situação. É fato que não existem ganhadores ou perdedores, quando a saúde do meio ambiente está ameaçada, pois todos perdem. Um agricultor para obter financiamento do governo é obrigado a assegurar a utilização de agrotóxicos em sua lavoura, pois isso serve de "garantia" de boa safra ao governo, e do retorno do investimento ao agricultor e pagamento da dívida. Nesse caso, como fica a saúde do consumidor e o meio ambiente? O laboratório de biologia molecular da UFRJ quantificou os resíduos de agrotóxicos. A maior contaminação revelada na pesquisa foi do " Malathion ", que apresentou em amostras de morango um resíduo acima do permitido de

15 300%, brócolis e agrião 60% acima do permitido, figo apresentou até 100% acima do permitido. Porque não investir uma parte do poder econômico em uma agricultura orgânica, ecológica e sustentável, com controles biológicos e naturais que substituam todo veneno chamado agrotóxico, ou defensivos agrícolas? Pelo menos 1 em cada 200 trabalhadores agrícolas, segundo a secretaria do estado de São Paulo, já esteve internado por problemas relacionados aos agrotóxicos. O Brasil consome 1/5 de todo agrotóxico produzido no mundo, alguns até proibidos de serem utilizados em seu país de origem. No Brasil o agrotóxico tem uma espécie de máfia, onde o forte interesse econômico e a lucratividade dos distribuidores destes venenos estão acima de problemas como o comprometimento da saúde e da contaminação do meio ambiente, das pessoas e dos alimentos.

16 3. AGROTÓXICO COMO AMEAÇA A SAÚDE AMBIENTAL E AO BEM ESTAR SOCIAL 3.1. A NOCIVIDADE DOS AGROTÓXICOS A relação entre agricultura e saúde pública sempre foi muito grande, seja na função de supridora de alimentos, seja pelos riscos à saúde humana e ao meio ambiente causados pela utilização de agrotóxicos. O crescimento da demanda por alimentos que acompanhou a explosão demográfica resultou, em um primeiro momento, na intensificação da cultura em terras mais férteis e, em um segundo momento, na expansão dessas fronteiras agrícolas para áreas menos produtivas (VEIGA, 2007). A saúde humana pode ser afetada pelos agrotóxicos diretamente, através do contato com estas substâncias - ou através do contato com produtos e/ou ambientes por estes contaminados - e, indiretamente, através da contaminação da biota de áreas próximas a plantações agrícolas, que acaba por desequilibrar os ecossistemas locais, trazendo uma série de injúrias aos habitantes dessas regiões. As formas de exposição responsáveis pelos impactos destes agentes sobre o homem são razoavelmente conhecidas. Os processos através dos quais as populações humanas estão expostas, entretanto, constituem-se, ainda hoje, verdadeiros mistérios, dada a multiplicidade de fatores que estão envolvidos (PERES, 2005). As principais vias de penetração no corpo do ser humano, em ordem crescente, são: por ingestão, pela respiração e por absorção dérmica. A penetração pela pele vai variar com a formulação empregada, temperatura,

17 umidade relativa do ar, regiões do corpo (verso das mãos, pulsos, nuca, pés, axilas e virilhas absorvem mais), tempo de contato, existência de feridas etc (GARCIA, 2001). Os agrotóxicos são substâncias que, apesar de serem cada vez mais utilizadas na agricultura, podem oferecer perigo para o homem, dependendo da toxicidade, do grau de contaminação e do tempo de exposição durante sua aplicação. Em muitos países, principalmente naqueles em desenvolvimento, o uso indiscriminado dos agrotóxicos é generalizado e tem chamado a atenção dos governos, das agências de proteção do meio ambiente e de trabalhadores. Igbedioh (1991), em seu estudo, relata que a exposição aos agrotóxicos por longo tempo em homens, plantas e animais tem efeitos nocivos e indesejáveis. Aponta como medidas para redução de riscos na sua utilização: a educação e treinamento dos agricultores, a regulação da propaganda, a limitação do uso de substâncias altamente tóxicas, o monitoramento da população mais exposta ao agrotóxico e a inspeção dos produtos nas lojas de venda e no campo. De acordo com a OMS (1999) e segundo o Sistema Nacional de Informação Tóxico-Farmacológica (SINITOX) em relação à circunstância de ocorrência das intoxicações por agrotóxicos, 62,45 % dos casos foram registrados como acidente, 17,21 % como suicídio e 8,11 % como profissional. Os agrotóxicos podem determinar três tipos de intoxicação: aguda, subaguda e crônica. Na intoxicação aguda os sintomas surgem rapidamente, algumas horas após a exposição excessiva, por curto período, a produtos extrema ou altamente tóxicos. Pode ocorrer de forma leve, moderada ou grave, a depender da quantidade de veneno absorvido. Os sinais e sintomas são nítidos e objetivos. A intoxicação subaguda ocorre por exposição moderada ou pequena a produtos altamente tóxicos ou medianamente tóxicos e tem aparecimento mais lento. Os sintomas são subjetivos e vagos, tais como dor de cabeça, fraqueza, mal-estar, dor de estômago e sonolência, entre outros.

18 A intoxicação crônica caracteriza-se por surgimento tardio, após meses ou anos, por exposição pequena ou moderada a produtos tóxicos ou a múltiplos produtos, acarretando danos irreversíveis, do tipo paralisias e neoplasias. Essas intoxicações não são reflexo de uma relação simples entre o produto e a pessoa exposta. Vários fatores participam de sua determinação, dentre eles os fatores relativos às características químicas e toxicológicas do produto, fatores relativos ao indivíduo exposto, às condições de exposição ou condições gerais do trabalho, sendo brevemente descritas a seguir: a) Características do produto: características toxicológicas, forma de apresentação, estabilidade, solubilidade, presença de contaminantes, presença de solventes, etc. b) Características do indivíduo exposto: idade, sexo, peso, estado nutricional, escolaridade, conhecimento sobre os efeitos a medidas de segurança, etc. c) Condições de exposição: condições gerais do trabalho, freqüência, dose, formas de exposição, etc. As características clínicas das intoxicações por agrotóxicos dependem, além dos aspectos acima citados, do fato de ter ocorrido contato/exposição a um único tipo de produto ou a vários deles. Nas intoxicações agudas decorrentes do contato/exposição a apenas um produto, os sinais e sintomas clínico-laboratoriais são bem conhecidos, o diagnóstico é claro e o tratamento definido. Em relação às intoxicações crônicas, o mesmo não pode ser dito. O quadro clínico é indefinido e o diagnóstico difícil de ser estabelecido. A maioria das vezes as pessoas que são intoxicadas por agrotóxicos, não sabem que o problema que estão apresentando é por causa do mesmo. Às vezes é uma pequena coceira que se alastra pelo corpo e as pessoas deixam passar despercebido. Por isso é muito importante sempre consultar um médico.

19 3.2. AMEAÇA A SAÚDE HUMANA As gravíssimas decorrências do uso de agrotóxicos constituem um problema da saúde pública. Vale destacar, pela importância e incidência de intoxicações, a afetação do meio ambiente do trabalho, assim considerado o palco onde se desenvolvem as relações de trabalho humano de qualquer espécie. Todos os trabalhadores são titulares do direito (difuso) ao meio ambiente do trabalho ecologicamente equilibrado. No ambiente de trabalho rural, em razão do uso indiscriminado e sem medidas legais de precaução, tanto para a saúde do trabalhador, como para o meio ambiente, temos uma grande incidência de casos de intoxicação, com trabalhadores sendo submetidos a doenças fatais ou irreversíveis. (CUSTÓDIO, 2002) Os efeitos nocivos dos agrotóxicos sobre a saúde humana podem ser classificados, em apertada síntese, da seguinte forma: teratogenias (nascimentos com más formações); mutagenias (alterações genéticas patogênicas) e carcinogenias (surgimento de diversos tipos de câncer). As vias de penetração de agrotóxicos no corpo humano são oral, respiração ou dérmica. Têm-se registros de lesões hepáticas e renais, esterilidade masculina, hiperglicemia, hipersensibilidade, carcinogenese, fibrose pulmonar e outras patologias.

20 3.3. A CONTAMINAÇÃO DE ALIMENTOS A utilização ampla de agrotóxicos na lavoura tem gerado a contaminação de consumidores através da ingestão de seus resíduos contidos em alimentos. A presença de resíduos de agrotóxicos em alimentos( vegetais e animais) pode decorrer da contaminação do solo- a maioria dos agrotóxicos empregados, especialmente os herbicidas e os inseticidas, apresenta relativo grau de persistência, assim considerado o tempo necessário para que os resíduos desapareçam do local de aplicação- ou da aplicação direta do agrotóxico sobre culturas. Segundo Antonio Flavio Midio e Deolinda Martins, embora existam casos de intoxicação aguda por alimentos altamente contaminados, a principal preocupação relacionada a exposição humana aos herbicidas, via alimentos, diz respeito aos efeitos tóxicos crônicos e retardados causados por seus resíduos, produtos de degradação e biotransformaçao, ou impurezas presentes na formulações.

21 3.4. A CONTAMINAÇÃO DAS ÁGUAS A preocupação do homem com o problema da contaminação das águas é justificada. A atividade agrícola, a industrialização, e o processo de urbanização são as principais causas de poluição das águas. A contaminação de um corpo d água por agrotóxicos ocorre principalmente de uma forma difusa, o que evidentemente dificulta a adoção de medidas para impedir sua chegada aos rios e lagos, contaminando ainda os aqüíferos subterrâneos. A principal decorrência da agressão a água por defensivos e corretivos agrícolas é a alteração de suas características iniciais, diminuindo a quantidade de oxigênio, tirando a condição de sobrevivência dos seres que nela habitam, como peixes, crustáceos e microorganismos, Pode ainda o acumulo de produtos tóxicos instalar-se na cadeia alimentar, chegando ao homem em virtude da ingestão de peixes. Já a eutrofização é um fenômeno que esta relacionada com a superficializaçao do ambiente aquático pelo acúmulo excessivo de nutrientes, como o nitrogênio e o fósforo. A eutrofização é o fenômeno que transforma um corpo d água em um ambiente bastante fertilizado ou bastante alimentado, implicando em um crescimento excessivo de plantas aquáticas, chegando, em alguns casos, a cobrir completamente o espelho d água de lagos e represas. As águas subterrâneas e as superficiais estão contaminadas pela presença de nitrogênio, fosfato e potássio provenientes da agricultura. O agrotóxico que mais foi encontrado nas águas foram os halogenados orgânicos (tri e tetracloroetileno) e os compostos inorgânicos, tais como o arsênico e o nitrato.

22 3.5. A CONTAMINAÇÃO AOS HUMANOS As principais exposições a estes produtos ocorrem nos setores agropecuário, saúde pública, firmas desinsetizadoras, transporte, comercialização e produção de agrotóxicos. Além da exposição ocupacional, a contaminação alimentar e ambiental coloca em risco de intoxicação outros grupos populacionais. Merecem destaque as famílias dos agricultores, a população circunvizinha a uma unidade produtiva e a população em geral, que se alimenta do que é produzido no campo. Portanto, pode-se afirmar que os efeitos dos agrotóxicos sobre a saúde não dizem respeito apenas aos trabalhadores expostos, mas à população em geral. Como diz Chediack, 1986, apropriadamente, a unidade produtiva não afeta apenas o trabalhador, mas contagia o meio ambiente e repercute sobre o conjunto social. A TABELA 3 apresenta um resumo dos principais sinais e sintomas agudos e crônicos, considerando a exposição única ou por curto período e a continuada por longo período.

23 TABELA 3: Sinais a sintomas de intoxicação por agrotóxico segundo tipo de exposição Sinais e Sintomas Agudos Crônicos Exposição única ou por curto período Cefaléia; tontura; náusea; vômito; fasciculação muscular; parentesias; desorientação; dificuldade respiratória; coma; morte.. Paralisias reversíveis; ação neurotóxicas retardada irreversível; pancitopenia; distúrbios neuropsicológicos. Exposição continuada por longo período Hemorragias; hipersensibilidade; terafogénese; morte fetal. Lesão cerebral irreversível; tumores malignos; atrofia testicular; esterilidade masculina; alterações neurocomporta mentais; nefrites periféricas; dermatites de contato; formação de catarata; atrofia do nervo óptico; lesbes hepáticas. Fonte: OMS Outro aspecto a ser ressaltado refere-se à exposição a múltiplos agrotóxicos. O trabalhador rural brasileiro freqüentemente se expõe a diversos produtos, ao longo de muitos anos, disso resultando quadros sintomatológicos combinados, mais ou menos específicos, que se confundem com outras doenças comuns em nosso meio, levando a dificuldades e erros diagnósticos, além de tratamentos equivocados. A TABELA 4 mostra os efeitos da exposição prolongada a vários produtos agrotóxicos.

24 TABELA 4: Sinais a sintomas de intoxicação por agrotóxico segundo tipo de exposição Sistema/órgão Sistema nervoso Sistema respiratório Sistema cardiovascular Fígado Rins Trato gastrointestinal Sistema hematopoiético Pele Olhos Exposição única ou por curto período Sindroma asteno-vegetativa, polineurite, radiculite, encefalopatia, distonia vascular, esclerose cerebral, neurite retrobulbar angiopatia da retina. Traqueite crônica, pneumofibrose, enfisema pulmonar, asma brônquica Miocardite tóxica crônica, insuficiência coronária crônica, hipertensão, hipotensão. Hepatite crônica, colecistite, insuficiência hepática Albuminúria, nictúria, alteração do clearance da uréia, nitrogênio e creatinina. Gastrite crônica, duodenite, úlcera, colite crônica (hemorrágica, espástica, formações polipóides), hipersecreção e hiperacidez gástrica, prejuízo da motricidade. Leucopenia, eosinopenia, monocitose, alterações na hemoglobina. Dermatites, eczemas. Conjuntivite, blefarite

25 3.6. A CLASSIFICAÇÃO DOS AGROTÓXICOS Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), dada a grande diversidade de produtos, cerca de 300 princípios ativos em 2 mil formulações comerciais diferentes no Brasil, é importante conhecer a classificação dos agrotóxicos quanto á sua ação e ao grupo químico a quem pertencem. Esta classificação também é útil para o diagnóstico das intoxicações e instituição de tratamento específico. Os agrotóxicos classificam-se em: a) lnseticidas: possuem ação de combate a insetos, larvas e formigas. Os inseticidas pertencem a quatro grupos químicos distintos: organofasforados: são compostos orgânicos derivados do ácido fosfórico, do ácido tiofosfórico ou do ácido ditofosfórico. Ex.: Folidol, Azodrin, Malation, Diazinon, Nuvacron,Tantaron, Rhodìatox. carbamatos: são derivados do ácido carbâmico. Ex.: Carbaril, Tentfk, Zeclram, Furadan. organoclorados: são compostos à base de carbono, com radicais de cloro. São derivados do clorobenzeno, do ciclo-hexano ou do ciclodieno. Foram muito utilizados na agricultura, como inseticidas, porém seu emprego tem sido progressivamente restringido ou mesmo proibido. Ex.: Aldrin, Endrin, MtIC, DUr, Endossulfan, Heptacloro, Lindane, Mirex. piretróides: são compostos sintéticos que apresentam estruturas semelhantes à piretrina, substâncìa existente nas flores do Chrysanthmum (pyrethrum) cinenariaefolium. Alguns desses compostos são: aletrina, resmetrina, decametrina, cipermetrina. b) Fungicidas: combatem fungos. Existem muitos fungicidas no mercado. Os principais grupos químicos são:

26 etileno-bis-ditiocarbonatos: Maneb, Mancozeb, Dithane, Zineb,Tiram. trifenil estânico: Duter e Brestan. captan: Ortocide a Merpan. hexaclorobenzeno. c) Herbicidas: combatem ervas daninhas. Nas últimas duas décadas, este grupo tem tido uma utilização crescente na agricultura. Seus principais representantes são: paraquat: comercializado com o nome de Gramoxone glifosato: Round-up pentaclofenol derivados do ácido fenoxiacético: 2,4 diclorofenoxiacético (2,4 D) a 2,4,5 triclorofenoxiacético (2,4,5 T). A mistura de 2,4 D com 2,4,5 T representa o principal componente do agente laranja, utilizado como desfolhante na Guerra do Vietnã. O nome comercial dessa mistura é Tordon. dinitrofenóis: Dinoseb a DNOC. Outros grupos importantes compreendem: raticidas ( dicumarínicos ): utilizados no combate a roedores acaricidas: ação de combate a ácaros diversos nematicidas: ação de combate a nematóides molusquicidas: ação de combate a moluscos, basicamente contra o caramujo da esquistossomose fumigantes: ação de combate a insetos, bactérias: fosfetos metálicos (fosfina) e brometo de metila.

27 4. A DESTINAÇÃO FINAL DAS EMBALAGENS De acordo com a Associação Nacional de Distribuidores de Defensivos Agrícolas (ANDAV) o principal motivo para a destinação final correta para as embalagens vazias dos agrotóxicos é diminuir o risco para a saúde das pessoas e de contaminação do meio ambiente. Durante vários anos, o Governo vem trabalhando em conjunto com a iniciativa privada num programa nacional para o destino final das embalagens, e hoje se sabe que os principais ensinamentos sobre o tema abordado têm surgido através de iniciativas da indústria e da participação voluntária de diversos segmentos da sociedade. As parcerias estabelecidas e os convênios firmados com empresas e entidades permitiram a implantação de diversas centrais de recebimento de embalagens no Brasil, que hoje ajudam a reduzir o número de embalagens abandonadas na lavoura, estradas e às margens de mananciais d água. Atualmente o Brasil já recicla de forma controlada 20% das embalagens plásticas que são comercializadas. A destinação final das embalagens vazias de agrotóxicos é um procedimento complexo que requer a participação efetiva de todos os agentes envolvidos na fabricação, comercialização, utilização, licenciamento, fiscalização e monitoramento de todas atividades relacionadas com o manuseio, transporte, armazenamento e processamento dessas embalagens. Independente do tipo de embalagem (lavável ou não lavável), quando vazias, após serem devolvidas pelos usuários deve ser destinada pelas empresas produtoras e comercializadoras, à reutilização, reciclagem ou inutilização, obedecidas as normas e instruções dos órgãos registrantes e sanitárioambientais competentes. (art. 6º, 5º, da Lei 7.802/89). O destino final mais adequado das embalagens tríplice lavadas é a reciclagem controlada. Embalagens de plástico são devidamente processadas pela recicladora, podendo transformar-se em matéria prima para fabricação de

28 conduites, embalagem de óleo lubrificante, tampa de agrotóxicos, corda PET, corda PEAD, madeira plástica, entre outros. Estas por apresentarem um alto poder calorífico, constituem em um excelente combustível alternativo em indústrias de cimento e para o co-processamento em fornos clínquer. As embalagens metálicas podem ser encaminhadas para siderúrgicas como sucata mista. Estas serão utilizadas como matéria prima nos fornos para fabricação de tarugos de aço. Já as embalagens de vidro podem ser enviadas às indústrias vidreiras, onde serão aquecidas e derretidas a temperaturas acima de 1.300ºC. Uma forma de destinação final adequada das embalagens não laváveis (flexíveis e que não utilizam água como veículo de pulverização) é a incineração. Este processo assegura a completa transformação do material e dos resíduos em cinzas inertes, ainda que possam resultar em emissões atmosféricas com potencial de causar impactos negativos ao meio ambiente e à saúde humana. Existem ainda as embalagens hidrossolúveis, as quais são caracterizadas por dissolverem-se completamente quando entram em contato com a água, minimizando assim o risco de causar danos ao meio ambiente. São passíveis de reciclagem 95% das embalagens vazias de defensivos agrícolas colocadas no mercado. Para que possam ser encaminhadas para reciclagem, as embalagens precisam ser lavadas corretamente (tríplice lavagem) no momento de uso do produto no campo. São incineradas as embalagens não laváveis (5% do total) e as embalagens que não foram tríplicelavadas pelos agricultores. Como responsável pelo destino final ambientalmente correto das embalagens vazias de defensivos agrícolas, o instituto desenvolveu e fez parceria - nos últimos cinco anos - com 8 empresas (estrategicamente localizadas em 5 Estados), que recebem e reciclam as embalagens vazias com a segurança, qualidade e rastreabilidade necessárias ao processo. Somente essas empresas estão aptas a atuar com a reciclagem das embalagens vazias, ao cumprirem com as normas dos órgãos ambientais, as exigências legais e os padrões de qualidade e segurança estabelecidos. O volume de embalagens vazias de fitossanitários é finito, portanto o inpev

29 adotou um criterioso desenvolvimento de parceiros que pudessem oferecer a segurança do cumprimento da lei - que é o grande objetivo deste programa sem qualquer risco ambiental. As empresas recicladoras se estruturaram para operar dentro dos padrões demandados. Como absorvem todo o volume de mercado, no momento o programa não estabelece novos parceiros. Atualmente a prioridade dos elos participantes deste sistema é a busca por mecanismos que tornem o programa auto-sustentável, já que hoje ele é deficitário e integralmente financiado por agricultores, distribuidores, cooperativas e indústria fabricante, cada qual com sua cota de responsabilidade. O programa não visa lucro e sim o cumprimento da legislação com benefícios ao meio ambiente. Os artefatos produzidos por meio do reaproveitamento das embalagens vazias são: barrica de papelão, tubo para esgoto, cruzeta de poste de transmissão de energia, embalagem para óleo lubrificante, caixa de bateria automotiva, conduíte corrugado, barrica plástica para incineração, duto corrugado, saco plástico de descarte e incineração de lixo hospitalar e tampas para embalagens de defensivos agrícolas, entre outros. As tampas das embalagens de defensivos agrícolas representam o primeiro produto que retorna para seu uso original por meio da reciclagem. Somente são produzidos produtos finais orientados e aprovados pelo inpev, que prioriza artefatos para uso industrial. Nas Unidades de Recebimento do sistema de destinação final de embalagens vazias de agrotóxicos, as embalagens são inicialmente inspecionadas e classificadas entre lavadas e não lavadas. Após esta classificação as embalagens não lavadas são segregadas das demais e as lavadas são novamente separadas quanto ao tipo. Elas são constituídas de quatro materiais: PEAD MONO, COEX, PET e Embalagem Metálica. De acordo com o tipo de substância plástica ou metálica empregada na composição das embalagens será determinado o material que pode ser produzido após a reciclagem. A separação das embalagens pelo tipo é

30 norteada por siglas e uma numeração específica que é reconhecida mundialmente.

31 4.1. TIPOS DE EMBALAGENS a) Embalagens Laváveis São aquelas embalagens rígidas (plásticas, metálicas e de vidro) que acondicionam formulações líquidas de agrotóxicos para serem diluídas em água (de acordo com a norma técnica NBR-13.968). Os procedimentos de lavagem destas embalagens são: a) Esvaziar completamente o conteúdo da embalagem no tanque do pulverizador; b) Adicionar água limpa à embalagem até ¼ do seu volume; c) Tampar bem a embalagem e agite-a por 30 segundos; d) Despejar a água de lavagem no tanque do pulverizador; e) Fazer esta operação 3 vezes; f) Inutilizar a embalagem plástica ou metálica, perfurando o fundo. b) Embalagens Não Laváveis São todas as embalagens flexíveis e aquelas embalagens rígidas que não utilizam água como veículo de pulverização. Incluem-se nesta definição as embalagens secundárias não contaminadas rígidas ou flexíveis. Embalagens flexíveis: Sacos ou saquinhos plásticos, de papel, metalizadas, mistas ou de outro material flexível; Embalagens rígidas que não utilizam água como veículo de pulverização: embalagens de produtos para tratamento de sementes, Ultra Baixo Volume (UBV) e formulações oleosas; Embalagens secundárias: refere-se às embalagens rígidas ou flexíveis que acondicionam embalagens primárias, não entram em contato direto com as formulações de agrotóxicos, sendo consideradas embalagens não

32 contaminadas e não perigosas, tais como caixas coletivas de papelão, cartuchos de cartolina, fibrolatas e as embalagens termomoldáveis.

33 4.2. LICENCIAMENTO As Unidades de Recebimento necessitam de licenciamento ambiental para serem implantadas. Conforme o Artigo 4º da Resolução CONAMA n. 334/2003, o órgão ambiental competente exigirá as seguintes licenças ambientais: I - Licença Prévia -LP: concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases; II - Licença de Instalação - LI: autoriza a instalação do empreendimento com especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo medidas de controle ambiental e demais condicionantes; III - Licença de Operação -LO: autoriza a operação da atividade, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, das medidas de controle ambiental e suas condicionantes. Parágrafo único. Os postos e centrais já em operação deverão requerer a LO, mediante apresentação de plano de adequação, no prazo de sessenta dias, contados a partir da data de publicação desta Resolução.

34 5. RESPONSABILIDADE 5.1. RESPONSABILIDADE CRIMINAL Sem a proposta de interpretar a legislação vigente nessa área e procurar identificar tipos eventualmente revogados, indico dispositivos de natureza criminal que tratam da matéria. A Lei 7.802/89 atribui responsabilidade penal àquele que produzir, comercializar, transportar, aplicar ou prestar serviço na aplicação de agrotóxicos, seus componentes e afins, descumprindo as exigências estabelecidas nas leis e nos seus regulamentos (art. 15) e ao empregador, profissional responsável ou ao prestador de serviço, que deixar de promover as medidas necessárias de proteção à saúde e ao meio ambiente (art. 16). O artigo 27 da Lei 5.197, de 3.1.67, alterado pelo artigo 1º da Lei 7.653, de 12.2.88, dispõe que incorre na pena prevista no caput do aludido artigo "quem provocar, pelo uso direto ou indireto de agrotóxicos ou de qualquer outra substância química, o perecimento de espécimes da fauna ictiológica existente em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou mar territorial brasileiro". Aplicável, ainda, o disposto nos artigos 54 ("causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora") e 56 ("produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos") da Lei 9.605/98.

35 5.2. RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA Compete à Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária elaborar ou promover a elaboração de normas, padrões e especificações de cunho sanitário para agrotóxicos, inclusive para os estabelecimentos que os produzam, distribuam ou comercializem, bem assim para serviços sujeitos ao regime de vigilância sanitária (Decreto 109, de 2.5.91, que aprovou a estrutura regimental do Ministério da Saúde). Compete à Secretaria de Defesa Agropecuária normatizar e supervisionar, na forma da lei, as atividades de fiscalização da produção, da comercialização e da utilização de agrotóxicos, seus componentes e afins; (2) ao Departamento de Defesa e Inspeção Vegetal programar e promover a execução das atividades de fiscalização da produção e comercialização de agrotóxicos, de seus componentes e afins (Decreto 1.784, de 11.1.96, que aprovou a estrutura regimental do Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária - Anexo I - artigos 18, II, "c", e 20, II, "d").

36 5.3. RESPONSABILIDADE CIVIL A responsabilidade civil por danos decorrentes de poluição por agrotóxicos é sem dúvida objetiva. Isto em razão do disposto no art. 14 da Lei 6.938/81. Argumentar que os termos do artigo 14 da Lei 7.802/89 levam a conclusão diversa é equivoco, mesmo porque como apontado na analise deste artigo, sua redação reforça a responsabilidade objetiva nas hipóteses lá relacionadas com a presunção legal de nexo de causalidade entre a conduta hipoteticamente descrita e o dano verificado. A Lei 7.802/89, em seu artigo 14, atribui responsabilidade administrativa, civil e penal, pelos danos causados à saúde das pessoas e ao meio ambiente, quando a produção, a comercialização, a utilização e o transporte não cumprirem o disposto na lei, (1) ao profissional, ao usuário ou prestador de serviços, (2) ao comerciante, (3) ao registrante, (4) ao produtor e (5) ao empregador, nas hipóteses que especifica. Além dessas pessoas podem ser acionados para reparar os danos ao meio ambiente aqueles (pessoas físicas ou jurídicas) que, direta ou indiretamente, concorrerem para a degradação ambiental (art. 3º, IV, da Lei 6.398/81), independentemente da existência de culpa (art. 14, 1º, da mesma lei).

37 6. CONCLUSÃO O uso de substancias químicas na agricultura é realmente uma necessidade. Para garantir alimentos de qualidade e uma produção eficiente que possa atender a demanda de consumidores, torna-se essencial a utilização dos agrotóxicos. A agricultura orgânica convencional não atende estes requisitos, principalmente no item produtividade. A qualidade, ao contrario do que se pensa, pode ser comprometida através da contaminação por microorganismos danosos a saúde humana, como as bactérias patogênicas, por exemplo. Os agrotóxicos garantem um cultivo isento de ataques de pragas e, posteriormente, um alimento livre de qualquer contaminação. Infelizmente, o uso indiscriminado dos agrotóxicos vem comprometendo a qualidade da nossa alimentação e conseqüentemente o equilíbrio biológico e ambiental. As causas desse crime ambiental e social estão relacionadas a falta de informação dos agricultores e também a sua negligencia ou descaso perante as orientações. Atualmente, o EMATER e a EMBRAPA são órgãos públicos responsáveis por fornecer aos agricultores informações extremamente importantes relacionadas a escolha do agrotóxico adequado a cada cultura, as quantidades a serem aplicadas e aos tempos de carência do produto, ou seja, ao tempo de repouso necessário antes de encaminhar o produto ao consumidor final. O numero reduzido de centrais do EMATER é um dos motivos do desconhecimento dos cuidados com o uso dos agrotóxicos por parte dos agricultores. Os mais comprometidos com a legislação vão a procura das informações, mas infelizmente, nem todos o fazem. Existem, ainda, os casos de agricultores, que mesmo sabendo dos riscos, negligenciam os cuidados gerando um risco de comprometimento da saúde dos consumidores. O agricultor despreparado comete dois erros gravíssimos ao fazer o uso incorreto dos agrotóxicos. Além de fornecer alimentos contaminados, também promove a contaminação do solo e, conseqüentemente, das águas superficiais

38 e subterrâneas, levando novamente ao comprometimento da saúde do homem que fará uso desta água e dos peixes que nela habitam. O agrotóxico é hoje uma boa alternativa para garantir uma alimentação de boa qualidade e em quantidade para atender a demanda. Para tanto, é fundamental que sejam atendidas as normas estabelecidas para o uso dos mesmos; algo que requer informação, compromisso, fiscalização e respeito como o ser humano. Os agrotóxicos, quando usados de forma correta, favorecem a produtividade e a qualidade dos alimentos. Em contrapartida, o uso indiscriminado trás prejuízos ao homem, a flora e a fauna. É de extrema importância o acesso as informações sobre a devida utilização dos agrotóxicos, e neste processo, a escola exerce o papel fundamental.

39 7. BIBLIOGRAFIA ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 11. Ed. Ver. Ampl. E atual. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2008 BRASIL. Decreto nº 4.074 de 04 de janeiro de 2002 Regulamentação da lei nº 7.802/89. BRASIL. Lei Federal nº 7.802 de 11 de julho de 1989. Legislação Federal de Agrotóxicos. BRASIL. Lei Federal nº 9.974 de 06 de junho de 2000. Altera a legislação de Agrotóxicos. CUSTÓDIO, HELENITA BARREIRA, Direito a saúde e problemática dos agrotóxicos, Revista de Direito sanitário, Vol. 2,n 3, novembro 2022, p.12-13 FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro. 5. Ed. Ampl. São Paulo: Saraiva, 2004. GARCIA E.G. Segurança e saúde no trabalho rural: a questão dos agrotóxicos. Fundacentro, São Paulo. 2003. PERES, Frederico et al. Desafios ao estudo da contaminação humana e ambiental por agrotóxicos. Ciênc. saúde coletiva, Dez 2005, vol.10, p.27-37. REVISTA DE DIREITO AMBIENTAL, n 10, p.119

40 VEIGA, Marcelo Motta. Agrotóxicos: eficiência econômica e injustiça socioambiental. Ciênc. saúde coletiva, Mar 2007, vol.12, no. 1, p.145-152 VAZ, Paulo Afonso Brum. O direito ambiental e os agrotóxicos. Ed livraria do advogado, 2006

41 ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO...8 2. ASPECTOS GERAIS SOBRE AGROTÓXICOS...9 2.1. Disciplina legal...10 2.2. A lei n 7.802/89...11 2.3. Competência para legislar...12 2.4. Noção histórica...14 3. AGROTÓXICO COMO AMEAÇA A SAÚDE AMBIENTAL E AO BEM ESTAR SOCIAL...16 3.1. A nocividade dos agrotóxicos...16 3.2. Ameaça a saúde humana...19 3.3. A contaminação de alimentos...20 3.4. A contaminação das águas...21 3.5. A contaminação aos humanos...22 3.6. Classificação dos agrotóxicos...25 4. A DESTINAÇAO FINAL DAS EMBALAGENS...27 4.1. Tipos de embalagens...31 4.2. Licenciamento...33 5. RESPONSABILIDADE...34 5.1. Responsabilidade criminal...34 5.2. Responsabilidade administrativa...35

42 5.3. Responsabilidade Civil...36 6. CONCLUSÃO...37 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...39