DETERMINAÇÃO DOS LIMITES DE DETECÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DO MÉTODO TITULOMÉTRICO DE DUREZA TOTAL EM MATRIZ ÁGUA

Documentos relacionados
CONTROLE DE QUALIDADE ANALÍTICA E O USO DE CARTAS CONTROLE NO ENSAIO DE DUREZA TOTAL EM MATRIZ DE ÁGUA

QUI 154/150 Química Analítica V Análise Instrumental. Aula 1 Introdução a Química Analítica Instrumental Parte 2

QUI 154/150 Química Analítica V Análise Instrumental. Aula 1 Introdução a Química Analítica Instrumental Parte 2

29 a 31 de outubro de 2014 Local: Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos ABIMAQ

Validação de Metodologia Analítica. João Cristiano Ulrich

MÉTODOS DE CALIBRAÇÃO

VALIDAÇÃO DE MÉTODO ANALÍTICO: DETERMINAÇÃO DE CÁLCIO EM ÁGUAS MÉTODO TITULOMÉTRICO DO EDTA COMPLEXOMETRIA

3 Controlo interno da qualidade dos ensaios

QUI 154/150 Química Analítica V Análise Instrumental. Aula 1 Introdução a Química Analítica Instrumental Parte 2

PRÁTICA 04 - DETERMINAÇÃO DA DUREZA TOTAL E TEOR DE CÁLCIO E MAGNÉSIO EM ÁGUA

ID Nº 293 PREPARO DE AMOSTRAS DE REFERÊNCIA PARA LABORATÓRIOS DE ANÁLISES AMBIENTAIS

5 Parte experimental Validação analítica

Laboratório de Análise Instrumental

QUI 072 Química Analítica V Análise Instrumental. Aula 1 - Estatística

Área de Atividade/Produto Classe de Ensaio/Descrição do Ensaio Norma e/ou Procedimento

QUI095 - Análises Volumétricas

ESCOPO DA ACREDITAÇÃO ABNT NBR ISO/IEC ENSAIO

Laboratório de Química dos Elementos QUI

Conselho Regional de Química IV Região (SP)

ESCOPO DA ACREDITAÇÃO ABNT NBR ISO/IEC ENSAIO

CONTAGEM DE CÉLULAS SOMÁTICAS E BACTERIANAS DO LEITE CRU REFRIGERADO CAPTADO EM TRÊS LATICÍNIOS DA REGIÃO DA ZONA DA MATA (MG)

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE METODOLOGIAS UTILIZADAS PARA DETERMINAÇÃO DE DUREZA TOTAL EM MATRIZES AQUOSAS.

ANÁLISE VOLUMÉTRICA. Profa. Denise Lowinsohn.

Seleção de um Método Analítico. Validação e protocolos em análises químicas. Validação de Métodos Analíticos

Avaliação da confiabilidade analítica das determinações de carbono orgânico total (COT)

4 Parte experimental Desenvolvimento do Método

VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS

Introdução aos métodos titulométricos volumétricos. Prof a Alessandra Smaniotto QMC Química Analítica - Farmácia Turmas 02102A e 02102B

ESCOPO DA ACREDITAÇÃO ABNT NBR ISO/IEC ENSAIO

Definição. RDC 17: 16 de abril de Validação de metodologia analítica

Titulação de cálcio e magnésio no leite com EDTA. Ilustrar: Titulação por retorno Titulação complexométrica, com EDTA

Coordenação Geral de Acreditação ORIENTAÇÃO SOBRE VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS. Documento de caráter orientativo DOQ-CGCRE-008

QUÍMICA ANALÍTICA V 2S Prof. Rafael Sousa. Notas de aula:

II Workshop de Acreditação de Produtores de Materiais de Referência e de Provedores de Ensaios de Proficiência. Limites dos Sistemas Analíticos

Validação de Métodos Analíticos

Validação de Metodologia Analítica e Estimativa de Incerteza de Medição para a Análise de Chumbo e Manganês em Ar.

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE METODOLOGIAS UTILIZADAS PARA DETERMINAÇÃO DE DUREZA TOTAL EM MATRIZES AQUOSAS.

ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DE ÁGUAS ADICIONADAS DE SAIS COMERCIALIZADAS NO MUNICÍPIO DE SUMÉ-PB

Laboratório de Análise Instrumental

ERRO E TRATAMENTO DE DADOS ANALÍTICOS

Validação: o que é? MOTIVOS PARA VALIDAR O MÉTODO: MOTIVOS PARA VALIDAR O MÉTODO: PROGRAMA DE SEGURANÇA DE QUALIDADE ANALÍTICA

Meio Ambiente. A determinação de dureza total em matrizes aquosas

Análise da Alcalinidade da Água do Campus I da UFPel

Análise Instrumental. Prof. Elias da Costa

Validação de processos em farmácia oncológica Marcos Coelho Soares

26/03/2015 VALIDAÇÃO CONTROLE FÍSICO-QUÍMICO DA QUALIDADE RDC 899/2003. Por que validar? OBJETIVO DA VALIDAÇÃO:

Variável (número da variável) Símbolo para variável (-) (+) Emulsão com Triton X-100 Oxigênio (1) a X 1 sem com Quantidade de amostra (2)

INTRODUÇÃO A TITULAÇÃO

Análise de resíduos de Cd e Pb em suplementos minerais por FAAS

Validação. Um processo através do qual estudos de laboratório são utilizados para garantir que o método em questão atenda às exigências desejadas

Aula S03: Validação em Análises Ambientais

QUI 154/150 Química Analítica V Análise Instrumental. Aula 1 Estatística (parte 1)

Análise dos teores totais de CaO e MgO em rochas calcárias da região do Campo das Vertentes, em Minas Gerais

UTILIZAÇÃO DA CAFEÍNA COMO INDICADOR DE CONTAMINAÇÃO POR ESGOTO DOMESTICO NO AÇUDE BODOCONGÓ EM CAMPINA GRANDE PB

QUI 154/150 Química Analítica V Análise Instrumental. Aula 1 Estatística (parte 1)

ERROS E TRATAMENTO DE DADOS Prof. Marcelo R. Alexandre

Workshop de Laboratórios Sindirações / MAPA Análises de Resíduos de Antibióticos. Novembro 2017

Aulas 2 e 3. Estatística Aplicada à Química Analítica

PRÁTICA 05 - DETERMINAÇÃO DE CLORO ATIVO EM ÁGUA SANITÁRIA E DETERMINAÇÃO IODOMÉTRICA DE ÁCIDO ASCÓRBICO

Eletroquímica 2015/3. Professores: Renato Camargo Matos Gustavo Fernandes S. Andrade.

QUÍMICA ANALÍTICA V 2S Prof. Rafael Sousa. Notas de aula:

Determinação de permanganato em água

Determinação de acidez em mel por potenciometria

Química Analítica V 1S Prof. Rafael Sousa. Notas de aula:

Estimativa da Incerteza Associada à Determinação de Sólidos Suspensos em Amostras de Água

USO DO MÉTODO ESPECTROFOTOMÉTRICO PARA A DETERMINAÇÃO DE ENXOFRE EM FERTILIZANTES.

Prof a. Dr a. Luciana M. Saran

Determinação de Cobre em amostras de cachaça por Espectrometria de Absorção Atômica por Chama (FAAS)

QUI 154/150 Química Analítica V Análise Instrumental. Aula 1 Estatística (parte 1)

PARÂMETROS DE QUALIDADE DE ÁGUA NAS PRODUÇÕES DE ANIMAIS: Coleta, análises e monitoramento

Ensaios de Proficiência na Metrologia Química

Análise de Resíduos de Pesticidas Geisa Resende Novembro/2011

APLICAÇÃO DE ZEÓLITAS PARA REDUÇÃO DA DUREZA TOTAL EM ÁGUAS SUBTERRÂNEAS ORIUNDAS DO SEMIÁRIDO PARAIBANO

PROCEDIMENTO DE OPERAÇÃO PADRÃO POP

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE QUÍMICA DIEGO MANICA

Prática de Ensino de Química e Bioquímica

Universidade Federal de Sergipe Departamento de Química Química Analítica Experimental Prof. Marcelo da Rosa Alexandre Alunos:

VALIDAÇÃO DE MÉTODO INDICATIVO DA ESTABILIDADE POR HPLC PARA DETERMINAÇÃO SIMULTÂNEA DE TADALAFILA E SILDENAFILA

QUI 102 Metodologia Analítica. Amostragem - Aula 1

Tabela 1 Características dos voluntários selecionados para o ensaio de bioequivalência. D.P.I. = desvio do peso ideal; D.

ESCOPO DA ACREDITAÇÃO ABNT NBR ISO/IEC ENSAIO

5. Resultados e Discussão

MÓDULO 2. Estatística Aplicada à Química Analítica. Introdução

QUI219 QUÍMICA ANALÍTICA (Farmácia) Prof. Mauricio X. Coutrim

09 a 11 de dezembro de 2015 Auditório da Universidade UNIT Aracaju - SE

Incerteza dos resultados da medição

Por que escrever um relatório ou um resumo científico?

Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro

Reelaboração das aulas práticas de Química Analítica Quantitativa visando diminuir a geração e complexidade dos resíduos

Erros e tratamento de dados experimentais. Fundamentos de Química Experimental

ATIVIDADE DAS ENZIMAS FOSFATASE E PEROXIDASE COMO INSTRUMENTO DE VERIFICAÇÃO DA EFICÁCIA DA PASTEURIZAÇÃO LENTA DE LEITE PREVIAMENTE ENVASADO

Determinação das Durezas Temporária, Permanente e Total de uma Água

Introdução à Volumetria. Profa. Lilian Lúcia Rocha e Silva

Desmineralização de águas e precipitação. [Imagem: Hidrosam]

Programa Interlaboratorial Físico-Químico de Alimentos PEP SENAI/SC LANAL-009/15. Setembro de 2015

Programa Interlaboratorial Microbiológicos Qualitativos de Alimentos PEP SENAI/SC LANAL Outubro de 2015

Lista de Exercício 1ª TVC Química Analítica V Teoria (1º Sem 2017) Entregar antes do início da 1ª TVC Terça-feira as 8:00 hs.

VALIDAÇÃO DE MÉTODO DE ANÁLISE PARA DETERMINAÇÃO DE MERCÚRIO TOTAL EM AMOSTRAS AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS

INTRODUÇÃO A TITULAÇÃO

Transcrição:

DETERMINAÇÃO DOS LIMITES DE DETECÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DO MÉTODO TITULOMÉTRICO DE DUREZA TOTAL EM MATRIZ ÁGUA Vania Regina Kosloski 1, Deisy Maria Memlak 2, Joceane Pigatto, 3 Lilian Regina Barosky Carezia 4 1 SENAI, Chapecó, Brasil, vania@sc.senai.br 2 SENAI, Chapecó, Brasil, deisy.memlak@sc.senai.br 3 SENAI, Chapecó, Brasil, joceane@sc.senai.br 4 SENAI, Chapecó, Brasil, lilian.rbc89@gmail.com RESUMO Os limites de detecção (LD) e limites de quantificação (LQ) do método de dureza total em água foram determinados com o objetivo de avaliar a capacidade analítica do laboratório na determinação quantitativa destes limites. O laboratório determinou os limites de detecção e quantificação deste método com base na experiência dos analistas e em experimentos, os valores obtidos foram: limite de detecção 3 mg/l e limite de quantificação de 15 mg/l. Palavras- chave: limites de detecção, limite de quantificação, dureza total. ABSTRACT The limits of detection (LD) and limits quantification (LQ) of the method of total hardness in water were determined to evaluate the analytical capacity of the laboratory for quantitative determination of these limits. The laboratory determined the limits of detection and quantification of this method based on the experience of the analysts and experiments, the values obtained were: detection limit of 3 mg /L and limit of quantification of 15 mg /L. Key Words: Limit of detection, Limit of quantification, total hardness. 1. INTRODUÇÃO A dureza está presente na água devido aos sais de cálcio e magnésio lixiviados pela água através do solo. A presença destes sais não causa danos à saúde e são próprios de água potável. No entanto para a indústria, a água com a presença destes sais em excesso é chamada de água dura. Esta por sua vez pode provocar corrosão, perda de eficiência na transmissão de calor em caldeiras, formação de incrustações, entupimentos em tubulações e depósitos na superfície de equipamentos, dificultando os processos de limpeza [1]. Segundo Feijó et al (2002), as impurezas da água podem originar sérios problemas operacionais, devido a formação de depósitos, incrustações em várias superfícies e corrosão de metais, diminuindo a eficiência dos processos de higienização e constituindo-se em fonte significativa de contaminação do leite cru e do leite processado industrialmente. Vários métodos podem ser empregados para determinação de dureza em água dentre eles, titulometria, e espectrofotometria. Os resultados de dureza devem ser expressos em mg/l de carbonato de cálcio (CaCO 3 ). De acordo com a NIT-DICLA -057, limite de detecção é a concentração mais baixa que pode ser detectada, mas não necessariamente quantificada pelo método, isto é, que pode ser diferenciada de zero ou detectada acima do ruído, com um nível de confiança estabelecido e o limite de quantificação é a concentração do constituinte que produz um sinal suficientemente maior que o sinal do branco e que pode ser detectada dentro de níveis especificados, por bons laboratórios, 1

durante e nas condições do trabalho de rotina. Tipicamente é a concentração que produz um sinal 10 vezes o desvio padrão acima do sinal do branco de água reagente. Para verificação do desempenho de métodos, a característica mais importante está relacionada aos limites, sendo a capacidade de detectar e quantificar o analito na amostra, determinar os limites de detecção (LD) e o limite de quantificação (LQ) é fundamental quando se está implantando um método de ensaio ou quando se deseja avaliar um determinado método. Os limites podem ser determinados através da experiência dos analistas e de experimentos, após a determinação dos limites é necessário verificar a recuperação e a exatidão de cada concentração para análise crítica e determinação do limite de quantificação. Para o parâmetro de dureza total a portaria n o 2.914 de 12 de dezembro de 2011 do Ministério da Saúde, é ampla e preconiza que o VMP (valor máximo permitido) é de 500 mg/l, mesmo se tratando de um valor alto, é necessário conhecer a detecção e quantificação do método para expressar resultados confiáveis já que estes podem variar em função da repetibilidade, padrões e equipamentos utilizados no processo. Limites e inferência estatística, muitas vezes são assumidos com base na experiência acumulada durante o desenvolvimento e uso do método analítico. No entanto, boa ciência de medição confia em hipóteses testadas [5]. 2. OBJETIVO O objetivo deste estudo é determinar os limites de detecção e quantificação do método titulométrico de quantificação de dureza total em água utilizado no laboratório. 3. METODOS E MATERIAIS Este trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Análise de Alimentos e Água do SENAI de Chapecó/SC, Setor Físico-Químico no primeiro semestre de 2013. 3.1 Determinação do Limite de Detecção Esta constatação pode ser realizada com base em experimentos como provas em branco e através da experiência do analista. Neste caso as provas em branco não foram utilizadas, pois apresentaram valor igual a zero, então o limite de detecção do método foi estimado de acordo com a experiência do analista. 3.2 Determinação do Limite de Quantificação Para dureza total foram preparadas amostras fortificadas com concentrações variadas e acima de 3 mg/l para determinação do LQ. Para o preparo das amostras fortificadas, utilizou-se água deionizada como matriz e solução padrão de carbonato de cálcio sendo preparado 1000 mg/l a partir de MRC do NIST 915b. A solução padrão foi preparada utilizando carbonato de cálcio seco em estufa a 200ºC por quatro horas e em seguida foram pesadas 1,0004 gramas de carbonato de cálcio em balança analítica calibrada e diluído em água deionizada num balão volumétrico calibrado de 1000 ml, resultando na solução padrão de carbonato de cálcio com concentração de 1000 mg/l. Em seguida foram preparadas soluções padrão de carbonato de cálcio utilizando a solução padrão de 1000 mg/l onde cada 1 ml da solução de 1000 mg/l equivale a 1 mg de carbonato de cálcio (CaCO 3 ). Para a solução padrão de 3 mg/l foi pipetado 3 ml de solução padrão de 1000 mg/l e diluída em água deionizada em um balão volumétrico calibrado de 1000 ml, as demais concentrações foram pipetados os volumes de 5, 15, 100 e 250 ml de solução padrão de 1000 mg/l e diluídas 2

em água deionizada em balões volumétricos calibrados de 1000 ml, resultando em amostras nas concentrações: 3, 5, 15, 100 e 250 mg/l. 3.3 Realização do ensaio A partir do padrão preparado, as amostras foram submetidas ao ensaio de dureza total que foi realizado de acordo com a PORTARIA SDA Nº 1, de 07 de outubro de 1981 do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento MAPA. O princípio do método baseia-se na titulação complexométrica de sais de cálcio e magnésio por uma solução de sal sádico do EDTA em presença do indicador negro de eriocromo. Foram realizadas 7 replicatas de cada concentração, onde os resultados obtidos,bem como a média e o desvio-padrão amostral s para cada concentração estão descritos conforme tabela 1. Replicatas 3 mg/l 5 mg/l 15 mg/l 100 mg/l 150 mg/l 250 mg/l 1 3,09 4,69 13,06 95,51 144,56 239,97 2 3,19 4,69 12,46 91,52 143,96 237,17 3 2,19 4,69 12,86 93,61 144,46 238,37 4 2,69 5,38 13,26 96,8 144,66 241,36 5 2,69 4,89 13,66 92,42 142,86 238,07 6 3,39 4,89 13,16 94,41 146,15 237,87 7 2,49 4,39 13,56 95,21 144,16 236,58 Media 2,82 4,80 13,15 94,21 144,40 238,48 S 0,42 0,30 0,41 1,84 0,98 1,65 Tabela 1. Determinação do Limite de Quantificação - Concentrações obtidas 4. RESULTADOS O LD foi estimado através da experiência do analista sendo 3 mg/l. Para a determinação do LQ foi realizada uma análise crítica através do coeficiente de variação e da recuperação em relação aos resultados obtidos, levando em consideração a melhor e a menor reprodução do analito. Para calcular a recuperação foram utilizadas seis concentrações de amostra fortificada sendo: 3, 5, 15, 100, 150 e 250 mg/l. De acordo com a AOAC Peer-Verified Methods Program, Manual on policies and procedures, Arlington, Va., USA (1998), o critério de aceitação para recuperação da concentração de 3, 5 e 15 mg/l é de 80 110%, para a concentração de 100, 150 e 250 mg/l o critério é de 90 107%, conforme demonstra a Figura 1 todas as concentrações analisadas, apresentaram resultado satisfatório quanto ao intervalo de aceitação para recuperação. 3

Figura 1. Gráfico da Recuperação De acordo com a AOAC Peer-Verified Methods Program, Manual on policies and procedures, Arlington, Va., USA (1998), o critério de aceitação para o coeficiente de variação para a concentração de 3 e 5 mg/l é de 11%, 15 mg/l é 7,3%, 100, 150 e 250 mg/l é de 5,3%. Conforme observado no gráfico somente a concentração de 3mg/L apresentou resultado insatisfatório quanto ao coeficiente de variação, as demais concentrações analisadas apresentaram resultado satisfatório quanto a este critério. Figura 2. Gráfico do Coeficiente de Variação 5. CONCLUSÕES 4

Foi determinado o limite de quantificação através da análise da recuperação e do coeficiente de variação, haja visto que a concentração de 15 mg/l obteve um coeficiente de variação menor em relação as concentrações de 3 mg/l e 5 mg/l e esta foi a menor concentração reproduzida pelo laboratório, embora as demais concentrações também apresentaram o coeficiente de variação menor. A legislação preconiza que o valor máximo admissível é de 500 mg/l para água de consumo, porém a indústria necessita conhecer a dureza em concentrações inferiores ao preconizado pela legislação. Devido a esta necessidade o laboratório adotou este limite de quantificação sendo confíavel para garantir o monirotamento da água da indústria e considera que o parâmetro para água potável e também o parâmetro para água dura pode variar de 60 a 500 m/l (CaCO 3 ). 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] LEITE, M.O.; Andrade, N.J.; Souza, M.R.; Fonseca, L.M.; Cerqueira, M.M.O.P.; Penna, C.F.A.M. Controle de qualidade da água em indústrias de alimentos (Parte III). 2003. Dpto de Tecnologia e Inspeção de Produtos de Origem Animal, Escola de Veterinária da UFMG. Dpto de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Viçosa. [2] FEIJÓ, L. D.; PINHEIRO, C. A.; SILVA, A. C. O.; CERQUEIRA, M. M. O. P.; SOUZA, M. R.; PENNA, C. F. A. M. Caminhões de Coleta a Granel: Monitoramento da Qualidade do Leite, da Higienização do Mangote e da Superficie do Caminhão Tanque. In: XIX Congresso Nacional de Laticínios. 2002, Juiz de Fora - MG. Anais... Juiz de Fora: Instituto de Laticínios Cândido Tostes, 2002. [3] NIT-DICLA-057, Revisão 01. Critérios para Acreditação de Amostragem de Águas e Matrizes Ambientais. INMETRO, Rio de Janeiro, 2010. [4] Ministério da Saúde portaria 2.914, de 12 de dezembro de 2011 [5] CURRIE, L.A. Nomenclature in evaluation of analytical methods including detection and quantification capabilities. Pure Appl. Chem., v. 67, p. 1699-1723, 1995. [6] Brasil, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria nacional de defesa agropecuária. Laboratório nacional de referência animal, LANARA. Métodos analíticos Oficiais para Controle de produto de origem animal e seus Ingredientes, Ministério da Agricultura, Brasília, DF, outubro/81. [7] Official Methods of Analysis of AOAC International, 19 th edition (2012) - AOAC Official Method. 5

6