Ficha Informativa + Segurança

Documentos relacionados
Ficha Informativa + Segurança

Ficha Informativa + Segurança

Ficha Informativa + Segurança

Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho

Ficha Informativa + Segurança

Ficha Informativa + Segurança

IV Jornadas de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho 1 de junho de 2016 TEMA: QUAIS AS OBRIGAÇÕES DE EMPREGADORES/TRABALHADORES EM MATÉRIA DE SHST?

Ficha Informativa + Segurança

José Magalhães. Fevereiro de 2013

Isabel Pacheco 19/06/2018

Ficha Informativa + Segurança Saúde no Trabalho

Guia para a Participação dos Trabalhadores e seus Representantes na Segurança e Saúde no Trabalho

REGULAMENTO MUNICIPAL DE PREVENÇÃO DO TRABALHO SOB O EFEITO DO ÁLCOOL, ESTUPEFACIENTES OU DE SUBSTÂNCIAS PSICOTRÓPICAS

Segurança e Saúde no Trabalho

Ficha Informativa + Segurança

Legislação Laboral na Agricultura e Florestas

Ficha Informativa + Segurança Saúde no Trabalho

Editorial. Prevenção de Riscos Profissionais. julho Boletim Informativo PRP. PRP Boletim de Prevenção de Riscos Profissionais

Ficha Informativa + Segurança

CAMPANHA DE PREVENÇÃO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS NO TRABALHO

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS Grupo Parlamentar. Projeto de Lei n.º 291/XIII-1ª

AUTORIDADE PARA AS CONDIÇÕES DO TRABALHO

NR 7 PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL. 29 de dezembro de 1994

Direcção-Geral da Saúde Programa Nacional de Saúde Ocupacional

Fontes de dados para otimizar a Recolha e o Uso de Dados de SST

Projeto de decreto-lei Carreira médica

MÓDULO 2. Organização dos Serviços de Higiene e Saúde no Trabalho. Formadora - Magda Sousa

Regulamento Interno PARTE PRIMEIRA

HIGIENE, SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO (HSST)

NR 7 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional ( )

PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL

PCMSO - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL. Prof.ª Rosana Abbud

Ficha Informativa + Segurança. Saúde no Trabalho. Ficha Informativa. Edição n.º 31 Reduzir a Exposição. + Segurança. Saúde no Trabalho.

Segurança e Saúde no Trabalho (SST) em CIÊNCIAS

A ACT E A COORDENAÇÃO DE SEGURANÇA Interacção e Cooperação em Empreendimentos de Construção

Norma Regulamentadora 07. Matéria: Saúde e Segurança no Trabalho/Benefício e Assist. Social Professora: Debora Miceli Versão: 2.

MANUAL DE SEGURANÇA, HIGIENE E SAUDE NO TRABALHO

NR 7 - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL

Regulamento Interno sobre o Controlo Preventivo do Consumo Excessivo do Álcool

Município da Covilhã Câmara Municipal Regulamento Interno de Prevenção e Controlo do Consumo de Substâncias Psicoativas em Meio Laboral.

Boas Práticas para o desenvolvimento e implementação de Sistemas Nacionais de Notificação e Registro

09 de novembro de 2016

EMPRESA: CRUZ VERMELHA PORTUGUESA - DELEGAÇÕES

Alteração ao regime jurídico de segurança e saúde no trabalho

Consumo de Substâncias Psicoactivas no Local de Trabalho: a perspectiva da saúde ocupacional

REGULAMENTO INTERNO DE PREVENÇÃO DA ALCOOLÉMIA E DO CONSUMO DE OUTRAS SUBSTANCIAS PSICOATIVAS 1

REGULAMENTO INTERNO DA COMISSÃO MUNICIPAL DA PROTEÇÃO DO IDOSO DA MADALENA. Preâmbulo

MUNICÍPIO DE VOUZELA AJUSTE DIRETO AQUISIÇÃO DE SERVIÇOS DE MEDICINA TRABALHO

Programa Nacional de Saúde Ocupacional (PNSOC): o estado da arte

Dispõe de normas específicas para médicos que atendem o trabalhador.

NR 7 - P C M S O P ROGRAMA C ONTROLE M ÉDICO S AÚDE O CUPACIONAL

LEGISLAÇÃO LABORAL Obrigações laborais e exigência de flexibilidade

Enfermagem de Saúde no Trabalho é o exercício autónomo de competência especializada por enfermeiros reconhecidos.

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO. Daniela Leal

As obrigações do responsável pelo tratamento de dados

Ficha Informativa + Segurança

PROPOSTA DE REGULAMENTO INTERNO REGULAMENTO DA ORGANIZAÇÃO E DISCIPLINA DO TRABALHO MÉDICO. Capítulo I. Objeto, âmbito e definições. Artigo 1.

Regulamento de Equipamentos de Proteção Individual

Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho e Obrigações Legais. Paula Silva e José Magalhães. Barcelos, 2018/05/15

Mod PG Página 1 de 5

A PROTEÇÃO DE DADOS E O CONTROLO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS NO LOCAL DE TRABALHO. Otília Veiga

Mod PG Página 1 de 5

Gestão de Pessoas - Ênfase em Processos Avançados

Norma Regulamentadora 37

TÍTULO DA APRESENTAÇÃO O ABSENTISMO LABORAL. AEP Associação Empresarial de Portugal

Dimensão de Género na Segurança e Saúde do Trabalho

Segurança e Saúde no Trabalho. Clausulado Negociação Coletiva. Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho

Regulamento 1. Objetivos 2. Destinatários Verão na ULisboa 3. Direitos e deveres dos participantes Verão na ULisboa Verão na ULisboa

ENTIDADE REGULADORA DA SAÚDE

Sistema de Gestão da Prevenção em

Ambiente Cabo Verde: Novo Regime Jurídico da Gestão de Resíduos

Período de controle: 10/07/ /07/2018 QSMS. Emissão: 10/07/2017 Documento: 01 Folhas: 1/12

Regulamento Interno de Segurança e Saúde no Trabalho

POLÍTICA DE PRIVACIDADE DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE AUTORES

OHSAS 18001:2007 SAÚDE E SEGURANÇA OCUPACIONAL

b8661bdc3c2b4e2084a b09f4

POLÍTICA DE PRIVACIDADE E DE SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO REVISÃO 00

HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO

REGULAMENTO INTERNO DE PREVENÇÃO E CONTROLO DO CONSUMO DE ALCOOL NO LOCAL DE TRABALHO DO MUNICÍPIO DE MONTEMOR-O-VELHO NOTA INTRODUTÓRIA

CENTRO DE CIÊNCIAS DO MAR DO ALGARVE REV.: 03

INSTITUTO DE MEDICINA MOLECULAR

Regulamento 1. Objetivos 2. Destinatários Verão na ULisboa 3. Direitos e deveres dos participantes Verão na ULisboa Verão na ULisboa

NOTA JUSTIFICATIVA. A Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, que aprovou a Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas,

O comportamento dos consumidores face aos serviços bancários

REQUERIMENTO DE AUTORIZAÇÃO DE SEGURANÇA Avaliação Preliminar de cumprimento dos requisitos 1

LEGISLAÇÃO NR 07. PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL

ESCOLA SECUNDÁRIA DO MONTE DA CAPARICA Curso de Educação e Formação de Adultos NS

CIRCULAR. Assunto: Regime Jurídico dos Fundos de Compensação do Trabalho, Mecanismo Equivalente e Fundo de Garantia de Compensação do Trabalho

Protecção de Dados na Informação de Saúde

AUTORIZAÇÃO DAS ENTIDADES PRESTADORAS DE SERVIÇOS EXTERNOS DE SAÚDE NO TRABALHO

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE IBIPORÃ Estado do Paraná

PRESIDÊNCIA DO GOVERNO Resolução do Conselho do Governo n.º 98/2013 de 3 de Outubro de 2013

CONTRATOS DE APOIO À FAMÍLIA CONTRATOS SIMPLES PROCEDIMENTO PARA O ANO LETIVO 2017/2018

DESTACAMENTO DE TRABALHADORES NO ÂMBITO DE UMA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. Lei n.º 29/2017

Conforme o Artº 15 do DL 102 / 2009, do qual transcrevemos alguns parágrafos:

Transcrição:

Ficha Informativa + Segurança Saúde no Trabalho De acordo com a definição de Saúde da OMS Organização Mundial de Saúde a promoção da saúde inclui todas as medidas que permitem aos indivíduos, aos grupos e às organizações um controlo acrescido sobre todos os fatores que influenciam o trabalho. As condições de trabalho são suscetíveis de afetar a Saúde dos Trabalhadores. A Saúde no Trabalho é, pois, a atividade que tem por finalidade fomentar o bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores e trabalhadoras e prevenir os danos na sua saúde decorrentes das condições de trabalho. Edição N.º 18 Vigilância da saúde dos Trabalhadores novembro de 2016 A UGT, no âmbito das suas atividades de informação, sensibilização e divulgação de informação sobre riscos profissionais nos locais de trabalho, disponibiliza esta Ficha Informativa + Segurança Saúde no Trabalho. O n.º 18 é dedicado à Vigilância da Saúde dos Trabalhadores

A Vigilância da Saúde dos trabalhadores e trabalhadoras constitui um dos instrumentos imprescindíveis dos programas de Prevenção de Riscos Profissionais. Lei n.º 102/ 2009, de 10 de setembro, Regime Jurídico da Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho, artigo 44.º e artigo 108.º, com a redação conferida pela Lei n.º 3/2014 de 28 de janeiro. 1 - Em que se traduz a atividade de Vigilância da Saúde dos trabalhadores? A saúde no trabalho compete assegurar a vigilância adequada da saúde dos trabalhadores em função dos riscos a que se encontram expostos no local de trabalho, destinando-se, pois, a comprovar e a avaliar a aptidão física e psíquica do trabalhador para o exercício da atividade, assim como a repercussão desta e das condições em que é prestada na saúde dos trabalhadores. 2

Assim, a vigilância da saúde deve abranger: - Uma avaliação inicial da saúde do trabalhador, num momento anterior à entrada em funções; - Uma avaliação da saúde dos trabalhadores que retomam o trabalho após um período de ausência prolongada por motivos de saúde; - Uma vigilância da saúde efetuada em intervalos periódicos. Em contrapartida, é dever do trabalhador, comparecer às consultas e exames médicos solicitados pelo médico do trabalho. 2 - Quais os objetivos da Vigilância da Saúde? Como objetivos individuais podem ser apontados os seguintes: Deteção precoce das alterações do estado de saúde; Identificação dos trabalhadores especialmente sensíveis a determinados riscos. Como objetivos coletivos podem ser apontados os seguintes: Avaliação do estado de saúde dos trabalhadores; Alertar para as situações de risco possíveis; 3

Avaliar a eficácia do plano de intervenção; 3 - Quando devem ser efetuados os exames de saúde? As consultas de vigilância da saúde devem ser efetuadas por médico do trabalho, devendo ser realizados os seguintes exames de saúde: a) Exames de admissão, antes do início da prestação de trabalho ou, se a urgência da admissão o justificar, nos 15 dias seguintes; b) Exames periódicos, anuais para os menores e para os trabalhadores com idade superior a 50 anos, e de 2 em 2 anos para os restantes trabalhadores; c) Exames ocasionais, sempre que haja alterações substanciais nos componentes materiais de trabalho que possam ter repercussão nociva na saúde do trabalhador, bem como no caso de regresso ao trabalho depois de uma ausência superior a 30 dias por motivo de doença ou acidente. 4

O médico do trabalho, face ao estado de saúde do trabalhador e aos resultados da prevenção dos riscos profissionais na empresa, pode reduzir ou aumentar a periodicidade dos exames. 4 - Podem os exames de saúde ser dispensados? De acordo com o número 6 do artigo 108.º da Lei acima referida, a realização do exame de admissão a ser efetuada antes do início da prestação de trabalho ou, se a urgência da admissão o justificar, nos 15 dias seguintes, podendo ser dispensada/ não realizada nas situações seguintes: a) Quando o trabalhador seja contratado, por um período que não seja superior a 45 dias, para a realização de um trabalho idêntico ao que tinha, em que esteja exposto aos mesmos riscos e em que não seja conhecida qualquer inaptidão desde o último exame médico realizado nos dois anos anteriores; 5

b) Quando ocorra transferência da titularidade da relação laboral, desde que o trabalhador se mantenha no mesmo posto de trabalho e não se verifiquem alterações substanciais nas componentes materiais do trabalho que possam ter repercussões nocivas na saúde do trabalhador. 5 - Como exercer este direito? Nas situações em que o empregador se encontra em incumprimento das suas obrigações em matéria de vigilância da saúde, os RT s SST ou, na sua falta, os trabalhadores, devem solicitar o seu cumprimento. Devem por isso dirigir um ofício à entidade patronal dando conta das situações de incumprimento, exigindo o célere cumprimento das suas obrigações em matéria de vigilância da saúde. 6 - Quais os requisitos e competências para o desenvolvimento das atividades técnicas do Serviço de Saúde no Trabalho? A vigilância da saúde cabe ao médico de trabalho, considerando-se para esse efeito o médico licenciado em medicina com especialidade em medicina do trabalho, reconhecida pela Ordem dos Médicos. 6

7 - De que forma é definida a afetação dos médicos e enfermeiros do trabalho às atividades de Saúde no Trabalho nas empresas? O médico do trabalho deve prestar atividade durante o número de horas necessário à realização dos atos médicos, de rotina ou de emergência e outros trabalhos que deva coordenar. O médico do trabalho deve, pois, conhecer os componentes materiais do trabalho com influência sobre a saúde dos trabalhadores, desenvolvendo para este efeito a atividade no estabelecimento nas seguintes condições: Em estabelecimento industrial ou Pelo menos uma hora por estabelecimento de outra natureza com mês por cada grupo de 10 risco elevado trabalhadores ou fração Nos restantes estabelecimentos Pelo menos uma hora por mês por cada grupo de 20 trabalhadores ou fração Mais se acrescenta que o médico não pode, no conjunto de trabalhadores que tem que assegurar a vigilância da saúde, ultrapassar as 150 h mensais. 8 - No que consiste a ficha clínica? A ficha clínica é o registo da história clínica e profissional do trabalhador. Assim sendo, todas as observações clínicas relativas aos exames de saúde são anotadas, pelo médico do trabalho, na ficha clínica do trabalhador. 7

9 - Quem tem acesso às informações que constam da Ficha Clínica? De acordo com o artigo 109.º da Lei n.º 102/ 2009, de 10 de setembro, com a redação pela Lei n.º 3/2014 de 28 de janeiro a ficha clínica encontra-se sujeita ao segredo profissional, só podendo ser facultada às autoridades de saúde e aos médicos afetos ao organismo com competência para a promoção da segurança e da saúde no trabalho do ministério responsável pela área laboral. Sendo organizadas pelo médico de trabalho e encontrando-se sujeitas a sigilo profissional, não pode o médico comunicar estes dados ao empregador, apenas referir a aptidão ou inaptidão para o trabalho. 10 O trabalhador tem direito a solicitar os resultados de saúde? Afirmativo. Assiste ao trabalhador o direito de aceder aos resultados da vigilância médica, assim como receber cópia da sua ficha clínica aquando a sua saída da empresa. 11 - No que consiste a ficha de aptidão? Face aos resultados dos exames de saúde admissão, periódico ou ocasional - o médico do trabalho deve preencher uma ficha de aptidão, remetendo uma cópia ao responsável pela área dos recursos humanos. 8

Por esta razão, a ficha de aptidão não pode conter elementos que envolvam segredo profissional, mas apenas referir se o/a trabalhador/a se encontra apto/a ou não apto/a para o trabalho. Assim sendo, o médico do trabalho na sequência de exames de saúde deve fazer uma avaliação se o trabalhador está apto ou não apto para desempenhar as suas funções, mas nunca comunicar o resultado dos testes à entidade patronal ou a representante desta. 9

Quadro resumo A Vigilância da Saúde Ocupacional é: Garantida pelo empregador O empregador tem o dever de garantir aos seus trabalhadores a vigilância periódica da sua saúde. Específica Confidencial Documentada Essa vigilância será realizada em função dos riscos a que os trabalhadores estão sujeitos no seu local de trabalho. As informações médicas obtidas através da vigilância da saúde de cada trabalhador encontram-se disponíveis para o próprio trabalhador, para os serviços médicos responsáveis pela sua saúde e para as autoridades de saúde. Nenhum empregador poderá ter conhecimento do conteúdo específico dos exames médicos ou dos seus resultados, sem o consentimento expresso do trabalhador. Deve ser elaborada e conservada toda a documentação sobre os resultados e as conclusões das inspeções ao estado de saúde dos trabalhadores. Uma Publicação Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho. Com o Apoio: 10