Apostila de Desenho Técnico I

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Universidade Federal do Pampa Campus Bagé Apostila de Desenho Técnico I Avenida Maria Anunciação Gomes de Godoy, nº 1650 Bairro Malafaia CEP: 96413170 Bagé Rio Grande do Sul BR sites.google.com/site/alexandrogschafer/desenhotecnico1

Apostila de Desenho Técnico I Prof. Dr. Alexandro Schäfer Bolsistas que contribuíram com a elaboração da apostila: Everton Oliveira Jessica Ayres Maíra Tapado Vaz Matheus Rangel Sabrina Bresolin Tamiris da Costa Pacheco

Sumário 1. INTRODUÇÃO 1 2. MATERIAL PARA A DISCIPLINA 1 3. NORMAS DE DESENHO TÉCNICO 3 3.1. NBR 10647 DESENHO TÉCNICO NORMA GERAL 3 3.1.1. TAMANHOS DE PAPEL 5 3.1.2. MARGENS 6 3.1.3. CONTEÚDO DE FOLHA DE DESENHO 6 3.1.4. LEGENDA 7 3.2. NBR 8402 Execução de Caracteres para Escrita em Desenho Técnico / Caligrafia Técnica 8 3.3. NBR 8196 Emprego de Escalas em Desenho Técnico 8 3.4. NBR 8403 Aplicação de Linhas em Desenhos Tipos de Linhas Largura das Linhas 9 3.5. NBR 10068 Folha de desenho Layout e Dimensões 9 3.6. NBR 10.582 Conteúdo de Folha para Desenho Técnico 9 3.7. NBR 10.126 Cotagem em Desenho Técnico 9 4. EXERCÍCIOS 10 4.1. Caligrafia Técnica 10 4.2. Escala Numérica 15 4.3. Vistas Ortográficas 20 4.4. Vistas Omitidas 29 4.5. Exercícios de Vista Ortográfica em Prancha Formato A3 32 4.5.1. Desenho da Prancha em Folha Formato A3. 32 4.5.2. Desenho da Peça 33 4.6. Perspectiva Isométrica e Cavaleira 37 5. ANEXOS 47 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 48

1. INTRODUÇÃO Esta apostila constitui-se do material didático da disciplina de desenho técnico I do professor Alexandro Schäfer, ofertada para os cursos de Engenharia de Alimentos, Engenharia de Computação, Engenharia de Energia, Engenharia de Produção e Engenharia Química, do campus Bagé da Unipampa. A sequência dos exercícios esta de acordo com a sequência de desenvolvimento da disciplina pelo professor Alexandro: A primeira parte da disciplina aborda a representação das vistas ortográficas. A segunda parte aborda a representação em perspectiva. Inicialmente, apresenta-se os materiais básicos necessários para realizar os exercícios propostos de desenho técnico I. Em seguida, são elencadas as principais normas relacionadas ao desenho técnico. Logo após, tem-se um capitulo com os exercícios a serem resolvidos ao longo do semestre. 2. MATERIAL PARA A DISCIPLINA Os materiais necessários para a realização das atividades práticas da disciplina são: 1 Escalímetro (Com as escalas 1:100; 1:50; 1:20; 1:75; 1:25). 2 Jogo de Esquadros (um esquadro de 30º/60º e um esquadro de 45º com a medida da hipotenusa entre 25 e 32cm). 3 Compasso. 4 Borracha. 5 Lápis ou lapiseira. 6 Folhas A4 (em torno de 50 unidades). 7 Folhas A3 (3 unidades). 8 Pasta com capa. 9 Durex ou fita crepe. Obs: A pasta deve conter Capa de acordo com o modelo da Figura 2.1.

Figura 2.1: Modelo de Capa.

3. NORMAS DE DESENHO TÉCNICO O Desenho Técnico, no Brasil, é regido por normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Apresenta-se, a seguir, uma síntese das principais normas brasileiras (NBRs) referentes ao desenho técnico. 3.1. NBR 10647 DESENHO TÉCNICO NORMA GERAL Esta Norma define os termos empregados em desenho técnico. Os termos técnicos utilizados nesta norma estão definidos abaixo: 1. Quanto ao Aspecto Geométrico 1.1. Desenho Projetivo: Desenho resultante de projeções do objeto sobre um ou mais planos que fazem coincidir com o próprio desenho. Compreendendo: - Vistas Ortográficas figuras resultantes de projeções cilíndricas ortogonais do objeto sobre planos convenientemente escolhidos, de modo a representar, com exatidão a forma do mesmo com seus detalhes; - Perspectivas figuras resultantes de projeção cilíndrica ou cônica sobre um único plano, com a finalidade de permitir uma percepção mais fácil da forma do objeto. 1.2. Desenho Não Projetivo: Desenho não subordinado a correspondência, por meio de projeção, entre as figuras que o constituem e o que é por ele representado. Compreende larga variedade de representações gráficas, tais como: diagramas, esquemas, ábacos, normogramas, fluxogramas, organogramas, gráficos. 2. Quanto ao Grau de elaboração 2.1. Esboço: Representação gráfica expedita. Aplicada habitualmente aos estágios iniciais da elaboração de um projeto podendo, entretanto, servir ainda à representação de elementos existentes ou à execução de obra.

2.2. Desenho Preliminar: Representação gráfica empregada nos estágios intermediários da elaboração do projeto, sujeita ainda a alterações. Corresponde ao anteprojeto. 2.3. Desenho Definitivo: Desenho integrante da solução final do projeto, contendo os elementos necessários à sua compreensão, de modo a poder servir à execução. 3. Quanto ao Grau de Pormenorização com que Descreve o Objeto Representado 3.1. Detalhe: Desenho de componente isolado ou de parte de um todo complexo. 3.2. Desenho de Conjunto: Desenho mostrando reunidos vários componentes que se associam para formar um todo. 4. Quanto ao Material Empregado Na execução dos desenhos podem ser empregados: lápis, tinta, giz, carvão, etc. 5. Quanto à Técnica de Execução Os desenhos podem ser: manual, à mão livre, com instrumento, à máquina. 6. Quanto ao Modo de Obtenção 6.1 Original Desenho matriz que serve à obtenção de novos exemplares.

6.2 Reprodução Desenho obtido, a partir do original, por qualquer processo. Compreendendo: cópia (reprodução na mesma grandeza do original); ampliação (reprodução proporcional, porém maior que o original); redução (reprodução proporcional, porém menor que o original). 3.1.1. TAMANHOS DE PAPEL O layout e as dimensões do papel de desenho são regulados pela norma NBR 10068 da ABNT. Os desenhos devem ser executados na folha de menor tamanho possível, sempre preservando a clareza e a legibilidade. A folha de desenho pode ser utilizada tanto na posição horizontal quanto vertical. Os tamanhos principais de folha de desenho constituem a chamada série A. Todos os papéis desta série são retangulares e seus lados mantêm a mesma proporção que o lado e a diagonal de um quadrado (1/ 2). O tamanho básico desta série é denominado A0 e possui 1m 2 de área. Os demais formatos da série A são obtidos pela bipartição ou duplicação sucessiva do formato básico A0. A bipartição é sempre feita dividindo-se o lado maior do papel ao meio. Pelo modo como são derivados os vários tamanhos de papel, todos os formatos são geometricamente semelhantes, facilitando a ampliação ou redução quando se duplica um desenho ou documento. Tabela 3.1.1: Tamanhos de Folhas Padrão internacional Série A (mm) A4 210x297 A3 297x420 A2 420x594 A1 594x841 A0 841x1189 norte- Padrão americano (pol.) A 8.5x11.0 B 11.0x17.0 C 17.0x22.0 D 22.0x34.0 E 34.0x44.0 Veja na Tabela 3.1 as designações e as dimensões dos formatos da série A.

A ABNT também estabeleceu duas outras séries de formatos de papel que seguem as mesmas regras de proporção e subdivisão: a série B (B0: 1.000 x 1.414 mm) e a série C (C0: 917 x 1.297 mm). Os Estados Unidos não seguem as normas quanto aos formatos de papel, definindo seus próprios tamanhos em polegadas. 3.1.2. MARGENS As folhas de papel de desenho devem possuir uma margem em seus quatro lados. A margem do lado esquerdo tem sempre a dimensão de 25mm. As margens direita, superior e inferior variam conforme o tamanho do papel (veja na Tabela 3.1). Não se desenha ou escreve fora do perímetro das margens (exceto marcas de malha de referência, marcas de centro e escala métrica). 3.1.3. CONTEÚDO DE FOLHA DE DESENHO Segundo a norma brasileira NBR 10582, a folha de desenho deve ter espaço para o desenho, para o texto e para a legenda. O desenho principal deve ser posicionado à esquerda e acima no espaço de desenho. No espaço de texto devem ser colocadas todas as informações para o completo entendimento dos desenhos da folha. O espaço de texto é sempre colocado à direita ou na parte de baixo da folha. Todo o texto contido na folha de desenho deve ser feito em letras técnicas segundo a NBR8402. O espaço de texto pode conter as seguintes informações: Explanação: informações necessárias para a leitura dos desenhos (símbolos especiais, designação, abreviaturas, tipos de dimensões, etc.); Instrução: informações necessárias para a execução do desenho (material, acabamento, local de montagem, número de peças, dimensões combinadas, etc); Referência: informações referentes a outros documentos e/ou desenhos; Localização da planta de situação: indica plano esquemático do terreno/construção, norte, marcação da área, corte esquemático da construção com indicação do andar, etc.

Tábua de revisão: registra as correções, alterações e/ou acréscimos feitos no desenho após a primeira aprovação. Quando existem vários desenhos, informações específicas são escritas próximas ao desenho e as informações gerais ficam no espaço de texto. 3.1.4. LEGENDA A legenda deve ser posicionada sempre no canto inferior direito da folha, tanto para folhas na horizontal quanto na vertical. O comprimento da legenda depende do tamanho da folha e está indicado no Quadro 02. A altura é livre e depende da quantidade de informações que ela conterá. Tabela 3.1.2: Comprimento da Legenda. FORMATO A0 A1 A2 A3 A4 COMPRIMENTO TABELA 175 mm 175 mm 178 mm 178 mm 178 mm DA As informações que normalmente constam na legenda são (NBR10582): Nome da empresa; Nome do desenhista; Local, data e assinatura; Conteúdo do desenho; Escala; Número do desenho; Número da revisão Símbolo de identificação do diedro de projeção (definido pela NBR10067); Unidade; Outras informações essenciais ao desenho e/ou projeto.

3.2. NBR 8402 Execução de Caracteres para Escrita em Desenho Técnico / Caligrafia Técnica Esta Norma fixa características de escrita usada em desenhos técnicos e documentos semelhantes. Aplica-se a escrita com instrumentos, escrita a mão livre e outros métodos. Segundo a ABNT ( Associação Brasileira de Normas Técnicas ), as letras e os algarismos utilizados nas legendas ou mesmo nas anotações de um desenho técnico não devem ser a caligrafia comum que utilizamos no dia a dia, têm que ser legíveis e de preferência correspondentes, aos exemplos abaixo, além de levar em consideração as seguintes exigências: a. Legibilidade; b. Uniformidade; c. As letras maiúsculas e minúsculas não devem ter o tamanho inferior a 2,5mm; d. A escrita pode ser vertical ou inclinada em um ângulo de 15º para a direita; e. Recomenda-se os seguintes tamanhos nominais em mm: 2,5 3,5 5 7 10 14 20. NOTA: Na aplicação simultânea de letras maiúsculas e minúsculas, quando a minúscula medir 2,5mm a maiúscula deverá ter 3,5mm. Quando a minúscula tiver 3,5mm, a maiúscula deverá ter 5mm e assim sucessivamente. 3.3. NBR 8196 Emprego de Escalas em Desenho Técnico Esta Norma fixa as condições exigíveis para escalas recomendadas com suas designações para uso em desenhos técnicos e documentos semelhantes. Para os efeitos desta norma são dotadas as seguintes definições: -Escala: Relação da dimensão linear de um elemento e/ou de um objetivo representado no desenho original para a dimensão real do mesmo elemento e/ou do próprio objetivo. -Escala Natural: Escala com a relação 1:1. -Escala de Ampliação: Escala onde a relação é maior do que 1:1 é tanto maior quanto aumenta sua relação de incremento.

-Escala de Redução: Escala onde a relação é menor do que 1:1 é tanto menor quanto diminui sua relação de decremento. 3.4. NBR 8403 Aplicação de Linhas em Desenhos Tipos de Linhas Largura das Linhas Esta Norma fixa tipos de escalonamento de larguras de linhas para uso em desenhos técnicos e documentos semelhantes. 3.5. NBR 10068 Folha de desenho Layout e Dimensões Esta Norma padroniza as características dimensionais das folhas em branco e préimpressas a serem aplicadas em todos os desenhos técnicos. Esta Norma apresenta também o layout da folha do desenho técnico com vistas a posição e dimensão da legenda, margem e quadro, marcas do centro, escala métrica de referência, sistema de referência por malhas, marcas do corte. Estas prescrições se aplicam aos originais, devendo ser seguidas também nas cópias. 3.6. NBR 10.582 Conteúdo de Folha para Desenho Técnico Esta Norma fixa as condições exigíveis para a localização, disposição e conteúdo do espaço para desenho, espaço para texto e espaço para legenda. 3.7. NBR 10.126 Cotagem em Desenho Técnico Esta Norma fixa os princípios gerais de cotagem a serem aplicados em todos os desenhos técnicos. Quando necessário, devem ser consultadas outras Normas técnicas de áreas específicas.

4. EXERCÍCIOS 4.1. Caligrafia Técnica

4.2. Escala Numérica Os exercícios apresentados nesta seção foram retirados do manual de Desenho Técnico de Telecurso 2000. 1) Meça, com uma régua, as dimensões do desenho técnico abaixo. a) As medidas do desenho coincidem com os valores numéricos indicados nas cotas? R.: b) Por que isso ocorre? R.: 2) Quantas vezes as medidas do desenho abaixo são menores que as medidas correspondentes da peça real? R.:

3) Examine o próximo desenho técnico, também representado em escala e depois complete as questões. a) Na indicação da escala o numeral 5 refere-se às do desenho, enquanto o numeral 1 refere-se às medidas reais da representada. b) As medidas do desenho técnico são vezes maiores que as medidas reais da peça. 4) Observe o modelo representado, meça suas dimensões e depois complete as questões nos espaços em branco, escolhendo a alternativa correta. a) Este desenho está representado em escala (natural, de ampliação, de redução). b) As dimensões deste desenho são (duas, cinco) vezes (maior, menor) que as dimensões reais da peça. c) A medida real do comprimento da peça é (20, 40); logo, a medida do comprimento da peça no desenho é (20, 40) d) A abertura do ângulo da peça, no desenho, é (maior que, igual a, menor que) a abertura real do ângulo. e) O comprimento do lado do ângulo, no desenho é (o mesmo, maior que, menor que) o comprimento real do lado do ângulo na peça.

5) Complete as frases nas linhas indicadas, escrevendo a alternativa correta. peça. a) Em escala natural o tamanho do desenho técnico é tamanho real da (maior que o - igual ao - menor que o). b) Na indicação da escala, o numeral à esquerda dos dois pontos representa as (medidas reais do objeto - medidas do desenho técnico) 6) Escreva na linha junto do desenho técnico a indicação de escala natural.

7) Complete as lacunas com os valores correspondentes: DIMENSÃO DO DESENHO ESCALA DIMENSÃO DA PEÇA 1:1 42 18 1:2 5:1 6 16 2:1 10 100 12 60 8) Complete as frases na linha indicada escrevendo a alternativa correta. a) Em escala de redução o tamanho do desenho técnico é tamanho real da peça; (maior que o - igual ao - menor que o) b) Na escala de redução, o numeral à direita dos dois pontos é sempre (maior que 1 - igual a 1 - menor que 1). 9) Meça as dimensões do desenho técnico abaixo e indique, na linha junto do desenho técnico, a escala em que ele está representado.

10) Assinale com um X a alternativa correta: o tamanho do desenho técnico em escala de ampliação é sempre: a) ( ) igual ao tamanho real da peça; b) ( ) menor que o tamanho real da peça; c) ( ) maior que o tamanho real da peça. 11) Observe o desenho técnico abaixo e escreva C ao lado das afirmações corretas e E, ao lado das erradas. a) ( ) Este desenho técnico está representado em escala natural. b) ( ) As medidas lineares do desenho são duas vezes menores que as medidas da peça representada. c) ( ) A abertura do ângulo está ampliada em relação ao tamanho real do ângulo. d) ( ) As medidas básicas desta peça são 13 mm, 8 mm e 9 mm.

4.3. Vistas Ortográficas Representar as peças em três vistas ortográficas (vista frontal, vista lateral esquerda e vista superior) de acordo com as normas da ABNT. 01 02 03 04

05 06 07 08 09 10

11 12 13 14 15 16

17 18 19 20 21 22

23 24 25 26 27 28

29 30 31 32 33 34

35 36 37 38 39 40

41 42 43 44 45 46

47 48 49 50 51 52

53 4.4. Vistas Omitidas Esses exercícios foram retirados de SPECK (2013). Dadas duas vistas, obter a vista faltante: 01 02

03 04 05 06 07 08

09 10 11 12

4.5. Exercícios de Vista Ortográfica em Prancha Formato A3 Desenhar as três vistas ortográficas (Frontal, Lateral Esquerda, e Superior) na escala 1:1, das peças 40, 46 e 52, do item 4.3 desta apostila. A figura 2.5.1 apresenta a peça nº40, que será utilizada no exemplo demonstrado a seguir. Figura 4.5.1: Exemplo utilizado em exercício com vistas ortográficas 4.5.1. Desenho da Prancha em Folha Formato A3. Desenhar as margens e marcação da prancha da folha A3, de acordo com a figura 4.5.2. A marcação de 185mm com relação à margem direita, vai auxiliar no dobramento da folha. Em seguida, desenhar o selo (de acordo com o modelo do anexo, figura A02) e o local destinado às notas gerais. Título das pranchas: VISTAS ORTOGRÁFICAS Numeração das pranchas: 01/03(Peça 40), 02/03(Peça 46) e 03/03(Peça 52). Escala: 1:1. Preencher os campos referentes à data, turma e matrícula. Todos os textos devem ser escritos utilizando caligrafia técnica.

1 - Dimensões em milímetros, exceto onde indicado NOTAS GERAIS: SELO DE ACORDO COM MODELO Figura 4.5.2: Modelo de prancha em formato A3. As dimensões estão em milímetros. 4.5.2. Desenho da Peça Centralizar as vistas, tomando como base a linha vertical interna do selo. As dimensões consideradas para os cálculos são as dimensões úteis da prancha, ou seja, de 210 x 283mm. As distâncias do desenho com relação às margens devem estar de acordo com o especificado na figura 4.5.3.

1 - Dimensões em milímetros, exceto onde indicado NOTAS GERAIS: SELO DE ACORDO COM MODELO Figura 4.5.3: Traçado das Vistas - Passo 1. figura 4.5.4. Desenhar as linhas de construção e detalhes da peça, conforme apresentado na NOTAS GERAIS: 1 - Dimensões em milímetros, exceto onde indicado SELO DE ACORDO COM MODELO Figura 4.5.4: Traçado das Vistas - Passo 2.

Desenhar as circunferências na vista superior e as linhas correspondentes ao furo passante nas vistas frontal e lateral esquerda, conforme a figura 4.5.5. NOTAS GERAIS: 1 - Dimensões em milímetros, exceto onde indicado SELO DE ACORDO COM MODELO Figura 4.5.5: Traçado das Vistas - Passo 3. Apagar as linhas de construção evidenciando os detalhes da peça. Atenção deve ser dada às linhas tracejadas, que representam as arestas invisíveis. Desenhar as linhas de centro na vista superior, conforme a figura 4.5.6. Fortalecer os traços referentes ao desenho definitivo. Após esta etapa, a representação das vistas ortográficas da peça 40, em prancha formato A3, esta concluída (Figura 4.5.7).

Figura 4.5.6: Vista Superior: Linhas de Centro. Figura 4.5.7: Traçado das Vistas - Passo 4.

4.6. Perspectiva Isométrica e Cavaleira Dado três vistas ortográficas (Frontal, Lateral esquerda e Superior), representá-las em perspectiva isométrica e em perspectiva cavaleira, de acordo com as normas da ABNT. Para a perspectiva cavaleira, utilizar os parâmetros indicados no quadro 4.6.1. todas as perspectivas devem ser confeccionadas na escala 1:2. Tabela 4.6.1: Parâmetros para a perspectiva cavaleira. Peça α K 1, 4, 7, 10, 13, 16, 19 30º 2/3 2, 5, 8, 11, 14, 17, 20 45º 1/2 3, 6, 9, 12, 15, 18 60º 1/3 1.

2. 3. 4.

5. 6. 7.

8. 9. 10.

11. 12. 13.

14. 15. 16.

17. 18. 19.

20. 21. 22.

23. 24. 25.

26.

5. ANEXOS A1 Modelo de Selo Figura A1: Modelo de Selo.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ABNT. Coletânea de Normas de Desenho Técnico. São Paulo, 1990. FRENCH, Thomas E. VIERCK, Charles J. Desenho Técnico e Tecnologia Gráfica. Ed. Globo, 2002. GIESECKE, Frederick E et Al. Comunicação Gráfica Moderna. Ed. Bookman, 2002. SPECK, Hendenson J. Manual Básico de Desenho Técnico. Ed. UFSC, 2013.