CORRELAÇÃO FENOTÍPICA ENTRE CARACTERES EM VARIEDADES E HÍBRIDOS DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz)

Documentos relacionados
AVALIAÇÃO AGRONÔMICA DE VARIEDADES E HÍBRIDOS DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz) EM CRUZ DAS ALMAS, BAHIA

ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS EM PROGÊNIES DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz) EM ENSAIOS CLONAIS

CORRELAÇÃO FENOTÍPICA EM ACESSOS DIPLOIDES (AA) MELHORADOS DE BANANEIRA

COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE MANDIOCA MANSA NA MICRORREGIÃO DE NOSSA SENHORA DAS DORES, SERGIPE

AGRUPAMENTO NÃO HIERÁRQUICO DE ACESSOS DE GERMOPLASMA DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz) COM BASE EM CARACTERÍSTICAS QUANTITATIVAS

DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MANDIOCA PARA FARINHA E FÉCULA NO ESTADO DE SERGIPE NA SAFRA 2007/2008

V Semana de Ciência e Tecnologia IFMG - campus

COMPORTAMENTO DE CULTIVARES DE MANDIOCA NO AGRESTE PERNAMBUCANO. Introdução

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE MANDIOCA NA MICRORREGIÃO DE LAGARTO DO ESTADO DE SERGIPE, NO ANO AGRÍCOLA DE 2007/2008.

DESEMPENHO DE CLONES DE MANDIOCA NO ESTADO DE SERGIPE. Introdução

AVALIAÇÃO DE ACESSOS DE MANDIOCA DE INDÚSTRIA NA EMBRAPA CERRADOS

COMPORTAMENTO DE HÍBRIDOS DE MANDIOCA NO ESTADO DE SERGIPE

ASSOCIAÇÕES ENTRE OS COMPONENTES DE RENDIMENTO DE MAMONEIRA PARA AMBIENTE DE BAIXAS ALTITUTES

ESTIMATIVAS DE ADAPATABILIDAE E ESTABILIDADE PARA PRODUÇÃO DE RAÍZES TUBEROSAS EM HÍBRIDOS DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz) NO ESTADO DE SERGIPE

COMPORTAMENTO DE CULTIVARES DE MANDIOCA NO RIO GRANDE DO NORTE

AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS PRODUTIVAS DE HÍBRIDOS INTERESPECÍFICOS ENTRE Manihot. esculenta E ESPÉCIES SILVESTRES DE Manihot

DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz) NO RIO GRANDE DO NORTE. Introdução

ARRANJOS ESPACIAIS NO CONSÓRCIO DA MANDIOCA COM MILHO E CAUPI EM PRESIDENTE TANCREDO NEVES, BAHIA INTRODUÇÃO

EFEITO DE ADUBAÇÃO NITROGENADA EM MILHO SAFRINHA CULTIVADO EM ESPAÇAMENTO REDUZIDO, EM DOURADOS, MS

COMPORTAMENTO DE LINHAGENS DE MAMONA (Ricinus communis L.), EM BAIXA ALTITUDE NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE 1

Termos para indexação: Manihot esculenta Crantz, variabiliade genética, Cerrado. Introdução

COMPORTAMENTO AGRONÔMICO DE CULTIVARES DE TRIGO NO MUNICÍPIO DE MUZAMBINHO MG

REAÇÃO DE HÍBRIDOS E CULTIVARES DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz) À BACTERIOSE EM SEIS MUNICÍPIOS DA REGIÃO CENTRO-SUL DO BRASIL

SELEÇÃO INDIRETA DE PROGÊNIES DE MILHO SAFRINHA POR MEIO DE ANÁLISE DE TRILHA

Análise de trilha para componentes da produção de álcool em híbridos de sorgo sacarino 1

11 EFEITO DA APLICAÇÃO DE FONTES DE POTÁSSIO NO

TEMPO DE COZIMENTO DE RAÍZES DE GENÓTIPOS DE MANDIOCA DE MESA (Manihot esculenta Crantz) SOB SISTEMA IRRIGADO E DE SEQUEIRO)

MATÉRIA SECA E AMIDO EM GENÓTIPOS DE MANDIOCA DE MESA (Manihot esculenta Crantz) CULTIVADOS SOB SISTEMA IRRIGADO E DE SEQUEIRO

Avaliação de variedades sintéticas de milho em três ambientes do Rio Grande do Sul. Introdução

RESPOSTA DE HÍBRIDOS DE MILHO AO NITROGÊNIO EM COBERTURA

AVALIAÇÃO AGRONÔMICA DE GENÓTIPOS DE MANDIOCA NA REGIÃO DE VITÓRIA DA CONQUISTA-BA

DESAFIOS E OPORTUNIDADES: INTERFACE DO MELHORAMENTO COM OUTRAS TECNOLOGIAS AGRONÔMICAS. José Carlos Feltran

DESEMPENHO DE GENÓTIPOS DE MANDIOCA PARA INDÚSTRIA EM DOURADOS, MS

PP = 788,5 mm. Aplicação em R3 Aplicação em R5.1. Aplicação em Vn

AVALIAÇÃO DO USO DO PÓ DE ROCHA NO DESEMPENHO DE DUAS VARIEDADES DE MANDIOCA DE MESA

16 EFEITO DA APLICAÇÃO DO FERTILIZANTE FARTURE

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

SELEÇÃO DE CLONES DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz) PELO PROCEDIMENTO REML/BLUP

VARIABILIDADE DE ACESSOS DE MANDIOCA COLORIDA E AçUCARADA

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERABA, MG *

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE MANDIOCA NA MICRORREGIÃO HOMOGÊNEA DO AGRESTE DE LAGARTO, NO ESTADO DE SERGIPE, NA SAFRA 2007/2008

BOLETIM TÉCNICO nº 19/2017

UFGD/FCA-Dourados MS, 1

DESEMPENHO AGRONÔMICO DE GIRASSOL EM SAFRINHA DE 2005 NO CERRADO NO PLANALTO CENTRAL

CALAGEM, GESSAGEM E MANEJO DA ADUBAÇÃO EM MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM Brachiaria ruziziensis

CRESCIMENTO DA CULTURA DO PINHÃO MANSO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTAS.

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1573

COMPORTAMENTO DE CULTIVARES DE MANDIOCA NO NORDESTE BAIANO

DENSIDADE DE SEMEADURA E DOSES DE NITROGÊNIO EM COBERTURA NO TRIGO DE SEQUEIRO CULTIVADO EM PLANALTINA-DF

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS AVANÇADAS DE FIBRA COLORIDA NOS MUNICÍPIOS DE ANGICAL E WANDERLEY-BA 1

17 EFEITO DA APLICAÇÃO DE MICRONUTRIENTES NA

BOLETIM TÉCNICO 2015/16

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

Uso de fertilizante na semente do trigo

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

CARACTERÍSTICAS BIOMÉTRICAS DE VARIEDADES DE MILHO PARA SILAGEM EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICA NO SUL DE MG

RECOMENDAÇÃO DA DOSE DE BORO, EM SOLO HIDROMÓRFICO, PARA A CULTURA DO RABANETE.

18 PRODUTIVIDADE DA SOJA EM FUNÇÃO DA

COMPORTAMENTO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE MAMONEIRA IRRIGADOS POR GOTEJAMENTO EM PETROLINA-PE

INFLUÊNCIA DA INTERAÇÃO DE ACESSOS E MEIOS DE CULTURA NA MICROPROPAGAÇÃO DA MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz)

CORRELAÇÕES LINEARES ENTRE CARACTERES E DIFERENCIAÇÃO DE HÍBRIDOS SIMPLES, TRIPLO E DUPLO DE MILHO 1

13 AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS DE NUTRIÇÃO VIA

Avaliação Preliminar de Híbridos Triplos de Milho Visando Consumo Verde.

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES E SELEÇÕES DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz), NO MUNICÍPIO DE RIO PARDO, RIO GRANDE DO SUL,

RELATÓRIO DE PESQUISA 11 17

Tamanho de amostra para estimação de medidas de tendência central de caracteres de tremoço branco

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS DE PORTE BAIXO DE MAMONA (Ricinus communis L.) EM CONDIÇÕES DE SAFRINHA EM TRÊS MUNICÍPIOS NO ESTADO DE SÃO PAULO

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE PARA A REGIÃO DO PONTAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

Arranjo espacial de plantas em diferentes cultivares de milho

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1670

Adaptabilidade e Estabilidade de Cultivares de Milho na Região Norte Fluminense

Coberturas vegetais vivas do solo para bananeira

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE CULTIVARES DE MILHO EM FUNÇÃO DA DENSIDADE DE SEMEADURA, NO MUNÍCIPIO DE SINOP-MT

DESEMPENHO DE GENÓTIPOS DE MANDIOCA EM DIFERENTES ÉPOCAS DE COLHEITA NA MICRORREGIÃO HOMOGÊNEA DE NOSSA SENHORA DAS DORES, EM SERGIPE, NO ANO

INFLUÊNCIA DA ÉPOCA DE PLANTIO NA PRODUTIVIDADE DE CULTIVARES DE TRIGO NO MUNICÍPIO DE MUZAMBINHO/MG

ESTABILIDADE E ADAPTABILIDADE DE RENDIMENTO DE GRÃOS DE GENÓTIPOS DE TRIGO EM DIVERSAS REGIÕES TRITÍCOLAS DO BRASIL

15 AVALIAÇÃO DOS PRODUTOS SEED E CROP+ EM

Cultivo de coffea canephora conduzido com arqueamento de Plantas jovens em Condição de sequeiro e irrigado

Respostas diretas e correlacionadas à seleção em milho em ambientes com e sem estresse hídrico

431 - AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE MILHO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTIO EM SISTEMA ORGÂNICO DE PRODUÇÃO

TEORES DE AMIDO EM GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE EM FUNÇÃO DA ADUBAÇÃO POTÁSSICA

IRRIGAÇÃO BRANCA NA FORMAÇÃO DO CAFEEIRO

EFEITOS DA FERTILIZAÇÃO COM NITROGÊNIO E POTÁSSIO FOLIAR NO DESENVOLVIMENTO DO FEIJOEIRO NO MUNICÍPIO DE INCONFIDENTES- MG.

INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA E MATERIAL HÚMICO SOBRE A PRODUÇÃO DE ALFACE AMERICANA

Uso da cama de Peru na substituição parcial ou total da adubação química na cultura da soja¹

ÉPOCAS DE SEMEADURA DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA *

Relações lineares entre caracteres de tremoço branco

AVALIAÇÃO DE CLONES DE MANDIOCA EM DIFERENTES ÉPOCAS DE COLHEITA NA MICRORREGIÃO HOMOGÊNEA DO AGRESTE DE LAGARTO, NO ESTADO DE SERGIPE

CRESCIMENTO VEGETAL E DE PRODUÇÃO DE MELANCIA EM FUNÇÃO DE DIFERENTES ESPAÇAMENTOS

Resposta das bananeiras BRS Platina e PA 9401 à irrigação no segundo ciclo nas condições do Norte de Minas

RESPOSTA DE MILHO SAFRINHA CONSORCIADO COM Brachiaria ruziziensis À ADUBAÇÃO, EM DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1213

l«x Seminário Nacional

ACÚMULO DE MATÉRIA SECA EM CULTIVARES DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz)

08 POTENCIAL PRODUTIVO DE CULTIVARES DE SOJA

VARIABILIDADE GENÉTICA EM LINHAGENS S 5 DE MILHO

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE MANDIOCA PARA MESA EM IVINHEMA, MS

Comportamento de plantas de açaizeiro em relação a diferentes doses de NPK na fase de formação e produção

GIRASSOL EM SAFRINHA NO CERRADO DO DISTRITO FEDERAL: DESEMPENHO DE GENÓTIPOS EM

BOLETIM TÉCNICO SAFRA 2014/15

Transcrição:

CORRELAÇÃO FENOTÍPICA ENTRE CARACTERES EM VARIEDADES E HÍBRIDOS DE MANDIOCA (Manihot esculenta Crantz) Lauro Saraiva Lessa 1 ; Carlos Alberto da Silva Ledo 2 ; Vanderlei da Silva Santos 2 ; Patrícia da Silva Flores 3 1 Analista da Embrapa Acre, Doutorando em Ciências Agrárias da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia UFRB, BR 364, km 14, Caixa Postal 321, 69.907-970, Rio Branco, Acre. E-mail: lauro.lessa@embrapa.br 2 Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Caixa Postal 007, 44380-000, Cruz das Almas, BA. E-mail: carlos.ledo@embrapa.br, vanderlei.silva-santos@embrapa.br 3 Pesquisadora da Embrapa Acre, BR 364, km 14, Caixa Postal 321, 69.907-970, Rio Branco, Acre. E-mail: patrícia.flores@embrapa.br Introdução A mandioca se destaca por ser uma das culturas mais consumidas e de maior importância no mundo, sendo cultivada principalmente, por pequenos e médios produtores rurais. É uma das culturas agrícolas de maior expressão no Brasil, sendo cultivada em todo o território nacional (APLEVICZ e DEMIATE, 2007). Apesar de ser cultivada por pequenos produtores, a cultura da mandioca vem despertando interesses cada vez maiores da indústria. Dentre os subprodutos de maior relevância, podemos destacar a obtenção do amido e a produção de farinha e fécula. Estudos recentes indicam, ainda, o potencial da cultura para a produção de etanol (MORALES et al., 2009). Mesmo sendo uma cultura bastante estudada, as informações quanto às relações entre os caracteres de importância para o melhoramento, são escassos. Assim, faz-se necessário o estudo de correlação fenotípica entre os caracteres. O estudo de correlação tem como propósito, mensurar a alteração em um caráter quando se altera outro. Ao determinar a magnitude desta alteração e a significância das associações entre as características, podemse descriminar quais influenciam na produção (VENCOVSKY e BARRIGA, 1992). Assim, este trabalho objetivou estimar a correlação fenotípica entre o teor de amido e os demais caracteres, em variedades e híbridos de mandioca. Material e Métodos O experimento foi implantado no campo experimental da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia UFRB, em Cruz das Almas, Bahia. O município está localizado a 12º

48 38 de latitude Sul e 39º06 26 de longitude oeste, a 220 m de altura. O clima é tropical quente e úmido, Aw a Am, segundo a classificação de Köeppen, com temperatura média anual de 24,5 C, umidade relativa de 80% e precipitação média de 1.245,1 mm anuais (AGRITEMPO, 2013). O Solo da área experimental apresenta relevo de plano a suaveondulado, profundo e foi classificado como Latossolo Amarelo distrocoeso típico, de textura média e bem drenado (RODRIGUES et al., 2009). Na Tabela 1, pode-se observar os atributos químicos do solo na camada de 0 20cm. Tabela 1. Atributos químicos do solo do experimento. MO ph P K Ca+Mg Ca Mg Al H+Al Na S CTC V % mg dm -3 ------------------------------------cmolc dm -3 ---------------------- % 1,25 5,47 6,0 37,0 1,5 1,0 0,5 0,2 2,78 0,16 1,75 4,53 38,63 Foram avaliadas as variedades Poti Branca, Kiriris, Verdinha, Tapioqueira e Caipira e os híbridos 9783-13, 9624-09 e 98150-06. O material de plantio utilizado consistiu-se de manivas com aproximadamente 10cm de comprimento e 2,5cm de diâmetro, contendo de 4 a 6 gemas. As adubações foram realizadas conforme as recomendações para a cultura e baseadas na análise de solos. As características avaliadas foram: altura de plantas (ALT m), altura da primeira ramificação (ALTR cm), área de copa (ACOPA m 2 ), massa da parte aérea (MPA t ha -1 ), massa do terço superior (MTS t ha -1 ), número médio de raízes por planta (NRP), massa de raiz por planta (MR kg), comprimento da raiz (COMR cm), diâmetro da raiz (DIAR cm), produtividade de raiz (PRD t ha -1 ), rendimento de farinha (RDF t ha -1 ), índice de colheita (IC %), matéria seca da raiz (MS %) e teor de amido (AM %). O experimento foi implantado no delineamento de blocos ao acaso, com três repetições. Cada parcela foi composta por 20 plantas, das quais dez úteis, no espaçamento de 0,60 x 1,00m. Realizou-se a análise da estatística descritiva para cada variável e para cada genótipo estimou-se o coeficientes de correlação linear, referentes às associações entre o teor de amido (AM) e os demais caracteres, utilizando-se o programa estatístico SAS versão 9.2 (SAS, 2008). Resultados e Discussão Na Tabela 2, pode-se observar a estatística descritiva para as características estudadas. Nota-se que o coeficiente de variação ficou entre 3,66 % (matéria seca) e 26,78% (área da copa), indicando que houve variabilidade entre os genótipos estudados.

Tabela 2. Estatística descritiva dos caracteres em variedades e híbridos de mandioca, em Cruz das Almas, Bahia. Caráter Média Mínimo Máximo Desvio-padrão CV (%) ALT m 2,06 1,30 2,67 0,389 7,38 ALTR m 69,22 40,00 132,67 22,834 10,31 ACOPA m2 1,490 0,51 3,98 0,742 26,78 MPA t ha-1 40,24 17,31 73,89 15,425 12,67 MTS t ha-1 21,54 10,26 54,00 9,361 15,03 NRP 6,37 3,42 10,78 1,545 12,10 MRP kg 2,29 0,51 6,96 1,348 18,89 PRD t ha-1 38,57 8,50 116,00 22,518 18,91 RDF t ha-1 11,52 1,99 36,59 7,872 23,62 COMR cm 24,41 17,30 40,20 3,778 10,69 DIAR cm 5,45 3,47 7,96 1,105 8,26 IC % 46,88 23,47 61,60 9,091 9,33 MS % 35,32 29,71 44,32 3,390 3,66 AM % 30,71 25,10 39,71 3,390 4,21 A associação entre o teor de amido e altura de plantas foi significativa para os genótipos Kiriris, Verdinha, Caipira e 98150-06, indicando que pode haver dependência linear entre essas características para os referidos genótipos. Por outro lado, com exceção da Caipira, não se observou dependência linear entre a associação teor de amido e a altura da primeira ramificação (Tabela 3). A relação entre o teor de amido e a área da copa, com exceção do híbrido 9783-13 e da variedade Tapioqueira, foi predominantemente não significativa. Já para a associação desta com a massa da parte aérea, nota-se a predominância de efeitos significativos. No entanto, a correlação linear entre o teor de amido e massa do terço superior foi não significativa (Tabela 3). A associação entre o teor de amido e o número de raízes por planta foi significativa e de alta magnitude para a maioria dos genótipos, exceto para a Verdinha, o 9624-09 e o 98150-06 (Tabela 3). Indicando a dependência linear entre essas características para a maioria dos genótipos. Tabela 3. Correlação fenotípica entre teor de amido e altura de plantas (ALT), altura da primeira ramificação (ALTR), área da copa (ACOPA), massa da parte aérea (MPA), massa do terço superior (MTS) e número de raízes por planta (NRP), em variedades e híbridos de mandioca em Cruz das Almas, Bahia. Genótipos ALT ALTR ACOPA MPA MTS NRP Poti Branca 0,7548 ns 0,6586 ns 0,5626 ns 0,9829 ** 0,8579 * 0,8430 * Kiriris 0,8408 * 0,6217 ns 0,4986 ns 0,9210 ** 0,7697 ns 0,8384 * Verdinha 0,9283 ** 0,5706 ns 0,7005 ns 0,7928 ns 0,5207 ns 0,8029 ns 9783-13 0,8407 * 0,7567 ns 0,9285 ** 0,9440 ** 0,6526 ns 0,9855 **

Tapioqueira 0,7927 ns -0,2648 ns 0,9181 ** 0,8599 * 0,8509 * 0,8969 * 9624-09 0,6025 ns 0,7669 ns 0,6534 ns 0,6000 ns -0,0344 ns 0,6507 ns Caipira 0,9881 ** 0,8740 * 0,4398 ns 0,9505 ** 0,9684 ** 0,8512 * 98150-06 0,8125 * 0,8110 ns 0,5816 ns 0,7846 ns 0,6645 ns 0,6945 ns ** e * : significativo a 1 e 5% de probabilidade, respectivamente. ns : não significativo. Quanto à associação do teor de amido com a massa de raiz por planta, observou-se que a variedade Verdinha e o híbrido 9624-09, não apresentaram efeitos significativos. Indicando que o teor de amido independe da massa de raiz nos referidos genótipos. Já nos demais, nota-se relação significativa, de alta magnitude e positiva. Por outro lado, a relação do teor de amido com o comprimento de raiz não apresentou correlação significativa para os genótipos testados (Tabela 4). No diâmetro da raiz, quando relacionada com o teor de amido, verificou que apenas a Tapioqueira, a Caipira e o 98150-06, apresentaram dependência linear para esta associação. Já nos caracteres produtividade e rendimento de farinha, quando relacionadas com o teor de amido, apenas os genótipos Verdinha e 9624-09 não apresentaram associações significativas (Tabela 4). Por outro lado, quando o teor de amido se correlaciona com o índice de colheita, apenas a variedade Poti Branca e o híbrido 9783-13 apresentaram efeitos significativos para esta associação, indicando em dependência linear para esta associação (Tabela 4). A associação entre o teor de matéria seca e o teor de amido foram todas significativas ao nível de 1% de probabilidade (Tabela 4). Isso se deve ao fato do amido ser componente da matéria seca da mandioca, assim à medida que um aumenta, o outro tende a aumentar em proporção igual. Tabela 4. Correlação fenotípica entre teor de amido e massa de raízes por planta (MRP), comprimento de raiz (COMR), diâmetro de raiz (DIAR), produtividade de raiz (PRD), rendimento de raiz (RDF), índice de colheita (IC) e matéria seca (MS), em variedades e híbridos de mandioca em Cruz das Almas, Bahia. Genótipos MRP COMR DIAR PRD RDF IC MS Poti Branca 0,9304 ** 0,5149 ns 0,6736 ns 0,9310 ** 0,9386 ** 0,8312 * 0,9999 ** Kiriris 0,8924 * 0,5357 ns 0,8007 ns 0,8929 * 0,8801 * 0,5113 ns 0,9999 ** Verdinha 0,7530 ns 0,4772 ns 0,6859 ns 0,7531 ns 0,8157 * 0,7906 ns 0,9999 ** 9783-13 0,9162 * 0,6043 ns 0,6473 ns 0,9161 * 0,9350 ** 0,9206 ** 0,9999 ** Tapioqueira 0,9828 * 0,6700 ns 0,8569 * 0,9830 ** 0,9990 ** 0,5919 ns 0,9999 ** 9624-09 0,6779 ns 0,4023 ns 0,7150 ns 0,6771 ns 0,7147 ns 0,1956 ns 0,9999 ** Caipira 0,8593 * 0,6108 ns 0,9167 * 0,8590 * 0,9295 ** 0,4825 ns 0,9999 ** 98150-06 0,9303 ** 0,4122 ns 0,8343 * 0,9306 ** 0,9645 ** 0,5967 ns 0,9999 **

** e * : significativo a 1 e 5% de probabilidade, respectivamente. ns : não significativo. Conclusões Há variabilidade entre os genótipos estudados. As correlações entre o teor de amido e os demais caracteres variam entre os genótipos estudados. A associação entre o teor de amido e os caracteres de produção (massa de raízes por planta, produtividade e rendimento de farinha), são, predominantemente significativos ao nível de 1%, indicando que há dependência linear entre as características, nas condições do referido estudo. Agradecimentos Os autores agradecem à Embrapa Mandioca e Fruticultura pela concessão do material vegetal e equipe de apoio e à Universidade Federal do Recôncavo da Bahia pela concessão da área para o referido estudo. Referências AGRITEMPO. Disponível em: http://www.agritempo.gov.br/agroclima/sumario. Acesso em: 28 de jul. 2013. APLEVICZ, K. S.; DEMIATE, I. M. Caracterização de amidos de mandioca nativos e modificados e utilização em produtos panificados. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 27, n. 03, p. 478-484, 2007. MORALES, C. F. G.; CHIELLE, Z. G.; DORNELLES, M. A.; TEIXEIRA, C. D.; COUTINHO, A. Avaliação de cultivares e seleções de mandioca (Manihot esculenta Crantz), no município de rio pardo, rio grande do sul, 2008-2009. In: Congresso Brasileiro de Mandioca, 13. Anais... Botucatu: CERAT-UNESP, p. 230 234, 2009. RODRIGUES, M. da G. F.; NACIF, P. G. F.; COSTA, O. V.; OLSZEVSKI, N. Solos e suas relações com as paisagens naturais no município de Cruz das Almas BA. Revista de Biologia e Ciências da Terra, v. 9, n. 02, p. 193 205, 2009. SAS INSTITUTE. Statistical analysis system: release 9.2. Cary, 2002-2008. VENCOVSKY, R.; BARRIGA, P. Associação entre caracteres. In: VENCOVSKY, R.; BARRIGA, P. Genética biométrica no fitomelhoramento. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Genética, Ribeirão Preto, 1992. p. 335 434.