Prof. Danilo Portero Noções de Direito Processual Civil p/ TJ-RO (Técnico Judiciário) Aula 10

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Noções de Direito Processual Civil : Do procedimento ordinário (das provas) 1. Provas Provas são os meios utilizados para formar o convencimento do juiz a respeito dos fatos controvertidos que tenham relevância para o processo. 1.1. Classificação das provas a) Quanto ao objeto - Diretas ligam-se diretamente ao fato que se pretende comprovar (ex. recibo ao pagamento). - Indiretas não se relacionam diretamente ao fato, mas podem levar à conclusão desejada (ex. testemunha que depõe que o autor estava viajando e que, portanto, não poderia ter causado determinado ato ilícito) b) Quanto ao sujeito - Prova pessoal prestada por uma pessoa a respeito de um fato (ex. prova testemunhal) - Prova real obtida pelo exame de determinada coisa (ex. inspeção judicial). c) Quando à forma - oral (ex. depoimento pessoal das partes) - escrita (ex. prova pericial) Prof. Danilo Portero www.aprovaconcursos.com.br Página 2 de 11

1.2. Objeto da prova Fatos controvertidos relevantes para o processo. A prova é destinada a convencer o juiz. Art. 130. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias à instrução do processo, indeferindo as diligências inúteis ou meramente protelatórias. Art. 332. Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa. 1.3. Fatos que não precisam ser comprovados Fatos notórios Os afirmados por uma das partes e confessados pela outra Os admitidos no processo como incontroversos Em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade São de conhecimento geral da comunidade em que o processo tramita. Pode ocorrer a confissão expressa ou a falta de impugnação específica. Pressupõe o consenso entre os litigantes sobre determinado fato. Presunção absoluta não se admite prova em sentido contrário (alguns autores entendem que a CF/88 aboliu expressamente tal figura. Presunção relativa ex. revelia 1.4. Presunções e indícios Presunções São pressuposições da existência ou veracidade de um fato, estabelecidas por lei, ou como decorrência da observação do que ocorre normalmente. Havendo presunção, dispensa-se a produção da prova. As decorrentes de lei podem ser relativas ou absolutas, conforme admitam ou não prova em contrário. Indícios São sinais indicativos da existência ou veracidade de um determinado fato que, por si sós, não são suficiente para demonstrá-los. No entanto, somados a outras circunstância ou indícios, podem fazê-los. Prof. Danilo Portero www.aprovaconcursos.com.br Página 3 de 11

1.5. Prova de fato negativo Provém da máxima em latim: negation non sunt probanda. (fatos negativos não precisam ser provados). Ex. Usucapião especial a demonstração de que o possuidor não possua outro imóvel. CUIDADO Somente os fatos negativos imprecisos é que não podem ser provados. 2. Ônus da prova Diferenciar ônus (atividade que uma pessoa faz em seu próprio benefício) de obrigação (atividade que uma pessoa faz em benefício de outra). Art. 333. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. 2.1. Inversão do ônus da prova a) Convencional As partes podem convencionar na inversão do ônus da prova. Se faz por exclusão do estabelecido no parágrafo único do art. 333 do CPC: Art. 333 (...) Parágrafo único. É nula a convenção que distribui de maneira diversa o ônus da prova quando: I - recair sobre direito indisponível da parte; II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. Prof. Danilo Portero www.aprovaconcursos.com.br Página 4 de 11

b) Legal Regras de presunção absoluta/relativa de veracidade. c) Judicial Sujeita-se ao critério do juiz no caso concreto. Ex: CDC Art. 6º, CDC: VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências; 2.2. Momento da inversão Preferencialmente, antes da prolação da sentença, para não ofender a ampla defesa e o contraditório. (correto seria na audiência preliminar juiz fixa os pontos controvertidos e verifica quais provas serão produzidas). STJ Regra de Instrução 3. Hierarquia das provas Princípio do livre convencimento motivado (persuasão racional) Art. 131. O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá indicar, na sentença, os motivos que Ihe formaram o convencimento. Atenção: Não há hierarquia entre as provas. Não se acolheu o princípio da prova legal. 4. Meios de prova Art. 332. Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa. Prof. Danilo Portero www.aprovaconcursos.com.br Página 5 de 11

Exemplos de meios de prova: confissão, depoimento pessoal das partes, prova testemunhal, prova documental, prova pericial e inspeção judicial. 4.1. Prova documental Documentos utilizam um suporte material (não necessariamente papel) e que são anexados aos autos para apreciação do juiz. a) Quanto à autoria Podem ser autógrafos (redigido pelo autor da declaração da vontade) ou heterógrafo (redigido por outrem). b) Quanto ao conteúdo Podem ser narrativo (ciência de um fato) ou dispositivo (contém declaração de vontade). c) Quanto à forma Podem ser solene (depende de forma especial) ou não solene (não exige forma especial). Relembrando: Petição inicial deve ser acompanhada dos documentos indispensáveis. Demais documentos podem ser juntados a qualquer tempo no processo, desde que a parte contrária possa se manifestar a respeito. Art. 283. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação. 4.1.1. Incidente de falsidade documental Tem a finalidade de obter a declaração judicial de que tal documento é falso. Tem natureza jurídica de ação incidente (não forma um novo processo), de cunho declaratório. Art. 387. Cessa a fé do documento, público ou particular, sendo-lhe declarada judicialmente a falsidade. Prof. Danilo Portero www.aprovaconcursos.com.br Página 6 de 11

Parágrafo único. A falsidade consiste: I - em formar documento não verdadeiro; II - em alterar documento verdadeiro 4.2. Prova pericial Prova pericial é o meio adequado para a comprovação de fatos cuja apuração depende de conhecimentos técnicos, que exigem o auxílio de profissionais especializados. 4.2.1. Espécies a) Exame observação de pessoas ou coisas b) Vistoria análise de bens imóveis c) Avaliação Atribuição de valor a um determinado bem 4.2.2. Inadmissibilidade de perícia Art. 420. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação. Parágrafo único. O juiz indeferirá a perícia quando: I - a prova do fato não depender do conhecimento especial de técnico; II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas; III - a verificação for impraticável. 4.3. Inspeção judicial Consiste no exame feito direta e pessoalmente pelo juiz, em pessoas ou coisas, com a finalidade de aclarar fatos que interessam à causa. Pode se dar de ofício ou a requerimento das partes, nas seguintes hipóteses: Art. 442. O juiz irá ao local, onde se encontre a pessoa ou coisa, quando: Prof. Danilo Portero www.aprovaconcursos.com.br Página 7 de 11

I - julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que deva observar; II - a coisa não puder ser apresentada em juízo, sem consideráveis despesas ou graves dificuldades; Ill - determinar a reconstituição dos fatos. Parágrafo único. As partes têm sempre direito a assistir à inspeção, prestando esclarecimentos e fazendo observações que reputem de interesse para a causa. 4.4. Prova testemunhal Consiste na inquirição, pelo juiz, de pessoas estranhas ao processo, a respeito de fatos relevantes para o julgamento. 4.4.1. Testemunhas Somente as pessoas físicas podem ser testemunhas. Não podem depor como testemunhas, as incapazes, as impedidas ou suspeitas: Art. 405. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou suspeitas. 1 o São incapazes: I - o interdito por demência; II - o que, acometido por enfermidade, ou debilidade mental, ao tempo em que ocorreram os fatos, não podia discerni-los; ou, ao tempo em que deve depor, não está habilitado a transmitir as percepções; III - o menor de 16 (dezesseis) anos; IV - o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que Ihes faltam. 2 o São impedidos: I - o cônjuge, bem como o ascendente e o descendente em qualquer grau, ou colateral, até o terceiro grau, de alguma das partes, por consangüinidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse público, ou, tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a prova, que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito; II - o que é parte na causa; III - o que intervém em nome de uma parte, como o tutor na causa do menor, o representante legal da pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros, que assistam ou tenham assistido as partes. Prof. Danilo Portero www.aprovaconcursos.com.br Página 8 de 11

3 o São suspeitos: I - o condenado por crime de falso testemunho, havendo transitado em julgado a sentença; II - o que, por seus costumes, não for digno de fé; III - o inimigo capital da parte, ou o seu amigo íntimo; IV - o que tiver interesse no litígio. 4 o Sendo estritamente necessário, o juiz ouvirá testemunhas impedidas ou suspeitas; mas os seus depoimentos serão prestados independentemente de compromisso (art. 415) e o juiz Ihes atribuirá o valor que possam merecer. Art. 406. A testemunha não é obrigada a depor de fatos: I - que Ihe acarretem grave dano, bem como ao seu cônjuge e aos seus parentes consangüíneos ou afins, em linha reta, ou na colateral em segundo grau; II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo. Prova: FGV - 2010 - OAB - Exame de Ordem Unificado - II - Primeira Fase Se, durante a audiência de instrução e julgamento, um advogado, exercendo seu mister de bem defender os interesses de seu cliente, entende que a testemunha arrolada pela parte contrária mantém com essa vínculo estreito de amizade e que seu depoimento pode ser tendencioso, esse advogado deverá: a) contraditar a testemunha, devendo a audiência, nesse caso, ser necessária e imediatamente interrompida. b) contraditar a testemunha, que mesmo assim poderá ser ouvida como informante do juízo, desde que o magistrado fundamente sua decisão de ouví-la. c) contraditar a testemunha, hipótese em que estará o juiz obrigado a dispensá-la. d) contraditar a testemunha, que será ouvida após a audiência, sem a presença das partes. 4.5. Depoimento pessoal É um meio de prova, pelo qual o juiz, a requerimento de uma das partes, colhe as declarações do adversário dela, com a finalidade de obter informações a respeito de fatos relevantes para o processo. Só são prestadas pelas partes, nunca por terceiros. Prof. Danilo Portero www.aprovaconcursos.com.br Página 9 de 11

Objetiva obter a confissão da parte (reconhecimento dos fatos alegados pela parte contrarária). 4.6. Interrogatório das partes Depoimento pessoal É sempre requerido pela parte contrária. É prestado na audiência de instrução e julgamento para a qual a parte é intimada sob pena de confissão. Tem por finalidade principal obter, do adversário, a confissão a respeito de fatos contrários aos seus interesses. Interrogatório das partes É determinado pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes. Pode ser determinado pelo juiz a qualquer tempo. Tem finalidade complementar, sendo determinado pelo juiz para obter, das partes, informações a respeito de fatos que permanecem confusos ou obscuros. Por isso, é mais comum que se realize ao final da instrução, quando ainda restarem dúvidas ao juiz. 4.7. Confissão Art. 348. Há confissão, quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e favorável ao adversário. A confissão é judicial ou extrajudicial. 4.7.1. Requisitos 1. O fato a ser confessado tem que ser pessoal e próprio. 2. Só ocorre quando se tratar de direito disponível. 4.7.2. Espécies 1. Judicial ou Extrajudicial Judicial: no processo. Tem valor de reconhecimento dos fatos prejudiciais. Extrajudicial: fora do processo. O art. 353, CPC condiciona sua validade a algumas características. Prof. Danilo Portero www.aprovaconcursos.com.br Página 10 de 11

Art. 353. A confissão extrajudicial, feita por escrito à parte ou a quem a represente, tem a mesma eficácia probatória da judicial; feita a terceiro, ou contida em testamento, será livremente apreciada pelo juiz. Parágrafo único. Todavia, quando feita verbalmente, só terá eficácia nos casos em que a lei não exija prova literal. 2. Espontânea ou provocada Espontânea: voluntária. Provocada: advinda do depoimento pessoal não ou mal prestado. Só pode ser judicial. Art. 349. A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada. Da confissão espontânea, tanto que requerida pela parte, se lavrará o respectivo termo nos autos; a confissão provocada constará do depoimento pessoal prestado pela parte. Parágrafo único. A confissão espontânea pode ser feita pela própria parte, ou por mandatário com poderes especiais. Litisconsórcio unitário Previsão: art. 350, único, CPC e art. 48, CPC. Os efeitos da decisão devem ser os mesmos para todas as partes. Neste caso, a confissão só será válida se for praticada por todos. Art. 350. A confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando, todavia, os litisconsortes. Parágrafo único. Nas ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos sobre imóveis alheios, a confissão de um cônjuge não valerá sem a do outro. Art. 48. Salvo disposição em contrário, os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos; os atos e as omissões de um não prejudicarão nem beneficiarão os outros. Indivisibilidade da confissão Art. 354. A confissão é, de regra, indivisível, não podendo a parte, que a quiser invocar como prova, aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que Ihe for desfavorável. Cindir-se-á, todavia, quando o confitente Ihe aduzir fatos novos, suscetíveis de constituir fundamento de defesa de direito material ou de reconvenção. Não pode pegar um trecho da confissão para se beneficiar e esquecer o restante. A confissão só pode ser cindida se os fatos confessados forem independentes entre si. Prof. Danilo Portero www.aprovaconcursos.com.br Página 11 de 11