AVALIAÇÃO ECOSSISTÊMICA DO MILÊNIO Ecossistemas e Bem-estar humano Rodrigo Victor Instituto Florestal de São Paulo
O que é a Avaliação Ecossistêmica do Milênio? Maior avaliação já realizada sobre a saúde dos ecossistemas Preparada por 1360 de 95 países; extenso processo de revisão de pares Conselho independente de revisores editores composto de 80 membros Comentários críticos de cerca de 850 especialistas e governos Consenso dos cientistas do mundo Planejada para atender tomadores de decisão de governos, setor privado e sociedade civil Solicitada pelo Secretário-Geral das NU em 2000 Autorizada por governos através de 4 convenções Em parceria com órgãos das NU, convenções, empresas, organizações não-governamentais, com um conselho diretor composto de múltiplos grupos de interesse
NÃO CONFUNDIR... Millennium Development Goals (Metas de Desenvolvimento do Milênio) 8 Metas a serem atingidas até 2015 para se responder aos principais desafios de desenvolvimento do mundo. Adotada por 189 nações na Conferência Greal das Nações Unidas de 2000 Combater a Fome e a Miséria (reduzir à metade o numero de pessoas vivendo com menos de US$ 1.00 / dia (Meta # 1) Assegurar Sustentabilidade ambiental (Meta # 7) Millennium Project Projeto lançado pelas Nações Unidas em 2002 para desenvolver um plano de ação concreto para o mundo com o objetivo de se reverter a miséria, fome e doenças que afetam milhões de pessoas do mundo. Liderado pelo Prof Jeffrey Sachs Millennium Ecosystem Assessment Processo de avaliação da saúde dos ecossistemas do planeta e sua relação com o bem-estar humano, inspirado no IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas)
Avaliação Científica Processo social estabelecido para disponibilizar o conhecimento científico às necessidades dos tomadores de decisão Pesquisa Monitoramento Ciência Avaliação Tomadores de decisão Governos Setor privado Sociedade civil Indivíduos Uma avaliação científica aplica o julgamento de especialistas ao conhecimento existente de forma a fornecer respostas com credibilidade científica a questões politicamente relevantes
PRODUÇÃO DE INFORMAÇÕES X ANÁLISE DE INFORMAÇÕES A AM não se propôs a gerar conhecimentos primários, mas a sistematizar, avaliar, sintetizar, interpretar, integrar e divulgar as informações existentes de forma útil e apropriável por parte de tomadores de decisão e sociedade.
Linha do Tempo da AM Lançamento e desenho Avaliação propriamente dita Processo de revisão Aprovaçã o do Conselho 2001 2002 2003 2004 2005 Lançamento Da ONU Publicação do relatório do Marco Conceitual Lançamento dos relatórios da avaliação
QUESTÕES CENTRAIS DA AM 1. Quais são as condições atuais e as tendências dos ecossistemas, dos serviços dos ecossistemas e do bem-estar humano? 2. Quais são as mudanças futuras plausíveis dos ecossistemas e de seus serviços e as conseqüências para o bem-estar humano? 3. O que pode ser feito para se incrementar o bem-estar humano e se conservarem os ecossistemas? Quais os pontos fortes e as debilidades das opções de respostas que podem ser consideradas para se atingirem ou evitarem futuros específicos? 4. Quais são as incertezas-chaves críticas para a efetiva tomada de decisão sobre os ecossitemas? 5. Que ferramentas e metodologias desenvolvidas pela AM podem fortalecer a capacidade de se avaliarem os ecossistemas, os serviços por eles fornecidos, seus impactos sobreo bem-estar humano os pontos fortes e debilidades das opções de respostas?
FOCO DA AM: SERVIÇOS AMBIENTAIS (BENEFÍCIOS QUE AS PESSOAS OBTÉM DOS ECOSSISTEMAS) PROVISÃO Alimentos Água Lenha Fibras Princípios ativos Recursos genéticos REGULAÇÃO Regulação do clima Controle de doenças Controle de enchentes e desastres naturais Purificação da água Purificação do ar Controle de erosão CULTURAIS Espiritualidade Lazer Inspiração Educação Simbolismos SUPORTE Formação de solos Produção primária Ciclagem de nutrientes Processos ecológicos
Marco Conceitual da AM Bem-estar Humano e Redução da Pobreza Recursos básicos para uma vida digna Saúde Boas relações sociais Segurança Liberdade de escolha e ação Bem-estar Humano Serviços Ambientais Vetores Indiretos de Mudanças Demográficos Econômicos (globalização, comércio, mercado and contexto político) Sociopolitíticos Vetores (governança e contexto Indiretos institucional) Científicos e Tecnológicos Culturais e Religiosos Vetores Diretos de Mudanças Mudanças no uso do solo Vetores Diretos Remoção ou introdução de espécies Uso e adaptação teconológica Insumos externos (ex: irrigação) Consumo de recursos Mudança Climática Agentes físicos e biológicos naturais (ex: vulcões)
Grupos de Trabalho do MA Grupo de Trabalho: Condições Quais são as condições e tendências históricas atuais dos ecossistemas e seus serviços? Grupo de Trabalho: Cenário Efetuadas as mudanças plausíveis nas diretrizes primárias, quais serão as conseqüências para os ecossistemas, seus serviços e o bem estar do homem? Grupo de Trabalho: Respostas Quais são as conseqüências das alterações nos ecossistemas ao bem estar do homem? O que podemos fazer sobre isso? Grupo de Trabalho: Avaliação Sub-Global T odos os anteriores em escalas sub -globais
Resultados da Avaliação Ecossistêmica do Milênio
Resultados da AM - Pontos Principais 1. Mudanças nos Ecossistemas nos Últimos 50 Anos 2. Ganhos e Perdas com as Mudanças nos Ecossistemas Três problemas cruciais reduzirão os benefícios a longo prazo Degradação dos Serviços dos Ecossistemas Maior Probabilidade de Mudanças Não Lineares Exacerbação da Pobreza para Algumas Populações 3. Perspectivas para os Ecossistemas nos Próximos 50 Anos 4. Revertendo a Degradação dos Ecossistemas
Resultado nº 1 Nos últimos 50 anos, o homem modificou os ecossistemas mais rápida e extensivamente que em qualquer intervalo de tempo equivalente na história da humanidade Isso acarretou uma perda substancial e, em grande medida, irreversível na diversidade da vida no planeta
Mudanças sem Precedentes: Ecossistemas Mais terras foram convertidas em lavouras entre 1950 e 1980 do que entre 1700 e 1850 20% dos recifes de corais do planeta foram destruídos e outros 20% degradados nas últimas décadas 35% das áreas de manguezais foram perdidas nas últimas décadas O volume de água nos reservatórios quadruplicou a partir de 1960 A extração de água dos rios e lagos duplicou a partir de 1960
Mudanças da Estrutura dos Ecossistemas Florestas não fragmentadas 8000 anos atrás
Mudanças da Estrutura dos Ecossistemas Florestas não fragmentadas hoje
Fonte: NASA
Mudanças sem Precedentes: Ciclos Biogeoquímicos A partir de 1960: Os fluxos de nitrogênio biologicamente disponível nos ecossistemas terrestres duplicaram Os fluxos de fósforo triplicaram > 50% dos fertilizantes sintéticos à base de nitrogênio já utilizados foram utilizados a partir de 1985 60% do aumento na concentração atmosférica de CO 2 desde 1750 ocorreu a partir de 1959 Nitrogênio Reativo Produzido pelo Homem O homem produz tanto N biologicamente disponível quanto todas as fontes naturais, e isso pode aumentar outros 65% até 2050
Mudanças significativas e geralmente irreversíveis para a diversidade das espécies A distribuição das espécies no planeta está se tornando mais homogênea A taxa de extinção das espécies pelo homem aumentou 50 a 1.000 vezes em comparação às taxas históricas do planeta (precisão média) 10 a 30% das espécies de mamíferos, pássaros, e anfíbios, encontram-se ameaçadas de extinção (precisão média a alta)
Resultados da AM - Pontos Principais 1. Mudanças nos Ecossistemas nos Últimos 50 Anos 2. Ganhos e Perdas Resultantes das Mudanças Três problemas cruciais reduzirão os benefícios a longo prazo Degradação dos Serviços dos Ecossistemas Maior Probabilidade de Mudanças Não Lineares Exacerbação da Pobreza para Algumas Populações 3. Perspectivas para os Ecossistemas nos Próximos 50 Anos 4. Revertendo a Degradação dos Ecossistemas
Resultado nº 2 As mudanças ocorridas nos ecossistemas contribuíram com ganhos finais substanciais para o bem-estar humano e o desenvolvimento econômico, mas esses ganhos foram obtidos a um custo crescente Esses problemas reduzirão substancialmente os benefícios trazidos pelos ecossistemas às gerações futuras.
Idústrias baseadas em serviços ambientais ainda são o esteio de muitas economias Contribuições da agricultura A mão-de-obra da agricultura corresponde a 22% da população mundial e à metade dos trabalhadores do mundo Agricultura responde por 24% do PIB em países em desenvolvimento de baixa renda Valor de mercado de indústrias à base de serviços ambientais Food production: $980 billion per year Indústria da madeira: US$ 400 bilhões / ano Pesca marítima: US$ 80 bilhões / ano Aqüicultura marinha: US$ 57 bilhões / ano Caça e pesca de recreio: > US$ 75 bilhões / ano só nos EUA
Pesca de Captura 25% dos estoques de peixes marinhos comercialmente explorados estão sobreexplorados (alta certeza) Declínio da pesca marinha desde os anos 80 O níveltrófico dos peixes capturados está em declínio nos sistemas marinhos e de água doce
Resultados da AM - Pontos Principais 1. Mudanças nos Ecossistemas nos Últimos 50 Anos 2. Ganhos e Perdas Resultantes das Mudanças Três problemas cruciais reduzirão os benefícios a longo prazo Degradação dos Serviços dos Ecossistemas Maior Probabilidade de Mudanças Não Lineares Exacerbação da Pobreza para Algumas Populações 3. Perspectivas para os Ecossistemas nos Próximos 50 Anos 4. Revertendo a Degradação dos Ecossistemas
Degradação e uso não sustentável dos serviços dos ecossistemas Cerca de 60% (15 entre 24) dos serviços dos ecossistemas examinados nesta avaliação vêm sendo degradados ou utilizados de forma não sustentável A degradação dos serviços dos ecossistemas geralmente acarreta danos significativos para o bem-estar humano e representa uma perda no patrimônio natural ou riqueza de um país
Estado dos Serviços de Provisão Serviço Estado Alimentos lavouras criação pesca de captura aqüicultura alim. silvestres Fibras madeira +/ algodão, seda +/ Lenha Recursos genéticos Prod. bioquímicos, remédios Água água doce
Estado dos Serviços Reguladores e Culturais Serviços Reguladores Regulação da qualidade do ar Regulação climática global Regulação climática regional e local Estado Regulação dos recursos hídricos +/ Regulação da erosão Purificação da água e tratamento de resíduos Regulação de doenças +/ Regulação de pestes Polinização Regulação de ameaças naturais Serviços culturais Valores espirituais e religiosos Valores estéticos Recreação e ecoturismo +/
Balanço de perdas e Ganhos Aumento Degradação Situações Mistas Lavouras Criação de Animais Aqüicultura Seqüestro de CO 2 Pesca de captura Alimentos silvestres Lenha Recursos Genéticos Bioquímicos Água doce Regulação da qualidade do ar Regulação climática local e regional Controle de erosão Purificação da água Regulação de pestes Polinização Regulação de desastres naturais Valores estéticos, espirituais e religiosos Madeira Fibra Regulação da água Regulação de doenças Recreação e ecoturismo 60% dos Serviços Ambientais estão Degradados
Biomassa de Peixes para Consumo Humano (tonelada / km 2 ) 1900 2000 Fonte: Millennium Ecosystem Assessment; Christensen et al. 2003
REGULAÇÃO CONTRA DESASTRES NATURAIS Condição do Serviço: Degradada 350 Eventos de Enchentes por Década 300 250 200 150 100 Enchentes são o principal causador de mortes entre os desastres naturais Fonte: Saldiva, Paulo, 2006 50 0 1950s 1960s 1970s 1980s 1990s Asia Americas Africa Europe Fonte: Millennium Ecosystem Assessment
C o m p etição en tre o s serviço s ambientais Ecossistema do Manguezal Serviços dos manguezais: Berçário e habitat para os recursos Moradias pesqueiros Lenha / madeira Seqüestro de CO2 Filtro de sedimentos Tamponamento de Camarão poluentes Proteção contra erosão e desastres Lavouras
$4000 Valor (US$ por hectare) Valor Presente Privado Público por Hectare 1987 1999 Manguezal: $91 $1,000 a $3,600 Fazenda de Camarão: $2000 $-5,400 a $200 $2000 Proteção Costa (~$3,840) Líquido: $2,000 (Bruto $17,900 menos custos de $15,900) 0 Fonte: Millennium Ecosystem Assessment; Sathirathai and Barbier 2001 Manguezal Berçário pesca ($70) Produtos madeireiros e não madeireiros ($90) Conversão do Manguezal Fazenda de Camarão Menos Subsídios (-$1,700) Fonte: UNEP Custos de Poluição (-$230) Restauração (-$8,240)
Resultados da AM - Pontos Principais 1. Mudanças nos Ecossistemas nos Últimos 50 Anos 2. Ganhos e Perdas Resultantes das Mudanças Três problemas cruciais reduzirão os benefícios a longo prazo Degradação dos Serviços dos Ecossistemas Maior Probabilidade de Mudanças Não Lineares Exacerbação da Pobreza para Algumas Populações 3. Perspectivas para os Ecossistemas nos Próximos 50 Anos 4. Revertendo a Degradação dos Ecossistemas
Maior Probabilidade de Mudanças Não Lineares Há evidência estabelecida, porém incompleta, de que as mudanças em curso nos ecossistemas têm feito crescer a probabilidade de mudanças não lineares e potencialmente abruptas nos ecossistemas, com importantes conseqüências para o bem-estar humano
Exemplos de mudanças não lineares Colapso da produção pesqueira Eutroficação e hipoxia Surgimento de doenças Introdução e perda de espécies Mudanças climáticas regionais Colapso dos estoques do bacalhau do Atlântico na Costa Oriental de Newfoundland, Canadá, em 1992 Fonte: Avaliação Ecossistêmica do Milênio
Resultados da AM - Pontos Principais 1. Mudanças nos Ecossistemas nos Últimos 50 Anos 2. Ganhos e Perdas Resultantes das Mudanças Três problemas cruciais reduzirão os benefícios a longo prazo Degradação dos Serviços dos Ecossistemas Maior Probabilidade de Mudanças Não Lineares Exacerbação da Pobreza para Algumas Populações 3. Perspectivas para os Ecossistemas nos Próximos 50 Anos 4. Revertendo a Degradação dos Ecossistemas
Impactos nos pobres e marginalizados Os pobres são os mais dependentes sobre os serviços ambientais e mais vulneráveis à degradação dos serviços Photo credit: Uittapron Juntawonsup/UNEP
Os níveis de pobreza continuam altos e a desigualdade cresce Economia e Desenvolvimento Humano 1,1 bilhão de pessoas sobrevivem com uma renda menor que US$1 por dia; 70% delas vivem nas zonas rurais, onde são altamente dependentes de serviços ambientais A desigualdade aumentou durante a década de 90; 21 países experimentaram queda na sua classificação no Índice de Desenvolvimento Humano Acesso aos Serviços dos Ecossistemas Estima-se que 852 milhões de pessoas sofreram de subnutrição entre 2000 e 2002, 37 milhões a mais que entre 1997 e 1999 A produção per capita de alimentos sofreu queda na África Subsaariana Cerca de 1,1 bilhão de pessoas ainda não têm acesso a fornecimento de água tratada, e mais de 2,6 bilhões não têm acesso a saneamento básico A escassez de água atinge entre 1 e 2 bilhões de pessoas no planeta
Serviços dos ecossistemas e redução da pobreza A degradação dos serviços dos ecossistemas afeta populações pobres Metade da população urbana da África, Ásia, América Latina, e Caribe sofre de uma ou mais doenças associadas a água e saneamento inadequados A queda da produção pesqueira de captura vem reduzindo uma fonte barata de proteína nos países em desenvolvimento. O consumo per capita de peixe nos países em desenvolvimento, exceto China, baixou entre 1985 e 1997 A desertificação afeta a vida de milhões de pessoas, incluindo grande parte dos pobres nas zonas áridas O padrão de vencedores e perdedores não tem sido considerado nas decisões gerenciais
Populações ricas não conseguem se isolar da degradação ambiental Os mais ricos não conseguem se proteger em relação a todos os serviços ambientais (ex: culturais, qualidade do ar) Mudança climática afeta a todos Source: NASA Earth Observatory Nuvem de poeira se dispersando a partir da Costa Noroeste Africana em direção à América do Sul
Resultados da AM - Pontos Principais 1. Mudanças nos Ecossistemas nos Últimos 50 Anos 2. Ganhos e Perdas Resultantes das Mudanças Três problemas cruciais reduzirão os benefícios a longo prazo Degradação dos Serviços dos Ecossistemas Maior Probabilidade de Mudanças Não Lineares Exacerbação da Pobreza para Algumas Populações 3. Perspectivas para os Ecossistemas nos Próximos 50 Anos 4. Revertendo a Degradação dos Ecossistemas
Resultado nº 3 A degradação dos serviços dos ecossistemas pode piorar consideravelmente na primeira metade deste século, representando uma barreira para a consecução das Metas de Desenvolvimento do Milênio
Vetores diretos crescem em intensidade Boa parte dos vetores diretos de degradação dos serviços dos ecossistemas ou se mantém constante ou vem se intensificando na maioria dos ecossistemas
Perda de Habitat em 1990 Perda de Habitat em 2050 de acordo com os cenários da AM Florestas Mediterrâneas Campos e Bosques Temperados Florestas Temperadas Latifoliadas Florestas Tropicais Secas Campos Tropicais Florestas Tropicais de Coníferas Florestas Tropicais Úmidas 0 50 100 Fonte: Millennium Ecosystem Assessment Porcentagem do Habitat (bioma) remanescente
Mudanças nos vetores diretos: Carga de nutrientes O homem já fez duplicar o fluxo de nitrogênio reativo nos continentes, e algumas projeções sugerem a possibilidade desse número aumentar em cerca de dois terços até 2050. A projeção dos cenários da AM é de que o fluxo global de nitrogênio para os ecossistemas costeiros deva aumentar entre 10 e 20%até 2030, sendo que quase todo esse aumento ocorrerá nos países em desenvolvimento.
Mudanças nos vetores diretos: Mudanças climáticas Prováveis impactos no futuro Até o final do século, as mudanças climáticas e seus impactos poderão ser o principal vetor direto de perda da biodiversidade e de alterações nos serviços dos ecossistemas ao redor do globo Impactos prejudiciais finais nos serviços dos ecossistemas O balanço das evidências científicas sugere que o impacto prejudicial final será significativo sobre os serviços dos ecossistemas ao redor do mundo caso a temperatura média da superfície do planeta aumente mais de 2 o C acima dos níveis do período préindustrial (precisão média)
Resultados da AM - Pontos Principais 1. Mudanças nos Ecossistemas nos Últimos 50 Anos 2. Ganhos e Perdas Resultantes das Mudanças Três problemas cruciais reduzirão os benefícios a longo prazo Degradação dos Serviços dos Ecossistemas Maior Probabilidade de Mudanças Não Lineares Exacerbação da Pobreza para Algumas Populações 3. Perspectivas para os Próximos 50 Anos 4. Revertendo a Degradação dos Ecossistemas
Resultado nº 4 O desafio de reverter a degradação dos ecossistemas enquanto se supre a demanda crescente por seus serviços pode ser vencido sob alguns cenários, e envolvem mudanças políticas e institucionais expressivas, mas são mudanças substanciais que não estão em andamento atualmente São muitas as opções para se preservar ou melhorar os serviços específicos a um ecossistema de forma a reduzir mediações negativas ou a fornecer sinergias positivas com outros serviços dos ecossistemas
Cenários da AM Não são prognósticos cenários são futuros plausíveis Foram usados modelos quantitativos e análises qualitativas para desenvolver os cenários
Narrativas dos Cenários Orquestração Global: Sociedade globalmente conectada focada no comércio global e liberalização econômica, que assume postura reativa em relação aos problemas ambientais mas que também caminha a passos largos em direção à redução da pobreza e da desigualdade e ao investimento em bens públicos como infraestrutura e educação Ordem pela Força: Mundo regionalizado e fragmentado, preocupado com segurança e proteção, que enfatiza primariamente os mercados regionais, destina pouca preocupação com os bens públicos e assume postura reativa em relação aos problemas ambientais
Narrativas dos Cenários Mosaico Adaptativo: Os ecossistemas na escala das bacias hidrográficas regionais são o foco da atividade econômica e política. Instituições locais são fortalecidas e as estratégias de gestão dos ecossistemas locais são comuns; sociedades desenvolvem uma postura fortemente proativa em relação à gestão dos ecossistemas. Jardim Tecnológico: Mundo globalmente conectado e fortemente dependente em tecnologias ambientais consistentes, usando ecossistemas altamente manejados, quase sempre tecnificados, como forma de geração de serviços ambientais, e que assume postura proativa em relação à gestão dos ecossistemas num esforço de se evitarem problemas.
É possível melhorar os serviços até 2050 Três dos quatro cenários mostram que mudanças significativas nas políticas podem mitigar muitas das conseqüências negativas das pressões crescentes sobre os ecossistemas, embora as mudanças necessárias sejam grandes e não estejam em andamento atualmente
Mas as ações necessárias são significativas e não estão em curso Investimentos em bens públicos (ex.: educação) e redução da pobreza Eliminação de barreiras comerciais e subsídios abusivos Uso ativo da gestão adaptativa Investimentos em novas tecnologias Pagamentos por serviçoes ambientais
Respostas Promissoras Instituições Maior transparência e prestação de contas sobre o desempenho do governo e do setor privado Economia Eliminação de subsídios que promovem o uso excessivo dos serviços dos ecossistemas (e, quando possível, transferência desses subsídios para o pagamento de serviços não comercializáveis dos ecossistemas) Uso intensificado de ferramentas econômicas e abordagens baseadas no mercado para a gestão dos serviços dos ecossistemas (quando as condições permitirem)
Respostas Promissoras Tecnologia Promoção de tecnologias que possibilitem um maior rendimento das lavouras sem impactos negativos Recuperação dos serviços dos ecossistemas Sociais e Comportamentais Mudanças nos padrões de consumo Comunicação e educação Delegação de poderes a grupos dependentes dos serviços dos ecossistemas Conhecimento Incorporação de valores não comercializáveis dos ecossistemas nas decisões de gestão dos recursos Incremento da capacitação humana e institucional
Pagamentos por Serviços Ambientais na Costa Rica Programa criado em 1997 Em 2001: 280,000 ha incluídos a um custo de US$ 30 milhões Typical payments: $35 to $45 per hectare $ Pagamentos aos proprietários a montante para manutenção da cobertura florestal Usuários a jusante se beneficiam da proteção dos serviços ambienatis a montante
Declaração do Conselho Relatórios-síntese Livro metodológico (publicado em português!!!) Volumes Técnicos da Avaliação
AM: Síntese sobre Biodiversidade
QUESTÕES-CHAVE SOBRE BIODIVERSIDADE 1. Biodiversidade: o que é, onde está e por que é importante? 2. Por que a perda da biodiversidade é fator de preocupação? 3. Quais são as tendências atuais e os vetores de alteração incidentes sobre a biodiversidade? 4. Quais os futuros para a biodiversidade e os serviços ambientais sob cenários plausíveis? 5. Que opções de respostas podem conservar a biodiversidade e promover bem-estar humano? 6. Quais as perspectivas para a redução das taxas de perda de biodiversidade para 2010 (e além) e quais as implicações para a Convenção Sobre a Diversidade Biológica?
RESULTADO Nº 6: Esforços substanciais seriam necessários para a redução significativa da biodiversidade em 2010: Para se atingir, em 2010, uma redução significativa na taxa de perda de biodiversidade, seriam necessários esforços substanciais (sem precedentes); improvável atingir-se a meta globalmente A meta é, entretanto, atingível para certos componentes da biodiversidade (ou para certos indicadores), e em certas regiões. O efetivo estabelecimento de objetivos, metas e intervenções futuros devem considerar Vetores-chaves de alteração Inércia na biodiversidade (tempo entre tomada de decisão, alteração no vetor e resposta na biodiversidade) Opções de respostas Concessões mútuas e sinergias com outros objetivos da sociedade
Visite o Website da AM: www.maweb.org Todos os relatórios da AM estão disponíveis para obtenção de cópia Acesso a dados centrais kit ín iciativa d e p articip ação d a A M Slides Ferramentas de comunicação
Grupo de Trabalho 4: Avaliações subglobais What was unique? Multi-Scale Assessment
AS RESERVAS DA BIOSFERA Reservas da Biosfera são áreas terrestres ou marinhas do Planeta de excepcional significado ambiental e social, verdadeiros laboratórios para a busca da convivência harmônica entre o ser humano e seu meio. As reservas da biosfera são declaradas pela UNESCO, por meio de seu programa MAB O Homem e a Biosfera. Hoje existem 440 reservas em quase 100 países.
Acre N 500 0 Tocantins D.F. Mato Grosso do Sul Santa Catarina Rio Grande do Sul 500 Km Roraima Amapá Amazonas Rondonia Mato Grosso BRASIL Projeção geográfica Datum: WGS 84 Fonte: COBRAMAB, adapatado por Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo. Pará Maranhão Pernambuco Ceará Rio Grande do Norte Paraíba Piauí Alagoas Sergipe Bahia Goiás Minas Gerais Espírito Santo São Paulo Rio de Janeiro Paraná SP 139 BR 116 SP 193 SP BR 116 BR 116 SP 55 REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO 226 Reserva da Biosfera da Mata Atlântica Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo (Sistema RBMA) Reserva da Biosfera do Cerrado Reserva da Biosfera do Pantanal OCEANO ATLÂNTICO BR 116 Reserva da Biosfera da Caatinga Reserva da Biosfera da Amazônia Central Rios Estradas Zonas Núcleo Unidades de Conservação Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo (Sistema RBMA) Roraima Amapá Acre Amazonas Rondonia Mato Grosso Pará Tocantins Maranhão Piauí Bahia Ceará Paraíba Pernambuco Alagoas Sergipe Rio Grande do Norte Reserva da Biosfera da Mata Atlântica Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo (Sistema RBMA) Reserva da Biosfera da Caatinga Reserva da Biosfera da Amazônia Central BRASIL Mato Grosso do Sul Goiás D.F. São Paulo Minas Gerais Rio de Janeiro Espírito Santo Reserva da Biosfera do Cerrado Reserva da Biosfera do Pantanal N Paraná BR 116 Santa Catarina 500 0 500 Km Rio Grande do Sul REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO BR 116 Projeção geográfica Datum: WGS 84 Fonte: COBRAMAB, adapatado por Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo. BR 116 SP 139 SP 193 SP 226 BR 116 SP 55 OCEANO ATLÂNTICO Rios Estradas Zonas Núcleo Unidades de Conservação Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo (Sistema RBMA)
A VISÃO DA RESERVA DA BIOSFERA DO CINTURÃO VERDE
R A IO X D A R ES ER V A D A B IO S FER A DO CINTURÃO VERDE Área Reserva da Biosfera: 1.540.032 ha Área urbana encerrada: Área Total: Área de Vegetação: Nº municípios: 220.279 ha 1.760.311 ha 614.288 ha 73, incluindo Grande São Paulo e Baixada Santista População: 23 milhões de habitantes Importância Econômica: 20% do PIB nacional
SERVIÇOS DE SUPORTE SERVIÇOS DE PROVISÃO SERVIÇOS DE REGULAÇÃO SERVIÇOS CULTURAIS VETORES DIRETOS VETORES INDIRETOS VETORES DIRETOS/ INDIRETOS
CATEGORIAS DE SERVIÇOS DOS ECOSSISTEMAS DA RESERVA DA BIOSFERA SERVIÇOS DE SUPORTE SERVIÇOS DE PROVISÃO SERVIÇOS DE REGULAÇÃO SERVIÇOS CULTURAIS BIODIVERSIDADE E PROCESSOS ECOLÓGICOS ÁGUA (SUPERFICIAL E SUBTERRÂNEA) RECURSOS FLORESTAIS MADEIREIROS E NÃO MADEIREIROS ALIMENTOS REGULAÇÃO CLIMÁTICA E PURIFICAÇÃO DO AR REGULAÇÃO E PURIFICAÇÃO DA ÁGUA CONTROLE DE ENCHENTES E PROTEÇÃO DO SOLO SEQÜESTRO DE CO 2 TURISMO, VALORES ESTÉTICOS E ESPIRITUAIS, MEMÓRIA URBANA, PERTENCIMENTO, PATRIMÔNIO CULTURAL
RECURSOS HÍDRICOS A RBCV abriga os recursos hídricos para 23 milhões de habitantes Imagem de satélite revista Sabesp ligação edição especial novembro/dezembro de 2000
REGULAÇÃO CLIMÁTICA Há diferenças de temperatura de até 10º c em pontos distantes 10 km Pesquisas indicam que as ilhas de calor estão interferindo no regime hídrico da metrópole chove mais no casco urbano
VETORES DE ALTERAÇÃ O A M BIEN TA IS D A RESERV A D A BIO SFERA D O C IN TU RÃ O V ERD E URBANIZAÇÃO POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA MINERAÇÃO OBRAS DE INFRAESTRUTURA PROBLEMAS DE GOVERNANÇA REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIIA INCÊNDIOS E EXTRAÇÃO DE BENS FLORESTAIS MUDANÇA CLIMÁTICA LOCAL / REGIONAL RESÍDUOS SÓLIDOS DESCONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL ATITUDES INDIVIDUAIS
A AVALIAÇÃO SUBGLOBAL DO CINTURÃO VERDE DE SÃO PAULO O QUE É? -Amplo processo científico e político para a sistematização do conhecimento sobre o metabolismo urbano da Reserva da Biosfera. QUAL O OBJETIVO? -Decodificar, para a sociedade e tomadores de decisão em todos os níveis, a função dos ecossistemas do cinturão verde para o bem-estar da população e a conservação das outras formas de vida, com vistas à contribuição (ou mudança de paradigmas) para a gestão sustentável da região. - Construção de bases para a ação regional
AVALIAÇÃO SUBGLOBAL DO CINTURÃO VERDE ENVOLVIMENTO PRELIMINAR DE: 4 UNIVERSIDADES USP, UNESP, UNICAMP, UNIVERSIDADE GUARULHOS 6 INSTITUTOS DE PESQUISA FLORESTAL, BOTÂNICA, GEOLÓGICO, ECONOMIA AGRÍCOLA, PESCA, INTERNACIONAL DE ECOLOGIA 25 CIENTISTAS
2007, 2008, 2009 FASE III - REALIZAÇÃO DA AVALIAÇÃO SUBGLOBAL Organização de grupos de pesquisa Definições das questões a serem respondidas Revisões bibliográficas Obtenção eventual de dados primários Tratamento metodológico e integração das informações Consultas a usuários das informações Reuniões técnicas, seminários Correlação das informações com aspectos do bem-estar humano Processo de revisão de pares Etc... CUSTO APROXIMADO: US$ 1,500,000