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Índice 1. País em Ficha 3 2. Economia 4 2.1. Situação Económica e Perspectivas 4 2.2. Comércio Internacional 5 2.3. Investimento 8 2.4. Turismo 9 3. Relações Económicas com Portugal 10 3.1. Comércio 10 3.2 Serviços 12 3.3. Investimento 13 3.4. Turismo 13 4. Relações Internacionais e Regionais 13 5. Condições Legais de Acesso ao Mercado 14 5.1. Regime Geral de Importação 14 5.2. Regime de Investimento Estrangeiro 15 5.3. Quadro Legal 16 6. Informações Úteis 17 7. Endereços Diversos 19 8. Fontes de Informação 22 8.1. Informação Online aicep Portugal Global 22 8.2. Endereços de Internet 23 2

1. País em Ficha Área: 11.521 km 2 População: 1,6 milhões de habitantes (Estimativa 2009) Densidade populacional: 138,9 km2 (2009) Designação oficial: Estado de Catar Chefe do Estado: Sheikh Hamad bin Khalifa al-thani (desde Junho de 1995) Primeiro-Ministro: Hamad bin Jassem bin Jabr al-thani (desde Abril de 2007) Data da actual Constituição: Principais Partidos Políticos: 9 de Junho de 2005 (ratificada em referendo em Abril de 2003, foi aprovada pelo Emir em Junho de 2004 e entrou em vigor em Junho de 2005) Não são permitidos partidos políticos Capital: Doha (339.847 habitantes censo de 2004) Outras cidades importantes: Al Rayyan; Al Wakra; Umm Slal; Al Khor Religião: Língua: Islão Religião do Estado Árabe (o Inglês é também amplamente usado) Unidade monetária: 1 EUR = 5,08 QAR (média anual em 2009)* 1 EUR = 4,9337 QAR (média do final de Fevereiro 2010) Ranking em negócios: Risco de crédito: Risco político BBB (AAA = risco menor; D = risco maior) Risco de estrutura económica: A Ranking em negócios: Índice 7,85 (10 = máximo) Ranking geral 16 (entre 82 países) 2 (1 = risco menor; 7 = risco maior) Grau da abertura e dimensão relativa do mercado: Exp.+ Imp.(bens e serviços) / PIB = 75,5% (2009) * Imp. (bens e serviços) / PIB = 31,4% (2009) * Imp.(bens) / Imp. Mundial = 0,2%( 2008) Fontes: The Economist Intelligence Unit (EIU) - Country Profile 2009; Country Report March 2010; ViewsWire February 18 th 2010. World Trade Organization (WTO); Notas: Banco de Portugal; COSEC Companhia de Seguros de Crédito (*) Valores estimados 3

2. Economia 2.1. Situação Económica e Perspectivas O Catar encontra-se na 22ª posição do ranking publicado pelo World Economic Forum (Global Competitiveness Index 2009-1010). É uma das economias do Médio Oriente que mais se desenvolveu na última década. Segundo o FMI (International Monetary Fund), o Catar cresceu em média, aproximadamente 7% entre 1991/2000, quando a taxa registada pelos países do Médio Oriente foi de 4%. Apesar da crise financeira mundial, o Catar consegui manter um crescimento económico muito elevado nestes útimos anos. Entre 2007/2008, a média de crescimento deste país foi cerca de 15% e as estimativas para 2009 apontam para uma taxa próxima de 10%. Principais Indicadores Macroeconómicos Unidade 2007 a 2008 a 2009 b 2010 c 2011 c 2012 c População Milhões 1,3 1,6 1,6 1,7 1,8 1,9 PIB a preços de mercado 10 6 QAR 258.591 365.482 299.795 415.744 507.201 577.652 PIB a preços de mercado 10 6 USD 71.041 100.407 82.361 114.215 139.341 158.696 PIB per capita USD 53.120 64.620 50.470 66.030 76.000 82.250 Crescimento real do PIB Var. % 17,3 b 13,4 b 9,5 23,3 12,7 5,8 Consumo privado Var. % 12,2 b 15,8 b 2,8 5,2 7,4 7,3 Consumo público Var. % 11,3 b 11,1 b 6,6 2,1 2,1 3,1 Formação bruta de capital fixo Var. % 21,4 b 12,6 b -1,9 4,9 2,3 5,1 Taxa de desemprego % 0,4 0,4 b 0,5 0,5 0,4 0,3 Taxa de inflação d % 13,6 15,2-4,8 1,1 4,2 5,1 Dívida pública % do PIB 8,6 b 5,1 16,5 11,4 9,2 8,0 Dívida Externa % do PIB 66,4 57,7 b 86,2 63,1 55,3 50,2 Balança corrente 10 6 USD 9.916 14.227 771 22.369 39.498 51.983 Balança corrente % do PIB 14,0 14,2 0,9 19,6 28,3 32,8 Taxa de câmbio - média 1 = x QAR 4,98 5,35 5,07 a 5,18 5,09 5,17 Taxa de câmbio - média 1 USD= x QAR 3,64 3,64 3,64 3,64 3,64 3,64 Fonte: The Economist Intelligence Unit (EIU) ViewsWire February 18 th 2010 Notas: (a) valores efectivos (b) estimativas (c) Previsões (d) média registada, não inclui os custos com mão de obra por hora A economia do Catar continua a prosperar principalmente porque: por um lado, a sua principal riqueza é o gás natural, vendido sob contratos de longo prazo e, por outro, pelo facto das autoridades oficiais terem protegido o sector bancário injectando capitais públicos nos mesmos e focado as suas recentes políticas económicas no desenvolvimento do sector privado não relacionado com o sector energético (gás e petróleo). 4

Não obstante esta situação, convém referir que a economia do Catar continua a depender muito do gás natural (actividade que conjuntamente com as ligadas ao petróleo foram responsáveis por 59% dos rendimentos gerados por este país em 2008 1 ) e foi o sector de actividade que registou um crescimento de 52% entre 2007/2008, enquanto que os restantes aumentaram 27%. É de salientar que o Catar é o 10ºprodutor mundial de gás natural, o 6º maior exportador e ainda o terceiro face às importantes reservas que possui deste recurso 2. O Catar apresenta uma balança corrente positiva, com as importações a representarem perto de 31% do PIB e 71% das exportações em 2009. Em relação às perspectivas da economia deste país, e segundo os dados disponibilizados pelo EIU (Economist Intelligence Unit) destaca-se o seguinte: - Continuação de um crescimento muito elevado para a economia, entre 2010/2012 (média prevista de 13,9%, sendo de realçar o ano de 2010 com uma taxa próxima de 23%), quando a média de crescimento prevista para a zona da UE 27 é de 1,2% e de 4,5% para o Médio Oriente e Norte de África. - Aumento da população entre 2008/2012 na ordem dos 19%, estando previsto que a mesma seja bastante qualificada, segundo o documento Qatar National Vision 2030, publicado pelo General Scretariat Development Planning. - Crescimento do PIB per capita entre 2010/2012 em cerca de 25%. - Variações médias do consumo privado e público na ordem dos 7% e 2%, respectivamente, entre 2010/1012. - As importações de bens e serviços deverão crescer quase 4% entre 2009/2012, sendo que os valores previstos para 2010 e 2011 são superiores ao esperado para 2012, mas todos inferiores ao registado em 2008. 2.2. Comércio Internacional O saldo da balança comercial do Catar é tradicionalmente muito positiva, sendo que entre 2005/2009 os valores referentes às exportações são superiores aos das importações apresentando por isso, coeficientes de cobertura bastante elevados (284,5% em 2005 e 159,2% em 2009). As exportações do Catar cresceram em média, entre 2005/2009, cerca de 12%, enquanto as importações registaram uma taxa próxima dos 27%. Em relação à evolução das exportações destaca-se; por um lado, o crescimento médio verificado entre 2005/2008 (+29%) e o decréscimo em 2009 (-39%). 1 Estimativa do Banco Central do Catar (Thirty Second Annual Report 2008). Ano fiscal no Catar é de 1de Abril de 2008 a 31 de Março de 2010. 2 Segundos dados disponibilizados pelo The World Factbook- Março 2010. 5

Do lado das importações a evolução foi diferente, destacando-se o decréscimo não tão acentuado em 2009 (-17%) e o ano de 2006 com um crescimento na ordem dos 63%. Evolução da Balança Comercial (10 9 USD) 2005 2006 2007 2008 2009 a Exportação fob 25.762 34.051 41.490 54.912 33.256 Importação fob 9.064 14.811 19.824 25.135 20.888 Saldo 16.698 19.240 21.667 29.777 12.368 Coeficiente de cobertura (%) 284,2 229,9 209,3 218,5 159,2 Posição no ranking mundial Como exportador 54ª 53ª 54ª 49ª n.d. Como importador 84ª 75ª 64ª 66ª n.d. Fontes: Nota: EIU - The Economist Intelligence Unit (EIU); OMC Organização Mundial do Comércio (a) Estimativa As exportações do Catar em 2008 colocaram este país na 49ª posição do ranking mundial publicado pela Organização Mundial de Comércio, ao lado de outros mercados, como: Chile (48ª), Angola (46ª), Líbia (50ª), Israel (52ª) e Portugal (54ª). Como importador em 2008, o Catar posicionou-se no 66º lugar, melhorando 18 lugares no ranking em relação ao ano de 2005, próximo de países como o Luxemburgo (61ª), Lituânia (63ª), Peru (65ª), Koweit (67ª) e a Tunísia (68ª). Os principais clientes do Catar foram, nos últimos três anos, os seguintes: Principais Clientes Mercado 2006 2007 2008 Quota Posição Quota Posição Quota Posição Japão 41,0 1ª 37,8 1ª 40,8 1ª Coreia do Sul 16,7 2ª 16,7 2ª 17,2 2ª Singapura 6,6 3ª 10,0 3ª 11,5 3ª Tailândia 4,2 4ª 4,9 4ª 4,6 4ª Fonte: EIU - The Economist Intelligence Unit (EIU) Country Report March 2010-Country Profile 2009. O Japão é desde o início da década de 90 o principal mercado de destino das exportações do Catar, responsável por cerca de 41% do total em 2008. Os outros dois grandes clientes do Catar, nestes últimos anos, foram a Coreia do Sul e Singapura que em conjunto com o Japão, absorveram 70% das exportações deste país em 2008. Do Quarterly Statistical Bulletin March 2009 do Qatar Central Bank, destacam-se outros mercados de destino das exportações em 2007 3 por zonas geográficas: nos países árabes, com maior peso foram os 3 Último ano para o qual existem dados estatísticos disponíveis. 6

EAU e a Arábia Saudita; na Ásia e para além dos acima referidos, a Índia, nos mercados europeus, a Bélgica e a Espanha e em outras zonas evidenciam-se os EUA e a Nova Zelândia. Os principais fornecedores do Catar foram, nos últimos anos, os seguintes: Principais Fornecedores Mercado 2006 2007 2008 Quota Posição Quota Posição Quota Posição EUA 9,3 3ª 14,2 1ª 12,3 1ª Alemanha n.d. n.d. n.d. n.d. 9,1 2ª Itália 8,9 4ª 11,5 2ª 9,0 3ª Japão 10,2 2ª 9,2 3ª 8,1 4ª França 13,4 1ª 8,4 4ª n.d. n.d. Fonte: EIU - The Economist Intelligence Unit (EIU) Country Report March 2010-Country Profile 2009 Notas: n.d. (Não disponível) Entre 2006/2008, registaram-se algumas alterações nos principais fornecedores, os EUA e a Alemanha ganharam relevo e o Japão e a França perderam importância. Ainda do documento acima referido do Qatar Central Bank, destacam-se outros fornecedores importantes nas seguintes zonas geográficas, em 2007: nos países asiáticos, para além do Japão: a China, a Coreia do Sul e a Índia; na Europa, o Reino Unido, a Holanda e a Suíça; e nos países árabes os EAU e a Arábia Saudita. Através de outras estatísticas locais (Qatar Statistics Authority) disponíveis apenas para o período de 2002-2006, verificamos que em 2006 o fornecimento de bens provenientes de Portugal representava apenas 0,1% do total importado pelo Catar, quando perto de 35% eram referentes a importações do conjunto dos países da União Europeia. Convém no entanto referir que, segundo a mesma fonte, o valor das importações com origem em Portugal, registadas em 2006, foi mais de três vezes superior ao verificado em 2002. Os principais produtos transaccionados, em 2008, foram os seguintes: Principais Produtos Transaccionados 2008 Exportações / Sector % Importações / Sector % Petróleo 42,9 Produtos alimentares 5,2 Gás natural (liquido e liquefeito) 43,1 Outros 94,8 Petroquímicos 6,6 Fontes: Qatar Central Bank; EIU (Economist Intelligence Unit) 7

Os principais produtos exportados em 2008, pelo Catar, foram o petróleo e o gás natural que em conjunto representaram 86% do total, seguidos pelos produtos petroquímicos. A fim de complementar as informações do quadro acima referido, que apenas mencionava o peso dos produtos alimentares, recorreu-se às estatísticas locais (Qatar Statistics Authority documento 2008 Imports by Commodity - HS 8 digit codes), donde se concluiu que em 2008 foram os seguintes grupos de produtos com maior valor de importação: máquinas e aparelhos (24%), Obras de ferro fundido, ferro ou aço e ferro fundido (18%), veículos automóveis, tractores, cilos e outros veículos terrestres, suas partes (14%) e Sal, Enxofre, terras e pedras, gesso, cal e cimento (3%), que em conjunto totalizaram cerca de 59%. Segundo o WTA (World Trade Atlas), os três principais fornecedores do Catar venderam em 2009, os seguintes grupos de produtos: - EUA Aeronaves e aparelhos espaciais e suas partes (50%), reactores nucleares nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos, e suas partes (16%) e veículos automóveis, tractores, ciclos terrestres, suas partes (6%). As exportações americanas para o Catar representaram 0,26% do total, sendo este o seu 47º cliente. - Alemanha Reactores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos, e suas partes (38%), veículos automóveis, tractores, ciclos terrestres, suas partes (16%), máquinas, aparelhos e materiais eléctricos, e suas partes (14%). O Catar foi o seu 63º cliente, a que correspondeu 0,13% das exportações totais da Alemanha. - Itália Reactores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos, e suas partes (51%), obras de ferro fundido, ferro ou aço (15%), máquinas, aparelhos e materiais eléctricos, e suas partes (10%). As exportações italianas para o Catar representaram 0,42% do total (45º cliente). 2.3. Investimento A política do governo dos últimos anos, reconheceu a necessidade de promover o investimento, nomeadamente o estrangeiro, em projectos do núcleo industrial, modificando a legislação de modo a expandir a participação do sector privado na economia do Catar. Nos anos mais recentes foi apresentado um programa de privatizações definido pelas autoridades do Catar com o apoio do Banco Mundial, destacando-se a abertura do sector das telecomunicações, embora o governo ainda detenha interesses em vários sectores económicos, incluindo a produção de petróleo e gás, a petroquímica, as indústrias de aço e de fertilizantes. O Catar posicionou-se em 2008 na 45ª posição do ranking publicado pela UNCTAD, como receptor de investimento estrangeiro, próximo de países, como: a Hungria (46ª), a Coreia do Sul (44ª), a Grécia (49ª) e Portugal (49ª). 8

Como emissor de investimento, o Catar situou-se na 42ª posição em 2008, ao lado de países, como: a Grécia (39ª), Angola (41ª), Turquia (40ª) e Portugal (44ª). O investimento estrangeiro no Catar cresceu em média 24% entre 2005/2009, sendo no entanto de salientar, por um lado, o decréscimo acentuado verificado em 2009 (-20%) e, por outro, a taxa média registada entre 2005/2007 (+39%). Investimento Directo (10 6 USD) 2005 2006 2007 2008 2009 a Investimento estrangeiro no Catar 2.500 3.500 4.700 6.700 5.360 Investimento do Catar no estrangeiro 352 127 5.263 2.400 4.105 Posição no ranking mundial Como receptor 53ª 57ª 52ª 45ª n.d. Como emissor 56ª 77ª 38ª 42ª n.d. Fontes: UNCTAD - World Investment Report 2009; EIU (Economist Intelligence Unit) ViewsWire February18 th (a) Valores estimados Em relação ao investimento do Catar realizado em mercados externos, verifica-se que ao longo do período de 2005/2009, existiram grandes oscilações, destacando-se os valores atingidos nos últimos três anos, principalmente o do ano de 2007 que constituiu um marco importante face ao histórico dos anos anteriores. 2.4. Turismo O Catar ocupa a 37ª posição do ranking do Travel & Competitiveness Report-2009 (World Economic Fórum), tendo mantido a mesma posição em relação ao ano anterior, num total de 133 países. Indicadores do Turismo 2003 2004 2005 2006 2007 Turistas (10 3 ) 557 732 913 946 964 Receitas a (10 6 USD) 369 498 760 874 n.d. Fonte: Nota: OMT Organização Mundial de Turismo (a) não inclui as receitas de transporte De acordo com os dados da Organização Mundial de Turismo, em 2007 o Catar recebeu cerca de 964 mil turistas, o que representou um crescimento de 2% face ao ano anterior. Salienta-se no entanto que a taxa média de crescimento de turistas entrados no Catar entre 2003/2008, foi de 15%. Segundo as estatísticas locais 4, 31% das chegadas de turistas em 2006 tiveram origem em países asiáticos, 27% foram provenientes de países árabes, sendo que destes 15% vieram do GCC (países do Cooperation Council for the Arab States of the Gulf) e 7% da Europa. 4 Qatar Statistics Authority Com dados estatísticos disponíveis apenas até 2006. 9

Em relação às receitas geradas pela actividade turística no Catar constata-se que as mesmas registaram um crescimento médio de 34% entre 2003/2006, sendo de destacar o aumento verificado no ano de 2005 (+53%). 3. Relações Económicas com Portugal 3.1. Comércio Os fluxos comerciais com o Catar revestem-se de pouca importância para Portugal, ocupando este mercado a 85ª posição do ranking dos clientes em 2009 e representando apenas 0,03% do total exportado no mesmo ano. Salienta-se que desde o ano de 2000 que as exportações portuguesas para este mercado tiveram um peso que variou entre 0,01% e 0,04%. Importância do Catar nos Fluxos Comerciais com Portugal 2005 2006 2007 2008 2009 Como cliente Como fornecedor Posição 95ª 86ª 75ª 72ª 85ª % 0,01 0,02 0,03 0,04 0,03 Posição 137ª 139ª 112ª 111ª 134ª % 0,00 0,00 0,01 0,01 0,00 Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE) Como fornecedor, o Catar em 2009, situou-se no 134º lugar do ranking dos fornecedores de Portugal, sendo que as importações registadas tiveram muito pouco significado no total. A balança comercial com o Catar é favorável a Portugal desde 2005 e a média de crescimento das exportações entre 2005/2009 foi de 38%, atingindo as mesmas em 2008, um valor histórico nunca antes verificado de cerca de 16,2 milhões de euros. É ainda de realçar o aumento destas registado em 2007 (+ 42%) e em 2008 (+52%), assim como, o decréscimo de 49% em 2009. Evolução da Balança Comercial Bilateral (10 3 EUR) 2005 2006 2007 2008 2009 Var a % Exportações 3.609 7.469 10.604 16.161 8.239 38,1% Importações 1.235 780 4.747 5.165 571 97,9% Saldo 2.374 6.689 5.857 10.996 7.669 -- Coef. Cobertura 292,3% 957,5% 223,4% 312,9% 1443,5% -- Fonte: INE Instituto Nacional de Estatística Notas: (a) Média aritmética das taxas de crescimento anuais no período 2005-2009 10

As importações provenientes do Catar cresceram em média 98% entre 2005/2009, mas realça-se o crescimento verificado em 2007 (superior a 500%) e a diminuição verificada em 2009 (-89%). Os principais grupos de produtos exportados por Portugal para o Catar, em 2009, foram: os minerais e minérios, as máquinas e aparelhos, o vestuário e os instrumentos de óptica e precisão que representaram em conjunto 63% do total exportado no mesmo ano. Em termos de evolução de 2005/2009, destaca-se, por um lado, as posições relevantes alcançadas, em 2009, pelos grupos dos instrumentos de óptica e precisão (sem histórico anterior e passa a ser o 4º grupo mais exportado), do vestuário (consegue recuperar alguma importância face à perda verificada em 2008) e das máquinas e aparelhos (evolução muito positiva desde 2005), e por outro, o decréscimo verificado em relação ao grupo dos veículos e outro material de transporte que representava 28% do total exportado em 2008. Exportações por Grupos de Produto (10 3 EUR) 2005 % 2008 % 2009 % Minerais e minérios 1.686 46,7 1.696 10,5 1.752 21,3 Máquinas e aparelhos 122 3,4 1.330 8,2 1.571 19,1 Vestuário 618 17,1 1.039 6,4 1.065 12,9 Instrumentos de óptica e precisão 3 0,0 834 10,1 Metais comuns 78 2,2 788 4,9 452 5,5 Plásticos e borracha 131 3,6 355 2,2 409 5,0 Produtos químicos 24 0,7 89 0,6 153 1,9 Calçado 12 0,3 97 0,6 73 0,9 Madeira e cortiça 50 1,4 413 2,6 63 0,8 Produtos alimentares 20 0,6 103 0,6 62 0,8 Peles e couros 18 0,5 65 0,4 56 0,7 Matérias têxteis 3 0,1 16 0,1 16 0,2 Pastas celulósicas e papel 340 9,4 22 0,1 13 0,2 Veículos e outro material de transporte 4.555 28,2 10 0,1 Produtos agrícolas 3 0,0 0 0,0 Outros produtos 240 6,6 362 2,2 694 8,4 Valores confidenciais 267 7,4 5.226 32,3 1.015 12,3 Total 3.609 100,0 16.161 100,0 8.239 100,0 Fonte: Notas: INE Instituto Nacional de Estatística A informação encontra-se corrigida dos valores correspondentes às operações abrangidas pelo segredo estatístico Numa análise mais detalhada (4 dígitos da Nomenclatura Combinada), verifica-se que em 2009, foram os seguintes produtos que registaram maiores valores de exportação: centrifugadores, aparelhos para 11

filtrar ou depurar líquidos (representou 11% do total e pertence ao grupo das máquinas e aparelhos e sem registo de exportação em 2008), os ladrilhos e placas p/ pavimentação/revestimento (7% do total em 2009 e 4% em 2008, do grupo dos minerais e minérios), os aparelhos/material p/ laboratórios (6% do total em 2009 e sem registo de exportação em 2008, produto inserido no grupo dos instrumentos de óptica e precisão) e ainda as pedras de cantaria/construção (6% em 2009 e 1% em 2008 do grupos dos minerais e minérios). Convém realçar que existiu uma grande variedade nos restantes produtos exportados, mas que cada um deles registou um peso sobre o total exportado em 2009, inferior a 4%. As importações provenientes do Catar em 2009 estiveram concentradas praticamente num só grupo de produtos, os plásticos e borracha que representaram cerca de 94% do total importado. Importações por Grupos de Produtos (10 3 EUR) 2005 % 2008 % 2009 % Plásticos e borracha 1.204 97,5 3.263 63,2 534 93,6 Metais comuns 20 3,5 Máquinas e aparelhos 5 0,4 6 0,1 4 0,8 Vestuário 24 1,9 0 0,0 2 0,3 Matérias têxteis 11 0,2 0 0,0 Produtos químicos 1.875 36,3 Instrumentos de óptica e precisão 1 0,1 Produtos confidenciais 1 0,1 10 0,2 10 1,8 Total 1.235 100,0 5.165 100,0 571 100,0 Fonte: INE Instituto Nacional de Estatística Dentro deste grupo e numa análise mais detalhada (4 dígitos da Nomenclatura Combinada), verifica-se que foram os polímeros de etileno, em formas primárias, os produtos mais vendidos (94% do total), seguido pelas ferramentas intercambiáveis p/ ferramentas manuais, mesmo mecânicas, que representaram cerca de 4% do total, inseridos no grupo dos metais comuns. Em termos de evolução, entre 2005/2009, destaca-se o seguinte; por um lado, a variação negativa dos valores registados com os produtos dos plásticos e borracha (-83% entre 2008/2009 e menos de metade do valor verificado em 2005) e, por outro, a importação de produtos químicos efectuado em 2008, que representou 36% do total, não havendo qualquer registo de importação em 2009. 3.2. Serviços Os dados estatísticos e informações sobre os fluxos bilaterais dos serviços não se encontram disponíveis. 12

3.3. Investimento Os dados estatísticos e informações sobre os fluxos de investimento bilaterais não se encontram disponíveis. 3.4. Turismo Elementos estatísticos e outras informações sobre o turismo dos habitantes do Catar em Portugal, não se encontram disponíveis. 4. Relações Internacionais e Regionais O Catar integra, entre outros organismos, o Banco para o Desenvolvimento Islâmico (BDI), o Fundo Monetário Árabe (FMA) e a Organização das Nações Unidas (ONU) e suas agências especializadas, de entre as quais se destaca o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI). É membro da Organização Mundial do Comércio (OMC) desde 13 de Janeiro de 1996. Ao nível regional, este país faz parte do Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico (CCGP), da Liga dos Estados Árabes (LEA), da Organização dos Países Árabes Exportadores de Petróleo (OPAEP) e do Acordo Pan-árabe de Livre Comércio (PAFTA). O Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico (CCGP), formado em 1981 pela Arábia Saudita, Bahrein, EAU, Kuwait, Catar e Omã, tem como objectivo principal a promoção da estabilidade político-económica na região, particularmente através da integração das políticas externas de segurança e da coordenação das políticas económicas, financeiras e monetárias. O Iraque tinha estatuto de associado, que perdeu no seguimento da invasão do Kuwait, e o Yémen está presentemente em negociações com vista à sua integração em 2016. Apesar das vicissitudes por que passou o CCGP, em Janeiro de 2003 foi estabelecida uma união aduaneira entre os seus membros, uma condição necessária para a implementação de um acordo de comércio livre com a União Europeia, em discussão há mais de uma década. Está ainda prevista a criação de uma união monetária, com a introdução de moeda durante o ano de 2010. A Liga dos Estados Árabes, mais conhecida por Liga Árabe, foi instituída em 22 de Março de 1945 com o objectivo de estreitar a cooperação nos domínios económico, financeiro e comercial entre os países membros e mediar eventuais disputas entre eles. A Liga conta actualmente com vinte e três membros e tem estatuto de observador na Assembleia-Geral das Nações Unidas. 13

A OPAEP, criada em 1968, agrega onze países produtores de petróleo, quatro dos quais não fazem parte da OPEP (Bahrein, Egipto, Síria e Tunísia), e tem como finalidade coordenar as políticas relativas ao sector petrolífero dos seus membros, além de providenciar assistência técnica e apoiar projectos no sector petrolífero. Com o objectivo de facilitar e desenvolver o comércio entre países árabes, eliminando as barreiras aduaneiras e técnicas nas respectivas trocas (Arábia Saudita, Bahrein, Egipto, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Marrocos, Oman, Palestina, Qatar, Sudão, Tunísia e Yémen), foi instituído o PAFTA em Fevereiro de 1997. No que respeita ao relacionamento bilateral Catar/União Europeia foi assinado em 1989, e encontra-se em vigor desde 1 de Janeiro de 1990, um Acordo de Cooperação entre os países do CCGP e a UE nos domínios económico, agrícola, agro-industrial e das pescas, industrial, energético, dos investimentos, dos sectores da ciência e da tecnologia, do ambiente e das trocas comerciais (concessão mútua do tratamento da nação mais favorecida, conforme previsto no n.º 3, do artigo 11). No referido acordo as partes comprometem-se a negociar um Acordo de Livre Comércio (ALC) com vista à progressiva e recíproca liberalização das trocas comerciais. As negociações iniciaram-se em 1990 e decorrem até à data. Para mais informações, os interessados podem aceder ao Portal da Europa, página Relações Externas http://ec.europa.eu/external_relations/gulf_cooperation/index_en.htm 5. Condições Legais de Acesso ao Mercado 5.1 Regime Geral de Importação O regime de comércio externo do Catar é considerado bastante liberal, existindo poucas restrições sobre as importações; apenas a entrada de bebidas alcoólicas e de carne de suíno e seus derivados está sujeita a autorizações especiais. Para os produtos farmacêuticos a Autoridade Nacional de Saúde requer o registo prévio de todos os produtos junto do Laboratório Central de Controlo. O exercício do comércio externo está regulado na Lei nº 5/1988 (com alterações posteriores), que exige que o importador efectue uma inscrição no Registo de Importadores, do Ministério da Economia e Comércio, e que seja aprovado pela Câmara de Comércio e Indústria do Catar, onde deverá estar igualmente registado. No que respeita às exigências de qualidade dos produtos importa referir que existem regras rigorosas de rotulagem e etiquetagem aplicáveis a todos os produtos de consumo. O rótulo deverá conter entre outras informações obrigatórias (em idioma árabe, árabe e qualquer outro idioma ou, para alguns produtos, apenas o inglês): o local de fabrico; a identificação do fabricante; outros elementos relacionados com a qualidade do produto. 14

Relativamente às questões aduaneiras, e em resultado da União Aduaneira estabelecida pelo Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico, em Dezembro de 2003, o Catar adoptou a legislação aduaneira unificada do CCGP, aplicando um Direito Aduaneiro Comum de 5% ad valorem, na maioria dos produtos importados de países terceiros, com excepção do tabaco e das bebidas alcoólicas, que estão sujeitos a direitos aduaneiros mais elevados. Finalmente importa referir que não existe tributação adicional na importação, como por exemplo o IVA (que se prevê venha a ser introduzido em 2012) e outros impostos sobre o consumo. As tarifas aplicadas na entrada de produtos no Catar podem ser consultadas na página Market Access Database, da responsabilidade da União Europeia http://mkaccdb.eu.int (clicar em Applied Tariffs Database). Dadas as diferenças culturais e de mercado, a opção pela escolha de um agente ou representante é a melhor forma para abordar o mercado do Catar, sendo também aconselhável a contratação de assistência jurídica para a celebração de um contrato de agência que salvaguarde o exportador de eventuais dificuldades e complicações que possam surgir no relacionamento entre as partes. 5.2 Regime de Investimento Estrangeiro O quadro legal que regulamenta as operações de investimento estrangeiro no Catar está definido na Lei n.º 13/2000 (com as alterações introduzidas em 2004 e 2005), que estabelece, com carácter geral, limitações à participação de capital externo em empresas a constituir ou participadas que não pode ser superior a 49%. Assim, o promotor estrangeiro pode investir em todos os sectores de actividade económica permitidos por lei, desde que pelo menos um, ou mais sócios, sejam nacionais do Qatar. A mesma lei, permite, no entanto, que o investidor externo, observando certos critérios (vocação exportadora da empresa, incorporação de novas tecnologias e alinhamento da estratégia com os planos de desenvolvimento económico do Governo), possa deter a 100% uma sociedade na maior parte dos sectores de actividade (ex.: agricultura; indústria transformadora e extractiva; energia; turismo; e saúde). Não é permitido o acesso ao sector financeiro e segurador (excepto quando autorizado pelo Conselho de Ministros), representação comercial e venda de propriedade imobiliária. De facto, não é possível a detenção do direito de propriedade da terra por parte de estrangeiros; só é viável o arrendamento por períodos de 50 anos sujeitos a renovação. No Catar existe liberdade de circulação de capitais, não tendo os promotores dificuldades em repatriar capital, lucros ou outros rendimentos. 15

No que respeita aos incentivos ao investimento estrangeiro a legislação estabelece que apenas as empresas que realizam actividades nos sectores considerados prioritários, pelas autoridades competentes, poderão ter acesso a ajudas públicas: Isenções aduaneiras na importação de matérias-primas e de bens de equipamento essenciais ao desenvolvimento inicial dos projectos; Isenções de Imposto sobre actividades económicas por um período de 10 anos. As empresas situadas no sector energético, novas tecnologias e comunicação e turismo podem beneficiar de incentivos ao investimento. De igual modo, estas empresas quando localizadas em determinadas cidades industriais (ex.: Rãs Laffan; Masseied; e Duchan) poderão recorrer a apoios regionais. O Investment Promotion Department é o organismo oficial responsável pela divulgação de informação sobre o clima de negócios no país, as formas de constituição de sociedades, os potenciais parceiros locais e os incentivos disponíveis. Em 2005, o Catar aprovou legislação que permite o estabelecimento de zonas francas, estando actualmente constituído o Qatar Financial Centre Authority (www.qfc.com.qa/output/) que se destina a atrair instituições financeiras e empresas multinacionais na área dos serviços financeiros. No futuro prevê-se a criação de mais três. Dada a complexidade da legislação aplicável em cada situação e com vista a salvaguardar e garantir a legalidade das diversos operações é aconselhável que os empresários que abordem este mercado contratem os serviços especializados de advogados locais. De referir, finalmente, que entre Portugal e o Catar ainda não foi celebrado acordo com vista à promoção e à protecção recíproca dos investimentos, embora tenham terminado (do ponto de vista técnico) as respectivas negociações. Não existe convenção para evitar a dupla tributação sobre os rendimentos entre os dois países. 5.3 Quadro Legal Regime de Importação Law n.º 8/2002 (Regulating the Commercial Agents Business) Regulamenta o regime jurídico sobre a representação comercial (Agentes Comerciais). Law n.º 5/1988 (Custom Law) Aprova o Sistema Alfandegário. 16

Regime de Investimento Estrangeiro Law n.º 21/2009 (Income Tax Law) Aprova o Imposto sobre o Rendimento. Law n.º 2/2005 (Amendment of Law n.º 13/2000) Revisão da Lei n.º 13/2000, sobre investimento estrangeiro. Decree Law n.º 31/2004 (Amendment of Law n.º 13/2000) Revisão da Lei n.º 13/2000, sobre investimento estrangeiro. Law n.º 9/2002 (Law on Trademarks, Commercial Indications, Trade Names, Geographical Indications and Industrial Designs) Define as regras aplicáveis às marcas, indicações comerciais, geográficas e desenho industrial. Law n.º 7/2002 (Law on the Protection of Copyright and Neighboring) Estabelece o quadro legal relativo à protecção dos direitos de autor. Law n.º 5/2002 (Commercial Companies Law) Aprova o quadro jurídico das sociedades comerciais. Law n.º 13/2000 (Organization of Foreign Capital Investment in the Economic Activity) Regula o investimento estrangeiro no acesso às actividades económicas. Para mais informação sobre mercados internacionais, consulte a página da aicep Portugal Global www.portugalglobal.pt/pt/internacionalizar/sobremercadosexternos/paginas/sobremercadosexternos.aspx ou a Livraria Digital www.portugalglobal.pt/pt/biblioteca/paginas/homepage.aspx 6. Informações Úteis Riscos de Crédito e Caução e do Investimento Nacional no Estrangeiro A COSEC Companhia de Seguro de Créditos, S.A. gere, por conta do Estado português, a garantia de cobertura de riscos de crédito e caução e do investimento nacional no estrangeiro, originados por factos de natureza política, monetária e catastrófica. No contexto das Políticas de Cobertura para Mercados de Destino das Exportações Portuguesas, apólice individual, a cobertura para o mercado da do Catar é a seguinte (Março 2010): Curto prazo: Aberta sem condições restritivas. Médio e longo prazo: Garantia bancária (decisão casuística). 17

Indicações mais pormenorizadas sobre políticas e condições de cobertura podem ser obtidas junto da Direcção Internacional da COSEC. Formalidades na Entrada O visto é obrigatório mas pode ser obtido à entrada, no aeroporto em Doha Outras recomendações/outras informações na deslocação ao mercado Deverá ser usado um vestuário discreto e respeitar os usos e sensibilidades locais. Respeitar a interdição de beber, comer e fumar em público durante o mês do Ramadão. O consumo de bebidas alcoólicas é autorizado nos grandes hotéis. O consumo e venda de droga são estritamente interditos e severamente punidos pela lei. A homossexualidade é ilegal no Qatar. (ver outras informações no Portal das Comunidades Portuguesas http://www.secomunidades.pt/web/guest/listapaises/qa) Hora Local + 3 horas GMT Horários de Funcionamento 5ª e 6ª Feiras são os dias de feriados semanais. 5ª Feira Muitos escritórios trabalham só meio-dia. Embaixadas e escritórios do Governo estão fechados. Serviços Públicos: Os escritórios governamentais estão abertos das 07h00 às 14h00. Os escritórios privados estão abertos da parte da manhã das 08h00 às12h00; da parte da tarde abrem das 16h00 às 20h00. Bancos: Os bancos estão abertos da parte da manhã das 07h30 às12h00, de Sábado a Quinta-Feira. Comércio: Lojas De Sábado a Quinta-Feira (algumas lojas encerram à Sexta-Feira) as lojas estão abertas da parte da manhã das 08h00 às12h00; Da parte da tarde reabrem entre as 16h00/17H00 até às 19h00 (algumas até mais tarde). 18

Centros comerciais Os centros comerciais abrem às 09h00 e encerram às 22h00. Feriados 2008 Fixos 3 de Setembro - Dia da Independência 18 de Dezembro Dia Nacional Móveis Eid Al-Fitr (10 de Setembro 2010 - fim do Ramadão 4 dias) Eid Al-Adha (17 de Novembro de 2010 - Festa do Sacrifício 5 dias) Corrente Eléctrica 240 Volts + 6% frequência 50 hertz Pesos e Medidas UK (imperial) e sistema métrico 7. Endereços Diversos Em Portugal aicep Portugal Global, Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, EPE O Porto Bessa Leite Complex Rua António Bessa Leite, 1430, 2.º 4150-074 Porto Portugal Tel.: (+351) 226 055 300 Fax: (+351) 226 055 399 E-mail: aicep@portugalglobal.pt http://www.portugalglobal.pt aicep Portugal Global, Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, EPE Av. 5 de Outubro, 101 1050-051 Lisboa Portugal Tel.: (+351) 217 909 500 Fax: (+351) 217 909 581 E-mail: aicep@portugalglobal.pt http://www.portugalglobal.pt 19

Não existe Representação Diplomática do Catar em Portugal, sendo os assuntos daquele país acompanhados pela Embaixada em Paris: Embaixada do Catar em Paris 3, Rue Freycinet 75116 PARIS Tel.: +33 1 56 62 25 25 Fax: +33 1 47 20 44 41 E-mail: paris@amb-kenya.fr www.kenyaembassyparis.org Câmara de Comércio e Indústria Árabe-Portuguesa (CCIAP) Av. Fontes Pereira de Melo 19-8º P. 1050-116 Lisboa Tel.: (+351) 21 3138100 Fax: (+351) 21 3138109 E-mail: cciap@cciap.pt www.cciap.pt COSEC Companhia de Seguro de Créditos, SA Direcção Internacional Av. da República, 58 1069-057 Lisboa Portugal Tel.: (+351) 217 913 821 Fax: (+351) 217 913 839 E-mail: international@cosec.pt http://www.cosec.pt No Catar Não existe representação diplomática portuguesa no Catar, sendo os assuntos deste país acompanhados pela Embaixada de Portugal em Riade. Embaixada de Portugal em Riade Pension Public Agency Complex Al-Fazari Square Office S-14 (Ground Floor) P.O. Box 94328 Riyadh 11693 Tel.: 00 9661 4822147/4829042 Fax: 00 9661 4826981 E-mail: portriade@nesma.net.sa Qatar Chamber of Commerce & Industry P.O. Box 402 Doha - State of Qatar Tel.: 00 974 4559111 Fax: 00 974 4661693 / 4661697 E-mail: info@qcci.org qcci@qatar.net.qa http://www.qcci.org 20

Qatar Central Bank P.O. Box 1234 Doha - State of Qatar Tel.: 00 974 4456456 Fax: 00 974 4415587 E-mail: webmaster@qcb.gov.qa http://www.qcb.gov.qa Ministry of Economy and Commerce Qatar Investment Promotion Department P.O. Box 1968 Doha - State of Qatar Tel.: 00 974 4945555 Fax: 00 974 493 2111 E-mail: pru@mec.gov.qa http://www.mec.gov.qa Ministry of Energy and Industry Dafna - West Bay - Salam Plaza Building Doha - State of Qatar Tel.: 00 974 4846444 Fax: 00 974 4832024 E-mail: did@mei.gov.qa http://www.mei.gov.qa Ministry of Finance P.O. Box 83 Doha - State of Qatar Tel.: 00 974 4461444 Fax: 00 974 4431177 http://www.mof.gov.qa Ministry of Foreign Affairs P.O.Box 250, Near Qatar National Doha - State of Qatar Tel.: 00 974 4334334 Fax: 00 974 4324131 E-mail: webmaster@mofa.gov.qa http://english.mofa.gov.qa/index.cfm Accommodation Information Qatar National Hotels Company C- Ring Road QNH Building PO Box 2977, State of Qatar Tel.: 00 974 4237777 Fax: 00 974 4270707 http://www.qnhc.com 21

8. Fontes de Informação 8.1 Informação Online aicep Portugal Global Documentos Específicos sobre o Catar Título: Catar Sites Seleccionados Edição: 05/2009 Título: Catar Condições Legais de Acesso ao Mercado Edição: 11/2008 Documentos de Natureza Geral Título: Acordos Bilaterais Celebrados por Portugal Edição: 03/2010 Título: Apoios Financeiros à Internacionalização Guia Prático Edição: 02/2010 Título: Aspectos a Acautelar num Processo de IDPE Edição: 04/2009 Título: Marcas e Desenhos ou Modelos Regimes de Protecção Edição: 02/2009 Título: Normalização e Certificação Edição: 11/2008 Título: Como Participar em Feiras nos Mercados Externos Edição: 08/2008 Título: Seguros de Créditos à Exportação Edição: 06/2008 Título: Seguro de Investimento Directo Português no Estrangeiro Edição: 06/2008 Título: Guia do Exportador Edição: 02/2008 22

Título: Dupla Tributação Internacional Edição: 12/2004 Título: A Internacionalização das Marcas Portuguesas através do Franchising Edição: 11/2004 A Informação On-line pode ser consultada no site da aicep Portugal Global, na Livraria Digital em http://www.portugalglobal.pt/pt/biblioteca/paginas/homepage.aspx 8.2 Endereços de Internet Ame Info: Middle East Business and Financial News, Directory and Current Events http://www.ameinfo.com Explore Qatar http://www.explore-qatar.com/ General Secretariat for Development Planning (GSDP) http://www.gsdp.gov.qa/portal/page/portal/gsdp_vision_root/gsdp_en Gulf Times (Press) HTTP://WWW.GULF-TIMES.COM Investment Promotion Department http://www.investinqatar.com.qa/ Market Access Database (direitos aduaneiros, formalidades, barreiras, etc.) http://mkaccdb.eu.int/mkaccdb2/indexpubli.htm Ministry of Business & Trade http://www.mec.gov.qa Ministry of Economy & Finance http://www.mof.gov.qa/english/index.html Ministry of Energy & Industry - http://www.mei.gov.qa/portal/page?_pageid=36,250133&_dad=portal&_schema=portal Ministry of Foreign Affairs http://english.mofa.gov.qa/index.cfm Oil and Gas Directory (Guide for the Oil and Gas industry in the Middle East Countries) http://www.oilandgasdirectory.com Qatar Central Bank http://www.qcb.gov.qa/english/pages/default.aspx 23

Qatar Chamber of Commerce & Industry http://www.qcci.org Qatar Expo http://www.qatar-expo.com Qatar Finance Centre Authority http://www.qfc.com.qa/output/ Qatar Government Online http://www.gov.qa Qatar National Bank (QNB) http://qatarbank.com/english/ Qatar News Agency http://www.qnaol.net/qnaen/pages/default.aspx Qatar Science & Technologie Park http://www.qstp.org.qa/output/page7.asp Qatar Statistics Authority http://www.qsa.gov.qa/eng/index.htm Qatar Tourism Authority http://www.qatartourism.gov.qa/ Supreme Council of Health http://www.gov.qa/wps/portal?new_wcm_context=/wps/wcm/connect/cnt/en/1_home/14_minist ries_and_authorities/qnha_en/ The Peninsula (Press) http://www.thepeninsulaqatar.com Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E.P.E. Av. 5 de Outubro, 101, 1050-051 LISBOA Tel. Lisboa: + 351 217 909 500 Contact Centre: 808 214 214 aicep@portugalglobal.pt www.portugalglobal.pt Capital Social 110 milhões de Euros Matrícula CRC Porto Nº 1 NIPC 506 320 120 24