Efeito da terra diatomácea na germinação dos grãos de trigo

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FFPC 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 Efeito da terra diatomácea na germinação dos grãos de trigo Alessandra da Silva 1 e Dermânio Tadeu Lima Ferreira 2 Faculdade Assis Gurgacz FAG, Curso de Agronomia. Avenida das Torres n. 500, CEP: 85.806-095, Bairro Santa Cruz. Cascavel, PR. alezinha_s@hotmail.com, tadeu@fag.edu.br Resumo: O trigo (Triticum aestivum), é uma planta anual, cultivada durante o inverno e primavera, pertence a família das gramíneas. Atualmente existem inúmeros insetos que atacam grãos já armazenados, causando perdas na produção agrícola e armazéns. O uso de terra diatomácea e de outros pós inertes vem se tornando uma prática comum no controle de insetos de produtos armazenados. Assim, dada a importância econômica e de se preservar os grãos armazenados, este trabalho teve como objetivo avaliar grãos de trigo, armazenados durante o período de 8 meses, realizando teste germinativos. Para a realização do mesmo foi elaborado um experimento composto por 5 tratamentos com diferentes dosagens aplicadas a amostras de trigo limpo com peso de 1,5kg -1 por tratamento. Os tratamentos apresentam-se na seguinte ordem: Tratamento 1 - Testemunha; Tratamento 2-500g/tonelada; Tratamento 3-1000g/tonelada; Tratamento 4-3000g/tonelada; Tratamento 5-10000g/tonelada. O trabalho foi conduzido na Faculdade Assis Gurgacz FAG, Cascavel PR, durante os anos de 2010/2011. A variável analisada foi o percentual de germinação das sementes. Por fim concluiu-se que não houve diferença significativa a 5% de probabilidade entre os tratamentos avaliados em relação a germinação na cultura em função de diferentes dosagens de Terra Diatomácea. Palavras-chaves: pó inerte, tratamento, insetos. Effect of diatomaceous earth in germination and vigor of wheat grains Abstract: Wheat (Triticum aestivum) is an annual plant, grown during the winter and spring, belongs to the grass family. Currently there are numerous insects that attack stored grains already causing losses in agricultural production and warehouses. The use of diatomaceous earth and other inert dust is becoming a common practice in control of stored product insects. Thus, given the economic importance of preserving the stored grain, this study aimed to evaluate wheat grains, stored for a period of 8 months, conducting germination test. To perform the same experiment was prepared consisting of 5 treatments with different doses applied to clean wheat samples weighing 1.5 kg-1 per treatment. The treatments are summarized in the following order: Treatment 1 - Control; -500g/tonelada Treatment 2; - 1000g/tonelada Treatment 3, Treatment 4-3000g/tonelada; -10000g/tonelada Treatment 5. The work was conducted at the School Assis Gurgacz - FAG, during the years 2010/2011. The analyzed variable was the percentage of seed germination. Finally it was concluded that there was no significant difference at 5% probability among the treatments in relation to germination in culture for different dosages of Diatomaceous Earth. Keywords: inert powder, treatment, insects. 48

FFPC 2 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 Introdução O trigo (Triticum aestivum), é uma planta de ciclo anual, cultivada durante o inverno e primavera, pertence a família das gramíneas. O homem cultiva o trigo, pelo menos, há seis mil anos, no início, triturando-o entre pedras rústicas, para aproveitar a farinha. Foram encontrados grãos de trigo nos jazigos de múmias do Egito, nas ruínas das habitações lacustres da Suíça e nos tijolos da pirâmide de Dashur, cuja construção data de mais de três mil anos antes de Cristo (Guarienti, 2004). O trigo fornece cerca de 20% das calorias provenientes de alimentos consumidos pelo homem, possui uma proteína glúten não encontrada em outros grãos. O glúten representa um conjunto de proteínas insolúveis, responsável pelo crescimento da massa quando a farinha de trigo é misturada à água (Silva, et al., 1996). Segundo Cunha (2009), o trigo representa cerca de 30% da produção mundial, os principais países produtores de trigo são União Européia, China, Índia, Estado Unidos, e Rússia. O Brasil não figura entre os principais países produtores de trigo. A participação da produção brasileira no total mundial nos últimos cinco anos oscilou na faixa de 605 a 635 milhões de toneladas. O Brasil produz hoje cerca de 5 milhões de toneladas de trigo, a região sul do Brasil sempre foi a maior produtora de trigo do país, os estados do Paraná e Rio Grande do Sul são os únicos de expressão nacional no cultivo do trigo. O Mato Grosso do Sul é o terceiro maior produtor nacional. Em São Paulo o cultivo de trigo é registrado a um pequeno número de municípios na região centro-sul do Estado. Em Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal, lavouras irrigadas de trigo resultam em produtividade médias da cultura a 4 mil quilos por hectare (Cunha, 2009). Produtos como cereais quando armazenados por longos períodos, para que estes se preservem com um mínimo de deterioração, seja esta causada por fungos ou insetos, é necessário que haja um adequado sistema de armazenamento, e que este seja devidamente monitorado. Os grãos de trigo devem ser armazenados a uma umidade entre 11 e 13%, estocando os grãos com umidade abaixo de 11% é indesejável, pois tornam os grãos quebradiços e durante o transporte, armazenamento e outras operações de movimento do grão, haverá uma grande formação de grãos quebrados (Germani, 2007). Os insetos que atacam grãos armazenados caracterizam-se por elevada capacidade reprodutiva e número de gerações em curto período de tempo (Lorini, 2001). Existem inúmeros insetos os quais atacam grãos já armazenados, causando assim grandes perdas na

FFPC 3 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 produção agrícola e armazéns. O ataque de insetos nos armazéns, reduzem o vigor das sementes pelo consumo de reservas e pela intensa atividade respiratória que pode desencadear outros processos, como a fermentação e o desenvolvimento de fungos, podendo deteriorar por completo os grãos ( Mariano et al., 2006). O Sitophilus granarius (caruncho do trigo), é considerado praga primária de grande importância podendo apresentar infestação cruzada, ou seja, infestar tanto grãos ainda no campo como em armazéns, penetrando profundamente na massa dos mesmos, causando redução de peso e danos na qualidade dos grãos. Apresenta elevado potencial de reprodução e ataca principalmente o trigo, milho, arroz e a cevada (Lorini, 2003). O uso de terra de diatomácea (sedimento de carapaças de algas diatomáceas) e do outros pós inertes vem se tornando uma alternativa para o controle de insetos de grãos armazenados. As partículas do pó aderem ao corpo dos insetos, causam danos à cutícula dos insetos removendo a cera epicuticular, favorecendo assim a perda de água e promovendo a morte por desidratação. É um produto seguro e de efeito inseticida duradouro, não perde eficácia ao longo do tempo. A terra diatomácea é um material leve e de baixa massa específica aparente, cuja coloração varia do branco ao cinza escuro, proveniente de algas diatomáceas fossilizadas que possui o dióxido de sílica como principal ingrediente ( Lorini et al., 2002). O teste de germinação tem como objetivo determinar o potencial máximo de germinação de um lote de sementes, o qual pode ser usado para comparar a qualidade de diferentes lotes e também estimar o valor para semeadura em campo (Regras para análise de sementes, 2009). O teste de germinação é útil, mas ele sozinho não informa a real qualidade fisiológica de semente, pois a semente pode germina e não apresentar potencial para emergir e tornar-se uma plântula normal.(höfs et al., 2004). Assim, dada a importância econômica e social em se preservar os grãos armazenados, este trabalho teve como objetivo avaliar os grãos de trigo, armazenados durante o período de 8 meses, realizando teste de germinação. Em dosagem do produto baixas, medias e alta mostrando qual dosagem é recomendada para cada período de tempo. Material e Métodos O trabalho foi conduzido no Laboratório de Análise de Fitopatologia, Armazenamento e Sementes e no Centro Vocacional Tecnológico da Cadeia do Trigo CVT ambos da Faculdade Assis Gurgacz FAG, localizados na Cidade de Cascavel, durante os anos de 2010

FFPC 4 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150 151 e 2011, para o desenvolvimento do estudo foram utilizadas sementes de trigo (Triticum aestivum L.), a cultivar utilizada é a `BRS 208` desenvolvida pela Embrapa, doados pela Coopavel Cooperativa Agroindustrial com sede em Cascavel no Paraná, os grãos foram colhidos e beneficiadas para sementes pela cooperativa na safra 2009. As sementes do lote foram testadas para certificação que apresentem as mesmas características físicas e reológicas, sendo que a umidade de 12%, falling number (número de quedas) de 280. As amostras foram homogeneizadas e divididas em 5 tratamentos cada um com quatro repetições de 1,5 kg -1, estes foram armazenadas em potes de plásticos rígidos, cilíndrico e transparente (21x15x15cm), tampados. Na tampa foi feito uma abertura de 2,5cm de diâmetro, sendo substituída por tela de nylon de 450 micras. Os tratamentos com dosagem de terra de diatomácea são: Tratamento 1 - Testemunha; Tratamento 2-500g/tonelada; Tratamento 3-1000g/tonelada; Tratamento 4-3000g/tonelada; Tratamento 5-10000g/tonelada; Sendo realizado essas análises em 30 em 30 dias, durante 8 meses. Para avaliar o desempenho dos lotes quanto ao potencial fisiológico, conduziram-se os seguintes testes: Germinação Realizado em intervalos mensal, com quatro repetições de 50 sementes, distribuídas em rolos de papel germitest, a 25 o C constantes. O volume de água para embebição foi de 2,5 vezes a massa do papel. As avaliações foram realizadas aos oito dias após a semeadura, de acordo com as recomendações das Regras para Análise de Sementes. Teor de água Conduzido com 5g de sementes por repetição, em intervalos trimestrais, pelo método da estufa, a 105 C por 24 horas, segundo as instruções das Regras para Análise de Sementes. O delineamento experimental empregado foi o inteiramente casualizado, os dados em porcentagem serão submetidos à análise estatística. Os demais dados foram analisados sem transformação. As médias foram comparadas pelo teste Tukey a 5% de significância. As médias apresentadas em tabelas.

FFPC 5 152 153 154 155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 181 182 183 184 185 186 187 Resultados e Discussões Conforme a tabela1, das diferentes dosagens da terra de diatomácea não interferiram na germinação dos grãos de trigo. Estes resultados estão de acordo com o estudo de Lima (2002) onde também o mesmo não observou diferença significativa entre diferentes tratamentos no controle de insetos do armazenamento de trigo, tendo como base o pó inerte, que tem como principal ingrediente a Terra de Diatomácea. Tabela 1- Resultado do teste F da analise de variância das variáveis germinadas Ambiente Germinadas Não Germino Anormais Tratamento 0,35 ns 0,35 ns 2,13 ns Ambiente 1,34 ns 1,34 ns 0,57 ns Trat x Amb 1,46 ns 1,46 ns 1,00 ns MÉDIA 43,14 6,86 4,65 CV(%) 25,96 163,28 49,92 ns não significativo ao nível de 5% de probabilidade. Cv- Coeficiente de variação Já a tabela 2 demonstra as médias dos tratamentos em relação às diferentes dosagens de terra de diatomácea. Na germinação do Trigo utilizando-se a Terra de Diatomácea não houve diferença estatística entre os tratamentos. Podendo observa que no tempo cinco os tratamentos três mil e dez mil, ficaram abaixo da porcentagem para germinação do trigo armazenado, considerando que o parâmetro para germinação mínima deste é de 80%. Martins e Oliveira (2009) ao realizarem um estudo com o uso de terra diatomáceas no armazenamento de grãos de feijão também não observaram diferença significativa entre os tratamentos com 500; 1000 e 1500g/t -1 de Terra Diatomáceas, no entanto, os números obtidos se enquadram em uma faixa aceitável de porcentagem de germinação para feijão armazenado (80%). Lazzari (2005) notou que não houve diferença significativa entre os tratamentos com diferentes concentrações de Terra Diatomácea quanto à germinação das sementes e o vigor das plântulas de feijão. Porém o mesmo ressaltou que nas sementes infestadas por Z. subfaciatus, houve uma redução significativa da germinação de 96% para 84%.

FFPC 6 188 189 190 191 192 193 194 195 196 197 198 199 200 201 Tabela 2 Médias de percentual de germinação de sementes de trigo em função do tratamento com o uso de Terra de Diatomáceas utilizada no armazenamento em cinco épocas diferentes. Tratamentos Tempo 1 Tempo 2 Tempo 3 Tempo 4 Tempo 5 Média final (%) germinação 0 88,00 a 92,50 a 86,00 a 88,50 a 90,50 a 89,10 a 500 90,00 a 88,50 a 88,50 a 88,00 a 86,00 a 88,20 a 1000 88,00 a 86,50 a 88,00 a 89,50 a 83,00 a 87,00 a 3000 89,00 a 83,50 a 91,50 a 90,50 a 74,00 a 85,70 a 10000 88,50 a 84,50 a 90,50 a 89,00 a 48,00 a 80,10 a CV(%) 4,72 5,43 4,51 3,81 29,66 - Média 88,70 87,10 88,90 89,10 76,50 86,02 Fc 0.160 ns 2,293 ns 1,164 ns 0,321 ns 2,168 ns - Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. tempo. Observando o gráfico 1 verifica-se a germinação dos grãos de trigo de acordo com o Pode-se verificar pelo gráfico, que entre os tratamentos analisados o Tratamento cinco no tempo cinco apresentou uma diminuição na germinação do trigo, quando comprado com os demais tratamento analisados, incluindo a testemunha. Porém, quando submetido ao teste de Tukey a 5% de probabilidade não verificou-se diferença estatística, observando-se uma média semelhante entre os 5 tratamentos avaliados. 202 203 Gráfico 1 Média de germinação dos tratamentos nos cinco tempos analisados.

FFPC 7 204 205 206 207 208 209 210 211 212 213 214 215 216 217 218 219 220 221 222 223 224 225 226 227 228 229 230 231 232 233 234 235 236 237 238 239 240 241 242 243 244 No entanto, estes resultados confrontam os resultados observados por Smiderle e Cicero (1999), que trabalhando com sementes de milho, obtiveram diferença significativa entre os tratamentos com uso de Terra de Diatomáceas, porém mantendo um bom nível de germinação para a cultura do milho após o período de 12 meses. Já em relação a testemunha do experimento, observaram uma redução drástica do poder germinativo a partir do oitavo mês. De acordo com Pacheco et al (2009) para períodos de armazenagem acima de 90 dias a Terra Diatomácea influencia a germinação das sementes de feijão, reduzindo o número de sementes normais e aumentando a mortalidade e anormalidade. Conclusão Pode-se concluir que não houve diferença significativa entre os tratamentos avaliados em relação a germinação na cultura de trigo em função de diferentes dosagens de Terra Diatomácea. Podendo também ressaltar que alguns tratamentos apresentaram nos testes resultados abaixo dos padrões mínimos estipulados para a cultura que de 80%. Referências Bibliográficas CUNHA, G.R. Oficina sobre trigo no Brasil- Bases para construção de uma nova triticultura brasileira. Embrapa. Passo Fundo, 2009. 32-48p. GERMANI, R; Características dos grãos e farinhas de trigo e avaliação de suas qualidades. Embrapa, Agroindústria de Alimentos, 2007. 64 p. GUARIENTI, E.M; Histórico do uso de trigo como alimento. Disponível em:http://livraria.sct.embrapa.br/liv_resumos/pdf/00079480.pdf> Acesso: 28 de setembro de 2010. HÖFS, A.; SCHUCH, L.O.B.; PESKE, S.T.; BARROS, A.C.S.A. Emergência e crescimento de plântulas de arroz em resposta à qualidade fisiológica de sementes. Revista Brasileira de Sementes, v.26, 2004. LAZZARI, F.N. Controle de Zabrotes subfasciatus (Boheman, 1833) (Coleoptera, Chrysomelidae, Bruchinae) e qualidade do feijão (Phaseolus vulgaris Linnaeus, 1753) tratado com terra de diatomácea. Curitiba: UFPR, 2005. LIMA, B. A. D. Estudo do uso da terra de diamácea no controle do gorgulho dos cereais (sitophilus spp) em sementes de trigo (triticum aestivum spp L) armazenadas. Pelotas: UFP, 2002. 25 p.

FFPC 8 245 246 247 248 249 250 251 252 253 254 255 256 257 258 259 260 261 262 263 264 265 266 267 268 269 270 271 272 273 274 275 276 277 278 279 280 281 282 283 284 LORINI, I; FILHO, F; BARBIERI, A; DEMAMAN, I; MARTINS, N. A; DALBELLO, R. R; Terra de diatomáceas como alternativa no controle de pragas de milho armazenados em propriedades familiar. Disponível em: http://www.emater.tche.br/docs/agroeco/revista/ano2_n4/revista_agroecologia_ano2_num4_p arte08_alternativa.pdf. Acesso: 16 de agosto de 2010. LORINI, I; Manual técnico para o manejo integrado de pragas de grãos de cereais armazenados. Passo Fundo: Embrapa Trigo; 2001. LORINI, I; Manual técnico para o manejo integrado de pragas de grãos de cereais armazenados. Passo Fundo: Embrapa Trigo; 2003. LORINI, I; MORÁS, A; BECKEL, H; Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 8- Pós Inertes no Controle de Grãos Armazenados. Passo Fundo, Embrapa trigo, 2002. 7-11 p. MARIANO, F. D; SANTOS, S; SANTOS, F.F; Utilização de terra de diatomácea como alternativa no controle de insetos em grãos de trigo armazenados. Disponível em: < http://www.revistaanalytica.com.br/ed_anteriores/24/art06.pdf> Acesso: 04 de agosto de 2010. MARTINS, A. L.; OLIVEIRA, N. C. Eficiência da Terra de Diatomácea no Controle do Caruncho do Feijão Acanthoscelides obtectus e o Efeito na Germinação do Feijão. Revista Brasileira de Agroecologia/nov. 2009. Vol. 4 n. 2. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regra para análise de sementes. Disponível em <http://www.agricultura.gov.br/images/mapa/arquivos_portal/acs/sementes_web.pdf> Acessado no dia 28 de julho de 2010. Brasília, 2009. PACHECO, F.P.; TONINI, M.; ROSA, D.M.; MAULI, M.M.; NÓBREGA, L.H.P. Qualidade de sementes de feijão carioca armazenado com plantas aromáticas e condimentares. Anais... do XVIII EAIC 30 de setembro a 2 de outubro de 2009. SILVA, D. B; GUERRA, A. F; REIN, T. A; ANJOS, J. R. N; ALVES, R. T; RODRIGUES, G. C; SILVA, I. A. C; Trigo Abastecimento Familiar do plantio à mesa. Brasília Embrapa, 1996. 15 p. SMIDERLE, OJ; CICERO, S. M; Tratamento Inseticida e qualidade de sementes de milho, Revista Brasileira de Sementes, vol. 20, no 2, p.223-230 1998.