3 de Novembro de 2014 Tax Alert O Novo Código Fiscal do Investimento O Decreto-Lei n.º 162/2014, de 31 de Outubro, vem materializar a revisão já esperada dos regimes de benefícios fiscais ao investimento e capitalização das empresas. De uma forma geral, o diploma adapta o Código Fiscal do Investimento (CFI) ao quadro legislativo europeu definido para o período de 2014-2020 e, ao mesmo tempo, reforça os incentivos fiscais ao investimento produtivo. Neste âmbito, deverá salientar-se o aumento do limite máximo de crédito de IRC para 25% nos benefícios fiscais contratuais e no Regime Fiscal de Apoio ao Investimento (RFAI). Não obstante, o diploma introduz restrições importantes ao concurso de grandes empresas aos benefícios fiscais contratuais e RFAI, sendo este o principal factor limitativo desta alteração legislativa. Em seguida são apresentadas, as principais alterações introduzidas pelo diploma ao conjunto dos benefícios fiscais. Remuneração convencional do capital social O diploma em análise, vem revogar o artigo 9.º da Lei 2/2014, de 16 de Janeiro, sendo aditado ao Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) o artigo 41.º-A, que passa estabelecer a possibilidade de dedução ao lucro tributável das empresas PME s uma remuneração convencional de 5% do montante das entradas de capital pelos sócios. Apesar do benefício ter passado para o EBF, a sua redacção permaneceu praticamente inalterada.
Benefícios fiscais contratuais ao investimento produtivo O novo CFI introduz alterações substanciais aos benefícios fiscais contratuais ao investimento produtivo. Em primeiro lugar, o diploma vem concentrar a legislação relativamente aos benefícios fiscais contratuais ao investimento produtivo, tendo sido revogado o artigo 41.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais e passando o disposto neste artigo para o novo CFI. Condições de elegibilidade O diploma introduz também alterações nas actividades económicas cujos projectos de investimento poderão usufruir de benefícios fiscais contratuais. Assim, para além dos projectos de investimento nas actividades económicas previstas na anterior redacção do CFI, passam a ser elegíveis projectos de investimento em: Actividades aquícolas; Defesa; e Actividades de centros de serviços partilhados. Em termos das condições de elegibilidade dos promotores dos projectos, é introduzida uma nova condição de elegibilidade. Para os exercícios fiscais iniciados em ou após 1 de Janeiro de 2014, só serão elegíveis projectos de investimento produtivo de promotores que não estejam sujeitos a uma injunção de recuperação na sequência de uma decisão da Comissão que declare um auxílio ilegal e incompatível com o mercado interno. O diploma introduz também maior flexibilidade relativamente às condições objectivas de elegibilidade dos projectos de investimento. Assim, de acordo com o novo CFI são elegíveis os projectos que demonstrem ter viabilidade técnica, económica e financeira, proporcionem a criação ou manutenção de postos de trabalho e que preencham, pelo menos, uma das seguintes condições: Sejam relevantes para o desenvolvimento estratégico da economia nacional; Sejam relevantes para a redução das assimetrias regionais; Contribuam para impulsionar a inovação tecnológica e a investigação científica nacional, para a melhoria do ambiente ou para o esforço da competitividade e da eficiência produtiva. Esta alteração veio facilitar o acesso de projectos de investimento ao benefício, uma vez que na anterior redacção do CFI, os projectos tinham de cumprir, cumulativamente, todas as condições anteriores. Outra das alterações face ao anterior regime, prende-se com a impossibilidade de consideração de rubricas de investimento produtivo para efeitos do benefício fiscal sempre que o investimento ocorresse anteriormente à data da notificação da avaliação prévia. Ora, de acordo com o novo diploma, o limite deixa de ser a data de notificação da avaliação prévia e passa a ser a data da candidatura, o que poderá permitir alargar o período de investimento que poderá ser considerado para efeitos do benefício fiscal. Importará salientar que, o novo diploma vem esclarecer que o início do projecto se reporta à data da primeira factura emitida ao promotor por fornecedores relacionados com o projecto, exceptuando-se a aquisição de terrenos, trabalhos 2
preparatórios (ex.: obtenção de licenças e estudos prévios) e os adiantamentos para sinalização até ao valor de 50% do custo de aquisição. Em sentido contrário às alterações até agora referidas que permitem maior flexibilidade e abrangência de aplicação dos benefícios fiscais contratuais ao investimento produtivo, o novo diploma prevê a limitação do concurso a estes benefícios fiscais pelas grandes empresas nas regiões do Algarve, Península de Setúbal e Grande Lisboa (neste último caso, apenas são elegíveis as unidades administrativas locais de Mafra, Loures, Vila Franca de Xira, S. João das Lampas e Terrugem, estando as restantes localidades da Grande Lisboa excluídas da possibilidade de atribuição do benefício fiscal contratual). Assim, nas regiões referidas, os projectos de grandes empresas apenas podem beneficiar deste regime se os projectos de investimento corresponderem à criação de um novo estabelecimento, ou à diversificação da actividade de um estabelecimento, na condição de a nova actividade não ser a mesma ou uma actividade semelhante à anteriormente exercida no estabelecimento. Importa também salientar que, o Conselho de Ministros pode aprovar a concessão de benefícios fiscais em regime contratual a projectos que não preencham as condições previstas no parágrafo anterior, desde que respeitem as regras comunitárias aplicáveis aos auxílios ad hoc. As grandes empresas no resto do país continuam a poder beneficiar do benefício fiscal contratual ao investimento produtivo sem a restrição acima indicada. A excepção são os projectos em localidades de Lisboa que não Mafra, Loures, Vila Franca de Xira, S. João das Lampas e Terrugem. Neste caso, os projectos de investimento não são elegíveis para efeitos do benefício. O novo CFI veio alterar a duração da obrigação de conservação dos activos objecto de investimento. Neste contexto, as micro, pequenas e médias empresas devem manter os investimentos na região por um período mínimo de três anos a contar da data de conclusão do projecto. No caso das grandes empresas, este período mínimo é de cinco anos. Apesar desta regra geral, a manutenção dos investimentos na região poderá não ser cumprida nos casos de substituição de equipamento obsoleto devido à evolução tecnológica rápida, e desde que a actividade económica seja mantida na região durante o período necessário para completar os prazos descritos nos períodos anteriores. Benefício e limitações Em termos do benefício propriamente dito continua a ser aplicável a projectos de investimento de valor igual ou superior a Euro 3.000.000 mas, verifica-se uma alteração no benefício fiscal concedido com o crédito de imposto a ser determinado com base na aplicação de uma percentagem entre 10% e 25% sobre as aplicações relevantes do projecto de investimento realizado, a deduzir ao montante da colecta do IRC. Assim, assistiu-se a um aumento do limite máximo de 20% para 25%. O valor de crédito fiscal corresponde a uma taxa base de 10% que pode ser majorada até: Um máximo de 10%, existindo variações de acordo com o índice per capita de poder de compra da região em que se localize o projecto. A majoração à taxa base poderá ser de 6%, 8% ou 10%; Um majoração máxima de 8%, caso o projecto proporcione a criação de postos de trabalho ou a sua manutenção até ao final da vigência do 3
contrato. Esta majoração varia de acordo com a informação explicitada no quadro abaixo. Percentagem de majoração Postos de trabalho 1% = ou > 50 postos de trabalho 2% = ou > 100 postos de trabalho 3% = ou > 150 postos de trabalho 4% = ou > 200 postos de trabalho 5% = ou > 250 postos de trabalho 6% = ou > 300 postos de trabalho 7% = ou > 400 postos de trabalho 8% = ou > 500 postos de trabalho 6%, em caso de excepcional contributo do projecto para as condições objectivas de elegibilidade de projectos de investimento. Apesar de todas as majorações poderem ser aplicadas cumulativamente, o limite máximo de 25% das aplicações relevantes tem obrigatoriamente que ser respeitado. É ainda definido que os benefícios fiscais contratuais devem respeitar os limites máximos aplicáveis aos auxílios com finalidade regional em vigor na região onde se materialize o investimento. Por outro lado, se os projectos de investimento beneficiarem de outros auxílios de Estado, o cálculo dos limites referidos deve ter em consideração o montante total dos auxílios de Estado com finalidade regional concedidos ao investimento, proveniente de todas as fontes. Aplicações relevantes Face ao anterior CFI, o novo diploma prevê que se passem a considerar como despesas elegíveis os montantes relativos a mobiliário e artigos de conforto ou decoração, quando se trata de equipamento hoteleiro afecto à exploração turística. Por outro lado, deixam de ser elegíveis quaisquer tipos de equipamentos sociais, mesmo aqueles que a empresa seja obrigada a possuir por determinação da lei. A nova legislação deixou de considerar como elegíveis, as despesas com assistência técnica e elaboração de estudos, as despesas com patentes, licenças e alvarás e das amortizações das mais-valias potenciais ou latentes, desde que expressas na contabilidade. Não obstante, as despesas relativas a estudos directamente relacionados com o projecto de investimento, poderão ainda ser qualificadas de elegíveis desde que sejam contabilizadas como activo intangível e tenham sido realizadas há menos de um ano antes da data da candidatura. RFAI Âmbito de aplicação Com o novo CFI, o RFAI passa a estar perfeitamente alinhado com o benefício fiscal contratual ao investimento produtivo no que concerne a actividades sectoriais elegíveis. Assim, é ampliado o conjunto de sectores que poderão beneficiar do RFAI, passando este a ser composto pelas seguintes actividades: Indústria extractiva e indústria transformadora; Turismo, incluindo as actividades com interesse para o turismo; 4
Actividades e serviços informáticos e conexos; Actividades agrícolas, aquícolas, piscícolas, agro-pecuárias e florestais; Actividades de investigação e desenvolvimento e de alta intensidade tecnológica; Tecnologias da informação e produção de audiovisual e multimédia; Defesa, ambiente, energia e telecomunicações; Actividades de centros de serviços partilhados. No âmbito da aplicação, devem ser tidos em consideração os códigos de actividade económica (CAE) correspondentes a estas actividades, tal como definidos por portaria dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da economia, com excepção das actividades excluídas do âmbito sectorial de aplicação das orientações europeias relativas aos auxílios de finalidade regional (OAR) e do Regulamento Geral de Isenção por Categoria da EU (RGIC). Investimentos elegíveis Com o novo diploma, passam a integrar o conjunto de despesas elegíveis para o RFAI os investimentos relativos a construção, aquisição, reparação e ampliação de quaisquer edifícios, desde que afectos a actividades turísticas e de produção de audiovisual. Por outro lado, encontram-se agora expressamente excluídos do âmbito de aplicação todos os investimentos relativos a equipamentos sociais, mesmo que a empresa seja obrigada a tê-los por determinação legal, assim como outros bens de investimento que não estejam afectos à exploração da empresa. Principais condições de elegibilidade Para beneficiar deste regime, as micro, pequenas e médias empresas devem manter na empresa e na região os bens objecto de investimento durante um período mínimo de três anos, contados desde a data de realização dos investimentos. Para os restantes casos, mantém-se o período mínimo de cinco anos previsto no anterior CFI. No caso de um período inferior, foi acrescentado que estes devem ser mantidos durante o respectivo período mínimo de vida útil, determinado nos termos do Decreto Regulamentar n.º 25/2009, de 14 de Setembro (alterado pelas Leis n.ºs 64-B/2011, de 30 de Dezembro, e 2/2014, de 16 de Janeiro), ou até ao período em que se verifique o respectivo abate físico, desmantelamento, abandono ou inutilização. Adicionalmente, a condição relativa à criação de postos de trabalhos também sofreu alterações com o novo diploma. Assim, os sujeitos passivos de IRC devem efectuar investimento relevante que proporcione a criação de postos de trabalho e a sua manutenção até ao final do período mínimo de manutenção dos bens objecto de investimento nos termos do parágrafo anterior, deixando de ser condição a sua manutenção até ao final do período de dedução de 2013 a 2017, tal como estava previsto na anterior legislação. Segundo o novo CFI, nas regiões do Algarve, Grande Lisboa (com excepção de Mafra, Loures, Vila Franca de Xira, S. João das Lampas e Terrugem) e Península de Setúbal, relativamente a empresas que não se enquadrem na categoria das micro, pequenas e médias empresas, apenas podem beneficiar de RFAI os investimentos que respeitem a uma nova actividade económica, ou seja, a um investimento em activos corpóreos e incorpóreos relacionados com a criação de um novo estabelecimento, ou com a diversificação da actividade de 5
um estabelecimento, na condição de a nova actividade não ser a mesma ou uma actividade semelhante à anteriormente exercida no estabelecimento. As grandes empresas no resto do país (excepto noutras localidades de Lisboa) continuam a poder beneficiar do RFAI sem a restrição acima indicada. Benefícios fiscais Tal como no benefício fiscal contratual ao investimento produtivo, o limite máximo é revisto em alta para os 25%. Assim, os sujeitos passivos de IRC poderão beneficiar de uma dedução à colecta de IRC nos termos seguintes: No caso de investimentos realizados nas regiões elegíveis do Norte, Centro, Alentejo e Regiões Autónomas: i) 25% das aplicações relevantes relativamente ao investimento realizado até Euro 5.000.000; ii) 10% das aplicações relevantes, relativamente à parte do investimento realizado que exceda o montante de Euro 5.000.000. No caso de investimentos realizados nas regiões elegíveis de Grande Lisboa, Algarve e Península de Setúbal, 10% das aplicações relevantes; Adicionalmente, os sujeitos passivos de IRC passam a poder beneficiar de isenção ou redução de IMI, por um período até 10 anos (antes o período era de 5 anos), a contar a partir do ano de aquisição ou construção do imóvel, relativamente aos prédios utilizados pelo promotor no âmbito dos investimentos que constituam aplicações relevantes. No âmbito do RFAI, mantém-se a isenção ou redução de IMT e isenção de Imposto do Selo relativamente às aquisições de prédios que constituam aplicações relevantes. O benefício de dedução à colecta de IRC deverá ser efectuado na liquidação respeitante ao período de tributação em que sejam realizadas as aplicações relevantes, com determinados limites: Para investimentos realizados no período de tributação do início de actividade e nos dois períodos de tributação seguintes (excepto quando a empresa resultar de cisão) até à concorrência do total da colecta de IRC apurada em cada um desses períodos de tributação; Para as restantes situações, até à concorrência de 50 % da colecta de IRC apurada em cada período de tributação. A flexibilidade na utilização do benefício do RFAI é ainda aumentada, pois o novo diploma altera o período de reporte de 5 para 10 exercícios de tributação, quando a dedução não possa ser efectuada por insuficiência de colecta, com os limites de dedução referidos anteriormente. Exclusividade dos benefícios fiscais O RFAI não é cumulável com quaisquer benefícios fiscais da mesma natureza, incluindo os benefícios fiscais de natureza contratual, relativamente às mesmas aplicações relevantes. Não obstante, o RFAI pode ser cumulado com a dedução por lucros retidos e reinvestidos (DLRR) desde que não sejam ultrapassados os limites máximos aplicáveis aos auxílios com finalidade regional. 6
Limites máximos aplicáveis aos auxílios estatais com finalidade regional O novo CFI vem actualizar os limites máximos aos auxílios estatais de finalidade regional em conformidade com o novo mapa definido para Portugal para o período de 1 de Julho de 2014 a 31 de Dezembro de 2020. Os limites máximos previstos são aplicáveis aos benefícios fiscais concedidos às empresas no âmbito do regime de benefícios fiscais contratuais ao investimento produtivo e do RFAI. A tabela seguinte resume os limites máximos aplicáveis aos auxílios ao investimento com finalidade regional. NUTS II Limites máximos aplicáveis Norte 25% Centro 25% Alentejo 25% Açores 45% Madeira 35% Algarve 10% Grande Lisboa apenas Mafra, Loures, Vila Franca de Xira e S. João das Lampas e Terrugem 10% Península de Setúbal 10% No caso específico do RFAI, para efeitos de apuramento do limite máximo dos benefícios fiscais concedidos, relativamente aos investimentos relevantes realizados entre o início do período de tributação e 30 de Junho de 2014 deverão ser aplicados os limites máximos previstos no artigo 32.º do anterior CFI. Dedução por lucros retidos e reinvestidos (DLRR) O Decreto-Lei vem também introduzir a DLRR nos artigos 27.º a 34.º (Capítulo IV) ao novo CFI, com a subsequente revogação dos artigos 66.º-C a 66.º-L do Estatuto dos Benefícios Fiscais, relativos ao benefício ao reinvestimento de lucros e reservas. De uma forma geral, o benefício do DLRR mantém-se. Importa relembrar que este benefício confere às PME s a possibilidade de dedução à colecta de 10% dos lucros retidos que sejam reinvestidos em aplicações em activos fixos tangíveis elegíveis, até a um máximo de 5 milhões de Euros de lucros retidos e reinvestidos. O DLRR encontra-se excluído do âmbito de aplicação do n.º 1 do artigo 92.º do Código do IRC conforme disposto na alínea f) do n.º 2 da recém redacção do supracitado artigo. Sistemas de incentivos fiscais em investigação e desenvolvimento empresarial O sistema de incentivos fiscais em investigação e desenvolvimento empresarial não sofreu qualquer alteração relevante, decorrente da entrada em vigor do novo CFI. 7
EY Assurance Tax Transactions Advisory About EY EY is a global leader in assurance, tax, transaction and advisory services. The insights and quality services we deliver help build trust and confidence in the capital markets and in economies the world over. We develop outstanding leaders who team to deliver on our promises to all of our stakeholders. In so doing, we play a critical role in building a better working world for our people, for our clients and for our communities. Como pode a EY ajudar? A EY, dada a sua vasta experiência, está disponível para prestar todos os esclarecimentos que se mostrem adequados quanto a esta temática, nomeadamente na sua aplicação a situações específicas e na obtenção, junto da Administração Tributária e Aduaneira, de todas as informações que se mostrem necessárias para a correcta aplicação dos normativos legais, bem como para apoiar os seus clientes na preparação de candidaturas aos benefícios fiscais mencionados. EY refers to the global organization and may refer to one or more of the member firms of Ernst & Young Global Limited, each of which is a separate legal entity. Ernst & Young Global Limited, a UK company limited by guarantee, does not provide services to clients. For more information about our organization, please visit ey.com. For additional information, please contact: Anabela Silva anabela.silva@pt.ey.com António Neves antonio.neves@pt.ey.com Carlos Lobo carlos.lobo@pt.ey.com João Sousa joao.sousa@pt.ey.com Nuno Bastos nuno.bastos@pt.ey.com Paulo Mendonça paulo.mendonca@pt.ey.com Pedro Fugas pedro.fugas@pt.ey.com Pedro Paiva pedro.paiva@pt.ey.com 2014 Ernst & Young, SA All Rights Reserved. This material has been prepared for general informational purposes only and is not intended to be relied upon as accounting, tax, or other professional advice. Please refer to your advisors for specific advice. ey.com