FALTA DINHEIRO OU BOA APLICAÇÃO DOS RECURSOS?

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Transcrição:

FALTA DINHEIRO OU BOA APLICAÇÃO DOS RECURSOS? Análise sintética do estudo internacional SPLISS consórcio de universidades que comparou as políticas esportivas com o sucesso internacional em 15 países

O QUE É O SPLISS?

O QUE É O SPLISS? O SPLISS É um consórcio que analisa a estratégia em políticas esportivas, tendo como objetivo buscar uma melhor compreensão de quais são e de como as políticas esportivas levam os países a resultados internacionais. No relatório final, apresentado em setembro de 2016, a equipe de pesquisadores apresentou as políticas esportivas para o alto rendimento e as estratégias voltadas para os Jogos Olímpicos em 15 diferentes países, incluindo o Brasil. O estudo envolveu 53 pesquisadores e 33 parceiros, além de mais de 3.000 atletas de alto rendimento, 1.300 treinadores e mais de 240 gestores.

O QUE É O SPLISS? MODELO DE ANÁLISE DO SPLISS O modelo de análise do SPLISS envolve 9 pilares, que resultam em 96 fatores críticos de sucesso e mais 750 subfatores de análise. Uma síntese do modelo pode ser vista na figura ao lado. Os dados foram cruzados com a performance esportiva dos últimos 4 anos em Jogos Olímpicos e Campeonato Mundiais.

RESULTADOS

RESULTADOS VAMOS VERIFICAR PORQUE O BRASIL GASTA TANTO MAS APRESENTA RESULTADOS ESPORTIVOS AQUÉM DO ESPERADO...

APRENDIZADO 01: DINHEIRO NÃO FALTA O Brasil, na comparação com os 15 países do estudo, está entre os 5 países com maior investimento em esporte, junto com Coréia, Japão, Austrália e França. Para se ter ideia, o Brasil apresentou suporte financeiro proporcionalmente maior do que países ricos como Espanha, Holanda, Canadá, Suíça e Dinamarca. O grande problema é verificar como esse recurso é gasto...

APRENDIZADO 02: INVESTIMENTO INSUSTENTÁVEL O SPLISS mostrou claramente a realidade do esporte brasileiro: investimos na ponta da pirâmide, em atletas consagrados, mas não trabalhamos para a sustentabilidade do sistema com planejamento para o futuro. Por isso o Brasil apresentou resultados pífios em fatores como: ❸ participação esportiva; ❹ identificação e desenvolvimento de talentos; ❺ suporte a carreira e ao pós-carreira de atletas; ❻ instalações esportivas; ❼ formação e educação de treinadores; ❾ pesquisa científica e inovação. Todos esses fatores formam, em essência, aquilo que permitiria desenvolver o esporte no Brasil de maneira plena e positiva, com entregas de valor para um maior contingente de pessoas, organizações e sociedade de um modo geral.

APRENDIZADO 03: NÃO HÁ GOVERNANÇA O SPLISS indicou que o Brasil apresenta um dos piores índices de governança e estrutura administrativa das organizações esportivas (Fator 8). Isso explica porque muitos dos processos ligados ao Comitê Olímpico do Brasil (COB) são antidemocráticos, afetando consideravelmente a aplicação justa de recursos em carências historicamente reconhecidas pela comunidade esportiva brasileira. Além disso, o COB evita um debate mais amplo e aberto com todas as entidades do sistema esportivo, incluindo aí as confederações, as federações, os clubes, os organismos públicos, os atletas e demais interessados.

RESULTADO COMPARADO

No resultado comparado, percebe-se claramente como o Brasil precisa gerenciar melhor os seus recursos financeiros para poder aplicá-los nas áreas corretas, de modo a conquistar resultados esportivos significativos de forma constante e perene. RESULTADO COMPARADO

RESULTADO GERAL O BRASIL FICOU EM ÚLTIMO ENTRE 15 PAÍSES ANALISADOS, ALCANÇANDO APENAS 38% DOS PONTOS DEFINIDOS NOS INDICADORES DO SPLISS.

ANÁLISE DE ESPECIALISTA

ATÉ QUE PONTO MELHORARAM OS RESULTADOS DO BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS RIO 2016? Comentários técnicos do Prof. Dr. Lamartine DaCosta em referência ao estudo do Consórcio SPLISS

ATÉ QUE PONTO MELHORARAM OS RESULTADOS DO BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS RIO 2016? O Gráfico 01 mostra avanços e retrocessos de 13 países, incluindo o Brasil, nos resultados da Rio 2016, tendo como base o total de medalhas ganhas em Londres 2012. Por esta comparação, o Brasil teve um avanço médio em medalhas de ouro de modo similar ao Japão, Bélgica e Suíça, sendo, entretanto menor do que França e Dinamarca, e bem acima de Austrália e Coréia. Em suma, é evidente a melhoria do Brasil. Porém, poderia ser melhor por ter tido a vantagem de competir em casa, como aconteceu com Reino Unido (2012) e Grécia (2004). Gráfico 01: Avanços em Medalhas de Ouro nos Jogos Rio 2016 Comentários do Prof. Dr. Lamartine DaCosta.

ATÉ QUE PONTO MELHORARAM OS RESULTADOS DO BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS RIO 2016? Já no Gráfico 02, que focaliza o Brasil na comparação de 15 países com bons resultados nos Jogos 2016, comprova-se que as fraquezas brasileiras incidem na ineficiência dos investimentos e no baixo índice de pesquisas e inovações. Gráfico 02: Resultado da Análise do Desenvolvimento Esportivo do Brasil comparado com Outros Países Comentários do Prof. Dr. Lamartine DaCosta.

ATÉ QUE PONTO MELHORARAM OS RESULTADOS DO BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS RIO 2016? Na comparação entre Austrália, Japão e Brasil, tem-se no Gráfico 03 o empenho de cada país em nove variáveis (pilares). Ele revela que o Brasil (13º em medalhas) no último ciclo olímpico superou Austrália (10º) e Japão (6º) em apoio financeiro ao treinamento de atletas (P1), mas se aproximando de ambos na adesão esportiva da população (P3) e na participação em competições nacionais e internacionais (P8). Os piores resultados do Brasil na comparação incidiram na pesquisa e inovação (P9) e no desenvolvimento de talentos (P4). Este Gráfico confirma conclusões anteriores do SPLISS de que a política esportiva brasileira apresenta gastos similares aos países avançados em esporte de elite mas com gestão de baixa qualidade. Gráfico 03: Comparação entre Brasil, Japão e Austrália Comentários do Prof. Dr. Lamartine DaCosta.

FALTA DINHEIRO OU BOA APLICAÇÃO DOS RECURSOS? Análise sintética do estudo internacional SPLISS consórcio de universidades que comparou as políticas esportivas com o sucesso internacional em 15 países