O PAPEL DE UM PUFF EM FORMA DE CUBO NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO GEOMÉTRICO i

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Transcrição:

O PAPEL DE UM PUFF EM FORMA DE CUBO NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO GEOMÉTRICO i Darling Domingos Arquieres 1 Karina Costa do Nascimento² 1 SEEDUC-RJ, reidarling@gmail.com 2 IFRJ campus Paracambi-RJ, karinascimento.costa@gmail.com Resumo Relato acerca de um plano de aula sobre prismas ministrada em 3 turmas do 2º ano do ensino médio, com cerca de 30 alunos em cada turma, do Colégio Estadual Brasil situado em Mesquita Rio de Janeiro. As atividades foram elaboradas com o objetivo de trabalhar planificação e área de paralelepípedo através da construção de um objeto, um puff, em forma de cubo, que é um caso especial de paralelepípedo reto retângulo, feito de garrafas PET. Durante a execução da construção desse objeto, útil em qualquer ambiente, e das atividades realizadas por grupos de alunos, as discussões e o comportamento deles demostraram ampliação da visão espacial e compreensão dos conceitos de face, aresta, vértice e área, sendo esta a partir da planificação do paralelepípedo. Portanto o uso deste recurso facilitou a construção do seu conhecimento acerca do tema. É um fato que muitos conceitos matemáticos da geometria não apresentam facilidade na sua abstração, o que torna a sua compreensão dificultada pela falta de apoio tátil e visual. Por isso o professor tem a necessidade de usar recursos pedagógicos apropriados na mediação do processo de ensino e aprendizagem. Palavras-chave: Didática. Materiais Concretos. Educação Matemática. Ensino Médio Introdução Ao perceber a dificuldade dos alunos na visualização e conceituação dos sólidos geométricos buscamos uma alternativa pedagógica que promovesse o aprendizado significativo deste tema. Pensando como Freire (1996) que menciona que ensinar vai além de uma concepção bancária de aprendizado, sendo necessário que criemos condições pedagógicas para que ele ocorra. Com este intuito encontramos subsídios a este objetivo no curso de formação continuada para professores da rede estadual do Rio de Janeiro (Curso Virtual de Formação Continuada para Professores de Matemática da rede SEEDUC RJ convênio com a Fundação CECIERJ), no qual selecionamos um dos roteiros de ação (são planos de aulas sugeridas pela coordenação e organizadas em arquivos disponíveis na plataforma do curso com sequências de atividades a partir de um texto gerador e de acordo com os descritores do currículo mínimo estadual, o ano de escolaridade e o bimestre no qual o professor está lecionando e se inscreveu para participar do curso), pois este atendia às nossas necessidades pedagógicas ao abordar o tema em questão, segundo os parâmetros curriculares nacionais para o ensino médio: [...] o desenvolvimento das habilidades de visualização, desenho, argumentação lógica e capacidade de solucionar problemas na geometria provém de resultados de um plano pedagógico

adequado, somente assim, observa-se que o aluno terá condições de usar os conceitos geométricos para representar e visualizar certas situações do cotidiano ( PCNEM, 1999, p44). Com a intenção de sair da rotina de apresentação de conteúdo e aplicação de fórmulas, foi realizada a construção do puff como um estímulo para apropriação gradativa do conteúdo e com o objetivo de mostrar que a Matemática está presente em cada etapa da construção do objeto, pois segundo Piaget (1998) o conhecimento é fruto de um desenvolvimento num meio interativo. Desenvolvimento das atividades/experiências a serem relatadas Organização do trabalho Para o desenvolvimento desta atividade, uma semana antes houve a separação dos grupos de alunos e pedimos que selecionassem em casa os seguintes materiais para construção do puff na sala de aula: - 32 garrafas PET (PoliTereftalato de Etileno) de formato igual; - 1 almofada ou travesseiro velho; - 3 rolos de fita adesiva transparente; - 1 estilete; - 1 tesoura; - papelão para envolver o prisma; - jornal para desenhar o molde da capa. Construindo o puff e o conhecimento Com os materiais em mãos demos início à construção: Primeiramente cortamos 16 garrafas na altura em que afunilam, desconsideramos os bicos e encaixamos nas outras 16 garrafas (figura 1). Apesar da variedade de tipos de garrafas PET no mercado, não houve dificuldade no corte e no encaixe das garrafas, já que houve um aviso prévio de seleção de garrafas iguais e durante a execução do trabalho houve muita conversa entre os componentes dos grupos. Algumas equipes juntaram mais garrafas, com o objetivo de doar para os grupos que necessitassem. Figura 1: Materiais necessários para a confecção do puff Separamos as garrafas duas a duas, mantendo uma de bico para cima e outra para baixo e prendemos com fita adesiva.

Organizamos duas fileiras com 2 garrafas e prendemos com fita adesiva, mantendo a alternância dos bicos (figura 2). O trabalho em grupo foi necessário para a construção do objeto e assim eles se sentiram bem, em um trabalho cooperativo e que promoveu o bemestar mútuo. Figura 2 Repetimos este processo até que terminassem as garrafas, formando um cubo com 4 fileiras com 4 garrafas (figura 3). Até aqui, todos os grupos da turma chegaram juntos até esta etapa. Reunimos as 4 fileiras constituindo um cubo e passamos fita adesiva (figura 3). A união entre os componentes do grupo foi importantíssima, pois para juntar as 4 fileiras de 4 garrafas e prender com fita adesiva foi preciso que dois integrantes segurassem e outro membro do grupo cercasse com fita adesiva o prisma a ser formado, no caso o cubo. Nesse momento o trabalho em equipe foi imprescindível e eles gostaram muito desta condição, além disso, todos os grupos se auxiliaram mutuamente para que todos chegassem ao mesmo objetivo, com o esqueleto (figura 3) do cubo pronto. Figura 3 Na sequência, colocamos a almofada ou travesseiro na parte de cima e prendemos com fita adesiva. Envolvemos a lateral do cubo com papelão e prendemos com fita adesiva (figura 4). Em relação ao papelão, teve um grupo que não trouxe e buscou uma alternativa, verificaram na escola e encontraram este material disponível.

Figura 4 Para confeccionar a capa, fizemos um molde utilizando jornal, no qual desenhamos um quadrado com as medidas da face do assento e 4 quadrados com as medidas das faces laterais (figura 5). Figura 5 Reunimos as faces mantendo 1 cm de folga entre as laterais e cole com fita adesiva. Vestimos o molde no puff e verificamos que as medidas estavam corretas. Então confeccionamos a capa e finalizamos o puff. Para confecção da capa foram necessários os seguintes materiais: - napa de couro; - linha de costura; - agulha para costurar napa. Finalizando a construção: De forma geral desenhamos o molde na napa, recortamos e costuramos na folga de 1cm nas laterais (figura 6). Com pequenas alterações para cada grupo, pois, alguns confeccionaram a capa em outro dia no pátio da escola, outros preferiram pedir auxílio de mãe, tia, avó ou vizinhas para costurar a capa na máquina de costura. Cada grupo escolheu a cor ou estampa da napa para confeccionar a capa.

Figura 6 Fonte: Dados da pesquisa Na data marcada, uma semana depois, os grupos trouxeram os puffs e foram levantados alguns questionamentos sobre o cubo como, por exemplo, quantas arestas, vértices e faces ele possui, de que polígonos ele é formado e qual a área total do cubo construído. Tal conversa aconteceu na Biblioteca, que foi o lugar eleito pelos alunos para doar os puffs construídos por eles (figura 7). Figura 7 Reflexões Em uma aula expositiva em que o aluno está sentado e agindo de forma passiva, está ocorrendo apenas um processo de cópia e de memorização. Assim, Beatriz D Ambrósio nos alerta que neste sentido: "[...] alunos passam a acreditar que a aprendizagem de matemática se dá através de um acúmulo de fórmulas e algoritmos. Aliás, nossos alunos hoje acreditam que fazer matemática é seguir e aplicar regras. Regras essas que foram transmitidas pelo professor." (D'AMBRÓSIO, B,1989, p.1) Para ela, ao oferecer situações que deem direito ao aluno de pensar, de ser curioso e ativo na aprendizagem de matemática no ambiente escolar colabora de forma decisiva para o processo de construção de seu conhecimento. E que quando o professor escuta o que o aluno diz e dá importância no que é dito, a autoestima do aluno é reforçada, pois numa

atividade como essa descrita aqui que dá ao estudante a oportunidade de ser criativo e investigativo em seu processo de aprendizagem, em uma atividade onde a cooperação mútua é imprescindível, e além disso, em uma tarefa onde o fracasso não existe traz a esse discente uma nova dimensão do que seja aprender matemática. Concluímos através dessa experiência, que os materiais manipuláveis são ferramentas que auxiliam na aprendizagem da geometria espacial, motivando os estudantes nas aulas de matemática, tornando o ensino do conteúdo mais prazeroso para todos. Além disso, o uso deste recurso facilitou a construção do seu conhecimento acerca do tema, pois é um fato que muitos conceitos matemáticos da geometria não apresentam facilidade na sua abstração, o que torna a sua compreensão dificultada pela falta de apoio tátil e visual. Referências Bibliográficas: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: MEC/SEMTEC, 1999. D AMBROSIO, Beatriz S. Como ensinar matemática hoje? Disponível em http://educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/file/2010/artigos_teses/matematica/arti go_ Beatriz.pdf. Acesso em jul. 2015. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. PIAGET, J. A psicologia da criança. Ed. Rio de Janeiro: Bertrand, 1998. i Revisão de trabalho apresentado na categoria histórias de sala de aula no V Seminário Nacional de Histórias e Investigações de/em Aulas de Matemática realizado pela Faculdade de Educação da UNICAMP.