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Transcrição:

Eduardo Dorfmann Aranovich & Cia., Advogados Observações e Aspectos Práticos da Lei N. 10.101/2000 sobre a Participação dos Empregados nos Lucros das Sociedades. Adv. Leonardo Fonseca Culau OAB.RS 58.578 e-mail: leonardo@aranovich.adv.br F. (51) 3225.0022 Porto Alegre, 01 de junho de 2009. 1. Introdução Conforme o disposto na Constituição Federal em seu art. 7º, inciso XI, fica assegurado aos trabalhadores urbanos e rurais o direito à participação nos lucros ou resultados das empresas, desvinculada da remuneração. Após a edição de diversas medidas provisórias que buscaram regulamentar a matéria, sucessivamente reeditadas, a última (n. 1.982-77/2000) foi convertida na Lei n. 10.101/2000. 2. Conceito Participação nos lucros é o pagamento feito pelo empregador ao empregado em decorrência do contrato de trabalho. É direito do empregado disposto na Constituição como forma de sociabilizar o lucro da empresa. O pagamento feito a título de repartição de lucros, que não seja decorrente do contrato de trabalho poderá confundir-se com o pagamento feito aos quotisas de uma sociedade, pelo resultado positivo obtido pela empresa no final do exercício. O lucro, porém, a ser distribuído é o resultado positivo e não o negativo, pois por definição o empregador é fl. 1 de 8

aquele que assume os riscos de sua atividade econômica (art. 2º da CLT), que não pode ser transferida ao operário". Importante destacar que tanto a Constituição como a própria Lei tratam a verba oriunda do PLR (participação nos lucros e resultados) como sendo verba de natureza distinta da remuneração, a saber: Constituição Federal: Art. 7º... XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; Lei 10.101/00: Art. 3 º A participação de que trata o art. 2 o não substitui ou complementa a remuneração devida a qualquer empregado, nem constitui base de incidência de qualquer encargo trabalhista, não se lhe aplicando o princípio da habitualidade. 3. Aspectos práticos da Lei n. 10.101/2000. A Lei estabeleceu dois procedimentos para implementação dos Planos para pagamento de lucros e resultados da empresa (caput e incisos l e II do art. 2º). Importante destacar na Lei o caráter de liberdade na negociação entre as partes, o que forma geral é visto com reservas na Justiça do Trabalho pela hipossuficiência do Empregado. Os procedimentos da Lei são: a) comissão escolhida pelas partes, integrada, também, por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria; b) convenção ou acordo coletivo. 3.1. A Periodicidade no pagamento ( 2ºe 3º do art. 3º). A Lei veda o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição fl. 2 de 8

de valores a título de participação nos lucros ou resultados da empresa em periodicidade inferior a um semestre civil, ou mais de duas vezes no mesmo ano civil. Essa cláusula mantém afastada a possibilidade de estabelecer-se periodicidade que possa ser vista ou interpretada como sendo essencial ao empregado, o que poderia vir a ser compreendido como remuneração. A Lei ainda possibilita que todos os pagamentos efetuados em decorrência de planos de participação nos lucros ou resultados que já existiam e eram mantidos pela sociedade antes do advento da Lei 10.101/2000 poderão ser compensados com as obrigações decorrentes de acordos ou convenções coletivas de trabalho atinentes à participação nos lucros ou resultados estabelecidos pela Lei. 3.2. Incidências. Conforme já visto anteriormente, a Lei e a Constituição afastam qualquer relação entre o conceito de remuneração e os valores pagos a título de participação nos Lucros e Resultados aos empregados. No entanto, é bom observar que para que não haja tal confusão entre as parcelas, e as conseqüentes incidências de INSS, FGTS e reflexos trabalhistas (horas extras, adicionais, etc.), é necessário que o plano a ser desenvolvido atente para o que a Lei traz como o diferencial para tal caracterização. A Lei afirma que: a) o PLR não substitui ou complementa a remuneração devida a qualquer empregado, nem constitui base de incidência de qualquer encargo trabalhista não se lhe aplicando o principio da habitualidade; fl. 3 de 8

b) será tributada na fonte, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês, como antecipação do Imposto de Renda devido na declaração de rendimentos da pessoa física, competindo à pessoa jurídica a responsabilidade pela retenção e pelo recolhimento do imposto; c) poderá ser deduzida, pela pessoa jurídica, como despesa operacional, dentro do próprio exercício de sua constituição, para efeito de apuração do lucro real. Destaca-se ainda que o artigo 15, 6º, da Lei n. 8.036/90 afirma que: Art. 15. Para os fins previstos nesta Lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8% (oito por cento) da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os artigos 457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, com as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965. 6º Não se incluem na remuneração, para os fins desta Lei, as parcelas elencadas no 9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.711/98) O artigo referido no regulamento do FGTS acima transcrito segue abaixo: Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição: I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...) fl. 4 de 8

j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica; (...) Assim, de modo a garantir a não incidência da contribuição previdenciária, deverá a sociedade empregadora fazer o pagamento rigorosamente dentro da Lei específica, a 10.101/2000. A norma, assim como está redigida, leva a crer que o pagamento do PLR em desacordo com os seus dispositivos reguladores terá caráter salarial e, conseqüentemente, incidências. Exemplificando, a Convenção Coletiva que de alguma forma não respeite os limites e observâncias da Legislação para pagamento do PLR também corre o risco de ser desconsiderada judicialmente para a sentença declarar os valores pagos a esse título como sendo salário e, junto deste, todas as respectivas incidências legais. 3.3. Necessidades do Plano: objetividade e clareza. ( 1º e 2º do art. 2º). O Plano de pagamento do lucro e participações deverá, necessariamente, conter regras claras e bem específicas ao caso concreto sob pena de restar descaracterizada sua intenção, vindo a ser declarado judicialmente como remuneração disfarçada. Deverão restar fixadas com clareza as regras quanto à fixação dos direitos da participação, inclusive mecanismos de aferição pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo, podendo ser considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições: fl. 5 de 8

a) índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da sociedade empregadora; b) programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente. Deverá, ainda, ser observada a exigência formal do arquivamento na entidade sindical dos trabalhadores do instrumento de acordo celebrado entre as partes. 4. Entidades não equiparadas a sociedades empresárias ( 3º do art. 2º). Para os fins de incidência das normas relativas à participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados, não podem ser comparadas à sociedade empresária: a) a pessoa física; b) a entidade sem fins lucrativos que, cumulativamente: b.1) não distribua resultados, a qualquer título, ainda que indiretamente, a dirigentes, administradores ou empresas vinculadas; b.2) aplique integralmente os seus recursos em sua atividade institucional e no País; b.3) destine o seu patrimônio a entidade congênere ou ao poder público, em caso de encerramento de suas atividades; b.4) mantenha escrituração contábil capaz de comprovar a observância dos demais requisitos anteriores, e das normas fiscais comerciais e de direito econômico que lhe sejam aplicáveis. 5. Mediação ou arbitragem (caput e do art. 4º). fl. 6 de 8

Os impasses decorrentes da negociação do plano de participação nos lucros ou resultados das sociedades empresarias poderão, mediante definição entre as partes: a) mediação; b) arbitragem de ofertas finais. O mediador ou o árbitro será escolhido de comum acordo entre as partes e não será admitida a desistência unilateral de qualquer das partes quanto à decisão pelo mesmo proferida. A Lei ainda estabelece que a decisão arbitral tenha força normativa, independentemente de homologação judicial. 6. Penalidades Conforme a redação dada pela Lei nº 10.101/2000, não há obrigação da sociedade empresaria realizar a distribuição de lucros e resultados, salvo se houver negociação. PLR. Não há previsão de penalidade para o caso da não implantação do 7. Decisões judiciais sobre o tema. Ainda não temos julgados definitivos sobre o tema emanados do Poder Judiciário. Porém, os Tribunais Regionais Federais tem emanado decisões entendendo que os valores distribuídos a título de distribuição de lucros não configuram pagamentos de natureza salarial, sendo ilegítima a incidência da contribuição social com base na folha de salários. O TRF da 4ª Região, com sede na nossa Capital, já proferiu algumas decisões nesse sentido. fl. 7 de 8

Em outro feito, uma sociedade empresária de Porto Alegre foi condenada após o órgão fiscalizador ter averiguado que o acordo celebrado entre os empregados e a sociedade empresaria não havia sido arquivado no sindicato dos trabalhadores daquela atividade. Como a Lei determina obrigatório esse arquivamento, restou desconsiderado o pagamento a título de PLR. Assim, nosso estudo aponta que é imprescindível para a caracterização do PLR como efetiva divisão de lucros o preenchimento dos requisitos impostos pela Lei n. 10.101/00. Ao optar pela implementação do PLR na sociedade, esta precisa estar bem orientada para colocar em prática um plano efetivamente capaz de ser reconhecido judicialmente para evitar a descaracterização do PLR e a consideração judicial de que tudo que foi pago pela sociedade a esse título seja considerado salário, com a nefasta incidência de todos os consectários legais que esse pagamento acarreta para as sociedades. Porto Alegre, 30 de dezembro de 2.008. Adv. Leonardo Fonseca Culau Adv. Eduardo Dorfmann Aranovich fl. 8 de 8