Volumetria de Neutralização Ácido-Base. Preparação & Padronização de Soluções. Concentração de Soluções

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Transcrição:

Volumetria de Neutralização Ácido-Base Preparação & Padronização de Soluções Concentração de Soluções ETEC Tiquatira (SP) Professor Daniel e Professor Barbosa Página 1 de 11

Volumetria de Neutralização Ácido-Base 1 O que é um Processo de Titulação? A Titulação é uma operação analítica utilizada em análises volumétricas com o objetivo de determinar a Concentração de soluções. Os principais materiais e reagentes a serem utilizados são: Bureta com capacidade de 25ml ou 50ml (aferida); Suporte universal; Garras para bureta; Frascos erlenmeyer; Pipeta volumétrica de 5.0ml ou 10.0ml; Pêra automática ou sifonada; Indicadores de titulação (para análises colorimétricas); ph-metro calibrado (para análises potenciométricas); Solução titulante (de concentração conhecida); Solução-Problema (ou titulada, cuja concentração será determinada). Numa titulação ácido-base ocorre uma reação completa entre o ácido e a base, chamada de Neutralização, que pode ser expressa por: Ácido + Base Sal + Água Exemplos: HCl (aq) + NaOH (aq) NaCl (aq) + H 2 O (liq) 2 HNO 3(aq) + Ba(OH) 2(aq) Ba(NO 3 ) 2(aq) + 2 H 2 O (liq) 2 Como se executa uma Titulação? A Titulação consiste na adição lenta e controlada de uma solução de concentração previamente conhecida, chamada de Titulante, sobre outra solução de concentração desconhecida, chamada de Titulado, até que se atinja um ponto de equivalência ou equilíbrio iônico. Titulado é uma solução de concentração desconhecida (o alvo da técnica) mas de volume rigorosamente medido quando transferido volumetricamente para um Erlenmeyer. Titulante é uma solução de concentração rigorosamente conhecida e controlada, que ficará acondicionada dentro da bureta. 3 Ponto de Equivalência Também conhecido como ponto de equilíbrio é, rigorosamente, a altura da titulação em que a relação entre o número de moles do titulante adicionados é exatamente igual ao número de moles do titulado. É previsto pela equação estequiométrica da reação, representado por: n ácido = n base Existem duas técnicas para a determinação do Ponto de Equivalência: Potenciométrico Colorimétrico ETEC Tiquatira (SP) Professor Daniel e Professor Barbosa Página 2 de 11

3.1 Método Potenciométrico Durante a titulação, introduz-se um eletrodo de ph no titulado, o que permite a medição real do valor do ph de momento. Ao iniciar-se a titulação, a adição do titulante irá, lentamente, alterar o valor do ph até que este chegue ao neutro ou ao valor pré-determinado. Neste momento deve-se interromper o processo de adição do titulante. 3.2 Método Colorimétrico Antes de se iniciar a titulação, adiciona-se ao titulado um pequeno volume de um indicador ácido-base. A função desta substância é a identificação visual da mudança da cor quando se atinge o ponto de equivalência. 4 Curvas de Titulação É a representação do ph do titulado à medida que se adiciona o titulante. As curvas de titulação permitem: identificar a titulação; identificar o titulante e o titulado; ler o volume de titulante gasto até o ponto de equivalência. As titulações ácido-base podem ser de três tipos: Ácido Forte com Base Forte o ponto de equivalência ocorre com ph = 7; Ácido Fraco com Base Forte o ponto de equivalência ocorre com ph > 7; Ácido Forte com Base Fraca o ponto de equivalência ocorre com ph < 7. ETEC Tiquatira (SP) Professor Daniel e Professor Barbosa Página 3 de 11

5 Indicadores de Titulação Substâncias que não participam da reação ou do equilíbrio iônico, cuja finalidade é prover mudança da cor quando tal equilíbrio for alcançado. São soluções aquosas ou alcoólicas, além de alguns indicadores específicos serem adicionados ao titulante na forma sólida (pó). Tais quantidades devem ser as mínimas possíveis: miligramas quando se tratar de sólidos ou poucas gotas quando forem líquidos. A adição em excesso de indicador certamente levará à uma errônea visualização do ponto de equilíbrio, comprometendo-se assim a Qualidade da análise. Um indicador de titulação apresenta cores diferentes quando expostos à meio ácido e meio alcalino. ETEC Tiquatira (SP) Professor Daniel e Professor Barbosa Página 4 de 11

6 Cálculos de Concentração No INÍCIO da Titulação Titulante (A) Titulado (B) Concentração = conhecida C A Volume = desconhecido Concentração = desconhecida Volume = conhecido V B No FINAL da Titulação Titulante (A) Titulado (B) Concentração = conhecida C A Volume = V A Concentração = desconhecida Volume = conhecido V B Como: C = n/v n = C x V então obtém-se, no final do processo de titulação, o ponto de equivalência: n A = n B ou C A x V A = C B x V B ETEC Tiquatira (SP) Professor Daniel e Professor Barbosa Página 5 de 11

Preparação & Padronização de Soluções Preparação de Soluções de NaOH & HCl 10.1 Hidróxido de Sódio x N/M O NaOH é um sólido muito higroscópico (absorve umidade do ar), além de reagir com o dióxido de carbono do ar, sendo transformado em Carbonato de Sódio e Água, conforme a equação: 2 NaOH + CO 2 Na 2 CO 3 + H 2 O Por esses motivos, as soluções de NaOH não devem ser preparadas diretamente, ou seja, por pesagem direta a conseqüente diluição com água. Se assim for feito, não há certeza da concentração real, pois uma parte da massa reagiria com a umidade e o gás carbônico presentes no ar, no momento da pesagem. Deve-se tomar os devidos cuidados para manusear o NaOH. A água para diluição deverá ter, no mínimo, o grau de destilação, para minimizar-se a quantidade dissolvida de CO 2. O armazenamento destas soluções será feito em frascos plásticos porque o NaOH ataca o vidro, reagindo com os silicatos que o formam. Seqüência lógica de passos para a preparação desta solução: 10.1.1 Pesar rapidamente o NaOH para um copo becker de 250ml, aproximando-se o máximo possível da massa previamente calculada, anotando-a; 10.1.2 Adicionar 100-150 ml de água. Agitar cuidadosamente até total dissolução da massa. Se necessário, utilizar uma bagueta de vidro. Esta dissolução libera calor de até 75ºC; 10.1.3 Transferir todo o conteúdo para um balão volumétrico previamente selecionado e preparado; 10.1.4 Com auxílio de uma pisseta, lavar o interior do becker com água mais 4 vezes e transferir todos os volumes para o mesmo balão volumétrico. Esta operação garante que toda a massa de NaOH foi transferida; 10.1.5 Completar o volume do balão volumétrico com água até o menisco, tampar bem e agitar cuidadosamente; 10.1.6 Deixar o frasco em repouso (fechado) por cerca de 15 minutos; 10.1.7 Se necessário, abrir o balão e completar novamente o menisco com água, repetindo-se a agitação final; 10.1.8 Transferir o volume total do balão para um frasco de plástico PP/PVC previamente preparado e rotulado. 10.2 Ácido Clorídrico y N/M Deve-se conhecer previamente a porcentagem de pureza e a massa específica do ácido, quando em estado líquido. No caso do reagente apresentar-se apenas na forma sólida, deve-se saber apenas a sua pureza. 10.2.1 Transferir 100ml de água para um balão volumétrico previamente selecionado e preparado; 10.2.2 Com auxílio de uma pipeta graduada, medir e transferir diretamente para o balão um volume de ácido puro, conforme os cálculos pré-efetuados. Deve-se saber antecipadamente a Densidade e o Grau de Pureza do ácido; 10.2.3 Após a transferência, homogeneizar bem o frasco e completar com água até o menisco; 10.2.4 Tampar bem e agitar cuidadosamente; 10.2.5 Deixar o frasco em repouso (fechado) por cerca de 15 minutos; 10.2.6 Se necessário, abrir o balão e completar novamente o menisco com água, repetindo-se a agitação final; 10.2.7 Transferir o volume total do balão para um frasco de plástico PP/PVC ou frasco de vidro âmbar (com a tampa externa e o batoque), previamente preparado e rotulado. ETEC Tiquatira (SP) Professor Daniel e Professor Barbosa Página 6 de 11

Padronização de Soluções de NaOH Estas soluções podem ser padronizadas contra 2 tipos de padrões, chamados aqui de Padrão Primário ou Padrão Secundário. O padrão primário é uma substância sólida e previamente preparada para pesagem, geralmente para eliminar-se o máximo possível de outras substâncias contaminantes e que poderiam interferir bastante no resultado final. Desta deve-se conhecer sua Massa Molar e sua Porcentagem de Pureza. O padrão secundário é uma solução aquosa de força química contrária (ácido + base ou base + ácido), e já padronizada, armazenada, manipulada e corretamente identificada. Dela deve-se conhecer sua Normalidade real e seu fator de correção. Toda e qualquer solução de padrão secundário foi preparada a partir de um padrão primário. Solução de Hidróxido de Sódio x N/M 1 Padronização por Padrão Primário: O padrão primário a ser utilizado na padronização de soluções alcalinas é o Hidrogenoftalato de Potássio, também conhecido por Biftalato de Potássio, de fórmula KOOC(C6H4)COOH (ou KHC 8 H 4 O 4 ) e massa molecular de 204,23 gramas/mol. Deverá ser previamente desidratado em estufa por 1.1/2 hora a 110-120ºC para eliminar-se quaisquer traços de água. É um ácido relativamente fraco e, assim sendo, na titulação com soluções alcalinas é necessário o uso de indicadores como Fenolftaleína ou Azul de Timol. 1.1 - A massa a ser pesada da substância dentro de um erlenmeyer de 250ml (realizar no mínimo 3 provas) é diretamente proporcional à concentração da solução de NaOH e deverá obedecer à tabela-referência: Normalidade Teórica Massa de Biftalato 1.0 N 5,1 g 0.5 N 2,55 g 0.1 N 0,51 g 0.05 N 0,255 g 0.01 N 0,051 g 1.2 - Adicionar cerca de 100ml de água e agitar lentamente até a total dissolução do sal. Podese utilizar aqui um agitador magnético; 1.3 Preparar corretamente uma bureta de 25ml com a solução recém-preparada de NaOH; 1.4 Adicionar 6-8 gotas de indicador Fenolftaleína a cada uma das 3 provas e homogeneizar; 1.5 Iniciar a titulação, gota-a-gota, até a mudança de coloração para um leve e persistente tom previamente conhecido; 1.6 A reação que ocorre é: KOOC(C 6 H 4 )COOH + NaOH KOOC(C 6 H 4 )COONa + H 2 0 1.7 O cálculo a ser utilizado é: Normalidade do NaOH = Massa BF / Volume NaOH x 0,20423 onde: massa BF = massa de Biftalato de Potássio utilizada, em gramas; volume NaOH = volume consumido da solução de NaOH, em mililitros; 0,20423 = miliequivalente do Biftalato de Potássio. 1.8 As diferenças entre todos os resultados não deverão ser superiores a 10% entre eles. Em caso de dúvida, descartar todas as provas e reiniciar todo o processo; 1.9 O resultado final será a média aritmética de todas as provas consideradas válidas e deverá conter, no máximo, 3 casas decimais. 2 Padronização por Padrão Secundário: Neste tipo de procedimento, a neutralização é total, pois trata-se de uma base forte reagindo com um ácido forte. O indicador de titulação selecionado deverá estar próximo da faixa de neutralidade, como o Azul de Bromotimol, por exemplo. 2.1 Realizando-se no mínimo 3 provas, transferir para um erlenmeyer de 250ml um volume de 10,0ml da solução recém-preparada de NaOH; ETEC Tiquatira (SP) Professor Daniel e Professor Barbosa Página 7 de 11

2.2 Adicionar 100ml de água mais 6-8 gotas do indicador de titulação e homogeneizar bem; 2.3 Preparar uma bureta de 25ml com solução-padrão de Ácido Clorídrico ou Ácido Sulfúrico de Normalidade (ou Molaridade) similar à desejada para a solução de NaOH; 2.4 Iniciar a titulação, gota-a-gota, até a mudança de coloração para um eve e persistente tom previamente conhecido; 2.5 As reações que ocorrem são: NaOH + HCl NaCl + H 2 O (quando o ácido clorídrico for utilizado) 2 NaOH + H 2 SO 4 Na 2 SO 4 + 2 H 2 O (quando o ácido sulfúrico for utilizado) 2.6 O cálculo a ser utilizado é: N 1 x V 1 = N 2 x V 2 onde: N 1 = Normalidade real do ácido utilizado; V 1 = Volume consumido de ácido na bureta, em mililitros; N 2 = Normalidade a ser calculada (da solução de NaOH); V 2 = Volume transferido de NaOH para o erlenmeyer. Finalmente, identificar corretamente a solução preparada com um rótulo, cujas informações deverão conter, no mínimo: Solução Aquosa de (nome do soluto) x N/M (Normalidade ou Molaridade Real) Padronizada em: mm/aaaa Válida até: mm/aaaa Preparada por (aluno ou grupo) Corrosivo? [ ] S [ ] N Inflamável? [ ] S [ ] N Perigoso? [ ] S [ ] N ETEC Tiquatira (SP) Professor Daniel e Professor Barbosa Página 8 de 11

Concentração de Soluções Normalidade (N) Você já reparou, por exemplo, que numa dada quantidade de água podemos dissolver quantidades menores ou maiores de sal comum, desde que evidentemente, não ultrapassemos o ponto de saturação. Chama-se concentração de uma solução a toda e qualquer maneira de expressar a proporção existente numa dada solução. Dentre os principais tipos de cálculos existentes para avaliarem-se soluções, destacam-se: o Título o Porcentagem em Massa o Concentração Comum o Molaridade o Equivalente-Grama E o Normalidade N Os que utilizaremos agora são apenas o Equivalente-Grama e a Normalidade. Equivalente-Grama É a massa molar do soluto dividida pela carga total do cátion ou do ânion de uma substância. sendo E = M / x M massa molar x carga do cátion ou do ânion para um Ácido: x = n H + para uma Base: x = n OH - Normalidade É a relação entre o número de equivalentes-gramas do soluto e o volume da solução, em litros. N = m / (Eq x V) sendo: m massa do soluto (sempre em gramas) V volume da solução (sempre em litros) Eq Equivalente-Grama, calculado como descrito acima Para reagentes no estado físico sólido, a obtenção da massa é feita de modo direto, ou seja, por pesagem direta na balança da quantidade calculada. Entretanto existem reagentes em estado gasoso e em estado líquido, sendo estes últimos de grande importância e participação dentro de um laboratório químico moderno. Deve-se transformar sua massa calculada para um volume de líquido que se possa transferir com uma pipeta. Para tal, deve-se conhecer sua respectiva massa específica. Outra informação primordial para o preparo de soluções é o prévio conhecimento do grau de pureza do soluto. Abaixo se listam alguns dos mais conhecidos solutos e suas propriedades. Soluto Ácido Clorídrico Estado Físico Aspecto Visual Massa Específica (20 C) Porcentagem de Pureza 1.190 37 Ácido Sulfúrico 1.840 97 Ácido Nítrico Transparente 1.420 70 Líquido Ácido Fosfórico & Incolor 1.710 85 Ácido Acético 1.050 99.5 Hidróxido de Amônio 0.910 28 Hidróxido de Potássio 85 Lentilhas Brancas Hidróxido de Sódio Sólido -X- 98 Carbonato de Sódio Pó Branco 99.5 ETEC Tiquatira (SP) Professor Daniel e Professor Barbosa Página 9 de 11

Exemplos: 1) Preparar 1 litro de uma solução aquosa 1N de ácido nítrico. Infos necessárias: N = 1 E = 63 (63 gramas de mol / 1 hidrogênio) V = 1 d = 1.42 % = 70 A massa a ser pesada de ácido será de N x E x V, ou seja, 1 x 63 x 1, igual a 63 gramas. Já que densidade é o quociente entre a massa e o volume, deriva-se que o volume será o quociente entre a massa e a densidade. Assim, 63 / 1.42 é igual a 44.37ml de ácido. Como o ácido nítrico é 70% puro, divide-se 44.37 por 0.70 (70/100) para obter-se o volume real de ácido puro a ser pipetado, resultando em 63.4 mililitros de HNO 3 para 1 litro de solução. 2) Preparar 500ml de uma solução aquosa 0.7N de hidróxido de potássio. Infos necessárias: N = 0.7 E = 56.1 (56.1 gramas de mol / 1 hidroxila) V = 500 % = 85 d = (sólido) A massa a ser pesada será de N x E x V, ou seja, 0.7 x 56.1 x 0.5, igual a 19,635 gramas. Não há a necessidade de uso da densidade, já que este reagente é sólido nas CNTP. Utilizando-se o cálculo da pureza do hidróxido, divide-se a massa calculada pela porcentagem de pureza, ou seja, 19.635 / 0.85 que resultara em 23.1 gramas de reagente para ½ litro de solução. ETEC Tiquatira (SP) Professor Daniel e Professor Barbosa Página 10 de 11

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