2 - Balanço Hídrico. A quantificação do ciclo hidrológico é um balanço de massa:

Documentos relacionados
C I C L O H I D R O L Ó G I C O

Professora: Amanara Potykytã de Sousa Dias Vieira HIDROLOGIA

9 - Escoamento Superficial

Ciências do Ambiente

Ciclo Hidrológico e Bacia Hidrográfica. Prof. D.Sc Enoque Pereira da Silva

HIDROLOGIA AULA semestre - Engenharia Civil EVAPOTRANSPIRAÇÃO. Profª. Priscila Pini

5. Evaporação e Transpiração

EXERCÍCIOS SOBRE SEPARAÇÃO DE ESCOAMENTOS

Fundação Carmelitana Mário Palmério-FUCAMP Curso de Bacharelado em Engenharia Civil. Hidrologia Aplicada C A R O L I N A A.

PRECIPITAÇÕES EXTREMAS

Vazão de Projeto NAG. Universidade Regional do Cariri URCA. Coordenação da Construção Civil

HIDROLOGIA AULA semestre - Engenharia Civil. ESCOAMENTO SUPERFICIAL 2 Profª. Priscila Pini

HIDROLOGIA BÁSICA RESUMO

HIDROLOGIA AULA semestre - Engenharia Civil. REVISÃO PROVA 1º BIMESTRE Profª. Priscila Pini

Ciclo Hidrológico. Augusto Heine

ENGENHARIA DE AGRIMENSURA E CARTOGRÁFICA HIDROLOGIA. Hidrologia & Ciclo Hidrológico. Prof Miguel Angel Isaac Toledo del Pino CONCEITO ATUAL

Universidade Tecnológica Federal do Paraná. CC54Z - Hidrologia. Evaporação e evapotranspiração. Prof. Fernando Andrade Curitiba, 2014

PHA Hidrologia Ambiental. Escoamento Superficial e Análise do Hidrograma de Cheia

Introdução a Ciência Hidrológica

HIDROLOGIA ENGENHARIA AMBIENTAL

CICLO HIDROLÓGICO FENÔMENO GLOBAL DE CIRCULAÇÃO DE ÁGUA ENTRE A SUPERFÍCIE TERRESTRE E A ATMOSFERA, IMPULSIONADO PELA ENERGIA SOLAR.

CC54Z - Hidrologia. Definições, aspectos gerais e o ciclo hidrológico. Universidade Tecnológica Federal do Paraná

HIDROLOGIA AGRÍCOLA (Moodle)

CICLO HIDROLÓGICO CICLO HIDROLÓGICO CARACTERIZAÇÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS

PHA Hidrologia Ambiental. Chuva-vazão e Hidrograma Unitário

EVAPOTRANSPIRAÇÃO INTERCEPTAÇÃO PELO DOSSEL

Escoamento Superficial e Análise do Hidrograma

Hidrologia - Lista de exercícios 2008

Método do Balanço Hídrico

CAPÍTULO V BALANÇO HIDROGEOLÓGICO

Hidráulica e Hidrologia

HIDROLOGIA E RECURSOS HÍDRICOS. Exames

2.5 Caracterização Fisiográfica da Bacia Hidrográfica

Estimativa da Chuva e Vazão de Projeto Introdução

Processos Hidrológicos CST 318 / SER 456. Tema 1 Introdução ANO 2017

Como praticamente vivemos sobre bacias hidrográfica (bacias de drenagem) é fundamental que saibamos analisar, tanto o período de retorno como a

Hidrologia Aplicada - Profª Ticiana Marinho de Carvalho Studart. Introdução - Aula 02 - Pág. 15

ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE

CAPÍTULO 4 EVAPORAÇÃO E EVAPOTRANSPIRAÇÃO

2.1. O CICLO HIDROLÓGICO: ALVO DOS ESTUDOS HIDROLÓGICOS

Hidrologia. 3 - Coleta de Dados de Interesse para a Hidrologia 3.1. Introdução 3.2. Sistemas clássicos Estações meteorológicas

B Hidrograma Unitário

Pontifícia Universidade Católica de Goiás Engenharia Civil. Professora: Mayara Moraes

Hidrologia, Ambiente e Recursos Hídricos 2009 / Rodrigo Proença de Oliveira

HIDROLOGIA APLICADA. Professor: ALCEU GOMES DE ANDRADE FILHO

Ciclo Hidrológico e Balanço Hídrico

Modelagem hidrológica auxiliada por HEC-HMS

PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA HIDROLOGIA APLICADA SEMESTRE I

Geodinâmica externa. UFRB - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia Centro de Ciências Exatas, Biológicas e Ambientais. 2 Ciclo hidrológico

HIDROLOGIA E RECURSOS HÍDRICOS. Os exames da disciplina de Hidrologia e Recursos Hídricos (LECivil) realizam-se nas seguintes datas e locais:

Sumário. Apresentação I Apresentação II Apresentação III Prefácio Capítulo 1 Introdução... 37

Variabilidades Climáticas e Tendências Hidrológicas em Climas Semi-Áridos

Capítulo 40 Balanço Hídrico em pequenas barragens

PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA HIDROLOGIA APLICADA SEMESTRE I

A O MODELO DE SIMULAÇÃO CHUVA VAZÃO

Amílcar Soares Júnior Mestrando de Ciências da Computação - UFPB

Universidade Tecnológica Federal do Paraná. CC54Z - Hidrologia. Infiltração e água no solo. Prof. Fernando Andrade Curitiba, 2014

Balanço Hídrico SEGUNDO THORNTHWAITE E MATHER, 1955

Quantificação de grandezas Ambientais

8. Para o traçado do perfil longitudinal de determinado curso de água determinaram-se os seguintes pontos. x (km) z (m)

Ciclo Hidrológico Balanço Hídrico

DRENAGEM AULA 02 ESTUDOS HIDROLÓGICOS

PROGRAMA ANALÍTICO DE DISCIPLINA

Ciclo hidrológico: ciclo fechado no qual a água de movimenta

CAPITULO 5 INFILTRAÇÃO

Serviço Geológico do Brasil CPRM

QUANTIFICAÇÃO DO CONSUMO DE ÁGUA PELO SETOR AGROPECUÁRIO E SUA INFLUÊNCIA NO BALANÇO HÍDRICO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO MATEUS - ES

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária

Hiliene da Costa de Carvalho 1, George Leite Mamede 2

1. Introdução. 2. Fatores que Afetam a Evaporação

Hidrologia Aplicada À Gestão de Pequenas Bacias Hidrográficas

Mestrado em Recursos Hídricos

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE TECNOLOGIA E RECURSOS NATURAIS UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA: HIDROLOGIA APLICADA

13 DOTAÇÕES DE REGA 13.1 Introdução 13.2 Evapotranspiração Cultural 13.3 Dotações de Rega 13.4 Exercícios Bibliografia

Exercício 1: Calcular a declividade média do curso d água principal da bacia abaixo, sendo fornecidos os dados da tabela 1:

Pontifícia Universidade Católica de Goiás Engenharia Civil. Bacias Hidrográficas. Professora: Mayara Moraes

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental - PPGEAmb

AVALIAÇÃO DE RESERVAS, POTENCIALIDADE E DISPONIBILIDADE DE AQÜÍFEROS. Waldir Duarte Costa 1

PLANO DE ENSINO. Semestre letivo

2 Determine a razão de bifurcação média geométrica da rede hidrográfica abaixo representada.

C L. O calor específico da água é cinco vezes maior que o do solo

Introdução. Universidade Regional do Cariri URCA. Coordenação da Construção Civil. Prof. MSc. Renato de Oliveira Fernandes

ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ ESALQ/USP LEB 1440 HIDROLOGIA E DRENAGEM Prof. Fernando Campos Mendonça

Banca Examinadora: Nilza Maria dos Reis Castro Pedro Luiz Borges Chaffe Fábio Farias Pereira

Hidrologia Bacias hidrográficas

ESTUDO DO REBAIXAMENTO DE SETE AÇUDES SO SEMIÁRIDO CEARENSE DURANTE PERÍODO DE ESTIAGEM PROLONGADA

Interceptação 16/03/2016. Revisão: Definições e Conceitos: Definições e Conceitos: Interceptação Vegetal: Definições e Conceitos:

DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE ESCOAMENTO DE ENCHENTE (C) EM DUAS BACIAS HIDROGRÁFICAS EXPERIMENTAIS LOCALIZADAS EM UBERLÂNDIA-MG

HIDROLOGIA AULA semestre - Engenharia Civil. ESCOAMENTO SUPERFICIAL 1 Profª. Priscila Pini

HIDROLOGIA, ENGENHARIA DE RECURSOS HÍDRICOS E APLICAÇÕES

Regularização de Vazões

ESTIMATIVA DE TEMPO DE RECESSÃO DE DUAS MICROBACIAS HIDROGRÁFICAS COM USOS DISTINTOS EM RONDÔNIA. Stefany Correia de Paula 1 ; Edner Baumhardt 2

BACIA HIDROGRÁFICA. Nomenclatura. Divisor de água da bacia. Talweg (talvegue) Lugar geométrico dos pontos de mínimas cotas das seções transversais

Agora que sabemos como é o relevo da bacia vamos entender como é a chuva na Bacia

VIII-Castro-Brasil-1 COMPARAÇÃO ENTRE O TEMPO DE RETORNO DA PRECIPITAÇÃO MÁXIMA E O TEMPO DE RETORNO DA VAZÃO GERADA PELO EVENTO

EVAPORAÇÃO E EVAPOTRANSPIRAÇÃO. Prof. Dr. Doalcey Antunes Ramos

Transcrição:

2 - Balanço Hídrico A quantificação do ciclo hidrológico é um balanço de massa: ds dt = Input Output S: Armazenamento Definir o volume de controle, considerando sistema superficial e/ou subterrâneo 1) Balanço hídrico da superfície: P + in + g ( out + E s + T s + I) = ΔS s 2) Balanço hídrico subterrâneo: I + G in (G out + g + E g + T g ) = ΔS g

1) Balanço hídrico da superfície: 2) Balanço hídrico subterrâneo: P + in + g ( out + E s + T s + I) = ΔS s I + G in (G out + g + E g + T g ) = ΔS g Somando as duas equações P ( out in ) (E s + E g ) (T s + T g ) (G out G in ) = ΔS s + ΔS g Simplificando: P ( + E + T + G) = ΔS ou: P ( + ET + G) = ΔS P in, out g E s T s I ΔS s G in, G out E g T g I ΔS g : Precipitação : Vazões superficiais de entrada e saída do Volume de Controle : Escoamento subterrâneo no rio : Evaporação superficial : Transpiração proveniente da umidade da parte superficial do solo : Infiltração : Variação do volume armazenado na superfície : Vazões subterrâneas de entrada e saída do Volume de Controle : Evaporação subterrânea : Transpiração proveniente da umidade da parte subterrânea do solo : Infiltração : Variação do volume armazenado no subsolo

Método do balanço hídrico Estudo em bacias hidrográficas Método de estimativa simples com base nos dados precipitação e vazão de uma bacia. A equação do balanço hídrico: P ( + ET + G) = ΔS S armazenamento t longos (como um ano ou seqüência de anos) Desprezando a diferença entre S(t+1) S(t): S 0 G in G out = P ET

Exemplo Uma bacia (Rio Passo Fundo) com Precipitação média 1941 mm e Vazão de 803 mm (valores médios de 10 anos). Determinar a evapotranspiração. Determinar o coeficiente de deflúvio c. Solução: Como trata-se de valores médios de 10 anos, aceita-se a simplificação: ΔS 0 A evapotranspiração real é : ET = P = 1941 803 = 1137 mm O coeficiente de escoamento ou de deflúvio é a relação entre /P C = 803/1941 = 0,41 ou 41% da precipitação gera escoamento superficial

Exercício 1 Em uma bacia hidrográfica a precipitação média anual por um período de 20 anos é de 1500 mm e a vazão específica, na exutória da bacia, é de 15,855 l/s/km 2. uais as perdas por evapotranspiração em mm?

Exercício 2 ual será a nova vazão na exutória da bacia (em mm e em l/s/km 2 ), no caso da questão anterior, se for implantado um reservatório que inunde 15% da área total, sujeito a taxas de evaporação anual da ordem de 1200 mm?

Exercício 3 Em determinada bacia de drenagem a vazão específica na exutória é de 15 l/s/km 2. Após a construção de um lago, inundando metade da área da bacia, houve um decréscimo de 20% no valor desta vazão. Considerando um total anual precipitado de 1500 mm, calcule a altura de água evaporada da superfície do lago. (2ª.Ch/1993/RS)

Hidrograma: x t Balanço hídrico: ΔS 0 Obs.: Hidrograma será visto em Escoamento Superficial ES B = B + ES Término do escoamento superficial e início da recessão = B + ES Início da ascensão do hidrograma, ou do escoamento superficial. Ascensão Região do pico Recessão Curva de depleção da água do solo

Curva de depleção do escoamento subterrâneo No hidrograma, a curva após C é chamada de curva de depleção da água do solo. A equação da curva de depleção pode ser deduzida, considerando a seguinte hipótese simplificadora: B = Vazão no exutório proveniente apenas da contribuição subterrânea V B = Volume de água armazenado no subsolo B = α V B (1) d B = α dv B (2) Definição (continuidade): B dv dt B (3) d B B dt Constante para o aqüífero em particular: constante de depleção (constante de recessão) 0 d t dt ( t t ) t 0 ln 0 0 e 0 ( t t 0 ) RTK Reta 9

Exemplo 4 Durante o ano de 1974, a vazão média de um rio que drena uma área de 3500 km² foi de 46,5 m³/s. O total anual precipitado foi de 1500 mm e as perdas por evapotranspiração foram 1000 mm. Não choveu durante Dezembro/73, nem durante Dezembro/74. A vazão média no dia 1/1/74 foi de 21,65 m³/s e no dia 1/1/75 foi de 50 m³/s. Caso não houvesse chovido durante o mês de Janeiro/75, qual teria sido a vazão média do dia 1/2/75? Comentar as hipóteses simplificadoras.

Método do Balanço Hídrico em Regiões Úmidas Para estimar evapotranspiração, no caso de reservatórios em regiões úmidas, grandes erros impedem sua utilização prática. Análise da precisão dada pelo método do balanço hídrico em regiões úmidas. Limitação evidente quando se diz que pluviômetros, linígrafos e curvas de descarga devem informar sobre evaporação de um lago de 160 km² e 150m de profundidade. Exemplos:

Exercício 5 Um açude no semi-árido do NE tem vazão afluente nula durante uma estiagem de 8 meses. Nesse período, o nível baixou 2,27m e foi retirado um volume de 1,4.10 6 m³ para irrigação e abastecimento. A área média do açude é de 10 km². Estimar a evaporação anual em mm. (Apresentar resultados com a equação do balanço hídrico no açude)