DIFERENTES ESPAÇAMENTOS DE PLANTIO EM PATO BRANCO PARANÁ

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Transcrição:

DESENVOLVIMENTO DE Eucalyptus dunnii MAIDEN EM DIFERENTES ESPAÇAMENTOS DE PLANTIO EM PATO BRANCO PARANÁ Driéli Aparecida Reiner 1, Edson Roberto Silveira 2, Marlene de Lurdes Ferronato 3, Alan Dyego Menegassi 4 Resumo A finalidade do trabalho foi analisar a dinâmica de crescimento de Eucalyptus dunnii Maiden diante quatro diferentes arranjos de plantio, 3 x 3 m, 3 x 2 m, 2 x 2 m e 1,5 x 1,5 m, na cidade de Pato Branco - Paraná. Conduzido na área experimental do curso de Agronomia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Pato Branco. O delineamento utilizado foi de blocos ao acaso com três repetições e quatro tratamentos. O plantio das mudas foi realizado em 2008, sendo feitas avaliações anuais. Com os resultados podemos concluir que nos primeiros anos de experimento não ocorreu diferença significativa para as variáveis altura, diâmetro, volume individual e volume por hectare de madeira produzida. No quarto ano de avaliação houve diferença significativa entre os espaçamentos para o diâmetro, volume individual e volume por hectare de madeira produzido, sendo que o espaçamento 1,5 x 1,5 m resultou nos menores valores de diâmetro e volume individual, e o maior valor para volume por área devido o maior número de plantas por área. O espaçamento 3,0 x 3,0 m mostrou os maiores valores para o diâmetro e volume individual de madeira, porém, resultou em menor volume por hectare. Palavras-chave: Arranjo de Plantas. Silvicultura. Manejo Florestal. Abstract Development of eucalyptus in different spacing planting in Pato Branco Paraná. The purpose of this study was to analyze the dynamic growth of Eucalyptus dunnii Maiden before four different planting arrangements, 3 x 3 m, 3 x 2 m, 2 x 2 m and 1.5 x 1.5 m, in the city of Pato Branco - Parana. Conducted in experimental area of the course of Agronomy of Federal Technological University of Parana, Campus Pato Branco. The design was used in a randomized complete block design with three replicates and four treatments. The planting of seedlings was conducted in 2008, being made annual evaluations. With the results we can conclude that in the early years of the experiment there was no significant difference for the variables height, diameter, individual volume and volume per hectare of wood produced. In the fourth year of assessment there was no significant difference between the spacings for the diameter, individual volume and volume per hectare of wood produced, being that the spacing 1.5 x 1.5 m resulted in smaller diameter values and individual volume, and the largest value for volume per area because the greater number of plants per area. The spacing 3.0 x 3.0 m showed the highest values for the diameter and volume of individual wood, however, has resulted in lower volume per hectare. Keywords: Arrangement of Plants. Forestry. Forest Management. INTRODUÇÃO O Setor Florestal Brasileiro conta com, aproximadamente, 530 milhões de hectares de Florestas Nativas, 43,5 milhões de hectares em Unidades de Conservação Federal e 4,8 milhões de hectares de Florestas plantadas com pinus, eucalipto e acácia-negra. Com a exploração de áreas de Florestas Nativas mais a exploração das Florestas Plantadas gera mais de 2 milhões de empregos, contribui com mais de US $ 20 bilhões para o PIB, exporta mais de US$ 4 bilhões (8% do agronegócio) e contribui com 3 bilhões de dólares em impostos, ao ano, arrecadados de 60.000 empresas (EMBRAPA, 2011a). A demanda por madeira e seus derivados tem aumentado a cada dia. Houve um aumento no consumo de madeira devido à instalação de novas unidades fabris de HDF, MDF e celulose. A extração de madeira nativa 1 Acadêmica do curso de Agronomia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Via do Conhecimento, Km1 CEP 85503-390- Pato Branco, PR, Brasil, e-mail drielireiner@hotmail.com 2 Engenheiro Agrônomo, Dr. professor e pesquisador adjunto da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Via do Conhecimento, Km1 CEP 85503-390- Pato Branco, PR, Brasil, e-mail: esilveira.utfpr@gmail.com 3 Engenheira Agrônoma, Dra. professora e pesquisadora adjunta da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Via do Conhecimento, Km1 CEP 85503-390- Pato Branco, PR, Brasil, e-mail marlene.ferronato@gmail.com 4 Acadêmico do curso de Agronomia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Via do Conhecimento, Km1 CEP 85503-390- Pato Branco, PR, Brasil, e-mail: alan_menegassi@yahoo.com

também se torna mais escassa a cada dia, devido à proibição do seu corte, obrigando o setor moveleiro a buscar novas tecnologias para passar a utilizar madeira produzida em florestas cultivadas. Isso fez com que a cadeia florestal fosse consideravelmente impulsionada nos últimos anos. O cultivo de árvores é uma ótima possibilidade de investimento para pequenos, médios e grandes proprietários rurais, desde que esteja de acordo com as exigências do mercado (TECNOPLANTA, 2012). Apesar da participação das plantações florestais estarem aumentando em todos os segmentos em relação a das Florestas Nativas, o setor acredita que com base nas expectativas de crescimento de demanda, haverá uma necessidade de plantio em torno de 630 mil hectares ao ano, ao invés dos 200 mil hectares atuais. A Sociedade Brasileira de Silvicultura - SBS distribui essa necessidade de plantio como sendo: 170 mil ha / ano para celulose, 130 mil ha / ano para madeira sólida, 250 mil ha / ano para carvão vegetal e 80 mil ha / ano para energia (EMBRAPA, 2011b). Devido a crescente demanda por produtos florestais, aliada ao custo de produção (ANDRADE, 1991), as diversas espécies de eucalipto passam a ser plantadas no Brasil para a produção de madeira para várias finalidades em função do seu rápido crescimento, boa adaptabilidade ecológica e boa qualidade de madeira (BERGER et al., 2002). Segundo Caetano (2007), o eucalipto teve boa adaptação ao clima brasileiro, e sua média anual de crescimento gira em média 25 metros cúbicos por hectare ao ano, bem superior ao dos Estados Unidos e África do Sul, que crescem 15 e 18 metros cúbicos respectivamente. O gênero Eucalyptus cobre a maior área dos reflorestamentos no mundo. O grande número de espécies deste gênero, a grande plasticidade ecológica e a sua excelente produção tornaram-no matéria-prima de inúmeras indústrias florestais, o que permitiu um rápido avanço no conhecimento silvicultural e tecnológico de muitas espécies (FINGER et al., 1993a). Os reflorestamentos buscam racionalizar o aproveitamento do ambiente com utilização de espaçamentos adequados aos objetivos da produção. Estes espaçamentos são, entretanto, adequados a determinadas fases de desenvolvimento das plantas e muito amplos ou apertados a outras. O estabelecimento da competição por água, luz e nutrientes provoca a dominância e a morte de alguns exemplares, os quais somados a outras perdas (morte de árvores por ataque de pragas, ventos, operações de corte e transporte de madeira) levam a redução da população de árvores, bem como do volume total produzido em rotações subsequentes (FINGER et al., 1993b). A maior parte dos investimentos correntes é direcionada para as operações de plantio e para colheita e transporte florestal (ABRAF, 2011). O espaçamento, ou densidade de plantio, é provavelmente uma das principais técnicas de manejo que visa a qualidade e a produtividade da matéria-prima e influencia as taxas de crescimento, qualidade da madeira, idade de corte, desbastes, manejo e custos de produção. Segundo a Sociedade Brasileira de Silvicultura (2005), a produtividade florestal brasileira chega a ser 10 vezes maior do que a de outros países concorrentes. Enquanto aguardam 40 anos para o corte de uma árvore de pinus no hemisfério Norte, aqui ela pode ser explorada aos 14 anos. No eucalipto, a precocidade é ainda maior, além de ter-se desenvolvido técnicas para utilização de terrenos degradados. A oferta de mão de obra qualificada, facilidade de acesso marítimo e outros fatores, tem aliciado grupos industriais internacionais a se instalarem aqui. Segundo Brasil e Ferreira (1971) o objetivo principal da silvicultura moderna é o acréscimo volumétrico de produção para atender as demandas cada vez maiores de madeira. Esse aumento volumétrico está associado à qualidade da madeira, tendo em vista sua utilização final. Nas determinações de qualidade da madeira a densidade é o índice mais utilizado, pois se correlaciona diretamente com o rendimento em peso e também com as propriedades físico-mecânicas da madeira. Para Morais (2006), as florestas de Eucalipto têm sido as preferidas para o plantio, por apresentar diversas finalidades, excelente produção volumétrica e boas características da madeira. O autor ainda comenta que as práticas silviculturais são uma forma de melhorar ainda mais o desempenho das florestas e adequá-las aos objetivos dos produtos finais. Dentre essas práticas cabe destacar a fertilização, o desbaste, a desrama e, sobretudo o espaçamento inicial de plantio que afeta o volume produzido e as características da madeira. O sucesso de qualquer empreendimento florestal passa, necessariamente, por um adequado planejamento da implantação de suas florestas, no que diz respeito à escolha da espécie, procedência ou clone, do preparo e conservação do solo, da fertilização, do plantio, manejo e colheita final. Um dos principais aspectos envolvidos no manejo refere-se à correta densidade de árvores por unidade de área, no plantio e ao longo do ciclo da floresta, pois ela influenciará não só o crescimento individual das plantas, como também o seu crescimento conjunto (STAPE, 1995 citado por MARTINS et al., 2009). Para Smith (1962). o número ideal de árvores por unidade de área deve ser determinado pela quantidade que, podem crescer tirando o melhor e maior proveito dos fatores de crescimento, produzindo o maior volume de produtos florestais de dimensões forma e qualidade mais convenientes. Quando se estabelece o povoamento florestal em uma área agrícola, a definição do espaçamento inicial é uma das decisões mais importantes, e deve estar associada à finalidade da madeira a ser produzida, já que o espaçamento tem influência marcante na produção, afeta significativamente os custos de implantação (VALE et

al., 1982), manutenção e a exploração da floresta (MELLO et al., 1976) e a qualidade da madeira a ser produzida, pois as plantas competem por luz, água, nutrientes, gás carbônico e espaço (ANDRAE, 1978). O espaçamento implica no desenvolvimento das árvores sob os aspectos tecnológicos, silvicultural e econômico, sendo que pode influenciar várias características quantitativas e qualitativas, interferindo significativamente na morfologia das árvores e no seu crescimento, em particular no diâmetro, independente de suas características genéticas (MIRANDA e NAHUZ, 1999). Guimarães (1956) citado por Simões (1980) trabalhando com Eucalyptus saligna comparou 11 combinações de espaçamentos entre plantas, desde 1,0 x 1,0 m até 3,0 x 2,0 m. Com os volumes de lenha obtidos aos 8 anos de idade concluiu: primeiro há estreita correlação entre os espaçamentos e a produção volumétrica de lenha. À medida que diminui o espaçamento de plantio, aumenta a produção de lenha, mas os aumentos são pequenos. Segundo sob o aspecto econômico, não é aconselhável a adoção de espaçamentos menores que 2,0 x 2,0 m. E em terceiro lugar o espaçamento que forneceu maior lucro líquido foi 4,57 m² por árvore, que corresponde a 3,0 x 1,5 m. Em quarto lugar o espaçamento que apresentou maior renda do capital foi 7,60 m², ou seja, 3,0 x 2,5 m. (NETO et al. (2003) encontraram em experimentos que os maiores valores de biomassa da parte aérea e do sistema radicular por árvore, aos 32 meses de idade, foram observados nos espaçamentos mais amplos quando comparados com os espaçamentos mais reduzidos em razão da reduzida competição entre plantas em densidades populacionais mais baixas. A produção de matéria seca, por unidade de área, aos 32 meses de idade, aumentou com a aplicação de níveis crescentes de fertilizante e decresceu com o aumento do espaçamento entre plantas. Apesar do tamanho reduzido por árvore, a produção de biomassa de madeira, por unidade de área, aumentou com a redução do espaçamento, principalmente em razão do maior número de indivíduos por unidade de área. Monteiro et al. (1984), estudaram a competição de E. dunnii no Estado de São Paulo com vários espaçamentos, concluindo pela maior produção de volume no espaçamento 2,5 x 2,5 m e maior diâmetro médio com 3,0 x 3,0 m, sendo no espaçamento 2,0 x 2,0 m obtido o menor volume e também o menor diâmetro médio. Schneider et al. (1988) em estudos com 12 espaçamentos em E. grandis no Rio Grande do Sul, verificaram a maior produção de madeira obtida no espaçamento de 1,0 x 1,0 m e a menor com 3,0 x 4,0 m aos oito anos de idade. França (1991) observou que os povoamentos de Eucalyptos grandis e Eucalyptos saligna, com espaçamento de 3,0 x 1,5 m e 3,0 x 2,0 m, já se encontram em estado de estagnação a partir dos 7 anos de idade. E ainda um menor número de plantas por hectare pode levar à formação de ramos com maiores diâmetros, redução da desrama natural e do volume a ser obtido no primeiro desbaste, além de apresentar a primeira tora para serraria bastante cônica; por outro lado um maior número de árvores por hectare pode levar à competição entre árvores antes da idade do primeiro desbaste, com diâmetro bastante reduzido das árvores. Para Martins (2008) a escolha do espaçamento para implantação de um plantio de eucalipto tem como objetivo inicial proporcionar para cada árvore o espaço suficiente para se obter o crescimento máximo com melhor qualidade e menor custo. Portanto, torna-se necessário estudos relativos aos índices de qualidade e desenvolvimento da madeira produzida já que o espaçamento tem influência marcante sobre esta. O experimento teve por objetivo analisar a influência que diferentes espaçamentos de plantio provocam nas variáveis individuais diâmetro, altura, volume individual e volume por hectare de madeira produzido nas plantas de Eucalyptus dunnii na região de Pato Branco Paraná. MATERIAL E MÉTODOS O experimento com a cultura do Eucalyptus dunnii Maiden testado em diferentes espaçamentos na região Sudoeste do Paraná, foi instalado na área experimental do curso de Agronomia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, localizada no município de Pato Branco. A área onde o experimento foi instalado se caracteriza como Latossolo Vermelho aluminoférrico em relevo ondulado e textura argilosa, sendo o clima da região do tipo Cfb segundo a classificação climática de Koppen, clima temperado com ocorrência de vegetação de araucárias, com precipitação pluvial média anual de 1.800 mm distribuídos ao longo do ano. Foram feitas medições anuais das variáveis individuais altura e diâmetro a altura do peito. Utilizou-se para o experimento a espécie Eucalyptus dunnii, por ser moderadamente resistente a geadas, com produção de madeira de boa qualidade, apta tanto para o consumo em lenha, estacas, palanques, quanto para a industrialização em serraria e laminadora, sendo as mudas obtidas junto a um viveirista da região, já previamente adaptadas para o clima local. O experimento foi implantado em agosto de 2008, sendo que as mudas apresentavam cerca de 15 cm, e utilizou-se cerca de 500 mudas para a instalação e de 200 para o replantio quando necessário. As mudas foram adubadas com cama de aves, na dosagem de 300 gramas por planta, sendo realizadas duas aplicações por coroamento, a primeira em março de 2009, a segunda em julho de 2009. A terceira adubação foi realizada com

adubo químico NPK (Nitrogênio, Fósforo e Potássio), na formula 8-20-20 fornecendo 200 gramas por planta em torno das mesmas, no mês de novembro de 2009. O delineamento estatístico utilizado foi o de blocos ao acaso, com três repetições e quatro tratamentos. Os tratamentos foram constituídos de quatro arranjos iniciais de plantio: Tratamento 1: 1,5 x 1,5 m (2,25 m²); Tratamento 2: 2 x 2 m (4,00 m²); Tratamento 3: 2 x 3 m (6,00 m²); Tratamento 4: 3 x 3 m (9,00 m²). Cada parcela foi constituída de 5 linhas de plantio, sendo as avaliações realizadas em todas as linhas de cada parcela. A área foi subdividida em três blocos (três repetições), totalizando 12 unidades experimentais, com espaçamento de 3,0 m entre parcelas e de 4,0 m entre blocos. Também foi calculado volume por planta e volume por hectare de madeira produzida. Para o cálculo dos volumes de madeira foi feita uma transformação de DAP em área basal e usado um fator de forma médio de 0,5, utilizado para uma estimativa rápida do volume individual do povoamento, onde o plantio apresentava características semelhantes. O volume por área foi definido pelo volume por planta multiplicando o número de plantas por aérea. A primeira medição no ano de 2009 foi feita nas plantas para determinação do diâmetro do colo com auxilio de um paquímetro digital. Para determinação da altura total foi utilizada uma régua milimétrica. Para as medições posteriores se utilizou um paquímetro manual para determinar o diâmetro a altura do peito (DAP) que é localizada a 1,3 m de altura, e uma trena graduada para medir a altura total, e posteriormente a terceira e a quarta medição foram feitas com uso de Hipsômetro de BLUME-LEISS, que é um instrumento dendrométrico da classe dos hipsômetros concebido pelo alemão Oberslandforstmeiter Blume, e permite a medição da altura das árvores, através do cálculo de ângulos fornecendo diretamente as distâncias horizontais pré-definidas através de uma mira e um aparelho óptico, assim a medição fica mais fácil com estes equipamentos. Os dados referentes ao diâmetro à altura do peito e a altura das plantas foram coletados em maio de 2012, estes foram utilizados para cálculo de volume por planta e volume por área de madeira produzida pelas mudas de Eucalipto. Os resultados obtidos foram tabulados e submetidos a comparação de média pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro, utilizando o programa ASSISTAT Versão 7.6 beta (2011). RESULTADOS E DISCUSSÃO Para as análises realizadas em maio de 2012, ou seja, no quarto ano de avaliação do experimento, para o desenvolvimento em diâmetro a altura do peito, volume individual de madeira das plantas e volume de madeira por hectare, houve diferenças significativas a 1% de probabilidade nas fontes de variação entre os anos, entre o espaçamento e entre os anos x espaçamento, como observado na Tabela 01. Tabela 01. Quadrados médios da análise da variância dos caracteres estatura de plantas, diâmetro de plantas, volume por planta e volume por hectare de Eucalyptus dunnii entre os anos de 2009 a 2012. Área experimental UTFPR Pato Branco, 2012. Table 01. Mean squares analysis of variance of the characters plant height, plant diameter, volume per tree and volume per hectare of Eucalyptus dunnii between the years 2009 to 2012. Experimental area UTFPR Pato Branco, 2012. Fontes de variação G.L. Altura DAP Volume pl -1 Volume ha -1 Anos 3 417.21 ** 296.97 ** 0.019 ** 92360.44 ** Espaçamento 3 0.008 ns 5.64 ** 0.0006 ** 13556.68 ** Anos x Espaçamento 9 0.0038 ** 1.12 * 0.0002 ** 3231.19** Tratamentos 15 83.44 ** 61.19 ** 0.004 ** 23122.14** Blocos 2 0.19 ns 1.19 ns 0.0001 ns 927.06** Erro 30 0.06 0.36 0.00006 411.95 Média Geral 8.37 7.71 0.0037 83.53 Coeficientes de variação (%) 3.11 7.84 20.21 24.29 * e ** são significativos a 5% e 1% de probabilidade de erro pelo teste F, ns= não significativo; GL= graus de liberdade, GLtotal=47. Apenas não existiu diferença significativa para o crescimento em altura entre os diferentes tratamentos, ou seja a altura média de cada tratamento se mostrou semelhante durante os quatro anos observados, porém com o incremento durante o desenvolvimento das plantas, de um ano para o outro ocorreu significativas diferenças de crescimento em altura a 1% de probabilidade. A variável diâmetro à altura do peito não distinguiu estatisticamente entre os anos de 2009 e 2010, muito provavelmente por ainda não ter sido estabelecida a competição das plantas por água, luz e nutrientes (NETO et al., 2003), mas nos outros anos esta diferença foi significativa, sendo que a cada ano houve um incremento, e o ano de 2012, último ano avaliado, exibiu o maior diâmetro (Tabela 02). No ano de 2012, o espaçamento 3,0 x 3,0 m revelou o mais elevado diâmetro e diferiu estatisticamente dos outros, sendo que o espaçamento 1,5 x 1,5 m mostrou o menor diâmetro de todos, semelhante ao encontrado por França (1991) que afirma que espaçamentos com um maior número de árvores por hectare pode levar à

competição entre estas, resultando em um diâmetro bastante reduzido das árvores, e que espaçamentos com menor número de plantas por hectare pode levar à formação de maiores diâmetros, e maior volume a ser obtido individualmente. Tabela 02. Comparação de médias para o diâmetro à altura do peito de plantas de Eucalyptus dunnii conduzidos sob quatro espaçamentos de plantas entre os anos de 2009 a 2012. Área experimental UTFPR Pato Branco, 2012. Table 02. Comparison of averages for the diameter at breast height of Eucalyptus dunnii conducted under four plant spacings between the years 2009 to 2012. Experimental area UTFPR Pato Branco, 2012. Anos DAP (cm) 1.5 x 1.5 2.0 x 2.0 3.0 x 2.0 3.0 x 3.0 Média dos espaçamentos 2009 1,02 da 1,12 da 1,01 da 1,12 da 1,07 d 2010 6,66 ca 7,00 ca 7,31 ca 7,51 ca 7,12 c 2011 8,91 bb 9,55 bb 10,24 bab 11,26 ba 9,99 b 2012 10,96 ac 12,27 abc 13,35 aab 14,08 aa 12,66 a Média dos anos 6,89 C 7,48 BC 7,98 AB 8,48 A Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey ao nível de 5% de probabilidade de erro. Letras minúsculas e maiúsculas indicam diferença entre anos e espaçamentos, respectivamente. O volume individual calculado através da altura e do diâmetro das plantas foi análogo nos anos de 2009 e 2010, pois, nem a altura das árvores nem o diâmetro destas diferiu, tanto entre os tratamentos quanto entre os dois anos, devido a falta de competição entre as plantas, Tabela 03. Tabela 03. Comparação de médias do volume individual de plantas de Eucalyptus dunnii conduzidos sob quatro espaçamentos de plantas entre os anos de 2009 a 2012. Área experimental UTFPR Pato Branco, 2012. Table 03. Comparison of average volume of individual trees of Eucalyptus dunnii conducted under four plant spacings between the years 2009 to 2012. Experimental area UTFPR Pato Branco, 2012. Anos Volume por planta (m³) 1.5 x 1.5 2.0 x 2.0 3.0 x 2.0 3.0 x 3.0 Média dos espaçamentos 2009 0,00 ca 0,00 ca 0,00 ca 0,00 ca 0,00 d 2010 0,012 ca 0,013 ca 0,014 ca 0,015 ca 0,013 c 2011 0,037 bb 0,043 bab 0,049 bab 0,059 ba 0,047 b 2012 0,066 ac 0,082 abc 0,098 aab 0,109 aa 0,089 a Média dos anos 0,029 D 0,034 C 0,047 B 0,089 A Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey ao nível de 5% de probabilidade de erro. Letras minúsculas e maiúsculas indicam diferença entre anos e espaçamentos, respectivamente. No ano de 2011, mesmo com a altura parecida, o maior diâmetro exibido foi no espaçamento 3,0 x 3,0 m, consequentemente este expôs o maior volume individual de madeira por árvore, e o tratamento 1,5 x 1,5 m como havia apresentado o menor diâmetro resultou em menor volume individual. Existiu diferença significativa nos resultados mostrados entre a variável ano, para 2010, 2011 e 2012. E em 2012, ainda com altura semelhante entre os tratamentos, o 3,0 x 3,0 m manteve-se como o de maior volume individual, seguido pelo 3,0 x 2,0 m, o 2,0 x 2,0 m, e com o menor volume o 1,5 x 1,5 m. Na figura 01 podemos melhor observar o grande destaque de desenvolvimento para o espaçamento 3,0 x 3,0 m que proporcionou o maior volume individual até o quarto ano avaliado. O volume por hectare nos anos de 2009 e 2010, não mostrou diferença entre os tratamentos e entre os dois anos. Em 2011, o volume exibido foi distinto em comparação com o ano de 2010. O espaçamento 1,5 x 1,5 m não foi semelhante aos demais neste mesmo ano de 2011 e revelou o maior volume por área, Tabela 04.

Figura 01. Volume individual de madeira em metros cúbicos por hectare de plantas de Eucalyptus dunnii conduzidos sob quatro espaçamentos de plantas entre os anos de 2009 a 2012. Letras minúsculas e maiúsculas indicam diferença entre anos e espaçamentos, respectivamente. Área experimental UTFPR Pato Branco, 2012. Figure 01. Individual volume of wood in cubic meters per hectare of Eucalyptus dunnii conducted under four plant spacings between the years 2009 to 2012. Uppercase and lowercase letters indicate differences among years and spacing, respectively. Experimental area UTFPR Pato Branco, 2012. Em comparação com o ano de 2011, teve diferença no volume por hectare apresentado em 2012, e entre os tratamentos neste ano, o que apresentou maior volume por hectare foi o espaçamento 1,5 x 1,5 m, seguido do 2,0 x 2,0 m, do 3,0 x 2,0 m, e por último com o menor volume o 3,0 x 3,0 m. Mostrando resultados semelhantes ao de Guimarães (1956) citado por Simões (1980) que, trabalhando com Eucalyptus saligna, comparou 11 combinações de espaçamentos entre plantas, e relatou que à medida que diminui o espaçamento de plantio, aumenta a produção de lenha. Tabela 04. Comparação de médias do volume por hectare de madeira de plantas de Eucalyptus dunnii conduzidos sob quatro espaçamentos de plantas entre os anos de 2009 a 2012. Área experimental UTFPR Pato Branco, 2012. Anos Volume por hectare (metros cúbicos) 1.5 x 1.5 2.0 x 2.0 3.0 x 2.0 3.0 x 3.0 Média dos espaçamentos 2009 0,15 ca 0,11 ca 0,05 ca 0,19 ca 0,13 d 2010 53,16 ca 32,09 ca 22,91 ca 16,64 ca 31,20 c 2011 167,07bA 107,47bB 82,37 bb 66,29 bb 105,80 b 2012 295,87aA 207,01 ab 163,53aBC 122,02 ac 197,11 a Média dos anos 129,06 A 86,67 B 67,22 BC 51,28 C Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey ao nível de 5% de probabilidade de erro. Letras minúsculas e maiúsculas indicam diferença entre anos e espaçamentos, respectivamente. O espaçamento menos adensado, ou seja, o 3,0 x 3,0 m, mesmo garantindo um maior desenvolvimento em diâmetro que resultou em maior volume individual por árvore, proporcionou um menor volume por hectare que um espaçamento mais adensado como o 1,5 x 1,5 m. Fato semelhante ao dito por Nylinder (1965) citado por Brasil e Ferreira (1971) que a tendência atual para espaçamentos maiores visa produção de menor volume total de madeira, mas de melhor qualidade, baseada em diâmetros maiores. Isso se deve pelo fato de que mesmo no tratamento 1,5 x 1,5 m ocorrer uma maior competição das plantas por água, luz e nutrientes (NETO et al., 2003), e isso resultar em um menor volume individual, este espaçamento exibe maiores valores de volume por hectare, pois, o número de árvores que se pode alocar em uma mesma área, é mais elevado que em um espaçamento menos adensado. Com os dados obtidos do trabalho podemos constatar que quanto menor o espaçamento utilizado, ocorre maior competição entre as plantas, portanto, espaçamentos mais adensados resultam em plantas com menor diâmetro e menor volume individual, porém, pelo fato de um maior número de árvores por área, gera um maior volume por área. Já os espaçamentos menos adensados proporcionam um maior desenvolvimento individual, ou seja, maiores diâmetros e volume por planta, pois estão dispostos em uma densidade menor, possuem maior área

por planta e menor competição entre as plantas, mas, devido ao menor número de plantas por área, estes apresentam menor volume por hectare. Os resultados mostram semelhança com o encontrado por Neto et al (2003) em seus experimentos conduzidos que revelaram maiores valores de biomassa da parte aérea e do sistema radicular por árvore por planta, nos espaçamentos mais amplos quando comparados com os espaçamentos mais reduzidos em razão da reduzida competição entre plantas em densidades populacionais mais baixas. Mas a produção de matéria seca, por unidade de área, decresceu com o aumento do espaçamento entre plantas. Apesar do tamanho reduzido por árvore, a produção de biomassa de madeira, por unidade de área, aumentou com a redução do espaçamento, principalmente em razão do maior número de indivíduos por unidade de área. O espaçamento adotado pelo produtor na hora da implantação florestal é uma importante decisão, devendo ser apropriada com a finalidade da implantação. Os resultados apresentados neste trabalho ajudam a esclarecer o comportamento da espécie Eucalyptus dunnii diante a adoção de espaçamentos distintos, assim o produtor pode considerar a finalidade da sua implantação, e de acordo com a produção, rendimento, tamanho de plantas desejado, optar pelo espaçamento mais adequado para sua necessidade. CONCLUSÕES Nos primeiros anos de experimento não ocorreu diferença significativa para as variáveis altura, diâmetro a altura do peito, volume individual e volume por hectare de madeira produzida. No quarto ano de avaliação do experimento apenas a altura das plantas não diferiu estatisticamente entre os espaçamentos, porém houve diferença significativa entre os espaçamentos para o diâmetro a altura do peito, volume individual de madeira e volume por hectare de madeira produzido. O espaçamento 1,5 x 1,5 m resultou nos menores valores de diâmetro e volume individual, entretanto, resultaram em maior volume por hectare, devido ao maior número de plantas por área que os espaçamentos menos adensados. O espaçamento 3,0 x 3,0 m mostrou os maiores valores para o diâmetro e volume individual de madeira, pois as plantas possuíam mais espaço para se desenvolverem e havia menos competição entre elas. REFERÊNCIAS ABRAF. Anuário estatístico da ABRAF 2011 ano base 2010. Disponível em <http://www.abraflor.org.br/estatisticas/abraf11/abraf11-br.pdf>. Acesso em: 11 dez. 2011, 23:00. ANDRADE, Helber B. Avaliação de espécies e procedências de Eucalyptus L Héritier (Myrtaceae) nas regiões norte e Noroeste do Estado de Minas Gerais. 1991. Dissertação (Mestrado) Escola Superior de Agricultura do Municipio de Lavras, Lavras, 1991. ANDRAE, F. H. Ecologia florestal. Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 1978, 230p. BERGER, Rute.; SCHNEIDER, Paulo R.; FINGER, César A. G.; HESELEIN, Clóvis R. Efeito do espaçamento e adubação no crescimento de um clone de Eucalyptus saligna Smith. Ciência florestal, Santa Maria, V. 12, n. 2, p.75-87, 2002. BRASIL, M. A. M., FERREIRA, M. Variação Da Densidade Básica Da Madeira De Eucalyptus alba Reinw, E. saligna SMITH E E. grandis Hill Ex-Maiden Aos 5 Anos De Idade, Em Função Do Local E Do Espaçamento. IPEF n.2/3, p.129-149, 1971. EMBRAPA. Sistemas de Produção, 4 Cultivo do Eucalipto. Disponível em: <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/fonteshtml/eucalipto/cultivodoeucalipto/index.htm>. Acesso em 20 nov. 2011. FINGER, César A. G.; SCHNEIDER, Paulo R.; EUCLIDES, Jorge. Produção de Florestas de Eucalyptus grandis hill ex maiden em Segunda Rotação, Conduzidas com um Broto por Touça e Submetidas a Interplantio. Ci. Flor., Santa Maria, v.3, n.1, p. 185-201, 1993. FRANÇA, F.S. Indicação da espécie e do manejo florestal para produção de madeira de eucaliptos para serraria. (Relatório Interno da DURATEX S. A. 62.0305) 1991, p.12. SIMÕES, João W.; COELHO, Antonio S. R.; MELLO, Helladio A.; COUTO, Hilton T. Z. Crescimento E Produção De Madeira De Eucalipto. IPEF n.20, p.77-97, jun.1980.

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