TÍTULO: METODOLOGIA PARA REUTILIZAÇÃO E DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO CANTEIRO DE OBRA

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Transcrição:

16 TÍTULO: METODOLOGIA PARA REUTILIZAÇÃO E DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO CANTEIRO DE OBRA CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA SUBÁREA: ENGENHARIAS INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA AUTOR(ES): ALAINE SILVA SOUZA SANTOS, ANA CAROLINA AMARAL BATALHA, DANILO DA SILVA SAIBRO ORIENTADOR(ES): ORLANDO CARLOS BATISTA DAMIN

1. RESUMO O intenso crescimento da geração dos resíduos sólidos traz consigo uma preocupação ambiental, a destinação destes no meio ambiente. A aceleração da Urbanização nos últimos tempos evidencia um volume de resíduos de construção civil (RCC) em torno de 50% de todo resíduo gerado pelos municípios. Objetiva-se mapear todas as etapas de uma obra e identificar os tipos de resíduos sólidos produzidos em cada uma delas, a fim de encontrar a melhor maneira de gerenciá-los, reutilizando-os nas etapas subsequentes a sua produção ou sua destinação adequada. Através de pesquisas realizadas em materiais produzidos por autores estudiosos do tema e da Resolução do CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002, foi possível evidenciar as formas de reutilização e procedimentos (caracterização, reutilização, reciclagem e destinação) para o desenvolvimento da metodologia de reutilização e destinação dos RCC s no canteiro de obra. Grande quantidade das obras, não se preocupam e não apresentam um plano de estudo para a reutilização destes resíduos em etapas subsequentes. Quanto a destinação, as mesmas costumam adotar o uso de caçambas para depositar os resíduos, tornando a empresa contratada responsável pelo destino final. A montagem do canteiro, fundação e superestrutura são as etapas da obra que produzem a maior quantidade de substratos com potencial de reaproveitamento e as etapas de pintura e cobertura são as que não produzem resíduos com este potencial. 2. INTRODUÇÃO Em 5 de julho de 2002, o CONAMA em sua resolução nº 307, observando a representatividade significativa dos RCC s em relação ao percentual dos resíduos sólidos produzidos nas áreas urbanas, estabeleceu orientações e ações para a redução dos impactos ambientais causados pelos mesmos. A resolução classifica os resíduos e fornece padrões para a elaboração e implementação de um Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. A produção de resíduos sólidos pela indústria da construção civil vem atingindo volumes expressivos, tornando-se um dos principais agentes de poluição ambiental. Nesse cenário, será desenvolvida uma metodologia que possibilite a reutilização dos resíduos sólidos no seu próprio polo produtor, em etapas

posteriores, gerando impacto econômico positivo e tornando-se uma possível solução para a problemática ambiental. 3. OBJETIVO Mapear todas as etapas de uma obra e identificar os tipos de resíduos sólidos produzidos em cada uma delas, a fim de encontrar a melhor maneira de gerenciá-los reduzindo o impacto ambiental e minimizando os custos. Dividir o processo construtivo em etapas para qualificar os resíduos gerados, analisar as formas de destinação dos resíduos aplicadas na região e encontrar possibilidades de reutilização dos resíduos nas etapas subsequentes a sua produção. 4. METODOLOGIA O estudo foi realizado através de pesquisas bibliográficas, em livros e no site Google acadêmico e leitura de textos científicos, leis e normas da Associação Brasileira de Normas técnicas (ABNT) que estabelecem diretrizes para o gerenciamento de RCC s. Realizamos visita em uma obra localizada no centro da cidade de Mongaguá, estado de São Paulo, com o intuito de visualizar como os resíduos sólidos são gerados e entender como é feita a segregação, armazenagem e destinação e a importância desse processo. Com o auxílio da bibliografia utilizada, qualificamos esses resíduos e identificamos maneiras de reaproveitá-los em etapas subsequentes ou destiná-los de maneira adequada, caso não seja possível sua reutilização. Na metodologia, estes resíduos, quando não reutilizados em etapas posteriores, serão destinados a empresas deste seguimento, para a fabricação de novos materiais. A partir disso, desenvolvemos fluxogramas que apresentam as etapas da obra, com a qualificação dos resíduos gerados, o estudo da possibilidade de reutilização e reciclagem dos mesmos em etapas seguintes e a destinação mais apropriada. 5. DESENVOLVIMENTO A gestão estabelecerá o processo adequado, sendo a caracterização dos resíduos, a divisão da obra em etapas principais, a segregação dos substratos, a reutilização e reciclagem e a sua disposição final.

A caracterização é uma das fases mais importantes do método de reutilização e destinação do RCC. Cada etapa da obra produz seus resíduos específicos, para melhor identifica-los, segue abaixo a tabela 1. Tabela 1 Geração de resíduo por etapa de uma obra Fases da obra Tipos de resíduos possivelmente gerados Limpeza do terreno Solos Rochas, vegetação, galhos Montagem do Canteiro Bloco cerâmico, concreto (areia e brita) Madeira Fundações Solos e rochas Concreto (areia e brita) Superestrutura Madeira Sucata de ferro, fôrmas plásticas Alvenaria Blocos cerâmicos, blocos de concreto, argamassas Papel, plástico Instalações hidro sanitárias Blocos cerâmico PVC, PPR Instalações elétricas Bloco cerâmico Conduites, mangueiras, fios de cobre Reboco Revestimentos Argamassa Pisos e azulejos cerâmicos Piso laminado de madeira, argamassa, papel, papelão, plástico Forro de gesso Placas de gesso acartonado Pinturas Coberturas Tintas, seladoras, vernizes, texturas Madeiras Fonte: Volotto 2007, adaptado pelo autor Cacos de telhas de fibrocimento

Na fase da segregação, devemos reunir todo o material gerado e separar de acordo com a sua classe e características após cada atividade executada, em um período determinado pelo gerador no local que o próprio resíduo foi produzido ou em áreas de destinação adequadas para essa finalidade. Esses resíduos devem ser empilhados próximo ao local em que foi gerado de forma que facilite seu posterior transporte, armazenamento e destinação e que evite alguma forma de contaminação. Segundo Suzuki Lima, R. e Rosa Lima, R. R. (2009), no Brasil onde 90% dos resíduos gerados pelas obras são passíveis de reciclagem e levando ainda em conta a sua contínua geração, a reciclagem dos RCC é de grande importância para que não ocorra a necessidade de utilização de novas matérias primas, uma vez que esses resíduos voltarão para obra em outras etapas. A reutilização dos RCC s pode ser realizada tanto dentro da própria obra como fora da mesma, como mostra a tabela 2. Fases da obra Limpeza do terreno Tabela 2 - Identificação dos resíduos por etapas da obra e possível reaproveitamento Tipos de resíduos possivelmente gerados Possível reutilização no canteiro Solos Reaterros Aterros Rochas, vegetação e galhos - - Possível reutilização fora do canteiro Montagem do Canteiro Bloco cerâmico e concreto (areia e brita) Base de piso, enchimentos Fabricação de agregados Madeira Formas, escoras, travamentos (gravatas) Lenha Fundações Solos Reaterros Aterros Rochas Concreto (areia e brita) Jardinagem e muros de arrimo Base de piso e enchimentos Superestrutura Madeira Cercas e portões Lenha - Fabricação de agregados Sucata de ferro e fôrmas plásticas Reforço para contrapisos Reciclagem Alvenaria Instalações hidro sanitárias Blocos cerâmicos, blocos de concreto e argamassas Base de piso, enchimentos e argamassas Papel e plástico - Reciclagem Blocos cerâmico Base de piso e enchimentos PVC e PPR - Reciclagem Fabricação de agregados Fabricação de agregados

Fases da obra Instalações elétricas Reboco interno/externo Tipos de resíduos possivelmente gerados Bloco cerâmico Conduítes, mangueiras e fios de cobre Possível reutilização no canteiro Possível reutilização fora do canteiro Base de piso e Fabricação de agregados enchimentos - Reciclagem Argamassa Argamassa Fabricação de agregados Revestimentos Pisos e azulejos cerâmicos - Fabricação de agregados Piso laminado de madeira, papel, papelão e plástico - Reciclagem Forro de gesso Placas de gesso acartonado Readequação em áreas comuns - Pinturas Tintas, seladoras, vernizes e texturas - Reciclagem Coberturas Madeiras - Lenha Cacos de telhas de fibrocimento Fonte: Volotto 2007, adaptado Lima (2009). - - A reciclagem pode ser efetuada na própria obra. Temos como exemplo a areia reciclada ou pó de pedra que podem ser utilizados em argamassas para marcação de alvenaria ou até mesmo bases para pisos de concreto sem função estrutural. Na destinação, o gerador deve escolher o mais apropriado entre a área de transbordo e triagem (ATT), os aterros de RCC ou então as áreas de reciclagem (AR). Na tabela 3, encontra-se qual é a separação adequada e sua destinação. Tabela 3: Destinação adequada para os RSCC, baseada no Sinduscon, SP, 2005 Fases da obra Limpeza do terreno e Fundação Montagem do canteiro, Alvenaria, Instalações hidrossanitárias, Instalações Elétricas, Reboco interno/ externo e Cobertura Resíduos Solos e rochas Blocos cerâmicos, blocos de concreto, argamassas e demais componentes cerâmicos, concreto, tijolos e semelhantes Separação adequada É necessário examinar o tipo de solo e de rocha, para definir a destinação. Separar de modo que a destinação seja a reciclagem desses resíduos, permitindo que os mesmos virem agregados. Destinação Desde que não estejam contaminados, esses resíduos podem ser reaproveitados para aterramento, aterros de resíduos da construção civil licenciados ou empresas que reaproveitam para outros fins. ATT, AR, aterros de RCC licenciados ou empresas recicladoras. Esses resíduos podem ser reciclados para uso em pavimentos e concretos sem função estrutural.

Fases da obra Resíduos Separação adequada Montagem do Madeira Para se usar em canteiro, caldeiras, deve-se Superestrutura e separar a Cobertura. serragem dos demais resíduos de madeira Montagem do canteiro, Superestrutura e Cobertura. Superestrutura e Instalações elétricas Serragem Metal (Ferro, aço, fiação revestida, arames etc.) Ensacar e proteger de adversidades Não há. Destinação Reutilização das peças ou uso delas para combustível em fornos ou caldeiras são as possíveis atividades econômicas para este resíduo. Usado para proteger as tubulações e caixas de passagem elétrica na hora da concretagem. Também podem ser reutilizados para absorção e secagem de óleo, produção de briquete (geração de energia), entre outros. Este tipo de resíduo é destinado a empresas, cooperativas ou associações de coleta seletiva que reciclam e comercializam. Alvenaria, Instalações hidrosanitárias e Revestimento Plástico (embalagens, aparas de tubulações etc.) Limpar as embalagens e aproveitar o máximo dos materiais contidos. Este tipo de resíduo é destinado a empresas, cooperativas ou associações de coleta seletiva que reciclam e comercializam. Alvenaria e Revestimento Papelão (sacos e caixas de embalagens) e Papéis (escritório) Proteger de adversidades. Este tipo de resíduo é destinado a empresas, cooperativas ou associações de coleta seletiva que reciclam e comercializam. Forro de gesso Gesso em placas cartonadas Proteger de adversidades. A reciclagem pode ser possível através do fabricante ou empresas de reciclagem. Revestimento interno Gesso de revestimento e artefatos Proteger de adversidades. Neste caso há possibilidade de reciclagem pela indústria gesseira e empresas de reciclagem. Superestrutura, Alvenaria e Revestimento externo Telas de fachada e de proteção Não há. Podem ser reaproveitadas para confecção de bolsas/sacolas/sacos ou por recicladores de plástico. Superestrutura EPS (poliestireno expandido - exemplo: Isopor) Confinar de modo que evite a dispersão. Este tipo de resíduo é destinado a empresas, cooperativas ou associações de coleta seletiva que reciclam, comercializam ou aproveitam para enchimentos. Pintura Materiais, instrumentos e embalagens contaminados por resíduos perigosos. Utilizar o máximo e descartar Encaminhar para aterros licenciados para recepção de resíduos perigosos.

6. RESULTADOS A metodologia utilizada estabelece a conduta mais adequada quanto ao gerenciamento dos RCC s nas principais etapas de uma obra. Na figura 1 constam os resíduos gerados e as ações adotadas para esta metodologia quanto ao gerenciamento dos substratos produzidos nos serviços preliminares, montagem do canteiro e fundação. Figura 1 Fluxograma dos serviços preliminares, montagem do canteiro e fundação.

Na figura 2 é possível observar como devem ser gerenciados os resíduos produzidos nas etapas da superestrutura, alvenaria e instalações hidrossanitárias e elétricas. Figura 2 Fluxograma da superestrutura, alvenaria e instalações hidrossanitárias e elétricas

Nas etapas de reboco, revestimento, forro de gesso, pintura e cobertura as ações estabelecidas por esta metodologia podem ser observadas na figura 3. Figura 3 Fluxograma de reboco, revestimento, forro de gesso, pintura e cobertura. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Para a destinação e reutilização mais adequada dos resíduos gerados em uma obra, tivemos como base a resolução do CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002 e alguns trabalhos elaborados por estudiosos do tema, onde estão inseridas as etapas de gerenciamento dos resíduos sólidos: caracterização, reutilização, reciclagem e destinação. A partir da elaboração dos fluxogramas, conforme figuras 1, 2 e 3, é possível identificar de forma clara e objetiva, as principais etapas de uma obra, a

qualificação dos resíduos gerados e as possíveis alternativas para reutilizar, reciclar e destinar corretamente estes substratos. Através desta metodologia é possível aprimorar o gerenciamento dos RCC s no canteiro de obra, que vem sendo pouco utilizado. Isto resulta na redução do volume que é disposto em ATT s, AR s, aterros de RCC ou locais inadequados. Observa-se que a montagem do canteiro, fundação e superestrutura são as etapas da obra que apresentam a maior quantidade de substratos com potencial de reutilização, podendo ser aplicados como base de piso, enchimento, fôrmas, escoras e gravatas, cercas e portões, reforço de contrapiso e até mesmo aplicado na jardinagem e em muro de arrimo. A realização deste estudo nos mostrou que a organização é essencial em diversos fatores, bem como, o estudo, preparo e aplicação da metodologia na obra. De acordo com os resultados, foi possível analisar que organizando os resíduos através de suas etapas e classes, a reutilização e destinação passam a ser eficazes e assim colaboram na redução do volume de aterros, diminuindo os impactos ambientais e aquisição de novos materiais. Já os resíduos que não encontramos técnicas para a reutilização em etapas posteriores, indicamos formas de destiná-los corretamente, como por exemplo, empresas de gerenciamento de RCC s que os transformam em novos materiais para construção civil. 7. FONTES CONSULTADAS CARVALHO, J. C. RESOLUÇÃO CONAMA No 307, DE 5 DE JULHO DE 2002. Publicada no DOU nº 136, de 17/07/2002, págs. 95-96. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=307l>. Acesso em: 20 de março de 2016. LIMA, R. S., LIMA. R. R. R. "Guia para elaboração de projeto de gerenciamento de resíduos da construção civil." Série de Publicações Temáticas do Crea-PR. Curitiba: Crea (2009). NETO, C. A. et al. ALTERNATIVAS PARA DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 2ª EDIÇÃO. SindusCon MG (2008)