A Gestão de Resíduos de Construção e Demolição na Região do Norte 30 de Outubro de 2008 Seminário: Gestão de Resíduos de Construção e Demolição

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1 A Gestão de Resíduos de Construção e Demolição na Região do Norte 30 de Outubro de 2008 Seminário: Gestão de Resíduos de Construção e Demolição Mirandela 1

2 Introdução A indústria da construção em Portugal lida com milhares de toneladas dos mais diversos materiais. Grande parte dessa quantidade de materiais são considerados Resíduos de Construção e Demolição (RCD s). São materiais que, quer sejam inutilizados no decorrer de novas construções, quer sejam resultantes de restaurações ou demolições de construções existentes, constituem um problema que tem que ser resolvido, se se quiser que a indústria da construção em Portugal seja sustentável. 2

3 Legislação de RCD s Para quê? Utilização de RCD s reciclados em obra. Reutilização de solos e rochas (recuperação ambiental e paisagística de pedreiras, cobertura de aterros). Reutilização de materiais. GESTÃO ADEQUADA 3

4 Legislação de RCD s Porquê? Grandes quantidades Heterogeneidade Dimensão Granulometria Fluxos e fileiras: Perigosidade: Dispersão geográfica Embalagens Óleos usados Metais Madeira Papel/Cartão.. Inertes Não perigosos Perigosos 4

5 Enquadramento Legal DL 178/2006, de 5 de Setembro -Regime Geral de Gestão de Resíduos (RGGR) DL 46/2008, de 12 de Março - Regime Jurídico de gestão de Resíduos de Construção e Demolição (RCD s) Portaria 209/2004 de 3 de Março - Classificação pela Lista Europeia de Resíduos - LER - Características de perigo atribuíveis aos resíduos - Operações de valorização e de eliminação de resíduos Portaria 417/2008 de 11 de Junho - Transporte de RCD s - guias de acompanhamento 5

6 Articulação da Legislação Legislação RCD s DL 46/2008, de 12 de Março Regime Jurídico da Urbanização e Edificação (RJUE) Lei 60/2007, de 4 de Setembro (art.º S 7º; 53º; 54º;57º e 86º) Código dos Contratos Públicos (CCP) DL 18/2008, de 29 de Janeiro (art.º S 43º; 394º; 395º) Legislação de Fluxos de Resíduos 6

7 Decreto-Lei nº 178/2006 na gestão de RCD s Artigo 23º Licenciamento das operações de gestão de resíduos Artigo 32º Licenciamento simplificado Artigo 45º a artigo 49º Sistema integrado de registo electrónico de resíduos Artigo 58º Taxas de gestão de resíduos 7

8 Decreto-Lei nº 178/2006 na gestão de RCD s Definição de RCD s - artigo 3º São resíduos provenientes de obras de construção de edifícios e de obras de engenharia civil, reconstrução, ampliação, alteração, conservação e demolição, derrocada de edificações, solos, rochas, vegetação de movimentos de terras e fundações e ainda materiais de manutenção de vias de comunicação. 8

9 Decreto-Lei nº 178/2006 na gestão de RCD s São exemplos: Betão, tijolos, ladrilhos, telhas e outros materiais cerâmicos; Madeira, Vidro, Plástico; Solos e rochas de escavação; Lamas de dragagem; Misturas betuminosas; Metais (incluindo ligas); Materiais de isolamento; Mistura de resíduos de construção e demolição... 9

10 Decreto-Lei nº 46/2008, de 12 de Março Art.º 3º A responsabilidade pela gestão dos RCD s compete a todos os intervenientes no seu ciclo de vida: Produtores; Donos de obra; Operadores de gestão de resíduos; Entidades licenciadoras; Organismos fiscalizadores; Autoridades policiais. Excepção: RCD s provenientes de obras particulares isentas de licença ou de comunicação prévia; responsabilidade da entidade gestora de resíduos sólidos urbanos. 10

11 Decreto-Lei nº 46/2008, de 12 de Março Art.º 3º Em caso de impossibilidade de determinação do produtor, a responsabilidade recai sobre o seu detentor. A responsabilidade extingue-se pela: transmissão dos RCD s a operador licenciado de gestão de resíduos ou pela sua transferência para as entidades responsáveis por sistemas de gestão de fluxos de resíduos. 11

12 Utilização de RDC s em obra Art.º 7º A utilização de RCD s é feita sob especificações técnicas elaboradas pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), na ausência de normas técnicas nacionais e comunitárias. E Guia para utilização de agregados reciclados grossos em betões de ligantes hidráulicos. E Guia para a reciclagem de misturas betuminosas a quente em central. E Guia para a utilização de agregados reciclados em camadas não ligadas de pavimentos. E Guia para a utilização de resíduos de construção e demolição em aterro e camada de leito de infra-estruturas de transporte. 12

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15 Triagem e fragmentação de RCD s Art. º 8º Triagem obrigatória em obra ou em local afecta à mesma (requisitos técnicos constantes no anexo I). Encaminhamento dos RCD s para operador de gestão de resíduos. 15

16 Deposição de RCD s em aterro Art.º 9º A deposição em aterro só é permitida após triagem e quando não há possibilidade de se proceder à reciclagem dos mesmos. 16

17 Plano de Prevenção e Gestão de RCD s (PPG) Art.º 10º Obrigatório para empreitadas e concessões de obras públicas; Condiciona o início e a conclusão das obras; Código dos Contratos Públicos (CCP) (DL 18/2008, de 29 de Janeiro) Modelo do PPG disponível em Deverá estar disponível no local da obra, para efeitos de fiscalização; Deverá ser do conhecimento de todos os intervenientes na execução da obra. 17

18 Gestão de RCD s em obras particulares Art.º 11º Registo de dados de RCD s: Obrigatório para obras particulares sujeitas a licenciamento ou comunicação prévia; Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação (Lei nº 60/2007, de 4 de Setembro) Modelo do registo definido pelo Anexo II do DL 46/

19 Transporte Art.º 12º Efectuado em conformidade com o estipulado pelas: Portaria n.º 335/1997, de 16 de Maio, excepto artigos 5º, 6º e 7º; Portaria n.º 417/2008, de 11 de Junho (Guias de Acompanhamento de Resíduos): ANEXO I RCD s provenientes de um único produtor ou detentor ou mais do que um movimento de resíduos/dia; ANEXO II RCD s provenientes de mais do que um produtor ou detentor de resíduos da mesma obra/dia. 19

20 Licenciamento de operações de gestão de RCD s - Artº 13º Operações de armazenamento, triagem, tratamento, valorização e eliminação Sujeitas ao regime de licenciamento constante dos artigos 23º a 44º do DL 178/2006, de 5 de Setembro Deposição em aterro Sujeita ao DL 152/2002, de 23 de Maio 20

21 Licenciamento de operações de gestão de RCD s - Artº 13º Estão dispensadas: As operações de armazenagem de RCD s na obra durante o prazo de execução da mesma; As operações de triagem e fragmentação de RCD s quando efectuadas na obra; As operações de reciclagem que impliquem a reincorporação de RCD s no processo produtivo de origem; A realização de ensaios para avaliação prospectiva da possibilidade de incorporação de RCD s em processo produtivo; A utilização de RCD s em obra. 21

22 A Gestão de RCD s - Tipos de Gestão 1. Reutilização de materiais Em obra Em outros locais 2. Valorização de RCD s Triagem e Reciclagem Em obra Em outros locais 3. Deposição de RCD s em Aterro 22

23 1. Reutilização de materiais Reutilização significa tratar, separar e limpar os materiais e elementos, de forma a estes poderem ser utilizados novamente, na mesma ou em função semelhante. Exemplos de materiais reutilizados: Tijolos; Telhas; Vigas de madeira; Portas; Janelas;... 23

24 1. Reutilização de materiais - Solos e Rochas Em obra Preferencialmente devem ser reutilizados no trabalho de origem de construção, reconstrução, ampliação, alteração, reparação, conservação, reabilitação, limpeza e restauro, bem como em qualquer outro trabalho de origem que envolva processo construtivo, abreviadamente designado por obra de origem. Em outros locais Quando não sejam reutilizados na respectiva obra de origem podem ser utilizados noutra obra sujeita a licenciamento ou comunicação prévia, na recuperação ambiental e paisagística de pedreiras, na cobertura de aterros destinados a resíduos ou, ainda, em local licenciado pela câmara municipal (nos termos do art.º 1º do DL n.º 139/89, de 28 de Abril). 24

25 2. Valorização de RCD s -Triagem e Armazenagem Os materiais que não seja possível reutilizar e que constituam RCD s, são obrigatoriamente objecto de triagem em obra com vista ao seu encaminhamento, por fluxos e fileiras de materiais, para reciclagem ou outras formas de valorização. Nos casos em que não possa ser efectuada a triagem dos RCD s na obra ou em local afecto à mesma, o respectivo produtor é responsável pelo seu encaminhamento para operador de gestão de resíduos licenciado. 25

26 2. Valorização de RCD s - Triagem e Armazenagem Requisitos técnicos mínimos 1. Vedação. 2. Sistema de controlo de admissão. 3. Sistema de pesagem com báscula. 4. Sistema de combate a incêndios. 5. Zona de armazenagem/triagem coberta, com piso impermeabilizado, sistemas de recolha e drenagem de águas pluviais, de lavagem e de derrames, dotado de separadores de óleos e gorduras, quando aplicável. 6. Utilização de contentores adequados e identificados para o armazenamento selectivo de resíduos (incluindo perigosos), tais como: resíduos de papel/cartão, madeiras, metais, plásticos, vidro, cerâmicas, resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos, embalagens, betão, alvenaria, materiais betuminosos; e de outros materiais destinados a reutilização, reciclagem ou outras formas de valorização. 26

27 2. Valorização de RCD s - Reciclagem Reciclar significa tratar, separar e limpar os materiais, de forma a estes poderem ser utilizados como matérias-primas novamente. Exemplos: através de triagem e britagem de betão, resultam britas e areias; o metal e plástico podem ser fundidos e serem utilizados como substitutos ou acessórios aos materiais primários. 27

28 2. Valorização de RCD s - Reciclagem Requisitos técnicos mínimos 1. Vedação. 2. Sistema de controlo de admissão. 3. Sistema de pesagem com báscula. 4. Zona para prévia armazenagem, coberta e com piso impermeabilizado, dotada de sistema de recolha e encaminhamento para destino adequado de águas pluviais, águas de limpeza e de derramamentos e, quando apropriado, dotado de decantadores e separadores de óleos e gorduras. 5. Zona de reciclagem, impermeabilizada, equipada com sistema de recolha e encaminhamento para destino adequado de águas pluviais, águas de limpeza e de derramamentos e, quando apropriado, dotado de decantadores e separadores de óleos e gorduras. 28

29 3. Deposição de RCD s em Aterro Aterro para RCD s em Pedreiras - solução de recuperação ambiental e paisagística Vantagens envolvente; controlo Explorador - tarifa cobrada, material de enchimento; Produtores/detentores - obrigados à deposição destes resíduos em local licenciado, para além de estarem isentos da TGR prevista no art.º 58 do DL 178/2006, de 5 Setembro; Ambiente - reposição da topografia e a integração paisagística da pedreira na sua ambiental mais exigente. 29

30 Operadores licenciados Existem na Região Norte cerca de 50 operadores (públicos e privados) licenciados para a gestão de resíduos diversos, onde se incluem RCD s. 30

31 Aterros de RCD s em Pedreiras na Região Norte Licenciados: Pedreira Quinta do Moínho, em Vila Nova de Gaia Solusel, Lda. Pedreira Aradeira, em Vila Pouca de Aguiar Adifer, Lda. Pedreira Maninho, em Vila Nova de Gaia Civopal, Lda. Aprovados, mas ainda não licenciados Pedreira Alto das Relvas, em Vila Real Artebetão, SA. Pedreira Tapada de Negrelos, em Vila Nova de Gaia Benjor, Lda. 31

32 Muito Obrigado 30 de Outubro de 2008 Seminário: Gestão de Resíduos de Construção e Demolição na Região Norte Mirandela 32