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Transcrição:

PROGRAMA CONEXÃO ESPORTE 1 Ana Venância da Silva PACHÊCO 2 Hiolanda Mendes de LIMA 3 Emilly Cruz GUIMARÃES 4 André Tobias Castro de BRITO 5 Máyra Marcela Ramos da SILVA 6 Natasha de Araújo Souza VILLAÇA 7 Edilene MAFRA Mendes de Oliveira 8 Centro Universitário do Norte, Manaus, AM RESUMO O radiojornalismo surgiu no Brasil em uma época em que o rádio se firmava como um meio de comunicação de massa e depois despontou quando este meio passou a ser considerado do tempo real, após a chegada da TV. Com o passar do tempo, o jornalismo esportivo passou a se utilizar do rádio e ganhou um espaço importante e características marcantes como a locução dinâmica e os jargões que ficaram na história. O Brasil vive momentos de destaque mundial ao sediar grandes eventos esportivos como as Olimpíadas e a Copa do Mundo, o que possibilita maiores espaços nas programações radiofônicas para programas que possam abordar temas esportivos. Dentro desse contexto, apresentamos a proposta do Programa Conexão Esporte, que visa levar ao público amazonense os destaques do esporte local com um toque de opinião sobre as principais modalidades esportivas locais pelas ondas do rádio. PALAVRAS-CHAVE: Rádio; Esporte; Radiojornalismo; Jornalismo Esportivo; Conexão Esporte. 1 INTRODUÇÃO O radiojornalismo é dinâmico e criativo, basta observar os programas esportivos que demonstram bem essas características marcantes. Atualmente, talvez mais do que nunca, esporte pode ser considerado um produto satisfatório em qualquer meio de massa que seja utilizado. O futebol geralmente é a modalidade das mais apreciadas pelos ouvintes, visto 1 Trabalho submetido ao XIX Prêmio Expocom 2012, na Categoria Jornalismo, modalidade Radiojornal (Avulso). 2 Aluna líder do grupo e estudante do 6º. Semestre do Curso de Comunicação Social - Jornalismo, email: anavenancia@gmail.com. 3 Estudante do 6º. Semestre do Curso de Comunicação Social - Jornalismo, email: hiolandamendes.lima@gmail.com. 4 Estudante do 7º. Semestre do Curso de Comunicação Social - Jornalismo, email: emillycruzg@gmail.com. 5 Estudante do 6º. Semestre do Curso de Comunicação Social - Jornalismo, email: andretobias@live.com. 6 Estudante do 6º. Semestre do Curso de Comunicação Social - Jornalismo, email: mr.mayra@hotmail.com. 7 Estudante do 6º. Semestre do Curso de Comunicação Social - Jornalismo, email: naty.araujo20@hotmail.com. 8 Orientador do trabalho. Professor do Curso de Comunicação Social - Jornalismo, email: edilene.mafra@gmail.com.

como paixão nacional, mas é importante lembrar que o esporte não está restrito apenas ao futebol. O presente trabalho tem o objetivo de complementar as aulas teóricas obtidas em sala de aula ao nos permitir a associação das práticas radiofônicas, traz aos alunos um pouco da realidade em meio ao mundo de profissional de rádio. Nosso intuito aqui foi buscar aprendizagem nas atividades que envolvem as práticas radiofônicas bem como: produção, elaboração de pautas, roteiros, textos, captura de sonoras, edição, etc. A proposta da atividade nos foi passada na disciplina Radiojornalismo 2 Gêneros Opinativos que tinha como meta a elaboração de programas radiofônicos aplicando diversos formatos jornalísticos ao gênero opinativo. Após conhecermos a dinâmica dos gêneros radiofônicos e a proposta dos gêneros de opinião, decidimos criar um programa esportivo unindo as características do radiojornalismo, do jornalismo esportivo e do jornalismo opinativo. O trabalho foi dividido em três partes: o entendimento de jornalismo opinativo, a compreensão das atividades esportivas no rádio e a realização do produto em si com a abordagem prática baseada nos conhecimentos conquistados sobre produção radiojornalística. 2 OBJETIVO Desenvolver uma proposta de programa radiofônico aliando as práticas do radiojornalismo às características dos jornalismos opinativo e esportivo. 3 JUSTIFICATIVA O radiojornalismo surgiu no Brasil nos anos de 1940, com o Repórter Esso que influenciou a forma de transmitir notícias no rádio. Ferraretto (2007) afirma que até hoje muitas emissoras de rádio utilizam o Repórter Esso como inspiração para estruturarem seus programas jornalísticos e relata como o programa era estruturado em sua última década: Nos anos 60, sua última década de transmissão, cada edição do Repórter Esso, apresentava, em média, 10 notícias distribuídas em seus cinco minutos de duração. A principal delas encerrava o

noticiário após um comercial. Tanto o texto informativo como o publicitário eram lidos pelo mesmo locutor. Toda notícia era introduzida pela sua procedência. (FERRARETTO, 2007, p. 240) Depois do Repórter Esso, muitos outros programas jornalísticos contribuíram para o desenvolvimento do radiojornalismo no Brasil. Algumas dessas características podem ser encontradas até os dias atuais, como a utilização de textos curtos, o uso de ordem direta, a utilização da voz ativa, o tempo verbal sempre no presente, a informação da procedência, entre outras regras muito difundidas pelos manuais de redação de notícias radiofônicas. Mas é preciso considerar que o rádio tem características distintas e que todo produtor de conteúdo deve procurar compreendê-lo para elaborar seus programas explorando bem os potenciais deste meio de comunicação tão envolvente. O texto radiofônico possui particularidades inerentes a sua definição como meio de comunicação sonoro. A mensagem não depende apenas da palavra em si, mas de sua articulação oral, muitas vezes associada à utilização de música e efeitos. (FERRARETTO, 2007, p. 240) Parada (2000) também destaca algumas características do rádio que devem servir como estímulo para os profissionais deste meio de comunicação. O autor destaca que o rádio dá vida ao que é transmitido nele: No rádio, contudo, a voz tem vida própria. Dispensa a aparência, o visual, a imagem, e nos leva a criar um mundo exclusivo, baseado apenas no som. (PARADA, 2000, p.15) Quando se trata de notícia no rádio, Parada (2000) destaca o que os ouvintes mais procuram numa programação, como: hora certa, emergências, denúncias, atos do governo, conflitos e debates, saúde, reclamações de ouvintes, provisão do tempo, esportes, trânsito e estradas. Como é possível observar, a maioria dos temas apresentados aqui estão relacionados com a agilidade do rádio, com o que é factual e com sua abordagem que representa o reflexo de uma sociedade, de acordo com sua realidade do dia a dia. Uma das principais funções do profissional de jornalismo é informar, as vezes de maneira objetiva, outras com maior interpretação dos fotos e outras levando o ouvinte a refletir mais sobre o tema abordado e o impacto que o assunto terá na sua vida, por meio da opinião do profissional.

A informação dada ao público com esclarecimentos por parte do jornalista é chamado de opinião, daí o jornalismo opinativo que consiste em passar a mensagem, trazendo interpretações e considerações para complementar o entendimento do ouvinte. Para Ferraretto (2007, p.280), o poder de opinar em uma transmissão é exercido pelo comentarista, que intervém nos programas em espaços bem marcados e pelo âncora, um tipo de apresentador. Ferraretto (2007, p.282) também destaca que o que direciona a opinião no rádio é a política editorial adotada por uma emissora e as categorias do opinião, entre elas: a da empresa, que constitui-se no posicionamento da empresa de radiodifusão frente à realidade; a dos formadores de opinião, que é a opinião expressa por comentaristas e âncoras, profissionais de confiança da empresa e com influência sobre o público; e a dos ouvintes, que expressam sua opinião por meio de cartas, telefone, fax, correio eletrônico (com o advento da internet, isso tem se ampliado nas programações e teve um grande boom com a criação das redes sociais). O autor define alguns dos textos opinativos no rádio: editorial, comentário, crônica e crítica. Neste projeto, o comentário e a crônica serviram de instrumento para realizar o programa. Segundo Ferraretto (2007, p.283), o comentário, corresponde, em rádio, à coluna assinada dos jornais. É um texto opinativo em que um jornalista ou um especialista em determinada área analisa a fundo um assunto, explicando-o e/ou posicionando-o a respeito. Geralmente feito por jornalista ou especialista no assunto abordado, o comentário é um tipo de texto bastante utilizado no rádio. Nota-se que em programações esportivas sempre há além das âncoras, especialistas e também atletas. Já em relação à crônica, Ferraretto define como: Meio-termo entre o jornalismo e a literatura. Não há o dogmatismo e o rigor formal do texto editorial. O cronista paira sobre o fato, destacando-se um toque pessoal. O autor mostra o que está por trás do fato, mas considerando sempre impressão que este acontecimento lhe causa. (FERRARETO, 2007, p. 283) Outros pesquisadores também passaram a dedicar seus estudos aos gêneros radiojornalísticos, Passini Lucht (2010, 276-279), baseada na pesquisa de Marques de Melo sobre Gêneros Opinativos, afirma que as empresas de radiodifusão, em decorr6enca da

agilidade do processo de emissão, o controle à opinião torna-se incompatível com a unificação das mensagens. A autora destaca antigos e novos formatos que julga fazerem parte dos gêneros opinativos radiofônicos: editorial, comentário, resenha, crônica, testemunhal, debate, painel, charge eletrônica, participação do ouvinte e rádio conselho. O que se apresenta neste contexto é que nesta era considerada como a era da interatividade, o gênero opinativo no rádio tem ganhado força com a influência das redes sociais e no público que se torna cada vez mais ativo nas programações. Os programas esportivos tem características marcantes e necessitam de uma linguagem compreensível e dinâmica para que haja aproximação da mensagem que se quer passar com o tema. O público é exigente e as empresas patrocinadoras investem pesado para que as pessoas não apreciadoras de esporte passem a utilizar desse gênero para se manter informadas sobre o mundo esportivo. Pirajá (2011) relata que o primeiro locutor a transmitir um jogo de futebol foi Nicolau Turna, em 20 de fevereiro de 1932. Além do futebol o esporte foi ganhando notoriedade no rádio e essas transmissões se tornaram cada vez mais frequentes chegando a ganhar grande parte da programação e até mesmo emissoras especializadas na área. Mas nem só de futebol viveu o rádio do Brasil nos últimos anos. A cobertura do automobilismo brasileiro de Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna teve espaço cativo nas principais estações do país. O maior sucesso nas transmissões da Fórmula-1, sem dúvida, foi alcançado pela Rádio Jovem Pan durante os anos 70. As corridas eram narradas por Wilson Fittipaldi, o "Barão", pai do piloto Emerson Fittipaldi, que conquistou seu primeiro campeonato em 72. No Grande Prêmio da Itália, que decidiu o título daquele ano, Wilson Fittipaldi não conteve a emoção com a vitória do filho, entregando o microfone ao comentarista Orlando Duarte para o final da transmissão. (PIRAJÁ, 2011, p.01) Uma característica fundamental na apresentação de programas esportivos no rádio é a empolgação com a qual o locutor transmite o conteúdo. Essa forma peculiar de apresentação e os jargões que sempre marcaram o jornalismo esportivo radiofônico sempre tiveram o radinho como fundamental parceiro, principalmente nos estádios de futebol, mesmo com o torcedor presenciando o jogo ao vivo e in loco. Garcia afirma que mesmo com o passar do tempo e com as tecnologias disponíveis, os locutores esportivos precisam se esforçar muito para cativar o público:

Na verdade, nos últimos anos os locutores esportivos têm-se aperfeiçoado no sentido de criar novos estilos de locução, utilizando-se sempre da criatividade e cativando uma legião cada vez maior de ouvintes. Avalia-se, inclusive, que o gênero esportivo é o que mais se desenvolveu nas últimas décadas, com uma rica produção de vinhetas e efeitos especiais durante suas transmissões, aliadas a constantes entrevistas e coberturas ao vivo. (GARCIA, 2008, p.1) Mas para desenvolver um trabalho eficiente na área de esportes, é necessário que a emissora mantenha uma equipe esportiva, que pode ser dividida por tipo de esporte, sendo fundamental a cobertura permanente dos esportes mais difundidos na região da emissora. Segundo Garcia (2008), se faz necessário considerar que o trabalho esportivo requer investimento das empresas e profissionais que conheçam exatamente o produto com que trabalham. Sobre os aparatos técnicos e os cuidados da produção das transmissões esportivas, McLeish (2001, p.161) destaca três itens fundamentais para que a transmissão seja de alto nível: meticuloso planejamento de produção, de modo que todos saibam o que provavelmente lhes será solicitado; comunicações de primeira qualidade para o controle; apenas uma pessoa no comando. No Amazonas, a Rádio Rio Mar se destacou por ter sido a primeira emissora a valorizar o potencial do esporte. Ainda hoje, a emissora reserva boa parte da programação à transmissão de jogos e noticiários esportivos. O esporte também tem seu espaço reservado nas programações jornalísticas das principais emissoras locais, porém a ênfase das notícias está direcionada ao que acontece no país, por não haver uma cultura de valorização do esporte local. Entre os grandes locutores esportivos amazonenses destacam-se: Jayme Rebelo, Luiz Saraiva, Djalma Dutra, Edson Paiva, Flaviano Limongi, Waldir Corrêa, Nonato Farias, Jayme Barreto, Ary Neto, Orlando Rebelo, Arnaldo Santos, Leonardo Parente e Eduardo Monteiro de Paula.

4 MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS O trabalho foi realizado na disciplina Radiojornalismo 2 Gêneros Opinativos. Inicialmente houve a definição da equipe e a proposta de que esta sugerisse um formato radiofônico que integrasse textos opinativos. Entre os momentos de maior zelo da equipe, destacamos a produção realizada desde a concepção do projeto do programa até a finalização do produto em si. Segundo Ferraretto (2007, p.285), o produtor é, antes de qualquer coisa, um planejador do programa que será levado ao ar, independente do tipo deste ou de seu conteúdo. A equipe se dividiu entre atividades de pesquisa, como o levantamento do referencial bibliográfico sobre os temas em questão, levantamento de pesquisa histórica sobre os programas esportivos locais, levantamento de programas que abordam esporte e que ainda estão no ar e nas atividades de produção propriamente ditas. A ideia foi por em prática o que Ferraretto (2007) aponta como o papel do ptodutor: O produtor deve possuir uma gama de conhecimentos, dominando desde o instrumental informativo ao da sonoplastia, passando obrigatoriamente por uma boa bagagem cultural. Em muitas emissoras, confunde-se o bom produtor com aquele que marca com facilidade entrevistas. Produzir engloba muito mais do que isto. Significa pensar em conjunto todos os elementos da linguagem radiofônica: a voz humana, a música, os efeitos sonoros e o silêncio. (FERRARETTO, 2007, p.285-286) Com uma composição de seis integrantes, posteriormente foram realizadas as atividades de planejamento e produção de matérias, roteirização, gravação, apresentação e acompanhamento da edição do áudio, que foi realizada por um profissional técnico da área. O trabalho de finalização do programa foi um dos pontos cruciais da proposta, onde a equipe procurou valorizar a sonoplastia, levando em consideração a afirmação de Ferraretto (2007, p. 286) : embora não exerça a função de sonoplasta, o produtor deve possuir sensibilidade e conhecimento suficientes para utilizar o som, base do rádio, como um poderoso instrumento à sua disposição. Acreditamos que o objetivo de associar o conteúdo teórico abordado na sala de aula às práticas radiofônicas são de fundamental importância para a formação do profissional de radiojornalismo.

5 DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO O Programa Conexão Esporte foi idealizado para falar de esporte de modo geral, destacando os eventos esportivos acontecidos no Amazonas. Traz também um fluxo do mundo esportivo nacional. A ideia parte de que o radiojornalismo permite a utilização de diversos formatos e gêneros para se atingir a audiência. O programa faz parte do gênero jornalístico opinativo e aborda exclusivamente notícias esportivas. Escolhemos uma estrutura de radiojornal e a edição está dividida em manchetes, destaques, notas, reportagens (de curiosidades), entrevista, comentário. O programa terá 30 minutos de duração e foi planejado para uma emissora de rádio que aborde especialmente notícias, como a CBN Manaus. Sua periodicidade será semanal, sendo exibido às segundas-feiras, às 19 horas. Na edição de apresentação do projeto destacamos uma reportagem especial sobre futebol americano praticado em Manaus, no quadro de curiosidades. No quadro de entrevistas, a conversa será com o Professor Doutor Gilmar Couto que aborda o panorama do futebol amazonense. A edição também conta com notas abordando temas como jogos universitários, a participação do também amazonense lutador José Aldo júnior, no UFC e o primeiro salto de paraquedas da ponte sobre o Rio Negro. O programa encerra com um comentário do jornalista esportivo Eduardo Monteiro de Paula, sobre os preparativos para a copa do mundo na capital do Amazonas. Sem dúvida, o maior desafio foi unir as características do jornalismo opinativo ao jornalismo esportivo e dar forma ao Conexão Esporte de acordo com os elementos da linguagem radiofônica. 6 CONSIDERAÇÕES Promover um trabalho sobre rádio requer dedicação e paciência, como em qualquer área da comunicação. O rádio com sua particularidades, merece tanto empenho e sensibilidade quanto uma foto para um jornal. Com pautas surgidas a todo momento, o esporte tem a difícil missão de ser renovado com rapidez e ainda ser analisado em todas as modalidades, para isso as empresas precisam investir em esporte, nas equipes de reportagem, nas ferramentas utilizadas para satisfazer o gosto de um público apaixonado.

Em nossa percepção, o jornalismo opinativo está presente em quase todos os programas existentes em Manaus, o esporte necessita sim de mais investimentos, de profissionais que tenham espaço para divulgar esse gênero com dedicação e não apenas em notas no rádio. O rádio é um meio de comunicação tão próximo da sociedade que pode ser considerado o reflexo desta. Acreditamos que o rádio se renova a cada dia de acordo com as transformações tecnológicas e sociais, por isso é importante que estejamos preparados para propor novas ideias e programas para um meio de comunicação tão importante para o desenvolvimento da nossa região. Precisamos considerar também que o jornalismo esportivo pode trazer conteúdos de alta relevância para a formação crítica do cidadão amazonense e ajudar a despertar a criação de políticas públicas que ajudem no desenvolvimento de projetos sociais voltados ao esporte, bem como a criação de uma cultura que valorize o esporte local e seus atletas tão carentes de patrocínio. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FERRARETO, Luiz Arthur. Rádio: o veículo, a história e a técnica. Porto Alegre: Dora Luzzatto, 2007. GARCIA, Rafael. Como fazer um programa de rádio. Disponível em: <http://audiocidades.utopia.org.br/manuais/manuais_programa_radio.html>. Acesso no dia 19 de novembro de 2011. MCLEISH, Robert. Produção de rádio: um guia abrangente de produção radiofônica. São Paulo: Editora Summus, 2001. PARADA, Marcelo. Rádio: 24 horas de jornalismo. Editora: Panda Books, 2000. PASSINI LUCHT, Janine Marques. Gêneros no radiojornalismo. In: MELO, José Marques de; ASSIS, Francisco de. Gêneros jornalísticos no Brasil. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2010. PIRAJÁ, Fábio. Biblioteca- História do rádio. Disponível em: <http://www.locutor.info/biblioteca.htm>. Acesso em 18 de novembro de 2011.