1.2. Caso Maria José não tivesse pedido danos morais, na hipótese da mesma sentença proferida acima, poderia ela recorrer?

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Transcrição:

Questões de Teoria Geral dos Recursos 34. Duplo grau de jurisdição. Recursos. Conceito (arts. 496 a 512) 35. Juízo de admissibilidade. 36. Requisitos de admissibilidade. Requisitos objetivos e subjetivos. (arts. 499 a 511) 37. Efeitos dos recursos. 38. Recurso adesivo. (art. 500) 1. Do apartamento nº 151, situado no 15º andar do Condomínio Edifício Stella, com frente para a Rua Canário, nº 17, nesta Capital, locado por Salomão a Laurentino, caiu um vaso de metal com flores naturais, sobre Hesídeo, jovem estudante de 14 anos que transitava pela via pública, causando-lhe a morte. A genitora da vítima Maria José, viúva, demandou Salomão e Laurentino, pleiteando perdas e danos, morais (a serem arbitrados pelo juiz) e materiais (10 salários mínimos mensais) pelo fato da morte, sendo, após regular tramitação do processo, com produção de provas, atendida em sua pretensão, com a condenação dos co-réus, em caráter solidário, ao pagamento das despesas com funeral, danos morais de 50 salários mínimos e materiais correspondentes à prestação alimentar mensal equivalente a 10 salários mínimos, pelo tempo de duração provável da vida do menor, estimado em 65 anos, além de honorários à taxa de 20% sobre o valor total da condenação. A sentença foi publicada há dez dias. Com base na situação acima 1.1. Maria José poderá recorrer da r. sentença? Explique. Sim, poderá recorrer ao valor fixado em relação ao valor estipulado pelo juiz de dano moral. 1.2. Caso Maria José não tivesse pedido danos morais, na hipótese da mesma sentença proferida acima, poderia ela recorrer? Sim, pois a sentença foi extra petita, então ela poderia recorrer também. 1.3. Caso apenas Salomão interponha recurso, alegando ser parte ilegítima, por irresponsabilidade, o mesmo favorecerá Laurentino? Explique. Não, pois o artigo 509 diz que o recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se opostos os seus interesses.

1.4. Caso apenas Laurentino interponha recurso, alegando ser abusivo o valor, pleiteando a sua redução, o mesmo favorecerá Salomão? Explique. Sim, de acordo com o artigo 509 do CPC: O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses. 2. Ptolomeu Incauto e Afrodite da Conceição, que se conheceram durante um baile de carnaval ocorrido em 2009, acabaram por terminar a referida noite juntos, presumindo-se, pela situação fática que se encontravam ao despertar, que mantiveram relações sexuais. Transcorridos, aproximadamente, mais de nove meses, adveio o nascimento de Consuelo da Conceição, que Afrodite afirma ser filha de Ptolomeu. Instado a reconhecer a paternidade, Ptolomeu afirma não lembrar haver mantido relações sexuais aptas a engravidar Afrodite e, se o fez, certamente usou preservativos, motivo pelo qual não pode ser o verdadeiro pai de Consuelo. Objetivando preservar os direitos de sua filha, Afrodite, como representante de Consuelo, ajuizou ação de investigação de paternidade cumulada com alimentos perante a 1ª Vara de Família e Sucessões da Comarca da Capital. Na ação também foi deduzido pedido de tutela antecipada para a fixação de alimentos. O réu contestou a ação e recusou-se a fornecer material genético para a realização de exame de DNA. Após a instrução dos autos e manifestação das partes e do Ministério Público, foi prolatada a r. sentença que condenou o réu nos termos do pedido e concedeu a antecipação da tutela com a fixação de pensão mensal no importe de R$ 1.000,00 considerando as necessidades presentes da autora. A r. sentença foi publicada há 12 dias. Com base na situação acima descrita responda: 2.1. Afrodite poderá recorrer da r. sentença, alegando condição de terceira interessada? Justifique. Não, pois quem é parte no processo é sua filha, e não Afrodite. 2.2. O Ministério Público poderá recorrer da r. sentença? Justifique. Sim, pois há interesse de menor no pleito. 2.3. O réu poderá interpor recurso adesivo ao recurso interposto pelo Ministério Público? Justifique. Não, pois o MP não é parte nesse processo. Se o MP fosse parte, seria possível o recurso. Recurso adesivo sempre adere recurso da outra parte.

2.4. Ptolomeu Incauto Júnior, filho do réu, poderá interpor recurso na condição de terceiro prejudicado? Não, pois o mero interesse econômico não revela interesse jurídico. 3. Observe a seguinte intimação: Foros Regionais Varas Cíveis IX - Vila Prudente - 1ª Vara Cível - Processo nº 13120/10 - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - JOÃO DA SILVA X BANCO SUCESSO S/A - Fls. 140 1. Trata-se de ação de indenização por ato ilícito cumulado com alimentos diante da incapacidade laboral decorrente de disparo acidental de arma de fogo ocorrido no interior de agência bancária em 10 de janeiro de 2007. 2. Diante do conteúdo da contestação e da incapacidade relativa do autor, deixo de designar a audiência para tentativa de conciliação e passo, imediatamente, à análise das questões preliminares e à fixação dos pontos controvertidos. 3. Presentes os pressupostos de validade e regularidade do processo, ressaltando, primeiramente, que o fato do instrumento de procuração assinado pelo pai do autor, ser particular, não traduz nenhum vício tendo em vista que o autor tornou-se relativamente capaz e sendo beneficiário da Justiça Gratuita não é razoável a exigência de instrumento público. Além disso, o autor se tornou relativamente capaz em razão da lesão provocada nas dependências da própria empresa (disparo acidental de arma de fogo pelo vigia), motivo pelo qual a mesma não pode alegar a própria torpeza. Também resta rejeitada a alegação de prescrição formulada pelo Banco réu vez que a pretensão alimentar encontra amparo analogicamente no art. 23 da Lei 5.478/68, sendo certo, ainda, que o pedido de alimentos é acessório da indenização, que observa prescrição distinta, sendo inaplicável o art. 206, 2 do Código Civil, confirmando a possibilidade da exigência das prestações mensais devidas nos cinco anos anteriores ao ajuizamento, que se deu em 07 de janeiro de 2010. 4. O pedido do autor (indenização por ato ilícito cumulado com alimentos diante da incapacidade laboral) é possível e adequado à sua pretensão. 5. Presentes os pressupostos de validade e regularidade do processo, declara-se saneado o feito e são fixados os pontos controvertidos: a) o evento danoso; b) o fato impeditivo alegado pelo banco réu. 2. Para audiência de instrução e julgamento, designa-se o dia 12 de dezembro de 2013, às 15:00 horas. Prova pericial indeferida diante da aposentadoria já concedida pelo INSS, conforme documentos dos autos que comprovam a incapacidade laboral. Rol de testemunhas em dez dias. Com base na situação descrita, responda: 3.1. As partes podem recorrer da decisão sobre a regularidade do instrumento de mandato? Qual o recurso cabível? O réu pode recorrer, o autor não pois não tem interesse. O recurso cabível é o agravo de instrumento.

3.2. As partes podem recorrer da decisão sobre a alegação de prescrição? Qual o recurso cabível? Apenas a parte prejudicada. Neste caso, quem poderá recorrer é apenas a parte prejudicada que no caso seria o réu. O recurso cabível é o agravo retido. 3.3. As partes podem recorrer da decisão que fixou os pontos controvertidos? Qual o recurso cabível? Sim, ambas as partes podem recorrer. O recurso cabível é o agravo de instrumento. 3.4. As partes podem recorrer da decisão que indeferiu a prova pericial? Qual o recurso cabível? Justifique. Sim. O recurso cabível é o agravo de instrumento. 3.5. As partes podem recorrer da decisão que fixou o prazo para a apresentação do rol de testemunhas? As partes não podem recorrer pois quem fixa o prazo é o juiz, que pode fixar em até 10 dias. 4. Loja Maravilha Ltda. ajuizou ação renovatória de contrato de locação em face de Bernard Baruch, observando rigorosamente os requisitos previstos nos artigos 51 e 71 da Lei nº 8.245/91, formalizando proposta e indicando os mesmos fiadores do contrato em vigor, que firmaram a respectiva declaração aceitando o encargo, Bernard Baruch contestou a ação, formulando exceção de retomada para uso de descendente (no imóvel será instalado o futuro consultório médico de sua filha, que cursa o último ano de medicina), impugnando os fiadores indicados porque autora não apresentara a prova da idoneidade financeira dos mesmos e formalizando contraproposta em valor bastante superior ao da oferta, com amparo em laudo prévio. Houve réplica da autora e o juiz, fazendo uso do disposto no artigo 330, I, do Código de Processo Civil, julgou improcedente a ação, acolhendo, o argumento da exceção de retomada para uso de descendente, fixando à locatária o prazo de seis meses para a desocupação do imóvel e impondo ao vencido o pagamento da sucumbência no grau máximo. O Juiz não se pronunciou sobre a impugnação dos fiadores, nem tampouco sobre a contraproposta. Com base na situação acima descrita responda: o advogado de Bernard Baruch poderá recorrer ao Tribunal pedindo que os outros fundamentos de sua defesa sejam apreciados? Justifique. Não. Basta um único fundamento, ninguém é obrigado a apreciar todos. Como ele ganhou a ação, ele não é sucumbente. Não há interesse de agir.

5. Em determinado processo se discute o domínio de um imóvel, sendo a sentença favorável ao reivindicante. Nessa situação, com a perda de propriedade o reivindicado também perderá a qualidade de proprietário. Nesse caso, locatário que mantém contrato de locação com o reivindicado tem interesse para recorrer? Sim. Por que se ficar resolvida a questão de propriedade, o contrato de locação dele poderá deixar de existir. É terceiro prejudicado. 6. Em determinado processo, antes da fase instrutória, o juiz extingue o processo sem resolução do mérito. O autor recorre e o recurso é recebido. Após a apresentação das contrarrazões o autor percebe que sua atitude não foi adequada, pois o ajuizamento de nova ação seria mais célere. Nesse caso: 6.1. O autor, recorrente, poderá desistir do recurso sem a concordância do réu? Justifique. Sim. Para desistir do recurso não precisa da concordância do réu. No caso de desistência da ação é necessária a concordância do réu. 6.2. O autor, recorrente, poderá, ao invés de desistir do recurso, renunciar ao direito de recorrer, como forma de resolver a questão de modo mais rápido? Justifique. Não. Pois a renuncia só é apta quando a parte ainda não exerceu o direito. A renuncia é sempre anterior ao recurso. 7. Em determinado processo, onde se discute uma dívida, o juiz acolhe o pedido e extingue o processo com resolução do mérito. O réu apela, mas, para evitar o risco de pagar juros de mora elevados, paga diretamente ao autor o valor integral da dívida. Nesse caso, o tribunal julgará o recurso? Se inverter o julgado, caberá ao autor o pagamento dos juros de mora ao réu? Justifique. O tribunal não julgará o recurso, pois o que ocorreu no caso fora a aceitação tácita. 8. Em determinado processo, após a prolação da r. sentença o réu apresenta seu recurso de apelação, no último dia, fazendo uso do protocolo geral. O juiz recebe o recurso e intima o autor para contrarrazões. Em contrarrazões o autor alega extemporaneidade

do recurso, que foi juntado aos autos sete dias após o protocolo, dizendo ser dever do recorrente protocolar a petição em cartório conforme súmula 428 do STF: não fica prejudicada a apelação entregue em cartório no prazo legal, embora despachada tardiamente. Nesse caso, o juiz deverá fazer uso da faculdade prevista no 2º do art. 518 do CPC e se retratar quanto ao recebimento? Justifique. O juiz não deverá se retratar pois o artigo 506, uma vez que a súmula fora superada. Existe norma que rege o assunto. 9. Consuelo ajuizou ação indenizatória em face de Leporácio, que tramitou perante a 1ª Vara Cível da Comarca da Capital. Após a instrução do processo, foi prolatada a r. sentença que condenou o réu nos termos do pedido, condenando-o ao pagamento de indenização no importe de R$ 10.000,00. Da r. sentença recorreu Leporácio, sob o argumento de ausência de dano, deixando, porém, de recolher parte do valor de porte de remessa e de retorno do recurso. A autora contrarrazou e apresentou recurso adesivo, para aumentar o valor da indenização, deixando de recolher o preparo. Com base na situação acima responda: 9.1. Em razão do previsto no 2º do art. 511 (a insuficiência no valor do preparo implicará deserção, se o recorrente, intimado, não vier a supri-lo...) o recorrente também poderá complementar o valor do porte de remessa e de retorno? Justifique. Sim. Há julgado na corte especial do STJ que fixou esse entendimento. 9.2. O recurso interposto por Leporácio deverá ser declarado deserto caso ele não complemente o valor recolhido a título de porte de remessa e de retorno? Justifique. Não pois está na capital. Não há porte e retorno. Há apenas malote. 9.3. O recurso interposto por Consuelo deverá ser declarado deserto ou ela será intimada para recolher o valor do preparo? Será considerado deserto. Não será intimada pois intimação é apenas para complementar, e não recolher o preparo. Se não recolheu, perde-se o recurso.