UNIVERSIDADE DO CONTESTADO - UnC CURSO DE PEDAGOGIA TÂNIA DOTTI A GESTÃO NAS ESCOLAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DE CAÇADOR



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Transcrição:

0 UNIVERSIDADE DO CONTESTADO - UnC CURSO DE PEDAGOGIA TÂNIA DOTTI A GESTÃO NAS ESCOLAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DE CAÇADOR CAÇADOR 2009

1 TÂNIA DOTTI A GESTÃO NAS ESCOLAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DE CAÇADOR Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do Titulo de Licenciado em Educação Infantil e Séries iniciais do Curso de Pedagogia, ministrado pela Universidade do Contestado Campus de Caçador - SC, sob orientação do professor (a) Ms. Paulo Roberto Gonçalves. CAÇADOR 2009

2 A GESTÃO NAS ESCOLAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DE CAÇADOR TÂNIA DOTTI Trabalho de Conclusão de Curso foi submetido (a) ao professor orientador de TCC para avaliação e obtenção do Título de: Licenciada em Pedagogia E aprovada na sua versão final em, atendendo às normas da legislação vigente da Universidade do Contestado e Coordenação do Curso de Pedagogia. Nome do Orientador Paulo Roberto Gonçalves Coordenador do Curso Paulo Roberto Gonçalves

3 Dedicatória Este trabalho é dedicado ao meu esposo Admir, aos meus pais e irmãos que de certa forma me apoiaram em todos os momentos.

4 AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar a Deus pela vida e as oportunidades que me concedeu, guiando meus passos nesta jornada. Agradeço com grande alegria a minha família e carinhosamente ao meu esposo a quem admiro muito, que me deu coragem, me apoiando nos momentos de dificuldade. Aos amigos e amigas do curso que conquistei nesta caminhada, que de alguma forma contribuíram para que eu alcançasse o meu objetivo, também me deram muitas alegrias e ficarão marcados para sempre em minha memória. Agradeço meus professores, que transmitiram seu conhecimento com empenho e dedicação. Quero agradecer em especial ao professor e orientador Paulo Roberto Gonçalves, que me orientou de forma esplêndida, atendendo a todas minhas dúvidas com a maior paciência, sendo o grande incentivador da realização desse trabalho. Enfim, a todas as pessoas que direta ou indiretamente me ajudaram, para que eu conseguisse alcançar os meus objetivos. E que em algum momento estiveram a somar em minha vida, que Deus abençôe a todos e que tenham muito sucesso em suas vidas.

5 Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou a sua construção. Quem ensina, aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Paulo Freire

6 RESUMO Este trabalho conclusivo do Curso de Pedagogia em Educação Infantil e Séries Iniciais discorre sobre A Gestão nas Escolas Públicas no Município de Caçador SC, buscando compreender como acontece o processo de Gestão Escolar, a fim de proporcionar elementos que possam contribuir para a efetivação do trabalho de conclusão de curso, que se compõe de dois capítulos. No primeiro capítulo estaremos discutindo aspectos conceituais quanto a Administração e a Gestão Escolar, com enfoque direcionado às questões da qualidade no ensino. O segundo capítulo apresenta a estrutura da pesquisa, sua aplicação, os resultados e análises destes, além de reflexões quanto à gestão escolar nas instituições de ensino fundamental e médio. A responsabilidade da gestão escolar no contexto é muito importante e vai além dos aspectos meramente burocráticos, administrativos, financeiros e também é responsável pelo aspecto relacional, pela construção favorável ao estudo e ao bom andamento pedagógico. A transformação e a capacidade de administrar o segmento escolar é o fundamento do sucesso educacional e do desenvolvimento de aptidão e habilidades no sujeito aprendiz. O gestor escolar tem suas ações voltadas para os bons resultados da educação, e esse objetivo é buscado pela divisão de tarefas e integração de idéias e ações de forma a se solidificar um grande compromisso através do trabalho coletivo e não meramente político. Com este trabalho se propôs a analisar o papel da gestão nas escolas municipais e a sua contribuição no desenvolvimento de uma educação com qualidade frente às novas exigências da sociedade e a ação cotidiana dos profissionais através da pesquisa de campo. PALAVRAS-CHAVE: Gestão Escolar, Qualidade, Sociedade

7 ABSTRACT This conclusive work of the Course of Pedagogia in Infantile Education and Initial Series discourses on the Management in the Public Schools in the City of Caçador- SC, searching to understand as the process of Pertaining to school Management happens, in order to provide elements that can contribute for the efetivação of the work of course conclusion, that if composes in two chapters. In the first chapter we will be arguing conceptual aspects how much the Administration and the Pertaining to school Management, with approach directed to the questions of the quality in education. As the chapter presents the structure of the research, its application, the results and analyses of these, beyond reflections how much to the pertaining to school management in the institutions of basic and average education.the responsibility of the pertaining to school management in the context is very important and goes beyond the bureaucratic, administrative, mere financial aspects and also it is responsible for the aspects relationary, for the construction favorable to the study and the good pedagogical course. The transformation and the capacity to manage the segment pertaining to school are the bedding of the educational success and the development of aptitude and abilities in the subject apprentice. The pertaining to school manager has its action directed toward the good results of the education, and this objective is searched by the division of tasks and integration of ideas and action of form if to not mere make solid a great commitment through the collective work and politician. With this work if it considered to analyze the paper of the management in the municipal schools and its contribution in the development of an education with quality front to the new requirements of the society and the daily action of the professionals through the field research. KEY-WORDS: management school quality, society

8 SUMÁRIO INTRODUÇÃO...9 1 A GESTÃO ESCOLAR NO CONTEXTO DAS TEORIAS EDUCACIONAIS...11 1.1 GESTÃO ESCOLAR...11 1.1.1 Gestão Pedagógica...11 1.1.2 Gestão Administrativa...12 1.1.3 Gestão de Recursos Humanos...12 1.2 O PAPEL DO GESTOR ESCOLAR...13 1.3 PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO ESCOLAR...15 1.4 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO...15 1.5 CURRÍCULO...17 1.6 BUSCANDO A QUALIDADE...19 1.7 FORMAÇÃO CONTINUADA...20 1.8 A LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL...21 2 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS E ANALISE DOS DADOS...23 2.1 METODOLOGIA USADA PARA A COLETA DOS DADOS...23 2.2 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS...24 2.2.1 Dos questionários...24 2.2.1.1 Na primeira questão: O que você pensa sobre a Gestão Educacional?...24 2.2.1.2 Na segunda questão: Baseado em que autores vocês exercem uma gestão no seu trabalho?...25 2.2.1.3 Na terceira questão: Como funciona a escola?...25 2.2.1.4 Na quarta questão: Como é realizada a gestão da escola?...26 2.2.1.5 Na quinta questão: Existe uma política de aprimoramento do corpo docente em sua escola?...26 2.3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS...26 2.4 RELAÇÃO DA GESTÃO ESCOLAR COM A FORMAÇÃO ACADÊMICA...29 CONSIDERAÇÕES FINAIS...32 REFERENCIAL BIBLIOGRAFICO...34 APÊNDICES...36 ANEXOS...38

9 INTRODUÇÃO A gestão democrática da escola tem sido uma busca incessante dos movimentos sociais interessados em uma sociedade mais democrática e participativa. De forma mais intensa e visível, a partir dos anos 70, a escola foi significativamente envolvida nesse processo de democratização da educação e da gestão escolar. Este trabalho foi desenvolvido em escolas públicas tendo como tema principal: A gestão nas escolas públicas no município de Caçador SC. Uma escola de qualidade pressupõe gestão escolar de qualidade. Quando falamos da melhoria da qualidade do ensino público, a mobilização é mais do que necessária dada a dimensão do desafio. Em virtude dessa estatística, fica aqui a pergunta: Por que a gestão nas escolas municipais não tem trazido resultados satisfatórios no desenvolvimento da qualidade na educação municipal? Os professores das escolas municipais têm a difícil tarefa de superar alguns obstáculos cotidianos: uma jornada dupla, às vezes tripla de trabalho, falta de tempo e de compensações salariais, carências estruturais, desestímulo dos alunos, entre outros. A Educação contemporânea, sustentada em preceitos de participação, solidariedade e democracia constitui-se assunto de grande evidência nos debates e políticas públicas concernentes ao setor. Nesse sentido se faz importante salientar de que forma a administração participativa pode ser inserida na educação, seja no contexto privado ou público. A gestão participativa propicia ao profissional gestor debater com seu grupo de colaboradores internos, como professores, coordenadores e funcionários, bem como com os alunos, seus familiares e comunidade, todas as atividades e intervenções que serão aplicadas na escola, de forma a satisfazer aos interesses sociais. Através de pesquisa realizada pela revista veja em dezembro de 2008, foi apresentada as escolas que obtinham sucesso em sua forma de ensinar e constatou-se que os gestores eram pessoas treinadas e que passaram por empresas para posteriormente assumirem cargos que tomam frente ao ensino. Por meio destes dados, buscamos um maior aprofundamento no sentido de enfatizar a qualidade do ensino que está sendo oferecido no município de Caçador e

10 a relação existente entre os gestores educacionais, cientes de que hoje a educação está interligada com a família, professores e com os próprios gestores. Na disciplina de Gestão Escolar no Curso de Pedagogia surgiu a curiosidade de saber, qual é o papel de um gestor no contexto escolar. O objetivo geral deste trabalho foi analisar o papel da gestão nas escolas municipais e a sua contribuição no desenvolvimento de uma educação com qualidade. Os objetivos específicos foram: pesquisar autores que destacam a importância da gestão para escola e para os educadores, entrevistar gestores de diferentes escolas de ensino acerca do tema em questão, visitar e conhecer unidades escolares. Com esse trabalho pretendêu-se aprofundar o conhecimento sobre o assunto para que futuramente possam ser assimilados com maior facilidade dando subsídios para que as instituições em estudo e outros interessados na temática possam desenvolver uma convivência democrática que auxilie a prática pedagógica dos professores e profissionais que ali atuam, permitindo uma reflexão sobre sua prática e funções, visando uma educação de qualidade. Neste sentido, o estudo ora apresentado, teve por objetivo proporcionar ao leitor informações por meio da pesquisa bibliográfica, de campo e da análise de resultado da pesquisa realizada, para uma compreensão significativa do papel da gestão escolar nas instituições educacionais do ensino fundamental e médio. O trabalho foi dividido em dois capítulos. O capítulo I abordou o referencial teórico, e o Capitulo II trata dos Procedimentos Metodológicos e Análise dos Dados da presente pesquisa.

11 1 A GESTÃO ESCOLAR NO CONTEXTO DAS TEORIAS EDUCACIONAIS 1.1 GESTÃO ESCOLAR O conceito de Gestão 1 Escolar é relativamente recente e de extrema importância na medida em que desejamos uma escola que atenda as atuais exigências da vida social: formar cidadãos, oferecendo a possibilidade de apreensão de competências e habilidades necessárias que facilitem a inserção social. Gestão é tomada de decisão, é organização, é direção. Relaciona-se com a atividade de impulsionar uma organização. Heloísa Lück (2000, p.7), apresenta um conceito que sintetiza alguns objetivos sobre gestão escolar: A gestão escolar constitui uma dimensão e um enfoque de atuação que objetiva promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as condições materiais e humanas necessárias para garantir o avanço dos processos sócio-educacionais dos estabelecimentos de ensino, orientados para a promoção efetiva da aprendizagem pelos alunos, de modo a tornálos capazes de enfrentar adequadamente os desafios da sociedade globalizada e da economia centrada no conhecimento. Por efetiva, entende-se, pois, a realização de objetivos avançados, de acordo com as novas necessidades de transformação socioeconômica e cultural, mediante a dinamização da competência humana, sinergicamente organizada. Para melhor entendimento, costuma-se classificar a Gestão Escolar em três áreas, funcionando interligadas, de modo integrado ou sistêmico: Gestão Pedagógica Gestão Administrativa Gestão de Recursos Humanos 1.1.1 Gestão Pedagógica É o lado mais importante e significativo da gestão escolar. 1 Gestão: Ação de Gerir, Administrar.

12 Preocupa-se com a forma de gerir a área educativa propriamente dita, da escola e da educação escolar. Estabelecem objetivos gerais e específicos para o ensino. Define as linhas de atuação, em função dos objetivos e do perfil da comunidade e dos alunos. Propõe metas a serem atingidas. Elabora os conteúdos curriculares. Acompanha e avalia o rendimento das propostas pedagógicas, dos objetivos e o cumprimento de metas. Avalia o desempenho dos alunos, do corpo docente e da equipe escolar como um todo. Suas especificidades estão enunciadas no Regimento Escolar e no Projeto Político Pedagógico (também denominado Proposta Pedagógica) da escola. Parte do Plano Escolar (ou Plano Político Pedagógico de Gestão Escolar) também inclui elementos da gestão pedagógica: objetivos gerais e específicos, metas, plano de curso, plano de aula, avaliação e treinamento da equipe escolar. O gestor é o grande articulador da Gestão Pedagógica e o primeiro responsável pelo seu sucesso. É auxiliado nessa tarefa pelo Coordenador Pedagógico (quando existe). 1.1.2 Gestão Administrativa Cuida da parte física (o prédio e os equipamentos materiais que a escola possui) e da parte institucional (a legislação escolar, direitos e deveres, atividades de secretaria). Suas especificidades estão enunciadas no Plano Escolar (também denominado Plano Político Pedagógico de Gestão Escolar, ou Projeto Pedagógico) e no Regimento Escolar. 1.1.3 Gestão de Recursos Humanos Não menos importante que a Gestão Pedagógica, a gestão de pessoas - alunos, equipe escolar, comunidade, constitui a parte mais sensível de toda a gestão.

13 Sem dúvida, lidar com pessoas, mantê-las trabalhando satisfeitas, rendendo o máximo em suas atividades, contornar problemas e questões de relacionamento humano faz da gestão de recursos humanos o fiel da balança - em termos de fracasso ou sucesso - de toda formulação educacional a que se pretenda dar consecução na escola. Direitos, deveres, atribuições - de professores, corpo técnico, pessoal administrativo, alunos, pais e comunidades - estão previstos no Regimento Escolar. Quando o Regimento Escolar é elaborado de modo equilibrado, não atrapalha a autonomia das pessoas envolvidas com o trabalho escolar, nem deixa lacunas e vazios sujeitos as interpretações ambíguas, a gestão de recursos humanos se torna mais simples e mais justa. A gestão pedagógica, administrativa e de recursos humanos - correspondem a uma formulação teórica, explicativa, pois, na realidade escolar, as três não podem ser separadas, mas, isto sim deve atuar integradamente, de forma a garantir a organicidade do processo educativo. 1.2 O PAPEL DO GESTOR ESCOLAR O diretor de escola é o responsável pelo funcionamento administrativo e pedagógico, portanto, necessita de conhecimentos tanto administrativos, quanto pedagógicos. Ele desempenha predominantemente a gestão geral da escola e, especificamente, as funções administrativas (relacionadas com o pessoal, com a parte financeira, com o prédio e os recursos materiais, com a supervisão geral das obrigações de rotina do pessoal, relações com a comunidade), delegando a parte pedagógica aos coordenados ou coordenadores pedagógicos. Mas, o crescimento da população e a urbanização da sociedade têm levado à instalação de escolas maiores, tornando mais complexas as tarefas de organização e gestão. Enquanto isso as mudanças da sociedade envolve uma ligação maior da escola com outras realidades, tais como: os meios de comunicação e informação, a automação, implicando uma ligação mais clara da escola com outros organismos da comunidade. Além disso, a necessidade de vínculo maior com as famílias, uma vez que responsabilidades que antes correspondiam aos pais e mães

14 vão sendo conferidas às escolas: orientação psicológica, orientação sexual, orientação para novas necessidades da vida urbana, educação para o trânsito, educação para o lazer, educação ambiental, dentre outras. Face ao complexo contexto social, o diretor da escola tem uma importância muito significativa para que a escola seja respeitada pela sociedade. As decisões tomadas coletiva e participativamente, devem ser colocadas em prática, o que implica ter a escola bem estruturada, coordenada e administrada. Assim, o sucesso da escola depende do papel do diretor como um líder, uma pessoa que consegue aglutinar as aspirações, os desejos, as expectativas da comunidade escolar e articular a adesão e a participação de todos os segmentos da escola na gestão de um projeto comum. Como gestor escolar, o diretor tem uma visão de conjunto e uma atuação que apreende a escola nos seus aspectos pedagógicos, culturais, administrativos e financeiros. Por isso, a escolha do gestor escolar requer muita responsabilidade do sistema de ensino e da comunidade escolar. A direção da escola, além de ser uma das funções do processo organizacional, é um imperativo social e pedagógico. O significado do termo direção, referente à escola, vai além daquele sentido de mobilização das pessoas para a realização eficaz das atividades, pois implica intencionalidade, definição de um rumo, uma tomada de posição perante objetivos sociais e políticos da escola. Ao cumprir sua função social de mediação, a escola influi significativamente na formação da personalidade humana e, por isso, não é possível estruturá-la sem levar em consideração objetivos políticos e pedagógicos. Tal peculiaridade das instituições educativas decorre do caráter de intencionalidade presente nas ações educativas. Intencionalidade significa a resolução de fazer algo, dirigir o comportamento para algo que tem significado para nós. A intencionalidade projeta-se nos objetivos que, por sua vez, dão o rumo, a direção da ação educativa, o que leva a escola à busca consciente, planejada de integração e unidade de objetivos e ações, e de um consenso em torno de normas e atitudes comuns. O caráter pedagógico da ação educativa consiste na formulação de objetivos sócio-políticos educativos e na criação de formas de viabilização organizativa e metodológica da educação (seleção e organização dos conteúdos e métodos, a organização do ensino, a organização do trabalho escolar), tendo em vista uma direção consciente e planejada ao processo educacional. Entretanto, o processo educativo, pela natureza, inclui o conceito de direção, ou seja, o trabalho

15 escolar implica em uma direção. É evidente que a prática da gestão e da direção participativa convergem para a elaboração do projeto político-pedagógico da escola. 1.3 PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO ESCOLAR Ensinar bem é saber planejar. O planejamento deve estar presente em todas as atividades escolares. É a etapa mais importante do Projeto Político Pedagógico, porque é nesta etapa que as metas são articuladas à estratégia e ambas são ajustadas às possibilidades reais. Como ponto de partida na formação do Projeto Político Pedagógico, na busca de reflexões das concepções de homem, de sociedade e de educação, a Escola estuda as tendências pedagógicas: Escola Tradicional É uma escola autoritária voltada para as camadas mais favorecidas da sociedade. Escola Nova É democrática que pretende a equalização social, sem privilégios de classe e de raça. Escola Tecnicista - É uma escola que busca a eficiência do produto. O produto é mais importante que o indivíduo. Escola Histórica - Crítica - É uma escola que propõe a reflexão. Busca então, examinar devidamente, prestar atenção, analisar com cuidado, buscar filosofar. A escola é muito importante e deve ser de boa qualidade para todas as camadas. Para construção de um Projeto Político Pedagógico, a necessidade de reflexão para definir a concepção de escola e de sociedade que irá permear a prática pedagógica com bases nas tendências vistas. 1.4 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO O Projeto Político Pedagógico contempla uma política curricular, porém, seu caráter é mais amplo, pois pode assegurar o planejamento e o debate tanto das

16 questões relativas à gestão pedagógica quanto da gestão administrativa. Isto significa que o Projeto Político Pedagógico pode caracterizar-se como o projeto de organização do trabalho escolar. Para Gadotti (1999, p. 4),... não se constrói um projeto sem uma direção política, um norte, um rumo. Por isso todo projeto é político, pois envolve determinante econômico e social, direcionando a comunidade escolar para uma determinada opção de escola e de mundo. A concretização do Projeto Político pedagógico da escola esbarra numa série de entraves políticos, administrativos e financeiros. Seria necessário para a construção da autonomia da escola um projeto onde os sujeitos que fazem a educação tivessem o poder de determinar seus rumos. O Projeto Político Pedagógico na concepção de Costa (1992, p. 58) é:... um documento que de forma explícita estabelece a identidade própria de cada comunidade, na articulação da Escola tende a nortear aplicabilidades legais no gerenciamento da unidade escolar. Nele estão definidas metas e ações que podem contribuir para a melhoria do ensino e da aprendizagem. Assegura ainda as disposições legais de todos os segmentos da instituição, assim como as associações, conselhos. O Projeto Político Pedagógico é um plano ou proposta coletiva sobre o trabalho educativo que visa a inserção do cidadão numa dada sociedade. É fundamental que não se perca de vista a realidade social, pois só assim este atenderá às necessidades deste momento histórico. Para tanto, é necessário o conhecimento desta sociedade. O projeto deve estar enraizado na realidade, definindo suas atividades educativas com vista à formação do cidadão desta sociedade. A função desempenhada pela escola na sociedade necessita de atenção, não podendo idealizar uma educação impossível de ser realizada. Portanto, a partir da escola real, deve buscar um direcionamento competente, com compromisso de possibilitar aos alunos o conhecimento necessário para que possa exercer sua cidadania. Elaborar um Projeto Político Pedagógico requer um rompimento com paradigmas educacionais não condizentes com o contexto social, requer mudanças na estrutura organizacional da escola, objetivando a melhoria não apenas curricular, mas no desenvolvimento de um trabalho que venha a atender as necessidades da comunidade interna e externa da escola. É um projeto que visa mudanças de forma

17 processual e contínua, que atinja o objetivo da escola e a qualidade de ensino. É um instrumento metodológico, elaborado de forma participativa, para que a escola possa realizar suas funções educacionais. A construção de um Projeto Político Pedagógico deve ser coletiva, envolvendo a comunidade escolar: pais ou responsáveis, alunos, professores, corpo técnico administrativo, gestores, funcionários e representantes da comunidade local. Tal diversidade gera conflitos, devido à subjetividade de interesses, porém se faz necessária quando se trata da estruturação de um trabalho coletivo que assegure, sobre tudo, o interesse da comunidade e o sucesso do educando. Cabe ao gestor trabalhar as situações de conflito, assegurando a harmonia do grupo, a ação compartilhada. Essa construção é permeada por valores que extrapolam os muros da escola e envolvem a realidade social como um todo. Deve estar preocupado em analisar a realidade da escola em suas dimensões pedagógicas, administrativas, financeira e jurídica, discutir as concepções do coletivo da escola em relação ao pedagógico como um todo, definir ações da escola, os responsáveis pela sua execução e os recursos, visando à implementação do projeto. As reflexões para a construção do Projeto Político Pedagógico precisam alicerçar-se nos pressupostos de teorias pedagógicas que considerem os envolvidos como pessoas históricas e sócias, que contribuam para a solução de problemas com a formação, com o ensino e com a aprendizagem. Enfim, teorias que subsidiem e fundamentem a prática pedagógica voltada aos interesses de todos os envolvidos. 1.5 CURRÍCULO Currículo escolar é todo o conhecimento produzido pela humanidade, na dimensão social, política, econômica e cultural. Deve ser definido com bases numa função social /econômica /cultural dentro da concepção político ideológica que se quer produzir com vistas à transformação social. Há muitas definições do termo currículo: conjunto de disciplinas de um curso, resultados buscados na aprendizagem, experiências que devem ser providas aos

18 estudantes. Hoje é bastante aceita a idéia de que currículo é além da seleção da cultura produzida pela sociedade. A definição seguinte nos parece mais adequada: Currículo é o conjunto dos conteúdos cognitivos e simbólicos (saberes, competências, representações, tendências, valores) transmitidos (de modo explicito ou implícito) das práticas pedagógicas e nas situações de escolarização, isto é, tudo aquilo a que poderíamos chamar de dimensão cognitiva e cultural da educação escolar. (FORQUIN, 2000, p.48) Uma questão fundamental do currículo é destacada por Sampaio (1998), ao afirmar a função social da escola está no trabalho com o conhecimento, isso implica em reconhecê-la como local de ingresso de crianças e jovens numa mobilidade especial deste processo que não começa na escola e deve prolongar-se vida afora. Os alunos são sujeitos históricos e devemos possibilitar-lhes que adquiram chaves conceituais de compreensão do modo e de seu tempo; assim deve permitir que tomem consciência das operações que mobilizam durante a aprendizagem, contribuindo para que prossigam na relação com o conhecimento e que busquem a melhoria da sociedade em que vivemos. Para que isso ocorra é necessário o trabalho coletivo, um esforço em conjunto, onde haja a superação da atual tradição de planejamento. O processo de planejamento precisa ter um sentido de trabalho coletivo. É nesta dimensão do currículo que cada educador deve dominar o conhecimento e planejar as ações específicas para a qual foi responsabilizado no exercício de sua função. Consequentemente, planejar as ações para um ano letivo, na sua especificidade, requer de cada educador a clareza da função social da escola, da concepção de totalidade para que seu trabalho tenha direção objetiva e concreta, na perspectiva de uma transformação escolar, e social, capaz de instrumentalizar os educandos para que os mesmos assumam o seu papel de sujeitos de sua história e da totalidade da humanidade. É necessário pensar o currículo como um artefato social e cultural que implica em relações de poder, transmite visões sociais particulares e interessadas. Produz identidades individuais e sociais a partir da seleção de determinados conceitos a serem trabalhados em cada tempo histórico. Não é um instrumento neutro nem pode ser separado do contexto social, uma vez que ele é historicamente situado e culturalmente determinado.

19 O currículo escolar vai sendo construído em um processo dinâmico a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais, da proposta Curricular de Santa Catarina e nas referências locais, produzidas no âmbito do Projeto Político Pedagógico, elaborado pela escola. Desta forma, entendido como ato que só se realiza na coletividade e que envolve todas as experiências de conhecimento desenvolvido pela escola, com o objetivo de produzir identidades, é que o currículo constitui-se no principal objetivo de atuação dos educadores. A elaboração conceitual constitui-se em categorias de compreensão da realidade que, quando elaboradas a partir de fundamentos científicos, possibilita uma melhor maneira de organizar, interpretar e analisar essa mesma realidade. Esta forma de construção do conhecimento possibilitará ao aluno uma compreensão da totalidade do sujeito, das relações estabelecidas social e historicamente, das diferentes formas de produção da sociedade e da relação fundada com a natureza e com o seu espaço físico, cultural, político, etc. 1.6 BUSCANDO A QUALIDADE Exigir qualidade na educação deve ser o principal objetivo de qualquer organização, seja ela pública ou privada. Qualidade gera a satisfação das necessidades das pessoas que estão envolvidas no processo. A qualidade é um pré-requisito fundamental nos processos organizacionais, imprescindível em todos os âmbitos. Segundo Juran e Gryna (1991, p. 20) a gestão da qualidade se assenta em três pontos fundamentais que são: o planejamento da qualidade, a melhoria da qualidade e o controle da qualidade. José Carlos Libâneo (2004, p. 65) apresenta alguns aspectos sobre a qualidade: A palavra chave é qualidade. Qualidade da escola refere-se tanto a atributos ou características da sua organização e funcionamento quanto ao grau de excelência baseado numa escala valorativa (a qualidade desta escola é ruim, medíocre, boa, excelente). Embora haja uma grande diversidade de opiniões entre os educadores e pais sobre critérios de

20 qualidade das escolas. Quais seriam os critérios que definiriam uma qualidade social da escola? Uma educação escolar de qualidade social tem as seguintes características: Assegura sólida formação que propicia por meio do domínio dos conteúdos escolares o mundo tecnológico e comunicacional. Desenvolve processos de formação para a cidadania, incorporando novas práticas de gestão. Assegura a elevação do nível escolar para todas as crianças e jovens sem exceção, em condições iguais de oferta dos meios de escolarização. Promove a integração entre a cultura escolar e outras culturas, Cuida da formação de qualidade morais, Para Libâneo (2004, p. 68) Não é nada fácil estabelecer como critério de qualidade a igualdade quanto ao atendimento escolar, a qualidade para todos. A busca da qualidade na educação escolar depende de um conjunto com vários objetos e estratégias. Mesmo com as mudanças que vêm ocorrendo nas práticas de gestão que se baseiam na democratização, por si só, não resolvem os problemas do baixo rendimento escolar. A qualidade da educação é um direito igualitário, ou seja, é um dos atributos centrais que define o direito à educação conquistada quando existe uma escola pública democrática e de qualidade. 1.7 FORMAÇÃO CONTINUADA Elevar a qualidade da atuação dos professores exige ações importantes, entre as quais, a formação. Mesmo a formação em nível superior não é suficiente para o desenvolvimento profissional, o que torna necessária a criação de uma formação continuada e permanente para os professores. Sempre teremos que resolver problemas do cotidiano.

21 Para José Carlos Libâneo (2004, p. 227), A formação continuada é outra das funções da organização escolar, envolvendo tanto o setor pedagógico como o técnico e administrativo. A formação continuada é condição para a aprendizagem permanente e para o desenvolvimento pessoal, cultural e profissional de professores e especialistas. Neste sentido, Vitor Henrique Paro (2001, p.61), diz que: A formação do gestor deveria conter pelo menos conteúdos sobre fundamentos da educação (históricos, filosóficos, sociológicos, econômicos, psicológicos), didática, as metodologias necessárias para bem ensinar determinado conteúdo programático e as questões relacionadas à situação da Escola Pública. A construção social do profissional da educação é um processo histórico, que tem como base a garantia do direito social à cultura. Trata-se de desenvolver a formação política, cuja ausência, muitas vezes tem sido apontada por muitos analistas da história da educação brasileira. As representações constituem a expressão dos sujeitos, já que cada pessoa tem sua própria história. A formação do professor precisa intencionalmente possibilitar o desenvolvimento do professor como pessoa, como profissional e como cidadão, tomando decisões a respeito da vida coletiva, participando da gestão cooperativa do trabalho e decidindo sua própria atuação no cotidiano escolar, assumindo sua prática social e aprendendo a exercer o poder de intervir para transformar. As aprendizagens que serão pilares da educação. 1.8 A LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL A gestão democrática da educação foi formalmente alcançada como um dos princípios da educação nacional, conforme a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96). No artigo 14 desta Lei está previsto que os sistemas de ensino devem definir as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e atendendo ao princípio da participação dos docentes na elaboração

22 do projeto pedagógico da escola (inciso I) e das comunidades escolares é local em Conselhos Escolares ou equivalentes (inciso II). O artigo 15 complementa esses aspectos com os graus progressivos de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira que os sistemas de ensino deverão assegurar às suas unidades escolares. Contudo, sabe-se que uma conquista legal pode ser reinterpretada praticamente perdendo, muitas vezes, o sentido original dado pelos seus proponentes. Isso ocorre porque os embates em torno do significado das políticas permanecem em constantes disputas nas arenas culturais, políticas e sociais. A democratização da gestão escolar, nesse sentido, exatamente por não estar garantida simplesmente por ser um texto legal, é algo mais próximo daquilo que resulta dos embates em torno de seus significados e das formas como os preceitos legais e suas políticas são constituídos nos diferentes contextos.

23 2 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS E ANALISE DOS DADOS 2.1 METODOLOGIA USADA PARA A COLETA DOS DADOS A coleta de dados, com vistas à comprovar a veracidade, procedêu-se em consonância com a definição do problema e dos objetivos da pesquisa ocorrendo através da pesquisa participante, onde podemos estar mais próximo da realidade. O projeto foi desenvolvido nas escolas municipais. Realizamos entrevistas com gestores de quatro escolas e uma entrevista com membros da Secretaria Municipal da Educação. A pesquisa foi desenvolvida de forma qualitativa e quantitativa através de um questionário para os profissionais da educação (professores, orientadores e gestores) com perguntas que ressaltam aspectos sobre o gestor e seu papel na educação. Foram utilizados como técnica de entrevista os questionários, que nos auxiliou no levantamento de informações, do qual foram extraídos os dados para subsidiar a análise dos resultados. Dentre os procedimentos utilizados para o estudo do tema, buscamos a contribuição de autores que colaboraram teoricamente na descrição do texto final. Por exemplo, José Carlos Libâneo, et. al. foram auxiliares dos processos de investigação sobre gestão escolar. Depois de aplicado o questionário com os profissionais, a transcrição das respostas foram anexadas ao corpo do trabalho de maneira descritiva como resultado das informações coletadas juntamente com as perguntas realizadas. A análise dos dados procura evidenciar a preparação dos profissionais da educação em relação à gestão nas escolas municipais. As escolas que foram objetos da nossa pesquisa pertencem a rede municipal de ensino, rede esta que conta hoje com um total de (7226) sete mil duzentos e vinte e seis alunos sendo que (181) cento e oitenta e um alunos são das escolas rurais, (217) duzentos e dezessete são CMEI e (6828) seis mil oitocentos e vinte e oito alunos nas escolas urbanas. Contamos também com (16) dezesseis escolas urbanas, (11) onze rurais e (6) seis CMEI.

24 O município de Caçador conta hoje com 100% dos professores formados. Destacamos que nosso trabalho desenvolveu-se nas seguintes situações: A Escola (01) tem (329) trezentos e vinte nove alunos e (17) dezessete professores com curso superior, (16) dezesseis com pós-graduação e (2) dois professores com mestrado. Somente um professor ainda não tem pós-graduação. A Escola (02) tem (481) quatrocentos e oitenta e um alunos e (30) trinta professores com curso superior e pós - graduação. A Escola (03) tem (750) setecentos e cinqüenta alunos (43) quarenta e três professores com curso superior e (2) dois professores com mestrado. A Escola (04) tem (1000) mil alunos e (54) cinqüenta e quatro professores com curso superior e pós-graduação. Concluindo, entendemos que diante do apresentado, contemplamos as questões metodológicas, de onde, como e com quem realizamos nossa pesquisa. 2.2 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS 2.2.1 Dos questionários Aqui serão demonstrados os resultados da pesquisa realizada nas instituições de ensino do Município de Caçador SC. Foram entrevistados gestores, orientadores e supervisores das escolas municipais num universo de quatro escolas e uma entrevista com membros da Secretaria Municipal da Educação. 2.2.1.1 Na primeira questão: O que você pensa sobre a Gestão Educacional? A maioria dos entrevistados afirma que gestão educacional é uma prática administrativa pedagógica, organizar a escola é dar alicerce aos docentes e demais funcionários. Também pode-se perceber que há certa contradição entre gestão e gestor.

25 Na fala do professor (5) cinco, fica evidenciada esta contradição: Num contexto geral, a escola funciona muito bem quando o gestor está atento. Se o gestor ou diretor forem dedicados, a escola vai bem. O gestor é para qualquer obra. Para José Carlos Libâneo (2004, p.217), O diretor de escola é o dirigente e principal responsável pela escola, tem a visão de conjunto, articula e integra os vários setores (setor administrativo, setor pedagógico, secretaria, serviços gerais, relacionamento com a comunidade, etc.) As funções do diretor são predominantemente, gestoras e administrativas, entendo-se, todavia, que elas têm conotação pedagógica, uma vez que se referem a uma instituição e a um projeto educativo e existem em função do campo educativo. 2.2.1.2 Na segunda questão: Baseado em que autores vocês exercem uma gestão no seu trabalho? A maioria dos entrevistados teve dificuldade para responder a esta questão. Percebemos pelas respostas dadas que apenas uma supervisora pedagógica citou vários autores que falam sobre gestão escolar. Sobre esta questão, preocupou-nos a falta de conhecimento teórico sobre o tema nos gestores. 2.2.1.3 Na terceira questão: Como funciona a escola? A escola funciona com a união do grupo pedagógico. Todos trabalham segundo as normas estabelecidas. Alguns só se forem cobrados pelo gestor. Muitos professores encontraram dificuldades em razão dos alunos estarem desmotivados para trabalharem o conteúdo.

26 2.2.1.4 Na quarta questão: Como é realizada a gestão da escola? A gestão da escola é realizada com a participação de toda a comunidade escolar transformando-se numa gestão democrática. 2.2.1.5 Na quinta questão: Existe uma política de aprimoramento do corpo docente em sua escola? Alguns cursos são oferecidos pela Secretaria Municipal da Educação. A escola também oferece palestras. O restante fica a cargo de cada professor buscar novos conhecimentos. 2.3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS O presente trabalho buscou investigar a gestão nas Escolas Públicas do Município de Caçador, o qual vem passando por profundas mudanças com vistas à atender às exigências do novo contexto, dentre os quais, a gestão educacional, a realidade da gestão na escola e o funcionamento da escola. Também procurou-se identificar como é a política de aprimoramento do corpo docente da escola, em que autores se baseiam para exercer uma gestão de qualidade. Através da análise e interpretação dos questionários foi possível identificar aspectos associados aos objetivos. Com o questionário direcionado aos gestores escolares, supervisores e professores, pôde-se evidenciar que a realidade educativa em que o gestor atua é complexa e freqüentemente conflituosa apresentando problemas que nem sempre possibilitam soluções imediatas. Constatou-se com as respostas da questão (1), que a maioria dos gestores das escolas municipais não tem conhecimento pleno para exercer a função. Devido a um sistema de influência política partidária, a maioria dos gestores ocupa cargos de confiança.

27 A conseqüência disso: O diretor empossado, na maioria das vezes, não era professor; não tinha vínculo empregatício com o Estado ou município, ou nenhuma ligação com a escola e com a comunidade. Além de não conhecer a problemática educacional, o que já é grave, não tinha compromisso com a escola nem com a comunidade a que iria servir, mas com quem o havia indicado. O diretor, nesse caso, se já não era, se transformava em cabo eleitoral do mandatário ou partido, deixando a escola aberta ás ingerências políticas partidárias, tornando-a extensão do diretório local. O político tinha carta branca para admitir, remover pessoal técnico administrativo e professores e interferir na distribuição de disciplinas e carga horária dos professores. (CALAÇA 1993, ps.43 44). Quanto ao papel a ser exercido pelo Gestor Escolar, observa-se com freqüência nas escolas públicas, o distanciamento do gestor no processo de planejamento pedagógico, sendo que simplesmente atende as questões de ordem administrativas. Com as respostas da questão (2), constatou-se que a maioria dos entrevistados teve dificuldade para responder. Percebemos pelas respostas dadas que apenas uma supervisora pedagógica citou vários autores que falam sobre gestão escolar. Sobre isso, preocupou-nos a falta de conhecimento teórico sobre o tema por parte dos gestores. Podemos citar vários autores que falam sobre gestão, Vitor Henrique Paro, José Carlos Libâneo, Pedro Demo, Heloísa Lück, Danilo Gandin e outros que deveriam estar no cotidiano dos gestores. Depois de concluída a pesquisa de campo, voltamos nas escolas para tirar mais algumas dúvidas sobre esta questão: Todos os gestores possuem curso superior, sendo que suas graduações se distribuem em: Pedagogia, Ciências, Letras etc. havendo ainda, vários profissionais que se preocupam em dar continuidade aos estudos, o que demonstra a necessidade de se dar destaque à formação continuada destes profissionais da educação na área de gestão escolar, pois os gestores que participaram da pesquisa sentiram a necessidade e a importância da qualificação específica na área. Constatou-se que apesar da experiência, encontram inúmeras dificuldades em adaptar-se a esta nova realidade. De acordo com a resposta da pergunta (3), a escola funciona com a união do grupo pedagógico. Todos trabalham segundo as normas estabelecidas. Muitos professores encontram dificuldades diante de alunos desmotivados para trabalharem o conteúdo. Um dos grandes problemas enfrentados pelos professores é a falta de

28 organização escolar no que se refere aos métodos de ensino, os quais estão cristalizados no tempo seguindo a mesma rotina ao longo dos anos. Organizar [...] é bem dispor elementos (coisas e pessoas), dentro de condições operativas (modos de fazer), que conduzem a fins determinados. Administrar é regular tudo isso, demarcando esferas de responsabilidades e níveis de autoridades nas pessoas congregadas, a fim de que não se perca a coesão do trabalho e a sua eficiência geral. (LOURENÇO FILHO, 1976. p. 41). Respondendo a questão (4), a gestão da escola é realizada com a participação de toda a comunidade escolar. Na realidade é uma gestão democrática na qual é canalizado o trabalho conjunto das pessoas, orientando-as e integrando-as no rumo dos objetivos. A opinião das famílias envolvidas no processo da gestão escolar é fundamental para que se obtenha um ensino moderno e de qualidade. A gestão participativa contribui para as tomadas de decisões com vistas à melhoria substancial no ensino. Os processos intencionais e sistemáticos de se chegar a uma decisão e de fazer a decisão funcionar caracterizam a ação que denominamos gestão. Em outras palavras, a gestão é a atividade pela qual são mobilizados meios e procedimentos para se atingir os objetivos da organização, envolvendo, basicamente, os aspectos gerenciais e técnico-administrativos. (LIBÂNEO, 2004, p.101). Na questão (5), obteve-se a seguinte resposta: alguns cursos são oferecidos pela Secretaria Municipal de Educação. As escolas oferecem palestras de motivação e psicologia educacional através de profissionais das áreas em questão. A maioria dos professores busca o aprimoramento fora da escola, isto é, em todos os meios possíveis, cursos de aperfeiçoamento, palestras, etc. Para Libâneo, a Formação e a Profissionalização de professores surgiram num quadro de mudanças educacionais associadas à reestruturação produtiva e políticas de ajuste no âmbito do capitalismo (2005, p. 60), Estas mudanças buscavam: nova qualidade educativa, o que implicava em mudanças nos currículos, na gestão educacional, na avaliação de sistemas e na profissionalização dos professores. Este movimento em busca de melhoria passou a ser reconhecido como um movimento em torno do conceito de reflexão, e como diz Libâneo, passou a ser designado como: programa do professor reflexivo, ao lado de teorias de ensino, não propriamente pela legitimidade em constituir-se como tal, mas pela popularização que o movimento ganhou (2005, p. 61).

29 A aspiração de uma educação ao alcance de todos e de qualidade talvez já esteja sendo idealizada, seja politicamente, que aceitam as regras e fazem acontecer, seja por aqueles que criam suas próprias regras, mas não deixam de educar para formar cidadãos. A educação e um direito de todos e a garantia desse direito e dever do estado, então só resta cada um fazer sua parte. Felizmente, o fato de haver tantos estudos e tantas discussões sobre o ensino, já significa que pode existir mudanças, seja através de leis, onde todos são obrigados a seguir, seja através de lutas e outras reivindicações. 2.4 RELAÇÃO DA GESTÃO ESCOLAR COM A FORMAÇÃO ACADÊMICA O curso de Pedagogia traz um entendimento amplo em todas as disciplinas. A Gestão Escolar está relacionada com várias destas disciplinas especialmente com Gestão em Instituições Escolares e não Escolares; Filosofia da Educação, Estrutura e Funcionamento da Educação Básica, Teoria Curricular, Planejamento e Organização Educacional, Didática e Planejamento Educacional, Gestão de Pessoas na Educação e outras, pois a gestão escolar trata de um processo permanente. Através das disciplinas do curso de Pedagogia, adquiriu-se um conhecimento básico o qual facilitou a elaboração do presente trabalho de conclusão de curso, através do qual far-se-á algumas considerações das disciplinas estudadas. Buscou-se neste trabalho, apresentar algumas considerações em relação à disciplina Gestão em Instituições Escolares e não Escolares que faz parte da grade curricular da graduação e que é de extrema importância para a realização do tema definido neste Trabalho de Conclusão de Curso. Na disciplina de Gestão em Instituições Escolares e não Escolares estudou-se os conceitos e origem da palavra Gestão e seus desafios no dia a dia. Deste modo, gestão é a geração de um novo modo de administrar uma realidade, sendo então, por si mesma, democrática, pois traduz a ideia de comunicação pelo envolvimento coletivo, por meio da discussão e do diálogo. É de fundamental importância considerar, o tipo de gestão que a escola tem e que tipo de gestor ela quer, pois este tem um papel fundamental na condução da prática educacional e social da

30 escola. O gestor deve guiar a comunidade escolar na efetivação do Projeto Político Pedagógico, construído pela equipe. Outro tema estudado foi referente à Gestão de Pessoas na Educação, no qual têve-se a oportunidade de conhecer sobre as responsabilidades do gestor a mobilização dos professores, funcionários, alunos e comunidade, na formação de uma equipe de trabalho cooperativo e eficiente, delegando funções onde todos trabalham de forma independente e em equipe; onde cada um deve saber até onde vão suas atribuições e quando cabe ao gestor tomar a decisão. Também é papel do gestor fazer uma ponte entre a escola e a Secretaria a qual ela é subordinada, buscando e administrando recursos materiais, financeiros e humanos, além de conhecer e fazer cumprir todas as Leis que se fizerem necessárias. Neste sentido, surgiu a curiosidade de conhecer melhor o verdadeiro papel do diretor e suas funções e também de onde nasceu a idéia de fazer o trabalho de conclusão de curso visando a gestão escolar. A direção de uma escola precisa ser dinâmica, comprometida e motivadora para a participação de todos os atores sociais. Ela necessita saber delegar poderes e estimular a autonomia, valorizando a atuação e a produção de cada um. Ela precisa ser uma figura presente, ponto de referencia da personalidade e missão da escola. Precisa, também, ser respeitosa nas relações interpessoais, inclusive nas ocasiões em que tem que promover ajuste no percurso de cada agente (BRASÍLIA, 2006 p.10). Estrutura e funcionamento da Educação Básica refere-se à organização da educação através da legislação, onde descobriu-se a importância do Projeto Político Pedagógico e a participação da comunidade na construção deste. As escolas que adotam uma estrutura gestacional que prioriza a aprendizagem e a afetividade são aquelas instituições que passam a incorporar em seus projetos político pedagógicos, o potencial, a criatividade e a cultura de cada aluno. A Gestão escolar precisa ter claro seu papel no que diz respeito às Séries Iniciais propiciando a capacitação do aluno para enfrentar novos desafios, ampliando suas potencialidades e posicionando-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais. Isto foi o que pôde-se perceber durante as aulas das disciplinas de Aprendizagem, Procedimentos e Fundamentos e Metodologia dos Anos Iniciais. Conduzir uma instituição de educação é um desafio, pois conciliar todos os aspectos relativos às ideias existentes em uma comunidade escolar requer um