O POTENCIAL CHINÊS PARA AS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS NO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS

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Transcrição:

Informe 14/2008 O POTENCIAL CHINÊS PARA AS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS NO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais ABIROCHAS Avenida Paulista, 1313 8º andar sala 802 Bela Vista São Paulo SP Cep 01311-200 Fone (11) 3253-9250 Fax (11) 3253-9458 abirochas@abirochas.com.br - www.abirochas.com.br

O POTENCIAL CHINÊS PARA AS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS NO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS 1 A produção mundial de rochas ornamentais e de revestimento evoluiu de 2 milhões t/ano, na década de 1920, para um patamar atual de 100 milhões t/ano. Cerca de 45 milhões t de rochas brutas e beneficiadas foram comercializadas no mercado internacional em 2007, devendo-se atingir a casa dos 50 milhões t em 2008. EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO E DO INTERCÂMBIO MUNDIAL DE ROCHAS Fonte: Montani, 2007 6000,0 Milhões de m2 equivalentes 5000,0 4000,0 3000,0 2000,0 1000,0 0,0 4773,0 3172,7 2960,5 2109,5 1012,3 1403,0 1968,9 651,0 1309,4 338,7 628,4 870,9 2000 2006 2010 2015 2020 2025 Produção Intercâmbio Prevê-se que em 2025 a produção mundial de rochas ornamentais ultrapassará a casa dos 400 milhões t/ano, multiplicando-se por cinco o atual volume físico das transações internacionais. As atividades de beneficiamento industrial estão cada vez mais se aproximando dos países produtores de matéria-prima, incrementando-se assim as exportações de rochas processadas acabadas e semi-acabadas, com maior valor agregado. Neste sentido, a China, Índia e Brasil, além da Turquia e possivelmente Irã, consolidarão os grandes pólos mínero-industriais de rochas no século XXI. Globalmente, as atuais transações comerciais do setor estão movimentando de US$ 80 bilhões a US$ 100 bilhões/ano, incluindo-se aí os negócios com máquinas, equipamentos, insumos e serviços. O vigoroso crescimento do mercado internacional caracterizou os últimos 1 Este texto foi elaborado pelo geólogo Cid Chiodi Filho Kistemann & Chiodi Assessoria e Projetos, para a ABIROCHAS Associação Brasileira das Indústrias de Rochas Ornamentais, em 24 de junho de 2008, Belo Horizonte MG. Os dados primários sobre exportações foram obtidos a partir de consulta à Base ALICE do MDIC (www.aliceweb.desenvolvimento.gov.br). Informe ABIROCHAS 14/2008 2

25 anos como a nova idade da pedra, transformando o setor de rochas em uma das mais importantes áreas emergentes de negócios mínero-industriais. Nesse período, o Brasil experimentou um notável adensamento de atividades em todos os segmentos da cadeia produtiva de rochas, mercê sobretudo de sua excepcional geodiversidade para granitos e materiais similares. Os principais avanços conquistados foram decorrentes do aumento das exportações, superando-se expectativas nas vendas de chapas polidas de granito e produtos diversos de ardósia, quartzito e pedra-sabão. EVOLUÇÃO DA PARTICIPAÇÃO RELATIVA NO MERCADO INTERNACIONAL DE ROCHAS PROCESSADAS ESPECIAIS Código 6802 80,0 60,0 % em Peso 40,0 20,0 0,0 1989 1997 2006 Itália 64,3 37,5 10,8 China 3,8 23,1 48,1 Índia 0,3 4,4 4,9 Brasil 0,3 1,1 5,1 Turquia 0,2 2,6 9,1 No ano de 2006 o Brasil já se colocou como 4º maior produtor e exportador mundial de rochas em volume físico, 2º maior exportador de granitos brutos, 4º maior exportador de rochas processadas especiais e 2º maior exportador de ardósias. Mais importante, no ano de 2007 o Brasil tornou-se o maior fornecedor dos EUA, em valor e volume físico, superando a própria Itália. O BRASIL NO MERCADO INTERNACIONAL DE ROCHAS 2006 2º maior exportador de ardósias (16,5% do total mundial). 2º maior exportador de granitos brutos (11,8% do total mundial); 4º maior exportador de rochas processadas especiais (5,1% do total mundial); 4º maior produtor (8,1% da produção mundial); 5º maior exportador em volume físico (6,3% do total mundial); Informe ABIROCHAS 14/2008 3

EVOLUÇÃO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE ROCHAS ORNAMENTAIS 1200,0 1050,0 900,0 US$ milhões 750,0 600,0 450,0 300,0 150,0 0,0 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 RSB 117,0 115,2 116,8 110,3 113,6 126,4 134,1 167,6 213,3 196 RCB 1,1 1,3 1,5 1,3 1,5 1,9 1,4 3,6 1,7 1,1 RP 92,4 115,9 153,3 168,6 223,7 301,0 465,5 618,8 831,1 897 TOTAL 210,5 232,5 271,5 280,2 338,8 429,3 601,0 790,0 1045 1093 RSB rochas silicáticas brutas; RCB rochas carbonáticas brutas; RP rochas processadas. A produção brasileira de 2007 atingiu cerca de 8 milhões t, envolvendo 1.200 variedades comerciais de rochas, extraídas em 1.800 frentes ativas de lavra. No mesmo período, as exportações de rochas somaram US$ 1,093 bilhão, com vendas para mais de 120 países, em todos os continentes, e participação de 82% de produtos beneficiados no total do faturamento dessas exportações. Estima-se que, entre negócios relativos aos mercados interno e externo, o setor brasileiro de rochas ornamentais tenha movimentado transações comerciais de US$ 4,5 bilhões em 2007. As cerca de 11.300 empresas ligadas à cadeia produtiva do setor de rochas no Brasil, quase todas de pequeno e médio porte, são responsáveis por 140 mil empregos diretos e 420 mil empregos indiretos. A DIMENSÃO DO SETOR BRASILEIRO DE ROCHAS ORNAMENTAIS - 2007 Produção de 8,0 milhões de toneladas; 1.200 variedades comercializadas nos mercados interno e externo; 1.800 pedreiras ativas; Informe ABIROCHAS 14/2008 4

11.300 empresas operando na cadeia produtiva; 140.000 empregos diretos e 420.000 empregos indiretos; Capacidade de produção de 70 milhões m 2 /ano de rochas processadas especiais; Capacidade de produção de 50 milhões m 2 /ano de rochas processadas simples; US$ 1,093 bilhão e 2,5 milhões t exportadas; Crescimento de 4,62% em valor e 3,39% em volume de exportações em relação a 2006; Exportações de 16,8 milhões m 2 equivalentes de chapas de granito e mármore (2 cm de espessura); Cerca de 600 empresas exportadoras em 23 estados da Federação (vendas para 120 países); Transações comerciais de US$ 4,1 bilhões nos mercados interno e externo. O ano de 2007 representou uma fase de transição e mudanças para o setor de rochas no Brasil, relacionado à passagem de um período de excepcional aquecimento da demanda mundial, vigente entre 2001 e 2006 e fundamentalmente ligada ao dinamismo da China e EUA. Os próximos cinco anos serão provavelmente caracterizados por um crescimento menos acentuado das transações internacionais e pela maior pressão de oferta dos países exportadores, situação esta derivada da crise do mercado imobiliário nos EUA. PERFIL DA PRODUÇÃO BRASILEIRA POR TIPO DE ROCHA 2007 Total da Produção = 8,0 milhões toneladas Granito e Metaconglomerado - 4,1 milhões t 8% 3% 3% 11% 50% Mármore e Travertino - 1,1 milhão t Ardósia - 0,9 milhão t Quartzitos Foliados - 0,6 milhão t 11% 14% Quartzitos Maciços - 0,2 milhão t Pedra Miracema - 0,2 milhão t Outros (Basalto, Pedra Cariri, Pedra Sabão, etc) - 0,9 milhão t O Brasil será fortemente afetado pela crise dos EUA, pois em 2007 este país representou 30,5% do volume físico e 58,2% do faturamento de nossas exportações de rochas. A China, segundo maior destino das exportações brasileiras em volume físico, com 20% do total exportado, respondeu por apenas 6,5% do nosso faturamento. O contraste dos EUA e China é explicado pelo perfil das exportações brasileiras para esses países, pois quase 100% das vendas para os EUA são de rochas processadas semi-acabadas (chapas polidas de granito), enquanto quase 100% das vendas para a China são de rochas brutas (blocos de granito). Esta situação é por sua vez explicada pelas barreiras tarifárias Informe ABIROCHAS 14/2008 5

fixadas pela China, que não cobra imposto sobre a importação de blocos, mas taxa em 24% as importações de rochas processadas, tanto acabadas quanto semi-acabadas. 700,0 EVOLUÇÃO DO FATURAMENTO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE ROCHAS ORNAMENTAIS PARA OS EUA 600,0 500,0 US$ milhões 400,0 300,0 200,0 100,0 0,0 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 USA 28,7 43,4 58,8 78,2 107,3 116,6 161,0 224,3 341,3 460,2 631,8 636,1 As chapas brasileiras não são assim competitivas no enorme mercado interno chinês da construção civil e, nas condições vigentes, a China não poderá tornar-se uma alternativa de vendas ao mercado dos EUA. Em outro sentido, tanto o mercado interno chinês quanto o mercado internacional continuarão sendo cada vez mais atendidos por granitos brasileiros made in China. PRINCIPAIS PAÍSES DE DESTINO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE ROCHAS ORNAMENTAIS Volume Físico, Valor e Preço Médio dos Produtos Base 2007 Países Volume Físico Exportado (1.000 t) Participação Exportações Brasileiras Valor Exportado US$ milhão Participação Exportações Brasileiras Preço Médio US$/t EUA 764,0 30,5% 636,1 58,2% 832,5 Itália 373,6 14,9% 84,9 7,8% 227,3 China 493,5 19,7% 70,8 6,5% 143,5 Espanha 143,9 5,8% 37,5 3,4% 262,1 Total 1.775,0 71,0% 829,3 75,8% - No ano de 2006 o Brasil já se colocou como 4º maior produtor e exportador mundial de rochas em volume físico, 2º maior exportador de granitos brutos, 4º maior exportador de rochas processadas especiais e 2º maior exportador de ardósias. Mais importante, no ano de Informe ABIROCHAS 14/2008 6

2007 o Brasil tornou-se o maior fornecedor dos EUA, em valor e volume físico, superando a própria Itália. Destaca-se que as quase 500 mil t de blocos, exportadas pelo Brasil para a China em 2007, permitem gerar aproximadamente 5 milhões m 2 equivalentes de chapas polidas com 2 cm de espessura. Essas chapas, que corresponderiam a 30% do total das exportações brasileiras de chapas no período (16,8 milhões m 2 ), permitiriam um faturamento quase quatro vezes superior àquele proporcionado pela venda de blocos, ou seja, passaríamos de US$ 70 milhões para US$ 250 milhões. Pela tendência de aumento da demanda por grandes chapas no mercado interno chinês, o Brasil teria condições ainda melhores para o seu atendimento, pois o parque de beneficiamento daquele país é calcado em talha-blocos, que produzem chapas de pequena dimensão, enquanto o brasileiro é calcado em teares, que desdobram as grandes chapas. Tal perspectiva só será no entanto viabilizada mediante a eliminação ou expressiva redução das barreiras tarifárias chinesas, o que deveria portanto constituir objeto de análise para acordos bilaterais de comércio. A redução ou eliminação dessas tarifas, aliada a um trabalho adequado de promoção comercial, permite vislumbrar um potencial de exportações de até US$ 500 milhões/ano, apenas para a China, em um horizonte de cinco anos. No ano de 2007, a China importou cerca de 3 milhões t de blocos de granito, que permitem desdobrar cerca de 30 milhões m 2 equivalentes de chapas e atestar o potencial de demanda desse mercado, inclusive sua capacidade de absorver o volume desejado de chapas brasileiras. EVOLUÇÃO DO VALOR DAS IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE ROCHAS ORNAMENTAIS 50 US$ milhões 40 30 20 10 28,5 21,6 16,8 6,8 32,4 24,3 21,9 21,0 19,4 20,1 18,9 29,3 21,5 42,4 0 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 Informe ABIROCHAS 14/2008 7

É importante salientar que, tanto a curto quanto a médio prazo, o mercado chinês para rochas processadas semi-acabadas, mais especificamente chapas polidas de granito, é a única possibilidade concreta de substituição das exportações para os EUA. Também é importante destacar que o mercado interno brasileiro, mesmo aquecido, poderá não constituir uma saída adequada para a queda nas exportações, pois a acentuada desvalorização do Real frente ao US dólar tem favorecido as importações, sobretudo da China. No 1º quadrimestre de 2008, a propósito, as exportações brasileiras de rochas recuaram 6,5% frente ao mesmo período de 2007, enquanto as importações tiveram incremento de 40%. Informe ABIROCHAS 14/2008 8