Extrato da Pectis oligocephala como inibidor de corrosão do alumínio em H 2 SO 4 1M

Documentos relacionados
INVESTIGAÇÃO DA Ruellia asperula COMO INIBIDOR DE CORROSÃO DO AÇO-CARBONO EM MEIO ÁCIDO

EXTRATO DA Byrsonima sericea NA INIBIÇÃO DA CORROSÃO DO AÇO-CARBONO EM HCl 1M

TÍTULO: ESTUDO E AVALIAÇÃO DA SUSCETIBILIDADE À CORROSÃO DE AÇOS INOXIDÁVEIS AUSTENÍTICOS EM AMBIENTE INDUSTRIAL

Estudo preliminar da deposição voltamétrica de estanho sobre aço em meio ácido

ESTUDO DO EFEITO DA TEMPERATURA DO BANHO NA ELETRODEPOSIÇÃO DA LIGA Fe-Mo

TÍTULO: AVALIAÇÃO DO USO DO IMIDAZOL COMO INIBIDOR DE CORROSÃO DO AÇO 420-R.

Corrosão do estanho em soluções ácidas na presença de bactérias.

EXTRATO DA FOLHA DO MURICI COMO INIBIDOR DA CORROSÃO DO AÇO CARBONO EM MEIO ÁCIDO

Extrato da folha do murici como inibidor da corrosão do aço carbono em meio ácido.

ESTUDO DA VELOCIDADE DE CORROSÃO EM LIGAS DE Al-3%Cu E Al-5%Cu

TÍTULO: ESTUDO DA PASSIVAÇÃO DO AISI 316-L COM ÁCIDO NÍTRICO EM PRESENÇA DE MEIO CORROSIVO DE ÁCIDO CLORÍDRICO ATÉ 0,50 MOL. L-1

ANALISE DE RENDIMENTO DO CATALISADOR HETEROGÊNEO ÓXIDO DE ALUMÍNIO (Al2O3) NA PRODUÇÃO DE BIODIESEL DE SOJA (glycine max)

CORROSÃO ATMOSFÉRICA. É extremamente dependente das condições no local de exposição.

ESTUDO DO EFEITO DA DENSIDADE DE CORRENTE NO PROCESSO DE ELETRODEPOSIÇÃO DA LIGA Fe-W

AVALIAÇÃO DO EFEITO DOS PARÂMETROS OPERACIONAIS DENSIDADE DE CORRENTE E ph DO BANHO SOBRE AS PROPRIEDADES DA LIGA Mo-Co-Fe

PREPARO DE FILMES CONTENDO ACETILACETONATO DE ALUMÍNIO. PREPARATION OF FILMS CONTAINING ALUMINIUM ACETYLACETONATE.

CARACTERIZAÇÃO DO REVESTIMENTO POLIMÉRICO DE EMBALAGENS DE FOLHA DE FLANDRES PARA ALIMENTOS EM CONSERVA

VIABILIDADE TÉCNICA DA REGENERAÇÃO DE COAGULANTE POR VIA ÁCIDA A PARTIR DO LODO DA ETA DE UMA INDÚSTRIA DE CORANTES

TECNOLOGIA ALTERNATIVA PARA PROTEÇÃO CONTRA CORROSÃO DE LIGAS DE ALUMÍNIO

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA INSTITUIÇÃO(ÕES): UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS - UNISANTOS

Corrosão Metálica. Introdução. O que é corrosão? Classificação dos processos de corrosão. Principais tipos de corrosão

Uso de vermiculita revestida com quitosana como agente adsorvente dos íons sintéticos de chumbo (Pb ++ )

3016 Oxidação do ácido ricinoléico a ácido azeláico (a partir de óleo de rícino) com KMnO 4

A CORROSÃO METÁLICA CAUSADA POR ÁGUAS NATURAIS

Corrosão e degradação de materiais. Modificação aparência. Interação Comprometimento pp mecânicas

PMT CORROSÃO E PROTEÇÃO DOS MATERIAIS

ESTUDO DA CORROSÃO DO Al RECICLADO DA INDÚSTRIA DE BEBIDAS

PRÁTICA 3 GRUPO 13. O objetivo desse procedimento é estudar a hidrólise do ácido bórico e do bórax.

Quí. Quí. Monitor: Rodrigo Pova

ANÁLISE DO EXTRATO AQUO-SOLÚVEIS DE FILTRO DE CIGARRO COMO INIBIDORES DE CORROSÃO

BOLETIM TÉCNICO E-CLPS 2100: PRÉ-TRATAMENTO NÃO CRÔMICO PARA ALUMÍNIO

Uso de Vermiculita Revestida com Quitosana como Agente Adsorvente dos Íons Sintéticos de Chumbo (Pb ++ )

UFJF CONCURSO VESTIBULAR PROVA DE QUÍMICA

Índice. Agradecimentos... Prefácio da Edição Revisada... Prefácio...

CORROSÃO DE AÇO CARBONO PARA DUTOS EM ÁGUAS NATURAIS

10.2 Parâmetros de qualidade da água

ESTUDO DA CORROSÃO ÁCIDA DE FERRO FUNDIDO CINZENTO E AÇO VISANDO A PRODUÇÃO DE HIDROGÊNIO

1 Introdução Princípios Básicos da Corrosão Eletroquímica... 5

ESTUDO DA SENSITIZA ÇÃO EM AÇOS INOXIDÁVEIS AISI 321 QUE OPERAM EM REFINARIA DE PETRÓLEO EM TEMPERATURAS ENTRE 500 E C.

REDUÇÃO DO ÓXIDO DE ZINCO PELO HIDROGÊNIO VISANDO A OBTENÇÃO DA LIGA FeZn

Tratamento térmico T4: solubilização e envelhecimento de ligas Al3,5%Cu

CORROSÃO PATOLOGIA E RECUPERAÇÃO DAS CONSTRUÇÕES. Prof. Mazer AULA 05

MATERIAIS POLIMÉRICOS COMO ELETRÓLITOS PARA CÉLULAS A COMBUSTÍVEL: GERAÇÃO DE ENERGIA A PARTIR DE FONTES RENOVÁVEIS

AVALIAÇÃO DA DURABILIDADE DO FOSFATO TRICATIÔNICO COM NIÓBIO POR ENSAIO DE CORROSÃO ACELERADA

UTILIZAÇÃO DO BAGAÇO DE CAJU COMO INIBIDOR DE CORROSÃO PARA O ALUMÍNIO 3003

4 Materiais e Métodos

4023 Síntese do éster etílico do ácido 2-cicclopentanona carboxílico a partir do éster dietílico do ácido adípico

Resumo. Luciana de Jesus Barros; Layne Sousa dos Santos. Orientadores: Elba Gomes dos Santos, Luiz Antônio Magalhães Pontes

4 Resultados Metal de base Temperatura ambiente. (a)

Corrosão: Definições e implicações práticas Aspectos termodinâmicos Formas de controle

4. MATERIAIS E MÉTODOS

ANÁLISE DE METAIS PARA AMBIOS ENGENHARIA E PROCESSOS

7 Resultados e discussão

Aços Alta Liga Resistentes a Corrosão IV

PMT CORROSÃO E PROTEÇÃO DOS MATERIAIS

Plating Zink -AL. Descrição :

(MACK-SP) Na eletrólise ígnea de NaCl, verificase

4 MATERIAIS E MÉTODOS

RESISTÊNCIA HIDROLÍTICA: ATAQUE QUÍMICO DO VIDRO PELA ÁGUA E SUAS IMPLICAÇÕES NO SEGMENTO FARMACÊUTICO

EXERCÍCIOS REAÇÕES SÓLIDO/GÁS

PRECIPITAÇÃO DA AUSTENITA SECUNDÁRIA DURANTE A SOLDAGEM DO AÇO INOXIDÁVEL DUPLEX S. A. Pires, M. Flavio, C. R. Xavier, C. J.

INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NA MORFOLOGIA DA CAMADA DE ANODIZAÇÃO DA LIGA DE ALUMÍNIO 5052

Centro Universitário Padre Anchieta Controle de Processos Químicos Ciência dos Materiais Prof Ailton. Metais Não Ferrosos

APLICAÇÃO DE QUITOSANA MODIFICADA COMO CATALISADOR HETEROGÊNEO NA PRODUÇÃO DE BIODIESEL POR ESTERIFICAÇÃO

4006 Síntese do éster etílico do ácido 2-(3-oxobutil) ciclopentanona-2-carboxílico

CORROSÃO. Processo de destruição superficial de um metal, dando origem a sais iónicos (óxidos hidróxidos) do referido metal

INSTRUMEMACÀO E COSTROLE CE PROCESSOS. MEDIÇÃO DE ph. A medição de ph permite determinar o grau de acidez ou alcalinidade de uma solução.

INFLUENCIA DA MICROESTRUTURA DE AÇOS API NA FORMAÇÃO DE BIOFILMES

XIII Olimpíada Baiana de Química Exame 2018

IMPORTANTE: Nunca Pintar Sobre Superfícies Anodizadas ou Pintadas Sem Fazer a Correta Decapagem, a Nova Camada de Tinta NÃO Irá Aderir Corretamente.

Palavras-chave: Ensaio de Impacto Charpy; Aço ABNT 1020; Aço ABNT 1045; Concentração de Carbono em Aços; Corpos de provas.

LIMPEZA QUÍMICA E PASSIVAÇÃO. Em Sistemas Críticos de Alta Pureza

longitudinal para refrigeração, limpeza e remoção de fragmentos de solos provenientes da perfuração, Figura 10.

III-045 SOLUBILIZAÇÃO DE CROMO PRESENTE EM MATRIZES CONFECCIONADAS COM LODO DE CURTUME E CIMENTO

EFEITO DA CONCENTRAÇÃO NA CINÉTICA DE DEGRADAÇÃO DA VITAMINA C DO SUCO DE ACEROLA CLARIFICADO E CONCENTRADO DURANTE A ARMAZENAGEM.

PROTECÇÃO DOS METAIS

CORROSÃO E DEGRADAÇÃO DE MATERIAIS. Proteção e Combate à Corrosão CARLA SOARES SOUZA

SÍNTESE DO 1-BROMOBUTANO Procedimento experimental a microescala (adaptado de Williamson, Minard & Masters 1 )

4028 Síntese de 1-bromodecano a partir de 1-dodecanol

Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Faculdade de Engenharia Química 2. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Química 3

4. Materiais e métodos

2017 Obtenção da amida do ácido cinâmico através da reação do cloreto do ácido cinâmico com amônia

TRATAMENTO DA ÁGUA PARA GERADORES DE VAPOR

DURAÇÃO DA PROVA: 03 HORAS

ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DO COAGULANTE TANINO NA REMOÇÃO DA COR, TURBIDEZ e DQO DO EFLUENTE TEXTIL DE UMA LAVANDERIA INDUSTRIAL.

ANÁLISE DO ph DO SOLO ATRAVÉS DE UMA ESCALA DE ph CONSTRUÍDA COM UM INDICADOR DE REPOLHO ROXO

REMOÇÃO DE METAIS PESADOS EM ÁGUA ATRAVÉS DE BIOPOLÍMEROS MODIFICADOS 1 INTRODUÇÃO

Tratamento do resíduo da drenagem ácida de mina para recuperação de urânio

VII Olimpíada Catarinense de Química Etapa I - Colégios

CAPÍTULO 3: RESULTADOS E DISCUSSÃO PARTE I

TÍTULO: EFEITOS DA IMPLANTAÇÃO IÔNICA POR IMERSÃO EM PLASMA SOBRE PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO AÇO INOXIDÁVEL 304

QUÍMICA Exercícios de revisão resolvidos

Cooperativismo em Materiais Compósitos

Organização: REVESTIMENTOS MONOCAMADA VpCI ALUMÍNIO DE LONGA DURABILIDADE NANO TECNOLOGIA DE INIBIDOES DE CORROSÃO POR VAPOR

pro-t Ficha técnica Aplicações recomendadas Materiais Suportes Características

ANÁLISE DE METAIS PARA AMBIOS ENGENHARIA E PROCESSOS

DETERMINAÇÃO DO GRAU DE UMIDADE EM SEMENTES. Francisco Guilhien Gomes Junior. Identificação da maturidade fisiológica

REVISIONAL DE QUÍMICA 1º ANO PROF. RICARDO

Estudo Estudo da Química

Transcrição:

Extrato da Pectis oligocephala como inibidor de corrosão do alumínio em H 2 SO 4 1M Francisco Felipe Sousa Gomes* (IC)¹, José Amilcar Mendes de Araújo Neto (IC)¹, Rafaella da Silva Gomes (IC)¹, Laudelyna Rayanne Freitas de Oliveira (IC)¹, Mauro Filho Alves de Alencar (IC)¹, José Milton Ferreira Junior (PQ)¹ e Rui Carlos Barros da Silva (PQ)¹. Resumo A maioria dos inibidores de corrosão para metais em meios ácidos são indesejáveis devido à sua toxicidade para o meio ambiente e o seu custo elevado. A fim de encontrar uma alternativa menos prejudicial para o ambiente, as propriedades de diferentes partes das plantas do semiárido brasileiro têm sido estudados. Além de serem ambientalmente aceitáveis, os produtos naturais são baratos, facilmente disponíveis e materiais renováveis. Por outro lado, a característica mais importante do alumínio é a sua resistência à corrosão devido à presença de um aderente fina película de óxido que obtém a película de proteção sobre a superfície do metal. Este fato justifica o seu largo uso em indústrias como vasos de reação, tubos, máquinas, produtos químicos e baterias, mas nem sempre é impermeável à corrosão, sua camada protetora pode se tornar instável quando exposto a níveis de ph extremamente altas. O presente estudo tem como objetivo verificar a eficiência de inibição de corrosão do alumínio em H2SO4 1M do extrato de Pectis oligocephala. Ensaios de imersão foram realizados e espectrometria de absorção atômica e microscopia eletrônica de varredura (MEV) foram mantidas. A partir do conteúdo de íons de Al na solução, o valor de 62,25% de eficiência inibidora foi avaliado. As imagens de MEV evidenciaram uma diminuição da camada de óxido. As reações de corrosão na presença de extrato de P. oligocephala são muito complexas. Palavras-chave: Pectis oligocephala. Alumínio. Corrosão. ¹LECOM Laboratório de Eletroquímica e Corrosão Microbiana Universidade Estadual do Ceará

INTRODUÇÃO Soluções de ácido são geralmente utilizados na indústria para a limpeza, descalcificação e decapagem de estruturas metálicas, processos que são normalmente acompanhadas por dissolução considerável do metal. Um método útil para proteger metais e ligas implantados em serviço em ambientes agressivos contra a corrosão é a adição de espécies orgânica ou inorgânica para a solução em contacto com a superfície, a fim para inibir a reação de corrosão e, consequentemente, reduzir o taxa de corrosão. Certo número de compostos orgânicos[1] são conhecidos como sendo aplicável a inibidores de corrosão para a liga de alumínio em ambientes ácidos. Estes compostos geralmente contêm azoto, oxigênio ou enxofre, em um sistema conjugado e função via adsorção das moléculas na superfície do metal, criando uma barreira ao ataque corrosivo. [2]. Embora haja muitos compostos orgânicos com propriedade de inibição de corrosão, muitos desses são indesejáveis devido a sua toxicidade ao meio ambiente, e seu alto custo. Com o objetivo de se encontrar uma alternativa menos prejudicial ao meio ambiente, as propriedades de inibição de corrosão de extratos obtidos de partes diferentes das plantas do semiárido brasileiro têm sido estudadas [3]. Além de serem ambientalmente amigável e ecologicamente aceitáveis, os produtos vegetais são de baixo custo, facilmente disponíveis e são fontes renováveis de materiais. Uma planta do semiárido brasileiro estuda quanto ao seu uso fitoterápico é a Pectis. A planta Pectis oligocephala faz parte da família Asteraceae considerada a mais rica em número de espécies entre as Angiospermas é conhecida popularmente como limãozinho, alecrim do mato ou caminho do matoe éutilizada na medicina popular contra dores estomacais, cólicas, hipertenção, gripes e resfriados. Por outro lado, o alumínio é um metal resistente à corrosão devido à presença de uma película fina de óxido protetora aderente sobre a superfície. No entanto, a camada protetora pode se tornar instável quando expostas a meios agressivos. Alumínio e suas ligas são materiais muito atraentes para aplicações de engenharia, devido ao seu baixo custo e seu peso leve [4].

O presente trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência de inibição da corrosão do alumínio em ácido sulfúrico na presença do extrato de Pectis oligocephala. Para isto, foram realizados ensaios de imersão e conduzidas as técnicas de espectrofotometria de absorção atômica e de microscopia eletrônica de varredura. MATERIAS E MÉTODOS Preparação da amostra de alumínio As amostras de alumínio sob forma de disco de 1cm 2 de área foram polidas com lixas d água de granulometra 180, 220, 360 e 1200, consecutivamente. Logo após, foram lavadas com água destilada, em seguida secadas. Uma das faces do disco de alumínio foi isolada com material inerte. Esses tratamentos feitos com os discos de alumínio foram adotados para a realização do ensaio de imersão. Preparação do extrato da Pectis oligocephala As folhas da Pectis oligocephala foram coletadas no Campus do Itaperi, da Universidade Estadual do Ceará (UECE). As partes áreas da espécie foram secas à temperatura ambiente, posteriormente trituradas e submetidas à extração exaustiva com etanol por sete dias, procedendo-se em seguida a filtragem do material. O extrato obtido foi concentrado em evaporador rotativo à pressão reduzida para a obtenção do extrato etanoico. Preparação da solução de trabalho Foram medidos exatamente 0,1331g da massa do extrato, que foi adicionada a 500 ml de solução de H 2 SO 4 1M. A solução foi tratada sob agitação em uma chapa de aquecimento (aproximadamente 60 C) e em seguida em banho ultrassônico durante 35 minutos.

Ensaio de imersão Foi realizado o ensaio de imersão com 10 ml de solução de trabalho, para o tempo determinado (0.5; 1; 4; 10; 15 e 24 h ), a temperatura ambiente, tanto na presença como na ausência do extrato. Sendo que uma das faces do disco de alumínio encontrava-se isolada com material inerte. A partir desse ensaio, foi possível calcular o valor da taxa de corrosão do alumínio nas soluções. Posteriormente, foi determinada a eficiência de inibição de corrosão. O valor da eficiência de inibição, em porcentagem, foi calculado a partir da seguinte expressão: P EI S P S P C x100 onde EI é a eficiência inibitória; P S e P C são as taxas de corrosão do alumínio em solução na ausência e na presença do extrato, respectivamente, expressas em mg.cm -2.h -1. (1) Ensaio por espectrofotometria de absorção atômica Logo após ter sido realizado o ensaio de imersão, foram retirados 5 ml das soluções residuais para a determinação do teor de íons alumínio na solução, usando a técnica de espectrofotometria de absorção atômica, usando o espectrômetro da Varian, modelo SPECTRAA 55, disponível no Laboratório de Química Analítica e Química Ambiental (LAQAM), da UECE. Os valores foram obtidos em ppm e, a partir destes, pôde-se calcular a massa de íons Al em solução, através da expressão: M Al = C Al x V (2)

onde M Al é a massa referente aos íons de Al em solução, C Al é a concentração total de íons Al em solução em mg.l -1 e V é o volume da amostra utilizada no ensaio. Avaliação da superfície do alumínio Realizado o ensaio de imersão de 24 horas, na presença e na ausência do extrato, as amostras de alumínio foram cuidadosamente armazenadas e condicionadas para a caracterização de sua superfície. Para esta avaliação, utilizou-se o microscópio eletrônico de varredura, PHILIPS, modelo XL-30, disponível no Laboratório de Caracterização de Materiais da UFC. RESULTADOS E DISCUSSÃO A partir do gráfico da gavimetria (figura 1), podemos observar o comportamento do alumínio frente a solução ácida e frente a solução com o possivel inibidor de corrosão. O alumínio frente a solução ácida com extrato teve um maior ganho de massa. Podemos dizer que a solução com extrato favorecel a formação da possivel camada de proteção do alumínio. Podemos observar esse comportamento atrvés das seguintes reações: 4Al 3O 2Al O 2 2 3 Al O 3H SO Al SO 3H O 2 3 2 4 2 4 3 2 (1) (2) Com a realização dos ensaios de imersão, observou-se a formação de bolhas de hidrogênio e uma maior liberação de íons alumínio, como mostra a seguinte reação: 2Al 3H SO 2Al 3SO 3H 3 2 4 4 2 (3)

Figura 1: Gráfigo da variação da massa de Al com tempo de imersão a temperatura ambiente Após o ensaio de imersão em solução ácida na presença e na ausencia do extrato da Pectis oligocephala, foram feitas as avaliações das superfícies do alumíno através da espectofotometria de absorção atômica. É de notar queo processo de corrosão na presençado extrato é muito complexo, o que está evidenciado na figura 2, que confirma a reação 3, que nos mostra que há uma maior liberação de íons alumínio na presença do ácido sulfúrico, desfavorecendo assim a formação da camada protetora sobre o alumínio. Figura 2: Gráfigo do teor de íons alumínio com tempo de imersão a temperatura ambiente.

A partir dos dados da espctrofotometria foi possivel calcular os valores da taxa de corrosão, que foi de 0,08534 e 0,03217 mg/cm 2.h na ausencia e na presença do extrato, respectivamente. A partir desses valores e de acordo com a realçao (1), pode-se calcular o valor da eficiencia de inibição que foi de 62,25 %. Com esse valor, o extrato pode ser assumido como um bom inibidor. Imagens microscópicas foram feitas e a partir delas pode-se ter a evidência de que a superfície Al praticamente não altera na presença do extrato (Figura 3), embora se verificado que a inibição da corrosão ocorra. Figura 2:As imagens do MEVda superfíciealpara24horasde tempode imersãoem: (a) H 2 SO 4 1Me (b) na presença do extrato de P.Oligocephala. CONCLUSÃO Concluiu-se que o extrato da Pectis oligocephala é considerado um bom inibidor de corrosão do alumínio em ácido sulfúrico 1M, pois sua eficiência de inibição em teor de íons Al na solução foi igual a 62,25%. De acordo com as imagens microscópicas, pode-se concluir que a superfície do alumínio não sofre muitas alterações, embora se observe que a inibição de corrosão tenha ocorrido.

AGRADECIMENTOS Os autores gostariam de expressar sinceros agradecimentos à FUNCAP e ao CNPq pelo suporte financeiro ao projeto de pesquisa no qual está inserido este trabalho. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] (Ameer et al, 2000;. Kissi et al, 2006;. Oguzie et al, 2004.; Oguzie, 2005; Tang, 2006; ebenso, 2003; Zhang, 2003; Harek e Larabi, 2004) [2] A.M.Fekry e M. A. Ameer. Corrosion inhibition of mild steel in acidic media using newly synthesized heterocyclic organic molecules. Inter. J.Hydrog. Energ. 35 (2010) 7641. [3] E. P. Oliveira Jr., G. V. Lima, C. E. C. Magalhães, R. C. B. da Silva, S. M. de Morais e S. M. O. Costa. Quim. Brasil, 4 (2010) 67-71. [4] Davis, J.R. (editor) 1987. Metals Handbook, Volume 13. 9 th edition. ASM International, OH. 104-122 and 583-609.