AVALIAÇÃO DA SAÚDE DO HOMEM IDOSO NO COTIDIANO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE

Documentos relacionados
Implantação do Programa Saúde do Homem no município de. Fabio de Mello Secretário Municipal de Saúde. Santa Terezinha de Itaipu

POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM. Brasília, 18 de Novembro de 2013 Michelle Leite da Silva

CONCEPÇÕES E PRÁTICAS DO PROFISSIONAL ENFERMEIRO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NA ATENÇÃO A SAÚDE DO HOMEM

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE DOENÇAS CRÔNICAS À PESSOA IDOSA INTRODUÇÃO

DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS ENFERMEIROS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA NA SAÚDE DO HOMEM

EXCESSO DE PESO E FATORES ASSOCIADOS EM IDOSOS ASSISTIDOS PELO NASF DO MUNICÍPIO DE PATOS-PB

PERFIL DOS ENFERMEIROS ATUANTES NA ATENÇÃO À SAÚDE DA MULHER CLIMATÉRICA

MORBIMORTALIDADE DA POPULAÇÃO IDOSA DE JOÃO PESSOA- PB

Perspectivas na Assistência à Saúde dos Homens: uma Revisão Bibliográfica

CARACTERIZAÇÃO DOS USUÁRIOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA EM MUNICÍPIOS PARAIBANOS

SERVIÇOS AMBULATORIAIS DE SAÚDE NO CUIDADO INTEGRAL A PESSOA IDOSA

ACESSIBILIDADE DOS IDOSOS NO SERVIÇO DE ATENÇÃO AMBULATORIAL ESPECIALIZADA EM CAMPINA GRANDE-PB.

O CRESCIMENTO E O DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS DE UMA ESCOLA MUNICIPAL¹

ATENÇÃO PRIMÁRIA AMBIENTAL: O CONHECIMENTO DO ENFERMEIRO QUE ATUA NO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA *

ESTRATÉGIAS EDUCATIVAS SOBRE DIABETES PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA

PERFIL SOCIO DEMOGRAFICO E ARRANJO DOMICILIAR DE IDOSOS CADASTRADOS NO HIPERDIA

Carta do Rio de Janeiro

PERFIL DOS IDOSOS INTERNADOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO EM CAMPINA GRANDE

O SUS E A TERCEIRA IDADE: COMO FUNCIONA O ATENDIMENTO PARA A FAIXA ETÁRIA QUE MAIS CRESCE NO PAÍS?

A PRINCIPAL PORTA DE ENTRADA : REFLEXÕES ACERCA DO ACOMPANHAMENTO DO IDOSO PELA ATENÇÃO BÁSICA

PROMOÇÃO DA SAÚDE DO HOMEM NOS SERVIÇOS DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

ASPECTOS FUNDAMENTAIS E FUNCIONAIS DO ENVELHECIMENTO PARA DE IDOSOS DE UM CENTRO DE CONVIVÊNCIA

ASPECTOS FUNCIONAIS DE IDOSOS DE UM CENTRO DE CONVIVÊNCIA

Palavras-chave: Promoção da saúde. Enfermagem. Neoplasias da mama. Neoplasias de próstata. Pessoas com deficiência.

TÍTULO: INCIDÊNCIA DE AIDS NA POPULAÇÃO DE 50 ANOS OU MAIS EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP, NO PERÍODO DE 2003 A 2013

PERFIL DE INTERNAÇÕES POR CONDIÇÕES SENSÍVEIS A ATENÇÃO PRIMÁRIA (ICSAP) EM MENORES DE UM ANO

PERFIL DA AUTOMEDICAÇÃO ENTRE IDOSOS USUÁRIOS DAS UNIDADES DE SAÚDES DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE CUITÉ-PB INTRODUÇÃO

A ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA DO COMPLEXO AQUÁTICO E DO GINÁSIO DIDÁTICO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CAMPUS JOÃO PESSOA

PALAVRAS-CHAVE ENFERMAGEM MATERNO-INFANTIL. PERÍODO PÓS- PARTO. PESQUISA EM ENFERMAGEM.

O PAPEL DOS ENFERMEIROS NOS CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

TÍTULO: CARACTERIZAÇÃO DAS QUEDAS EM CRIANÇAS INTERNADAS EM HOSPITAL PEDIÁTRICO

Capacitação em Eventos

POLÍTICAS PÚBLICAS ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE

OBJETIVOS. Delimita a pretensão do pesquisador; abrange as finalidades ou as metas que o investigador espera alcançar

ANÁLISE DA MORTALIDADE E DISTRIBUIÇÃO DE NEOPLASIA CUTÂNEA EM SERGIPE NO PERIODO DE 2010 A 2015 RESUMO

INSERÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE E NOS NÚCLEOS DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA (NASF): REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

PERCEPÇÃO DOS IDOSOS A CERCA DO ACOLHIMENTO NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA Thainar Machado de Araújo Nóbrega/Faculdades Integradas de Patos/FIP.

ANÁLISE DO MONITORAMENTO DA GLICEMIA CAPILAR EM INSULINODEPENDENTES PARA PREVENÇÃO DE COMPLICAÇÕES RELACIONADAS AO DIABETES MELLITUS

PERCEPÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM SOBRE A INSERÇÃO DO SETOR DE ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO ÀS GESTANTES EM UM HOSPITAL DO INTERIOR DA BAHIA

PERCEPÇÕES DE ENFERMEIROS SOBRE O IMPACTO DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO INDICADOR DE MORTALIDADE INFANTIL EM RIO GRANDE

RESUMO EXPANDIDO - ENFERMAGEM

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA CLÍNICA ESCOLA DE FISIOTERAPIA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS


Andréa Paula Bezerra de Alencar Lira

PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E CLÍNICO DE PESSOAS QUE ENVELHECEM COM HIV/AIDS ACOLHIDOS NO LAR DA FRATERNIDADE EM TERESINA-PIAUÍ

Caracterização dos usuários com incontinência urinária atendidos na região Leste-Nordeste de saúde de Porto Alegre

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DOS USUÁRIOS DE CENTROS DE CONVIVÊNCIA PARA IDOSOS NO MUNICÍPIO DE NATAL- RN

ANÁLISE DESCRITIVA DA SITUAÇÃO DE ENCERRAMENTO DOS CASOS DE TUBERCULOSE NO MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE - PB ( )

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE IDOSOS HOSPITALIZADOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

ANVISA. EXERCÍCIOS - CESPE Lei 8.080/90. Profa. Andréa Paula

FATORES QUE INTERFEREM NA BUSCA PELO ATENDIMENTO DE SAÚDE DO HOMEM NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA EUNICE BARBOSA NO MUNICÍPIO DE SIMÃO DIAS SE

Curso de Atualização. Gestão das Condições de Trabalho e Saúde dos Trabalhadores da Saúde

CARACTERIZAÇAO SOCIODEMOGRÁFICA DE IDOSOS COM NEOPLASIA DE PULMAO EM UM HOSPITAL DE REFERENCIA EM ONCOLOGIA DO CEARA

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO NEONATO PREMATURO

PALAVRAS-CHAVE: Classificação de risco. Emergência. Enfermagem. Desafios.

Nara Rubia Borges da Silva Vitória Maria Lobato Paes

Política Nacional de Atenção Básica. Portaria nº 648/GM de 28 de Março de 2006

PSICOLOGIA E DIREITOS HUMANOS: Formação, Atuação e Compromisso Social

Especialização em Saúde Pública. Saúde da Família. Tema 3 Assistência Integral à Saúde do Adulto. Bloco 1. Yaisa França Formenton

O ACESSO DO HOMEM NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE SAÚDE

ATIVIDADE FÍSICA PARA TODOS? UM ESTUDO SOBRE OS LOCAIS E PROGRAMAS DE ATIVIDADES FÍSICAS EXISTENTES EM NOVA FLORESTA-PB

ACUPUNTURA NAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: UMA REVISÃO NARRATIVA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Introdução

AVALIAÇÃO DOS HOSPITAIS DA CIDADE DE JOÃO PESSOA/PB PARA ATENDIMENTO DA POPULAÇÃO IDOSA.

O USO DE FITOTERÁPICOS NA ATENÇÃO BÁSICA 1

AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA SOBRE MEDIDAS DE CONTROLE DE INFECÇÃO

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES EM CUIDADOS PALIATIVOS NO GRUPO INTERDISCIPLINAR DE SUPORTE ONCOLÓGICO

Palavras-chave:Assistência Integral à saúde; Direitos do Paciente; Direito à Saúde; Hospitalização.

TUBERCULOSE NA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA PSR NO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE

INTERNAÇÕES HOSPITALARES DE IDOSOS POR PROBLEMAS PROSTÁTICOS NO CEARÁ NO PERÍODO

EFEITOS DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS EM DUPLA-TAREFA SOBRE O EQUILÍBRIO E A COGNIÇÃO DE MULHERES IDOSAS

PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTE EVITÁVEIS EM IDOSO NO MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE PB.

NASF e PAIF/CRAS: a contribuição de cada serviço para a garantia dos direitos. Débora Martini

TÍTULO: ADOLESCENTE DEPENDENTES DE DROGAS LÍCITAS E ILÍCITAS: ACOLHIMENTO DA ENFERMAGEM

Seminário Preparatório da Conferência Mundial sobre Determinantes Sociais da Saúde 5 de agosto de 2011

Desde o início da construção do Sistema Único de Saúde (SUS) percebe-se a necessidade de

INTOXICAÇÃO EM IDOSOS REGISTRADAS PELO CEATOX CG ( ): ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA E DESENVOLVIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO

Masculinidade na Construção da Saúde do Homem

RASTREAMENTO DO CÂNCER DE PRÓSTATA EM IDOSOS DE UMA COMUNIDADE RURAL: UM ESTUDO AVALIATIVO DAS AÇÕES DESENVOLVIDAS EM UM MUNICÍPIO DE ALAGOAS

PERFIL DO CUIDADOR NA VISÃO DO IDOSO INSTITUCIONALIZADO

COLOQUE AQUI SEU TÍTULO

GRUPO DE GESTANTES: A PARTICIPAÇÃO ATIVA DAS MULHERES E O COMPARTILHAR DE CUIDADOS NO PRÉ-NATAL

Desenvolvendo um protocolo de pesquisa. Profª Gracian Li Pereira Fundamentos de Pesquisa 4º período FACIMED 2011/2

Qualificação da Atenção ao Pré-Natal e Puerpério na UBS Naudar Vicente Konsen, Jari / RS

A REALIDADE DO ATENDIMENTO À SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA

POLÍTICA DAS DANT Doenças e Agravos Não Transmissíveis Coordenação Geral das Políticas Públicas em Saúde - SMS/PMPA

Edição Número 96 de 20/05/2004

DOENÇA DE PARKINSON NA VIDA SENIL PANORAMA DAS TAXAS DE MORBIMORTALIDADE E INCIDÊNCIA ENTRE AS REGIÕES BRASILEIRAS

PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DE CUIDADORES DE IDOSOS QUE TRABALHAM EM INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA

POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA: CONHECIMENTO DOS ENFERMEIROS DAS ESTRATÉGIAS DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE CAJAZEIRAS - PB

IDENTIFICAR AS PATOLOGIAS OSTEOMUSCULARES DE MAIORES PREVALÊNCIAS NO GRUPO DE ATIVIDADE FÍSICA DO NASF DE APUCARANA-PR

Programa Saúde da Família, uso de serviços de saúde e hospitalização por Condições Sensíveis à Atenção Primária em Bagé, Rio Grande do Sul

POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL. Prof. Domingos de Oliveira

TERMO DE REFERÊNCIA RIO BRANCO ARTICULADOR

Orientações gerais: PROVA DE CONHECIMENTO EM METODOLOGIA CIENTÍFICA E INTERPRETAÇÃO DE ARTIGO CIENTÍFICO NÍVEL MESTRADO

MAPEAMENTO DA SAÚDE MENTAL DE TAQUARA/RS

Transcrição:

AVALIAÇÃO DA SAÚDE DO HOMEM IDOSO NO COTIDIANO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE Silvia Ximenes Oliveira 1 ; Moises Barbosa Oliveira 2 ; Olívia Maria Feitosa Henrique 3 1. Faculdades Integradas de Patos,, silviaxoliveira@hotmail.com 2. Faculdades Integradas de Patos moisesbarbosa@hotmail.com 3. Secretaria de Saúde Barro - CE, lilahfeitosa@hotmail.com RESUMO Este trabalho objetivou avaliar os determinantes que influenciam os homens na adesão aos serviços de saúde. Trata-se de uma pesquisa descritivo exploratória com abordagem quantitativa, realizada com 20 homens, moradores adstritos de duas unidades da Estratégia Saúde da Família do município de Princesa Isabel, Estado da Paraíba. Dentre a frequência aos serviços de saúde, os idosos raramente o procuram. A maioria relata que não veem necessidade de procurar o serviço de saúde. Ao sentirem a necessidade o serviço de saúde mais utilizado é o hospital com predomínio de 80%. A Política Nacional de Atenção à Saúde do Homem constitui importante estratégia de promoção da saúde, entretanto, ainda se faz necessário que profissionais e instituições de diversas áreas, além da saúde, sejam ágeis, criativos e capacitados para lidarem com tal singularidade e suas vulnerabilidades, principalmente por se tratar de homens idosos. Palavras chave: Saúde do homem; Estratégia Saúde da Família; Promoção da Saúde. ABSTRACT This study evaluated the determinants that influence men in adherence to health services. It is an exploratory descriptive research with quantitative approach, accomplished with 20 men, working residents at two Drives Health Strategy Princess municipal Family Isabel, State of Paraiba. Among the frequency to health services, the elderly rarely seek. Most reports that see no need to seek health care. To feel the need the most widely used health care is the hospital with a prevalence of 80%. The National Policy for Men's Health is an important health promotion strategy, however, is still necessary that professionals from various fields institutions, and health, are agile, creative and qualified to deal with such uniqueness and their vulnerabilities, mainly because it is older men. Keywords: Men's health; Family Health Strategy; Health Promotion. INTRODUÇÃO No Brasil, a Estratégia Saúde da Família responde à ampliação do cuidado ao buscar a promoção da qualidade de vida e intervenção nos fatores que podem gerar riscos, por meio de ações programáticas abrangentes e ações intersetoriais. 1 Nesse aspecto, entende-se importante a Política Nacional de Atenção à Saúde do

Homem. Criada em 2009, essa política procura incluir a masculinidade nas questões clínica e epidemiológica, oferecendo uma proposta singular de cuidado de promoção e recuperação da saúde. 2 Vários estudos comprovam que os homens são mais vulneráveis às doenças do que as mulheres, sobretudo às enfermidades graves e crônicas, e morrem mais precocemente que as mulheres. 3,4 A despeito da maior vulnerabilidade e das altas taxas de morbimortalidade, os homens não buscam, como as mulheres, os serviços de atenção básica. 5 Nesse sentido, faz-se necessário conhecer os motivos da não adesão dos homens idosos aos serviços de saúde. Para isso, o estudo em tela tem como objetivos descrever o perfil socioeconômico e os principais motivos que os levam a procurar os serviços de saúde. METODOLOGIA Trata-se de estudo exploratório, de campo, com abordagem quantitativa. O trabalho de campo se apresenta como uma probabilidade de conseguirmos não só a aproximação com aquilo que desejamos conhecer e estudar, mas também de criar um conhecimento, partindo da realidade presente no campo. 6 A abordagem quantitativa é a metodologia que envolve a coleta sistemática da definição do problema e seleção dos conceitos nos quais se agrupa para o desenvolver da solução. Ocorre mediante condições de controle utilizando métodos estatísticos com a finalidade de analisar os dados obtidos. 7 A população alvo foi constituída por 40 homens da área de abrangência de duas Unidades Estratégia Saúde da Família, após critérios de inclusão e exclusão. A amostra foi constituída por 20 homens do grupo escolhido, selecionados de forma intencional, sem critério de cor, religião, condição econômica ou grau de instrução. Os dados foram coletados mediante entrevista semi-estruturada, através de um formulário previamente testado, acerca de dados sociodemográficos e fatores determinantes pela procura nos serviço de saúde. Após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética das FIP, mediante certidão de protocolo número 114/2012, os

dados foram coletados no mês de abril do ano 2013. A pesquisa foi realizada de acordo com a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde M/S que regulamenta as pesquisas envolvendo seres humanos. Os indivíduos que aceitaram participar da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. RESULTADOS E DISCUSSÃO Através dos dados obtidos, possibilitou-se elucidar o perfil do grupo. Para tanto, as principais variáveis utilizadas foram a idade e o grau de escolaridade. Nesta pesquisa, 65% dos idosos têm entre 65 e 70 anos, 20% correspondem a faixa etária de 71 a 75 anos e 15% tem idade superior a 76 anos. No que se refere à escolaridade, verifica-se o predomínio de homens com primeiro grau incompleto (70%), seguidos daqueles com o primeiro grau completo (30%). GRÁFICO 01: Com que frequência o senhor procura o serviço de saúde? SEMPRE, MESMO SEM SINTOMAS APARENTES DE ALGUMA DOENÇA APENAS QUANDO SURGE ALGUMA DOENÇA RARAMENTE PROCURA UM SERVIÇO DE SAÚDE 10% 15% 75% Nesse gráfico vemos que 75% (15) homens raramente procuram um serviço de saúde, 15% (03) homens procuram apenas quando surge alguma doença e 10%

(02) homens sempre procuram o serviço, mesmo sem sintomas aparentes de alguma doença. Vários estudos constatam que os homens, em geral, padecem mais de condições severas e crônicas de saúde do que as mulheres e também morrem mais do que elas pelas principais causas de morte. Entretanto, apesar das taxas masculinas assumirem um peso significativo nos perfis de morbimortalidade, observa-se que a presença de homens nos serviços de atenção primária à saúde é menor do que a das mulheres. 8 GRÁFICO O2: Qual o principal motivo que o leva a pouco procurar o serviço de saúde? MEDO DE DESCOBRIR ALGUMA DOENÇA VERGONHA DE SE EXPOR NÃO VER NECESSIDADE OUTRAS 0% 0% 20% 80% De acordo com o gráfico 02, vemos que 80% (16) homens não veem necessidade de procurar o serviço de saúde e outros 20% (04) homens tem vergonha de se expor. O menino cresce e é educado para ser forte e proteger. Isso o coloca numa posição de vulnerabilidade física e psíquica já que não pode admitir que pode ser frágil ou que possa adoecer, o que o torna susceptível a riscos de agravamento de uma doença que poderia ser evitada. O processo de adoecimento é considerado como um sinal de fragilidade que os homens não reconhecem como inerentes à sua própria condição biológica. 8

GRÁFICO 03: Quando sente necessidade, qual(is) o(s) serviço(s) de saúde mais utilizados pelo senhor? POSTO DE SAÚDE FARMÁCIA HOSPITAL CLÍNICAS PARTICULARES 5% 5% 10% 80% O gráfico 03 dispõe os quatro serviços de saúde principais no que se refere a necessidade por um serviço de saúde. 80% (16) homens quando sentem necessidade procuram o hospital, 10% (02) homens procuram o posto de saúde, 5% (01) homem procura a farmácia ou clínicas particulares, respectivamente. A despeito da maior vulnerabilidade e das altas taxas de morbimortalidade verifica-se a existência de barreiras institucionais e socioculturais como fator de resistência masculina na atenção de sua saúde. Os homens não buscam, como fazem as mulheres, os serviços de atenção primária, 9 adentrando o sistema de saúde pela atenção ambulatorial e hospitalar de média e alta complexidade, o que tem como consequência agravo da morbidade pelo retardamento na atenção e maior custo para o sistema de saúde.

GRÁFICO 04: Qual o principal motivo que o leva a procurar esse tipo de atendimento? QUALIDADE DO ATENDIMENTO FACILIDADE DE ACESSO RAPIDEZ DO ATENDIMENTO OUTRO 0% 35% 50% 15% O gráfico 04 mostra o percentual dos principais motivos que levaram os idosos a procurarem pelo serviço de saúde mais referido. Constatou-se que 50% (10) homens procuram o hospital porque tem facilidade de acesso, 35% (07) homens procuram o hospital por causa da melhor qualidade no atendimento e 15% (03) homens procuram o hospital por causa da rapidez do atendimento. O que se pode constatar é que antes do surgimento do Sistema Único de Saúde (SUS), o que havia era um atendimento médico-hospitalar voltado para aqueles que possuíam condições financeiras pra pagar um atendimento ou ainda para os que, em função de suas atividades trabalhistas, tinham convênios com algumas empresas de saúde responsáveis pelos atendimentos. O restante da população, ou seja, os pobres ficavam a mercê da sorte ou, como muitos, condenados a uma vida cronicamente enferma.

GRÁFICO 05: Poderia citar algum tipo de serviço que fosse ofertado, que pudesse levar os homens a procurar mais as unidades de saúde? MÉDICO ESPECIALISTA SEM IDEIAS PRESENÇA MAIOR DO MÉDICO NO PSF OUTROS 5% 20% 20% 55% Vemos nesse gráfico que 55% (11) homens não tem ideias para citar algum tipo de serviço que fosse ofertado, 20% (04) homens dizem que a presença de médico especialista é imprescindível, outros 20% (04) homens dizem que é importante uma maior presença do médico na atenção básica e 5% (01) homem citou outro tipo de serviço. Estudos apontam o fato de homens não se reconhecerem como alvo do atendimento de programas de saúde, devido às ações preventivas se dirigir quase que exclusivamente para mulheres. 10 Assim os serviços públicos costumam ser percebidos como um espaço feminizado, frequentado principalmente por mulheres, e composto em sua maioria por uma equipe profissional do sexo feminino. Essa situação provocaria nos homens a sensação de não pertencimento àquele espaço. 8

GRÁFICO 06: O senhor já viu alguma campanha sobre a saúde do homem? SIM NÃO 50% 50% Vemos nesse gráfico que 50% (10) homens já viram algum tipo de campanha relacionada à saúde do homem e os outros 50% (10) homens nunca viram nenhuma campanha a respeito da saúde do homem. O Ministério da Saúde em parceria com gestores do SUS, sociedades científicas, sociedade civil organizada, pesquisadores acadêmicos e agências de cooperação internacional, implementaram a Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem (PNAISH) com o propósito de suprir as necessidades do mesmo. Esta política está alinhada com a Política Nacional de Atenção Básica porta de entrada do Sistema Único de Saúde - e com as estratégias de humanização em saúde, e em consonância com os princípios do SUS, fortalecendo ações e serviços em redes e cuidados da saúde. 4 Desta forma, o Ministério da Saúde visa qualificar a atenção à saúde da população masculina na perspectiva de linhas de cuidado que resguardem a integralidade da atenção. Fazendo com que esta população acesse o sistema de saúde por meio da atenção primária, que requer mecanismos de fortalecimento e qualificação, para que a assistência à saúde não se restrinja à recuperação, garantindo, sobretudo, a promoção da saúde e a prevenção a agravos evitáveis. 4 CONCLUSÃO Ao iniciar este estudo tinha-se a idéia que, mesmo com a implementação da

política de saúde do homem nas unidades de saúde da família, o homem nem sempre procurava a atenção básica. Na realização do mesmo, observou-se que essa premissa se manteve, os resultados apontam que falta capacitação dos profissionais para este atendimento, divulgação sobre o assunto e as unidades de atenção à saúde necessitam de adequações. Diante disto, é preciso promover ações de saúde que contribuam para a compreensão da realidade atual masculina nos seus diversos contextos: biológico, socioculturais, político-econômicos e que possibilitem o aumento da expectativa de vida e a redução dos índices de morbimortalidade por causas preveníveis e evitáveis, principalmente na população idosa por ser mais vulnerável. REFERÊNCIAS 1. Pinheiro R, Mattos RA. Os sentidos da integralidade na atenção e no cuidado à saúde. Rio de Janeiro: IMS-Uerj/Abrasco; 2001. 2. Rabello LS. Promoção da saúde: a construção social de um conceito em perspectiva comparada. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 2010. 3. WORLD HEALTH ORGANIZATION. World health statistics 2013. Geneva: World Health Organization, 2013. Disponível em:. <www.who.int/gho/publications/world_health_ statistics/en_whs2013_full.pdf> Acesso em: 21 jun. 2013. 4. Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. Brasília: Ministério da Saúde, 2008. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/politica_nacional_homem.pdf>. Acesso em: 24 jun. 2012. 5. Trilico MLC, Oliveira GRO, Kijimura MY, Pirolo SM. Discursos masculinos sobre prevenção e promoção da saúde do homem. Trab. Educ. Saúde. 2015; 13(2): 381-95. 6. Gil AC. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas; 1995. 7. Polit DF, Beck CT, Hungler BP. Fundamentos da pesquisa em enfermagem. 5. ed. Porto Alegre: Artemed; 2004.

8. Gomes R, Nascimento EF, Araújo F. Por que os homens buscam menos os serviços de saúde do que as mulheres? As explicações de homens com baixa escolaridade e homens com ensino superior. Rev. Caderno de Saúde Pública. 2007; 23(3): 565-74. 9. Figueiredo W. Assistência à saúde dos homens: um desafio para os serviços de atenção primária. Rev. Ciências e Saúde Coletiva. 2005; 10(1): 105-09. Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/csc/v10n1/a11v10n1.pdf>. 10. Schraiber LB, Gomes R, Couto MT. Homens e saúde na pauta da Saúde Coletiva. Rev. Ciências e saúde coletiva. 2005; 10(1): 7-17. Disponível em:< http://www.bvsde.paho.org/bvsacd/cd26/a02v10n1.pdf>.