ERGONOMIA - Adaptação das Condições de Trabalho. Matéria atualizada com base na legislação vigente em: 18/12/2012. Sumário:



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Transcrição:

ERGONOMIA - Adaptação das Condições de Trabalho Matéria atualizada com base na legislação vigente em: 18/12/2012. Sumário: 1 - Introdução 2 - Conceito e Objetivo 3 - Análise Ergonômica do Trabalho 3.1 - Riscos Ergonômicos 4 - Levantamento, Transporte e Descarga Individual de Materiais 4.1 - Transporte Manual de Cargas 4.2 - Transporte Manual Regular de Cargas 4.3 - Transporte e Descarga de Materiais Feitos por Impulsão ou Tração de Vagonetes 4.4 - Levantamento de Material 5 - Mobiliário dos Postos de Trabalho 5.1 - Trabalho Sentado ou em Pé 5.2 - Assentos 6 - Equipamentos dos Postos de Trabalho 6.1 - Atividades de Leitura de Documentos para Digitação, Datilografia ou Mecanografia 6.2 - Processamento Eletrônico de Dados com Terminais de Vídeo 7 - Condições Ambientais do Trabalho 7.1 - Locais de Trabalho - Atividades que Exijam Solicitação Intelectual e Atenção Constantes 7.2 - Iluminação Adequada 8 - Organização do Trabalho 8.1 - Atividade com Sobrecarga Muscular Estática ou Dinâmica do Pescoço, Ombros, Dorso e Membros Superiores e Inferiores 8.2 - Atividades de Processamento Eletrônico de Dados 9 - Disposições Finais 10 - Penalidade 1 - INTRODUÇÃO A Constituição Federal de 1988 (Artigo 7º) garante aos empregados urbanos e rurais o direito à segurança e saúde no trabalho, bem como, determina a responsabilidade do empregador em ter de indenizar o trabalhador quando concorrer com dolo ou culpa. Cabe às empresas cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho, instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais, adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente e facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente, na forma do artigo 157 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. Neste comentário abordaremos sobre a Ergonomia, prevista na Norma Regulamentadora nº 17, aprovada pela Portaria nº 3.214/78, com alterações pela Portaria MTPS nº 3.751/90, Portaria SIT nº 08/07, Portaria SIT nº 09/07 e Portaria SIT nº 13/07. 2 - CONCEITO E OBJETIVO A palavra ergonomia deriva do grego ergon que significa trabalho e nomos que significa leis ou normas. Assim, no sentido etimológico, ergonomia significa conjunto de disciplinas que estuda a organização do trabalho. Segundo o Dicionário Aurélio, ergonomia é o estudo científico dos problemas relativos ao trabalho humano e que devem ser levados em conta na projeção de máquinas e equipamentos e ambiente de trabalho.

A ergonomia visa à adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. Seu objetivo é a melhora das condições de trabalho, evitando a ocorrência de absenteísmo, perda de produtividade, fadiga, ocorrência de doença do trabalho (LER/DORT) e indenização por responsabilidade civil do empregador. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho. Com a ergonomia se busca uma integração harmoniosa entre o homem e o trabalho, propiciando benefícios como conforto físico e mental, prevenção de patologias ocupacionais e aumento da produtividade. Em resumo, objetiva que o empregado labore com segurança e conforto, possibilitando o trabalho com melhor eficiência. 3 - ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO O empregador deve realizar uma análise ergonômica do trabalho a fim de verificar a existência de riscos ergonômicos e avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores. Na análise ergonômica há necessidade de que vários profissionais participem do processo, tais como, médico do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho e/ou técnico de segurança do trabalho, além do empregador e dos trabalhadores. 3.1 - RISCOS ERGONÔMICOS Os riscos ergonômicos são fatores psicofisiológicos relacionados ao trabalho que o empregado fica exposto durante o desenvolvimento de suas atividades. Há vários tipos de riscos ergonômicos, todavia, destacam-se os relativos a postura incorreta, ambiente de trabalho desconfortável (pouca iluminação, excesso de barulho, pouco espaço, entre outros), mobiliário mal projetado, trabalho físico pesado, ritmo excessivo, repetitividade, jornada de trabalho habitualmente prolongada e/ou sem intervalos de pausas, entre outros. 4 - LEVANTAMENTO, TRANSPORTE E DESCARGA INDIVIDUAL DE MATERIAIS Nesse item analisaremos as regras da NR 17 quanto ao levantamento, transporte e descarga individual de materiais. 4.1 - TRANSPORTE MANUAL DE CARGAS Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança. Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o peso da carga é suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o levantamento e a deposição da carga. Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas deverão ser usados meios técnicos apropriados. Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o transporte manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente inferior àquele admitido para os homens, para não comprometer a sua saúde ou a sua segurança. Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior a 18 anos e maior de 14 anos.

4.2 - TRANSPORTE MANUAL REGULAR DE CARGAS Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas, que não as leves, deve receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que deverá utilizar, com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes. Transporte manual regular de cargas designa toda atividade realizada de maneira contínua ou que inclua, mesmo de forma descontínua, o transporte manual de cargas. 4.3 - TRANSPORTE E DESCARGA DE MATERIAIS FEITOS POR IMPULSÃO OU TRAÇÃO DE VAGONETES O transporte e a descarga de materiais feitos por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou qualquer outro aparelho mecânico deverão ser executados de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde ou a sua segurança. 4.4 - LEVANTAMENTO DE MATERIAL O trabalho de levantamento de material feito com equipamento mecânico de ação manual deverá ser executado de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde ou a sua segurança. 5 - MOBILIÁRIO DOS POSTOS DE TRABALHO O mobiliário do posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para que permita condições de boa postura ao trabalhador, a fim de evitar que ocorram lesões na coluna vertebral, nos pulsos, nas mãos, nos braços, fadiga dos músculos da panturrilha, dores nos pés, inchaços, aparecimento de varizes, entre outros. 5.1 - TRABALHO SENTADO OU EM PÉ Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos mínimos: ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do assento; ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador; ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação adequados dos segmentos corporais. Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, além dos requisitos estabelecidos acima, os pedais e demais comandos para acionamento pelos pés devem ter posicionamento e dimensões que possibilitem fácil alcance, bem como ângulos adequados entre as diversas partes do corpo do trabalhador, em função das características e peculiaridades do trabalho a ser executado. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a partir da análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés, que se adapte ao comprimento da perna do trabalhador.

5.2 - ASSENTOS Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes requisitos mínimos de conforto: a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida; b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento; c) borda frontal arredondada; d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas. 6 - EQUIPAMENTOS DOS POSTOS DE TRABALHO Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. 6.1 - ATIVIDADES DE LEITURA DE DOCUMENTOS PARA DIGITAÇÃO, DATILOGRAFIA OU MECANOGRAFIA Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação, datilografia ou mecanografia deve: ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser ajustado proporcionando boa postura, visualização e operação, evitando movimentação frequente do pescoço e fadiga visual; ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível, sendo vedada a utilização do papel brilhante, ou de qualquer outro tipo que provoque ofuscamento. 6.2 - PROCESSAMENTO ELETRÔNICO DE DADOS COM TERMINAIS DE VÍDEO Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo devem observar o seguinte: a) condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento à iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao trabalhador; b) o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao trabalhador ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem executadas; c) a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira que as distâncias olho-tela, olho-teclado e olho-documento sejam aproximadamente iguais; d) serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável. Quando os equipamentos de processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo forem utilizados eventualmente poderão ser dispensadas as exigências previstas acima, observada a natureza das tarefas executadas e levando-se em conta a análise ergonômica do trabalho.

7 - CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE TRABALHO As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. 7.1 - LOCAIS DE TRABALHO - ATIVIDADES QUE EXIJAM SOLICITAÇÃO INTELECTUAL E ATENÇÃO CONSTANTES Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes condições de conforto: a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira registrada no INMETRO; b) índice de temperatura efetiva entre 20ºC e 23ºC; c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s; d) umidade relativa do ar não inferior a 40%. Para as atividades que possuam as características definidas acima, mas não apresentam equivalência ou correlação com aquelas relacionadas na NBR 10152, o nível de ruído aceitável para efeito de conforto será de até 65 db (A) e a curva de avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 db. Os parâmetros devem ser medidos nos postos de trabalho, sendo os níveis de ruído determinados próximos à zona auditiva e as demais variáveis na altura do tórax do trabalhador. 7.2 - ILUMINAÇÃO ADEQUADA Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade. A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa. A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos. A utilização de uma iluminação adequada além de proporcionar um ambiente de trabalho agradável, possibilita que o mesmo seja feito com mais eficiência e diminui o risco de acidentes. Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho são os valores de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira registrada no INMETRO. A medição dos níveis de iluminamento deve ser feita no campo de trabalho onde se realiza a tarefa visual, utilizando-se de luxímetro com fotocélula corrigida para a sensibilidade do olho humano e em função do ângulo de incidência. Quando não puder ser definido o campo de trabalho, este será um plano horizontal a 0,75m do piso. 8 - ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO A organização do trabalho deve ser adequada às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado. A organização do trabalho, para efeito da NR 17, deve levar em consideração, no mínimo:

as normas de produção; o modo operatório; a exigência de tempo; a determinação do conteúdo de tempo; o ritmo de trabalho; e o conteúdo das tarefas. 8.1 - ATIVIDADE COM SOBRECARGA MUSCULAR ESTÁTICA OU DINÂMICA DO PESCOÇO, OMBROS, DORSO E MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise ergonômica do trabalho, deve ser observado o seguinte: todo e qualquer sistema de avaliação de desempenho para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar em consideração as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores; devem ser incluídas pausas para descanso; quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 dias, a exigência de produção deverá permitir um retorno gradativo aos níveis de produção vigentes na época anterior ao afastamento. 8.2 - ATIVIDADES DE PROCESSAMENTO ELETRÔNICO DE DADOS Nas atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se, salvo o disposto em convenções e acordos coletivos de trabalho, observar o seguinte: a) o empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos trabalhadores envolvidos nas atividades de digitação, baseado no número individual de toques sobre o teclado, inclusive o automatizado, para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie; b) o número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve ser superior a 8.000 por hora trabalhada, sendo considerado toque real, para efeito da NR 17, cada movimento de pressão sobre o teclado; c) o tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o limite máximo de 5 horas, sendo que, no período de tempo restante da jornada, o trabalhador poderá exercer outras atividades, observado o disposto no art. 468 da CLT, desde que não exijam movimentos repetitivos, nem esforço visual; d) nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de 10 minutos para cada 50 minutos trabalhados, não deduzidos da jornada normal de trabalho; e) quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a 15 dias, a exigência de produção em relação ao número de toques deverá ser iniciado em níveis inferiores do máximo estabelecido na alínea "b" e ser ampliada progressivamente.

9 - DISPOSIÇÕES FINAIS Como vimos, a ergonomia tem como premissa avaliar as condições de trabalho e adaptá-las as características psicofisiológicas dos trabalhadores. A análise do posto de trabalho para adequação ergonômica deve ser feita considerando os aspectos ligados à postura, tipo e quantidade de esforço físico e ocorrência de acidentes. Muitas categorias de trabalhadores têm em comum a repetitividade de movimentos e esforço físico, tais como digitadores, caixas, operadores de teleatendimento/telemarketing, trabalhadores nas indústrias têxteis, calçadistas, siderúrgicas, de papel e de alimentos. Após a análise dos riscos ergonômicos, os profissionais do SESMT, da CIPA ou externo à empresa devem propor medidas corretivas e preventivas de melhoria do local de trabalho, prover treinamento postural aos colaboradores e acompanhar a implantação das ações propostas. As ações corretivas podem ocorrer com a modificação do mobiliário e/ou dos instrumentos de trabalho, melhora na postura, uso de equipamento de proteção, adequação ambiental, treinamento frequente, rodízio de tarefas, aumento do tempo de intervalo/pausa, implantação de ginástica ocupacional, entre outros. A adoção de medidas de ergonomia é capaz de reduzir ou eliminar a incidência de doenças em decorrência da prestação de serviços. 10 - PENALIDADE As infrações ao disposto na legislação trabalhista relativas à medicina do trabalho serão punidas com multa de R$ 402,53 a R$ 4.025,33 e as concernentes à segurança do trabalho com multa de R$ 670,89 a R$ 6.708,88. Assim, as empresas que não implementarem medidas ergonômicas estão sujeitas as penalidades citadas. Em caso de reincidência, embaraço ou resistência à fiscalização, emprego de artifício ou simulação com o objetivo de fraudar a lei, a multa será aplicada em seu valor máximo. Fonte: Editorial ITC Atenção! De acordo com o disposto no caput e inciso XIII do art. 7º, e nos arts. 24, 29 e 101 a 184, da Lei nº 9610/1998 (Direitos Autorais) e no artigo 184 do Decreto-Lei nº 2848/1940 (Código Penal), na redação dada pela Lei nº 10.695/2003, é expressamente proibida, por qualquer meio, a reprodução parcial e/ou total de matérias exclusivas do site: www.itcnet.com.br, exceto a impressão e a citação ou referência bibliográfica de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.