PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA PROCESSO CIVIL CONSTITUCIONAL NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

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Transcrição:

PROCESSO CIVIL CONSTITUCIONAL NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

1. A CONSTITUIÇÃO E O PROCESSO A Constituição é a regra fundamental do Estado.

O processo é o instrumento da atuação estatal e, como ramo do Direito Público, tem por finalidade proteger os direitos fundamentais do cidadão, os quais estão inseridos no texto constitucional.

A Constituição Federal estabelece normas processuais vinculadas à democracia com o objetivo de tutelar a liberdade individual.

A norma constitucional guarda íntima relação com o direito processual.

O Estado protege o cidadão contra possíveis abusos praticados pelos detentores do poder público por intermédio do processo.

O processo não disciplina somente a aplicação do direito material, mas é também o instrumento de garantia da liberdade do cidadão diante do Estado.

Os direitos e garantias processuais são diretrizes constitucionais processuais que devem estar presentes em qualquer espécie de procedimento.

O direito processual constitucional compreende o conjunto de normas e princípios processuais que regulam a jurisdição constitucional no processo civil.

Direito constitucional processual Direitos e garantias processuais Direito processual constitucional constitucional Jurisdição

2. DIREITO CONSTITUCIONAL PROCESSUAL O Direito Constitucional Processual busca o equilíbrio entre o direito da liberdade e o poder-dever estatal de punir fatos ilícitos.

Devemos interpretar as normas processuais à luz dos princípios e das regras constitucionais.

3. A INFLUÊNCIA DO DIREITO CONSTITUCIONAL NO PROCESSO

A influência que o direito constitucional exerce em face do direito processual exterioriza-se por meio dos seguintes princípios:

Político O processo tem por objetivo a garantia dos direitos sociais com o mínimo de sacrifício da liberdade individual. Respeita o modelo adotado pelo Estado.

Econômico-social O processo deve ser rápido e acessível a todos os segmentos sociais.

Teleológico O processo tem como finalidade a busca da verdade real, com a consequente composição da lide e garantia de direitos subjetivos.

Axiológico-jurídico O processo tem como valor fundamental a distribuição da justiça e a reafirmação dos valores consagrados pela sociedade por meio da vontade da lei.

4. O DIREITO PROCESSUAL CONSTITUCIONAL O objeto de estudo do direito processual constitucional é a investigação dos temas processuais na Constituição Federal.

Os institutos de direito processual constitucional encontram-se previstos no texto constitucional e possuem procedimento próprio, que tem por finalidade garantir os preceitos esculpidos na Constituição Federal.

PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1. Devido processo legal - contraditório e ampla defesa Artigo 5º, inciso LV, da CF

Princípio do acesso à justiça Artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão grave ou ameaça a direito.

Princípio da duração razoável do processo Artigo 5º, inciso LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantem a celeridade de sua tramitação.

Princípio da isonomia Artigo 5º, inciso I, da CF I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição (todos são iguais perante a lei)

Princípio do duplo grau de jurisdição Direito a recursos

Princípio da publicidade dos atos processuais Artigos 5º, LX e 93, X, da CF LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;

Princípio da motivação das decisões judiciais Artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação

5. Habeas Corpus Artigo 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

Este writ constitucional está ligado tanto ao processo penal quanto ao processo civil. Exemplo: obrigação alimentícia

Ordem de prisão contra devedor de pensão alimentícia Agravo de instrumento (artigo 1.015, parágrafo único, do CPC) Habeas corpus (artigo 5º, inciso LXVIII, da CF)

BASE LEGAL O direito de interpor habeas corpus encontra fundamento no artigo 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal; o procedimento é disciplinado pelos artigos 647 a 667 do Código de Processo Penal.

Art. 647 do Código de Processo Penal Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar.

Art. 648 do Código de Processo Penal A coação considerar-se-á ilegal: I - quando não houver justa causa; II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;

IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza; VI - quando o processo for manifestamente nulo; VII - quando extinta a punibilidade.

Art. 654, 1º, do Código de Processo Penal: A petição de habeas corpus conterá: a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e o de quem exercer a violência, coação ou ameaça;

b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça de coação, as razões em que funda o seu temor;

c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou não puder escrever, e a designação das respectivas residências.

Petição Inicial - Artigo 654 do Código de Processo Penal Distribuída a petição inicial, estes vão conclusos para o Presidente do Tribunal de Justiça, que indicará a Câmara, ou a Turma, que poderá:

a) Indeferir de pronto o habeas corpus. b) Recebê-lo, concedendo ou não a liminar, determinando, conforme o caso, expedição de contramandado de prisão, alvará de soltura ou salvoconduto.

ATENÇÃO A) Habeas corpus liberatório - expedição de alvará de soltura.

ATENÇÃO B) Habeas corpus preventivo = salvo-conduto

Incontinenti, será enviada cópia da decisão à autoridade que tiver ordenado a prisão ou tiver o paciente à sua disposição, a fim de juntar-se aos autos do processo.

Caso entenda necessário, o juiz (desembargador ou ministro) poderá determinar a notificação do coator a fim de que preste as informações.

Intimação do Ministério Público Decorrido o prazo para que a autoridade preste informações, os autos serão enviados ao representante do Ministério Público para que se manifeste. (2ª Instância) (1ª Instância - será intimado das decisão)

COMPETÊNCIA A decisão de mandar prender o devedor da pensão alimentícia (por exemplo) é prolatada pelo juízo de primeiro grau. Se o ato coator partir do juiz de direito, o habeas corpus será distribuído no Tribunal de Justiça.

VALOR DA CAUSA causa. A petição de habeas corpus não tem valor da DESPESAS Não há despesas.

6. Habeas data Habeas data é o instrumento constitucional, mediante o qual o interessado pode exigir o conhecimento de registros e dados relativos à sua pessoa e que se encontrem em repartições públicas ou particulares acessíveis ao público, solicitando o impetrante sua retificação.

Artigo 5º, inciso LXXII, da Constituição Federal Conceder-se-á habeas data: a) Para assegurar conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público.

b) Para retificação de dados, quando se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.

Legitimidade Qualquer pessoa física ou jurídica. Ação personalíssima. Sujeito passivo: qualquer órgão de caráter público.

Lei n. 9.507/97 Artigo 7º Conceder-se-á habeas data: I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público; II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável.

A petição inicial deverá ser instruída com prova: I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão; II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem decisão.

A inicial será desde logo indeferida, quando não for o caso de habeas data, ou se lhe faltar algum dos requisitos exigidos.

Ao despachar a inicial, o juiz ordenará que se notifique o coator do conteúdo da petição, entregandolhe a segunda via apresentada pelo impetrante, com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de dez dias, preste as informações que julgar necessárias.

Findo o prazo de dez dias, e ouvido o representante do Ministério Público dentro de cinco dias, os autos serão conclusos ao juiz para decisão a ser proferida em cinco dias.

SENTENÇA Na decisão, se julgar procedente o pedido, o juiz marcará data e horário para que o coator: I - apresente ao impetrante as informações a seu respeito, constantes de registros ou bancos de dadas; II - apresente em juízo a prova da retificação ou da anotação feita nos assentamentos do impetrante.

Da sentença que conceder ou negar o habeas data cabe apelação. Quando a sentença conceder o habeas data, o recurso terá efeito meramente devolutivo.

7. Mandado de Injunção Mandado de injunção é a ação constitucional que tem por finalidade, na falta de implementar o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à sabedoria e à cidadania, ou seja, o objetivo dessa ação é suprir a lacuna legislativa.

Legitimidade ativa: universal Objetivo: implementar norma constitucional e suprir lacuna no sistema jurídico infraconstitucional referente a um dos objetos previstos no art. 5º, inciso LXXI, da Constituição Federal.

Artigo 5º, inciso LXXI, da Constituição Federal LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

LEI Nº 13.300, DE 23 DE JUNHO DE 2016. Mandado de Injunção

Natureza jurídica É natureza constitucional, instituto de direito processual constitucional, portanto, tem eficácia plena e aplicabilidade direta, imediata e integral, não necessitando de norma que regulamente seus efeitos, nos termos do artigo 5º, 1º, da Constituição Federal.

O mandado de injunção é uma garantia instrumental de direitos que não podem ser exercidos por falta de norma regulamentadora, a qual se verifica pela inércia do legislador.

É uma garantia ao exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas

A inexistência da norma regulamentadora gera a necessidade de o direito genérico previsto na Constituição tornar-se comando individual e concreto com o intuito de efetivar o caso apresentado ao Poder Judiciário.

A Autora tem 25 (vinte e cinco) anos de atividade como oficial de justiça federal e pretende se aposentar antes de completar 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, haja vista a mesma exercer atividade perigosa. Ela entrou com pedido de aposentadoria especial perante a autoridade competente, informando que durante todo o tempo em que prestou os serviços na vara da justiça criminal, entregou mandados de citação em locais perigosos e que, nos moldes do texto constitucional, tem direito a aposentadoria especial.

Ocorre que o pedido foi negado pela autoridade competente sob a alegação de que no âmbito do judiciário federal, não foi editada lei regulamentadora da matéria e que esta regulamentação é de competência do Supremo Tribunal Federal. Inconformada, a Autora vem a juízo pedir que seja suprida a omissão legislativa e requerer a concessão da aposentadoria especial, visto que a Constituição Federal lhe garante este direito e que os policiais federais gozam desse benefício em virtude de lei especial, e arguir a possibilidade desta lei ser aplicada ao seu caso.

A petição inicial deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual e indicará, além do órgão impetrado, a pessoa jurídica que ele integra ou aquela a que está vinculado.

Recebida a petição inicial, será ordenada: I - a notificação do impetrado sobre o conteúdo da petição inicial, devendo-lhe ser enviada a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste informações;

II - a ciência do ajuizamento da ação ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, devendo-lhe ser enviada cópia da petição inicial, para que, querendo, ingresse no feito.

A petição inicial será desde logo indeferida quando a impetração for manifestamente incabível ou manifestamente improcedente. Da decisão de relator que indeferir a petição inicial, caberá agravo, em 5 (cinco) dias, para o órgão colegiado competente para o julgamento da impetração.

Findo o prazo para apresentação das informações, será ouvido o Ministério Público, que opinará em 10 (dez) dias, após o que, com ou sem parecer, os autos serão conclusos para decisão.

Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para: I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora;

II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado.

A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o advento da norma regulamentadora.

Mandado de Segurança Lei n. 12.016, de 7 de agosto de 2009 Objetivo: Disciplina o mandado de segurança individual e coletivo e dá outras providências.

O mandado de segurança será concedido para proteger direito líquido e certo sempre que ilegalmente ou com abuso de poder qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade.

A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual, será apresentada em 2 (duas) vias com os documentos que instruírem a primeira reproduzidos na segunda e indicará, além da autoridade coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce atribuições.

Exemplos: São Paulo Vara da Fazenda Pública Secretário da Saúde Tupã SP Vara Cível Prefeito da Cidade OBSERVAÇÃO: Figurará no polo passivo a autoridade coatora (Secretário da Saúde)

2. Requer a liminar Devemos caracterizar o fumus boni iuris e o periculum in mora para a concessão da liminar. Observação: se houver indeferimento da liminar, devemos interpor agravo de instrumento com pedido de tutela antecipada.

Estrutura da Petição Inicial I Dos Fatos II Do Direito III Do Pedido

REQUISITITOS IMPORTANTES 1. Imprescindibilidade do medicamento 2. Ausência de outras opções de tratamento (princípio ativo) 3. Atual situação clínica do paciente e o grau da evolução da doença 4. Hipossuficiência financeira do enfermo

E se o medicamento não estiver autorizado pela Anvisa ou não fizer parte do rol de medicamentos do SUS? Nesse caso, não se impetrará Mandado de Segurança e sim Ação de Obrigação de Fazer com Pedido de Tutela Provisória de Urgência.

Requerer indenização do dano moral in re ipsa. Ao juntar o prontuário médico, requerer sigilo (se for digital, tem uma aba que diz respeito a documentos sigilosos)

Art. 189 do CPC. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos: III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade.

Artigo 5º, incisos IX e LX, da CF referem-se à intimidade da pessoa no que diz respeito ao sigilo dos atos processuais.

Requerer prioridade no andamento processual Artigo 1.048 do CPC Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os procedimentos judiciais: I - em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou portadora de doença grave, assim compreendida qualquer das enumeradas no art. 6 o, inciso XIV, da Lei n o 7.713, de 22 de dezembro de 1988.