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Transcrição:

ARTIGO COM APRESENTAÇÃO BANNER - OUTROS TEMAS RELACIONADOS A TEMÁTICA DO EVENTO ANÁLISE DESCRITIVA SOCIOAMBIENTAL E DA INTEGRAÇÃO PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA: O MOSAICO DO APUÍ AMAZONAS AM LUANA LIMA DE FREITAS, GERSON LIRA BARROS NETO, MAYKE FEITOSA PROGÊNIO, RAIMUNDO BARBOSA JUNIOR, BRAZ CASTRO FILHO Este estudo tem como objetivo contextualizar e discutir alguns dos principais desafios para a gestão socioambiental do mosaico de unidades de conservação do Apuí no âmbito das políticas públicas de proteção da natureza. A noção de mosaicos tem como diretriz central a perspectiva da gestão das áreas protegidas e o planejamento territorial integrado e participativo para a conservação da natureza em uma escala regional. O presente artigo contextualiza a estratégia de gestão integrada e participativa do mosaico do Apuí localizado no Estado do Amazonas, que por sua vez é um reflexo das políticas de meio ambiente aplicadas no Brasil. Tendo como base metodológica pesquisas bibliográficas e documentais sobre o tema. A análise considera que os mosaicos representam instrumentos de gestão territorial de difícil internalizarão entre os interlocutores da gestão das unidades de conservação. Palavras-chave: Participação, Politicas Publicas, Desafio, Proteção biodiversidade. INTRODUÇÃO. Os mosaicos de unidades de conservação com a possibilidade de serem reconhecidos oficialmente no âmbito do Ministério do Meio Ambiente representam instrumentos legalmente constituídos nas políticas públicas de conservação da natureza, com o objetivo central de promover a gestão de um conjunto de áreas protegidas, em uma perspectiva integrada e participativa (MELO & IRVING, 2014). O Apuí é um município criado pelo Governo Federal em 1982, tendo como origem dois grandes projetos de assentamentos agrários do INCRA: o Projeto Acari, em 1982, também localizado em parte do município de Novo Aripuanã, e o Projeto Juma, em 1992. Estes assentamentos tinham como principal objetivo o desenvolvimento da região sudoeste do Amazonas se o desenvolvimento ao longo da Transamazônica, BR-230. Porém, o processo não

foi acompanhado de estrutura, consistência e seriedade, resultando em grande parte no abandono com escasso ou nenhum apoio técnico para os assentados. O número total de lotes chega hoje a cerca de nove mil. Sua principal fonte de renda é proveniente da extração de madeira e da pecuária (OLIVEIRA, 2012). Os decretos de criação das nove unidades de conservação estaduais no sul de Amazonas foram publicados, após assinatura pelo governador do Estado do Amazonas em 2005 e 2006. Possuindo como diretriz central a perspectiva da gestão das áreas protegidas e o planejamento territorial integrado e participativo para a conservação da natureza em uma escala regional. Um dos aspectos interessantes da noção de mosaico é que esta ressalta a importância de as unidades de conservação e demais tipologias de áreas protegidas serem interpretadas de forma interdependente, em uma perspectiva que vai além dos seus limites formais de delimitação (ABREU et al., 2013). OBJETIVOS Objetivo Geral: Fazer uma análise descritiva da gestão socioambiental do mosaico do Apuí Amazonas AM Objetivos específicos: a) Identificar as Unidades de conservação (UC) constituintes do mosaico do Apuí; b) Apontar quais os grupos as quais pertencem às respectivas unidades de acordo com Lei Federal Nº 9.985 de 18/07/2000. c) Debate sobre a efetividade de gestão das UC. METODOLOGIA Estudaram-se as Nove UC constituintes do Mosaico em 2015 e seus instrumentos de gestão. Foram estudadas todas as categorias do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), à exceção das Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN), por não serem estas geridas pelo Poder Público. Para analisar descritivamente as UC que estão implantadas no mosaico, usaram-se métodos exploratórios de dados bibliográficos secundários. Na pesquisa foram levantadas informações sobre: ferramentas de planejamento e objetivos; relação com a comunidade; problemas de gestão das UC estaduais.

Buscou-se de então obter as informações necessárias para atender a todos os objetivos propostos. RESULTADOS Para discutir alguns dos principais desafios enfrentados para a gestão de mosaicos, é importante que se interprete e contextualize, em âmbito internacional, a origem da alternativa do mosaico como estratégia de gestão territorial integrada e participativa para a conservação da biodiversidade, sendo proveitoso a analise de experiências estrangeiras, para analisar pontos positivos e negativos das mesmas principalmente no âmbito da transformação social. Para tal é necessário debate sobre a efetividade de gestão das UCs, avaliando-se a eficiência de gestão das mesmas em relação a conservação da biodiversidade e na utilização racional dos recursos ambientais. Segundo Oliveira (2012) o Amazonas tem 49,14% de seu território protegidos, terras geridas pelo Sistema Estadual de Unidades de Conservação (SEUC), os avanços alcançados na criação e manutenção refletem políticas de desenvolvimento combinado com a conservação das florestas e de seus recursos naturais, e com inclusão social. Quadro 1 Matriz síntese das UCs do Mosaico do Apuí GRUPO NOME LOCALIZAÇÃO Contíguo ao Parque Nacional do Juruena e Parque Nacional dos Campos Amazônicos, num corredor de mais de 9 milhões de hectares de áreas protegidas conhecido como Corredor Meridional de conservação da Amazônia. Região de forte pressão de desmatamento pela expansão da fronteira agrícola sobre a Amazônia brasileira. Proteção integral Parque Estadual do Sucunduri Contíguo ao Parque Nacional do Juruena e Parque Nacional dos Campos

Uso sustentável Parque Estadual do Guariba Amazônicos, num corredor de mais de 9 milhões de hectares de áreas protegidas conhecido como Corredor Meridional de conservação da Amazônia. Região de forte pressão de desmatamento pela expansão da fronteira agrícola sobre a Amazônia brasileira. Localizada entre o Parque Estadual do Floresta Estadual do Apuí Sucunduri e o Parque Nacional do Juruena. Possui uma área de 182.723,89 ha. Situada em Novo Aripuanã, contiguo ao Floresta Manicoré Parque Estadual do Guariba, Possui uma área de 834 km². Situada no território do município do Floresta Estadual do Apuí. Contígua ao Parque Nacional do Sucunduri Juruena e ao Parque Nacional dos Campos Amazônicos. Possui uma área de 4.929 km². Localizada integralmente no município Floresta Estadual do Aripuanã do Apuí/AM. Entre Parque Estadual do Guariba, Floresta Estadual do Sucunduri possui uma Área 3.360 km². Reserva Extrativista do Guariba Situada nos territórios dos municípios do Apuí AM/Novo e do Aripuanã AM. Possuí área de 150465.00 ha. Reserva de Desenvolvimento Sustentável Bararati Localizada integralmente no município do Apuí. Possui área de 1.136 km². Reserva de Desenvolvimento Sustentável Aripuanã Localizada integralmente no município do Apuí. Possui área de área de 2.243 km².

Fontes: AMAZONAS: 2005ª; 2005b; 2005c; 2005d; 2005e; 2005f; 2005g; 2005h; 2005i; 2005j; 2006a. Na leitura do Quadro 1 podemos perceber que o mosaico do Apuí é constituído por um conjunto de áreas contiguas compreendendo os grupos de uso sustentável e proteção de proteção integral, configurando-se como um território completo, nos moldes dos modelos emergentes de conservação da biodiversidade atrelado a questão social. Segundo o Ministério do Meio Ambiente o mosaico do apuí incorporado ao mosaico da Amazônia Meridional constituiu-se no maior bloco de floresta tropical legalmente protegido do mundo. De acordo com Maciel (2007), os mosaicos podem ser historicamente associados ao conceito de corredores ecológicos, que são áreas geográficas definidas com base em critérios de conservação biológica visando, principalmente, à conexão biológica entre as áreas protegidas. A importância do mosaico do Apuí para região Amazônica e para o mundo constitui-se basicamente na possibilidade proporcionada pelo mesmo de incentivar o fluxo natural de Genes e a dinâmica dos ecossistemas a partir da ligação de grandes porções de florestas. Tendo como desafio manter as populações que demandam, para sua sobrevivência, áreas com grande extensão de florestas. Desta forma garantindo a funcionalidade da gestão do mosaico, que vem se constituindo em uma barreira frente ao desmatamento e a expansão das atividades de exploração ambientais ilegais. Por outro lado, estudos realizados pelo IMAZOM comprovam que apesar de estar abaixo da media nacional a dinâmica do fogo se mostra como um importante fator de modificação ambiental dessas nove unidades de conservação em estudo no sudeste do Amazonas. De acordo com WWF-Brasil (2013), o Mosaico do Apuí apresenta, aparentemente, poucas interferências antrópicas, mas as taxas de crescimento populacional extremadamente altas podem resultar em um incremento da pressão antrópica nos municípios de Apuí e de Novo Aripuanã influenciando negativamente as UC do Mosaico do Apuí. Figura 1 Mapa do Mosaico da Amazônia Meridional

Fonte: http://www.wwf.org.br CONCLUSÕES. O Mosaico do Apuí, de dominialidade territorial e gestão do Estado do Amazonas, contribuem significativamente para um contexto de estratégias federais de combate ao desmatamento da Amazônia, constituindo área núcleo de um conjunto maior de unidades de conservação no sul da Amazônia. Este conjunto é conhecido como o Corredor Meridional de Conservação da Amazônia abrangendo áreas do sul do Amazonas, norte do Mato grosso e do sudoeste do Pará, regiões sobre forte pressão de desmatamento pela expansão agrícola sobre a Amazônia brasileira. Para o mosaico do Apuí não se deve apenas se atentar para os elementos biofísicos, mais também para os fatores socioeconômicos e políticos, pelo mesmo estar localizado na região Amazônica, apresentando grande relevância pelos serviços ecológicos realizados pela mesma. Neste sentido para a gestão das áreas protegidas contiguas que constituem um grande mosaico no centro da Amazônia meridional, tem alcançado vários objetivos em varias escalas por apresentar uma grande extensão e múltiplos usos, porem o conflito social e ambiental tem sido gerido de uma maneira eficiente. Mediante a isso é notável a grande ação do mosaico do Apuí como vasto corredor ecológico que auxilia na preservação e proliferação de espécies da região amazônica. Funcionando como deposito de uma extensa biodiversidade, segundo a ISA (instituto socioambiental) a região do Mosaico do Apuí ficou famosa pela alta diversidade de primatas

na região da bacia do rio Aripuanã, atualmente são conhecidas mais de 13 espécies de primatas endêmicas na região. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base no exposto ao longo do estudo, pode se concluir que o mosaico do Apuí pode servir como exemplo para o planejamento de novos mosaicos e mostrar as tendências gerais que podem surgir em um mosaico. REFERENCIAS ABREU, M. J. P.; PINHEIRO, M. e LEDERMAN, M. R.. Mosaico da Amazônia Meridional: vencendo limites geográficos e Integrando gestão. Brasília, WWF-Brasil, 2013. 132p.; il.; 21cm. AMAZONAS. 2005a. Decreto nº 24.812, de 24 de janeiro de 2005. Cria a Floresta Estadual de Apuí, no Município de Apuí, e dá outras providências. Diário Oficial Estado do Amazonas, 24 de janeiro. Manaus-AM. AMAZONAS. 2005b. Decreto nº 24.807, de 19 de janeiro de 2005. Cria a Floresta Estadual do Aripuanã, no Município de Apuí, e dá outras providências. Diário Oficial Estado do Amazonas, 19 de janeiro. Manaus-AM. AMAZONAS. 2005c. Decreto nº 24.806, de 19 de janeiro de 2005. Cria a Floresta Estadual de Manicoré, no Município de Manicoré, e dá outras providências. Diário Oficial Estado do Amazonas, 19 de janei-ro. Manaus-AM. AMAZONAS. 2005d. Decreto nº 24.808, de 20 de janeiro de 2005. Cria a Floresta Estadual do Sucunduri, no Município de Apuí, e dá outras providências. Diário Oficial Estado do Amazonas, 20 de janeiro. Manaus-AM. AMAZONAS. 2005e. Decreto nº 24.811, de 21 de janeiro de 2005. Cria a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Aripuanã, Município de Apuí, e dá outras providências. Diário Oficial Estado do Amazonas, 21 de janeiro. Manaus-AM.

AMAZONAS. 2005f. Decreto nº 24.813, de 25 de janeiro de 2005. Cria a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Bararati, Município de Apuí, e dá outras providências. Diário Oficial Estado do Amazonas, 25 de janeiro. Manaus-AM. AMAZONAS. 2005h. Decreto nº 25.040, de 1º de junho de 2005. Cria a Unidade de Conservação Reserva Extrativista do Guariba, nos moldes de art. 18, da Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Diário Oficial Estado do Amazonas, 2 de junho. Manaus-AM. AMAZONAS. 2005i. Decreto nº 24.810, de 21 de janeiro de 2005. Cria o Parque Estadual do Sucunduri, no Município de Apuí, e dá outras providências. Diário Oficial Estado do Amazonas, 21 de janeiro. Manaus-AM. AMAZONAS. 2005j. Decreto nº 24.805, de 19 de janeiro de 2005. Cria o Parque Estadual do Guariba, Município de Manicoré, e dá outras providências. Diário Oficial Estado do Amazonas, 19 de janeiro. Manaus-AM. AMAZONAS. 2006a. Decreto nº 26.010, de 3 de junho de 2006. Cria a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Juma, no Município Novo Aripuanã, e dá outras providências. Diário Oficial Estado do Amazonas, 3 de julho. Manaus-AM. BRASIL 2000. Lei Federal Nº 9.985 de 18/07/2000. Regulamenta o artigo 225 da Constituição Federal e institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação e da outras providências. MACIEL, B. de A. Mosaicos de Unidades de Conservação: uma estratégia de conservação para a Mata Atlântica. 182p. Dissertação de Mestrado Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília, Brasília, 2007. MELO, G. M., & IRVING, M. D. A.. Mosaicos de unidades de conservação: desafios para a gestão integrada e participativa para a conservação da natureza. Revista Geografias, 10(2), 46-58. 2014. OLIVEIRA, D. Avaliação de efetividade de gestão de unidades de conservação: O Mosaico do Apuí- Amazonas/AM, 118p., UNB CDS, Mestre, Política e gestão Ambiental, 2012. PLANO DE GESTÃO DO MOSAICO DO APUÍ. Apuí - Amazonas 2010. Disponível em: < http://d3nehc6yl9qzo4.cloudfront.net/downloads/plano_gestao_apui_2010.pdf> Acesso em: 15 de set. 2015.

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO BRASIL. Mosaico do Apuí. Disponível em:< http://uc.socioambiental.org/uc/728> Acesso: 15 de set. 2015. WWF BRASIL. Mosaico da Amazônia Meridional facilitará gestão de áreas protegidas. Disponível em: <http://www.wwf.org.br/?29689/mosaico-da-amazonia-meridional-facilitaragestao-de-areas-protegidas> acesso em: 20 de setembro de 2015.