Desembargador MÁRCIO VIDAL Corregedor Geral da Justiça. Dra. HELENA MARIA BEZERRA RAMOS Juíza Auxiliar da Corregedoria Coordenadora da C.I.J.



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Transcrição:

Desembargador MÁRCIO VIDAL Corregedor Geral da Justiça Dra. HELENA MARIA BEZERRA RAMOS Juíza Auxiliar da Corregedoria Coordenadora da C.I.J. Elaine Zorgetti Pereira Secretária-geral da CEJA/C.I.J. C. I. J. Coordenadoria da Infância e Juventude/MT INFORMAÇÕES: Telefones: 65-3617-3264 / 3617-3121 / 3617-3341 e-mail: ceja@tj.mt.gov.br Corregedoria Geral da Justiça Centro Político Administrativo (CPA) Telefones: (0XX)65-3617-3121/3191 Caixa Postal n.º 1071 CEP 78050-970 Cuiabá Mato Grosso

SUMÁRIO APRESENTAÇÃO... 05 1. ORIENTAÇÕES GERAIS... 07 2. SUGESTÃO DE PLANO INDIVIDUALIZADO DE ATENDIMENTO PIA PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ACOLHIMENTO FAMILIAR... 13 3. ROTEIRO BÁSICO DAS AUDIÊNCIAS CONCENTRADAS DE REAVALIAÇÃO DAS MEDIDAS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL E FAMILIAR... 19 4. ATA MODELO DAS AUDIÊNCIAS CONCENTRADAS... 21 5. RELATÓRIO ESTATÍSTICO DAS AUDIÊNCIAS CONCENTRADAS... 23 6. LEGISLAÇÕES ESPECÍFICAS 6.1. RESOLUÇÃO Nº 94/2009/CNJ... 26 6.2. RESOLUÇÃO Nº 54/2008/CNJ... 28 6.4. RESOLUÇÃO Nº 93/2009/CNJ... 31 6.5. INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 02/2010... 34 6.6. INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 03/2009... 36 6.7. RESOLUÇÃO Nº 005/2011/TP/MT... 42 7. NOVOS PRINCÍPIOS INCORPORADOS NO ESTATUTO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE COM A VIGENCIA DA LEI 12.010/09... 46 8. PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES APROVADO PELO CONANDA EM 19/04/2011... 47 Corregedoria Geral da Justiça Centro Político Administrativo (CPA) Telefones: (0XX)65-3617-3121/3191 Caixa Postal n.º 1071 CEP 78050-970 Cuiabá Mato Grosso

APRESENTAÇÃO O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou por meio de instrução normativa nº 02/2009, a realização das chamadas audiências concentradas, uma força tarefa com o objetivo de rever a situação das estimadas 50 mil crianças e adolescentes em programas de acolhimento institucional em todo o país. O esforço visa atender à Lei 12010 de 2009, que dispõe sobre o aperfeiçoamento da sistemática prevista para garantia à convivência familiar e comunitária. Adolescente (ECA): A lei, dentre outros, acrescentou dois pontos ao Estatuto da Criança e do 1º - Ninguém pode ficar acolhido em instituições por mais de dois anos; 2º - Todos têm direito a ter sua situação reavaliada a cada seis meses. A decisão do CNJ foi tomada após reunião com os coordenadores da Infância e Juventude e inspirada em prática que já vinha ocorrendo em alguns estados brasileiros, em especial, no Rio de Janeiro. No estado de São Paulo, onde há perto de 13 mil crianças acolhidas em instituições (4 mil na capital), foram realizadas 2.400 audiências concentradas entre agosto e outubro de 2010. Como resultado desse trabalho, 586 crianças e adolescentes retornaram à família de origem; 231 crianças e adolescentes foram colocados em família substituta (guarda, tutela ou adoção) e processos de destituição do poder familiar foram determinados no caso de 208 crianças e adolescentes. Esta publicação apresenta orientações técnicas e processuais, além de documentos normativos e integradores do Conselho Nacional de Justiça e Conselho Nacional dos Direitos das Crianças e Adolescentes. Que este Manual seja um orientador para todos os Magistrados do Estado de Mato Grosso e some vozes na proteção, sempre em primeiro lugar, das Crianças e Adolescentes. Corregedoria Geral da Justiça Centro Político Administrativo (CPA) Telefones: (0XX) 65-3617-3121/3191 Caixa Postal n.º 1071 CEP 78050-970 Cuiabá Mato Grosso 5

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Orientações Gerais: Por meio da Instrução Normativa nº 02 de 30 de junho de 2010 do CNJ foi recomendado aos Tribunais de Justiça dos Estados que realizassem audiências concentradas, sendo estas o conjunto de medidas que objetivam sistematizar o controle de atos administrativos e processuais para garantir o retorno de crianças e adolescentes institucionalizados para as famílias, conforme previsão do art. 19, 1º, do ECA. Esta ação visa o cumprimento de papel institucional da Coordenadoria da Infância e da Juventude de dar suporte aos magistrados, aos servidores e às equipes multiprofissionais visando à melhoria da prestação jurisdicional (art. 2º, II, da Resolução 94 do Conselho Nacional de Justiça). Neste sentido, a Coordenadoria da Infância e da Juventude elaborou, paralelamente, plano de ação de suporte aos magistrados que será implementado em parceria com o Ministério Público e a Defensoria Pública, além de outros atores do Sistema de Garantia de Direitos. A prevalência do direito de crianças e adolescentes de serem criadas no seio de sua família natural (art. 19 do ECA), incluindo sua família extensa (art. 25 e parágrafo único, do Estatuto) e a excepcionalidade da medida de acolhimento, ditada pelo art. 101, 1º, do ECA, fez com que o legislador não só colocasse sob responsabilidade da autoridade judiciária aplicação da medida de acolhimento, como ainda determinasse um acompanhamento estrito pelas Varas da Infância e da Juventude para que o prazo máximo de dois anos de permanência de crianças e adolescentes nesses programas fosse respeitado (art. 19, 2º do ECA). A superação da situação de privação do direito à convivência familiar e comunitária será realizada pelo cumprimento de uma plano individual de atendimento (art. 101, 4º, do ECA), que deve ser realizado de forma interdisciplinar e interinstitucional, nos termos do art. 86 do Estatuto. Seu caráter regente neste processo de efetivação de direitos tanto à criança ou adolescente e sua família demanda não apenas um controle judicial mais efetivo, como sobretudo a informação e participação dos sujeitos diretamente interessados, as crianças e adolescentes e seus familiares, tanto na elaboração, como na consolidação e execução desse plano. Embora a lei não tenha definido um procedimento detalhado tanto para a aprovação como para a revisão dos planos individuais de atendimento, a realização de audiências para esta finalidade é decorrência de diversos princípios legais, notadamente a obrigação de prestar informações a todos (art. 101, parágrafo único, XI, do ECA), a oitiva obrigatória e participação da criança e do adolescente (art. 101, parágrafo único, XII, do ECA, e art. 12 da Convenção sobre os direitos da criança), mas também a responsabilização primária e solidária do poder público e a parental (art. 101, parágrafo único, III e IX, do ECA) para que sejam partícipes deste processo. Ademais, a oralidade é princípio do direito processual brasileiro e a imediatidade do contato e celeridade das providências, um princípio específico do direito da criança e do adolescente. Partindo-se, então, desta premissa, da necessidade de realização de audiências nestes casos, o que se reforça pelo entendimento ditado pelo próprio Conselho Nacional de Justiça, serão necessária ações para adequação em dois grandes campos. Corregedoria Geral da Justiça Centro Político Administrativo (CPA) Telefones: (0XX)65-3617-3121/3191 Caixa Postal n.º 1071 CEP 78050-970 Cuiabá Mato Grosso 7

Com efeito, a realização dessas audiências demandará, de um lado, a regularização de processos nas comarcas que ainda não as tenham feito para aprovação dos planos individuais de atendimento. Neste sentido, esta Coordenadoria divulgará plenamente modelos de planos individuais de atendimento para serem observados pelos magistrados. De outro lado, é recomendável a adoção de procedimento uniforme nas distintas comarcas para que seja possível alcançar resultados mais satisfatórios pelo Estado de Mato Grosso, que deverá, por intermédio da Coordenadoria da Infância e da Juventude, apresentar relatório de suas atividades ao Conselho Nacional de Justiça. A Coordenadoria da Infância e da Juventude está atenta à diversidade de condições de articulação das Varas da Infância e da Juventude no Estado com os demais atores do Sistema de Garantia de Direitos, bem como à quantidade de programas de acolhimento sob responsabilidade de uma mesma Vara, especialmente na Capital e nas comarcas de entrância especial. Dividem-se, portanto, as recomendações em dois grandes blocos. O primeiro, voltado à aplicação da medida de acolhimento e à aprovação do plano individual de atendimento, seguindo-se o modelo das audiências concentradas. O segundo, direcionado às audiências de revisão da situação de crianças e adolescentes inseridos em programas de acolhimento. Diretrizes procedimentais para a aplicação da medida de acolhimento e para a aprovação dos planos de atendimento para todas as comarcas do Estado: 1) observância de processo contencioso, nos termos do art. 153, parágrafo único, do ECA, para a determinação da medida de acolhimento, com o ajuizamento de ação por parte do Ministério Público pedindo a aplicação da medida, com citação dos pais ou responsável, garantia do direito à ampla defesa e de efetiva participação da criança, adolescente, que devem ser informados e ouvidos, nos termos do art. 100, parágrafo único, XII, do Estatuto da Criança e do Adolescente. O rito a ser observado é o do art. 194 e seguintes do Estatuto da Criança e do Adolescente. Não devem ser utilizados os vetustos procedimentos verificatórios ou de providências em um regime de respeito ao princípio da proteção integral. As principais peças desses processos, se existentes, podem instruir os processos contenciosos nesta fase de adequação legal, recomendando-se em seguida seu arquivamento. 2) A medida de acolhimento pode ser deferida em sede de liminar ou ao cabo do processo, deverá ser expedida a guia prevista no parágrafo 3º. Se o acolhimento foi determinado liminarmente, a ação de acolhimento deve ter sua instrução consumada, tramitando os procedimentos relativos ao plano individual de atendimento nos autos de execução da medida. 3) A guia é o título executivo que embasa o pedido do Ministério Público para execução de medida de acolhimento, pelo tempo mínimo necessário visando a reintegração familiar ou a colocação da criança ou adolescente em família substituta, buscando, sempre, velar por seu direito à convivência familiar e comunitária. No entanto, como a compreensão acerca do modo da garantia desse direito e da observância do princípio da provisoriedade é sempre passível de uma pluralidade de interpretações, os pais devem ser citados para acompanhamento do processo e nomeado advogado para representar os direitos da criança ou do adolescente, que garanta efetivamente a expressão de seu direito à participação, conforme princípio estatuído no art. 100, parágrafo único, XII, e do disposto nos Corregedoria Geral da Justiça Centro Político Administrativo (CPA) Telefones: (0XX)65-3617-3121/3191 Caixa Postal n.º 1071 CEP 78050-970 Cuiabá Mato Grosso 8

arts. 141 e 206 do ECA. Procura-se, com isso, jurisdicionalizar os procedimentos, observando-se o devido processo legal e o respeito ao contraditório. 4) É fundamental compreender que o Ministério Público age em nome do que entende ser o interesse superior da criança ou adolescente, devendo interpretá-lo nos termos em que compreendemos esse princípio. Todavia, a criança ou adolescente podem ter uma interpretação diversa do que seja seu interesse, tendo este direito de manifestar sua opinião e velar para que ela seja devidamente considerada, nos termos do art. 12 da Convenção sobre os Direitos da Criança. Portanto, o advogado/defensor da criança/adolescente deverão ouvi-la e procurar defender seus direitos a partir da expressão que a criança e o adolescente querem ver expressa, representando, assim, a voz da criança ou adolescente. 5) O procedimento é necessariamente contraditório, nos termos do art. 153, parágrafo único, do Estatuto. Por isso, todos os antigos processos verificatórios ou de providências, que existiam para acompanhamento de crianças e adolescentes em regime de acolhimento, devem ser arquivados, adequando-se o acompanhamento processual, sob pena de nulidade. Recomenda-se a extração de cópias desses processos verificatórios para instrução dos novos processos, não os instaurando mais doravante. 6) Formados os autos de execução dessa medida de acolhimento com a guia expedida e com os estudos existentes, o programa de acolhimento deverá ser intimado para apresentar o plano individual de atendimento, observando-se prazo razoável, mas célere, para sua elaboração. Tenhase presente que os programas de acolhimento devem receber não apenas a guia mas também as peças necessárias que instruíram a ação de acolhimento para que possam elaborar o plano. Recomenda-se que os magistrados da infância e da juventude reúnam-se com os dirigentes dos programas de atendimento e com o coordenador do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS) para, de comum acordo, estabelecer prazo viável para apresentação do plano. 7) Recomenda-se a realização de audiência com a presença da criança ou adolescente, de seu advogado; dos pais ou membros da família extensa e de seus advogados; do representante do Ministério Público; do dirigente do programa de acolhimento; de representante do CREAS, de profissional da equipe interprofissional judicial que tenha acompanhado o caso, além de outros profissionais que a situação demande (representantes de outra secretarias municipais envolvidas no plano, tais como saúde, habitação, trabalho, dentre outras). A articulação interinstitucional prevista no art. 86 do ECA é também para cada caso e favorecerá o efetivo cumprimento das propostas para um mais efetivo encaminhamento. 8) Uma das principais preocupações da audiência é avaliar se a criança ou adolescente tem efetivo conhecimento do que foi proposto no plano e do qual ela já deveria ter participado no programa, bem como se ela está de acordo com o que ali foi contemplado. No mesmo sentido, a participação dos pais e da família extensa. 9) O plano tem primordialmente como objetivo a reintegração familiar, devendo-se, para tanto, avaliar se toda a família extensa e a rede social de apoio da criança e adolescente foi identificada, se suas potencialidades foram identificadas e as necessidades equacionadas por diversos programas governamentais e não-governamentais, sempre sob a coordenação do CREAS. No termo de audiência, devem ser sintetizadas as obrigações assumidas por cada parte, especialmente pelo poder público (que tem responsabilidade primária e solidária para superação da situação, nos termos do art. 100, parágrafo único, inc. III, Corregedoria Geral da Justiça Centro Político Administrativo (CPA) Telefones: (0XX)65-3617-3121/3191 Caixa Postal n.º 1071 CEP 78050-970 Cuiabá Mato Grosso 9

do ECA), dos pais e responsável, do programa de acolhimento e, também, da própria criança e adolescente. Deve-se, também, estabelecer-se prazo para cumprimento das obrigações e mecanismos de aferição. Este plano servirá de base para a execução. 10) Não sendo possível a reintegração familiar, deve-se buscar a colocação em família substituta na modalidade de guarda e, sendo impossível, cabe ao MP avaliar o cabimento de ajuizamento de ação de destituição do poder familiar, devendo-se para tanto ser observada a regra do art. 101, 9º, do ECA. Dentre as obrigações passíveis de serem contempladas neste campo está a busca de pessoas da família extensa ou da rede social de apoio, o que deve ser feito não apenas pelo CREAS, como pelos meios de praxe utilizados pela Justiça. 11) Nos casos em que esta colocação seja mais difícil, sobretudo pela idade de adolescentes, o foco deve ser a promoção de sua autonomia, devendo-se contemplar aspectos relacionados ao aprendizado de gestão domiciliar, inclusive economia doméstica; profissionalização, seja como aprendiz (a partir dos 14 anos de idade) ou como trabalhador formal (a partir dos 16 anos), além do favorecimento de laços sociais que fortaleçam a inserção comunitária dos adolescentes. Modalidades de acolhimento para adultos, como previstos na Resolução 109 do Conselho Nacional de Assistência Social devem ser contempladas por ocasião da maioridade, devendo-se oficiar ao MP para tomada de providências caso esses programas não existam no município ou na região. Para as cidades de menor porte, o serviço deve ser regionalizado, nos termos do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). 12) Aprovado o plano individual de atendimento, o programa poderá, a qualquer tempo, sugerir a reintegração familiar da criança ou adolescente, nos termos do art. 101, 8º, do Estatuto da Criança e do Adolescente, em observância do cumprimento do segundo princípio inerente ao acolhimento: o da provisoriedade. Os pais ou a própria criança ou adolescente também têm o direito de, a qualquer tempo, requerer a reavaliação da medida e a reintegração à família, daí a importância de serem assistidos por advogados. Audiência de revisão da situação de crianças e adolescentes inseridos em programa de acolhimento, institucional ou familiar 1) As audiências de revisão do acolhimento devem ser feitas para avaliação do efetivo cumprimento do plano e do suporte prestado pelo Poder Público, notadamente da Assistência Social, da Saúde e da Habilitação, que também devem enviar relatórios periódicos à Justiça durante o processo de execução. Deve-se ter presente que a política de atendimento é municipalizada, não incumbindo à equipe técnica das Varas assumir o papel de atendimento das famílias, como ocorria na doutrina anterior. A atuação sistêmica preconizada pelo art. 86 do ECA determina, pelo contrário, que a Justiça, por sua equipe e pelos operadores do direito (Juiz(a), Promotor(a) de Justiça e Defensor(a) Público(a), avaliem se efetivamente os direitos individuais e sociais das crianças, adolescentes e suas famílias estão sendo garantidos e se os programas, tanto de acolhimento como municipais, apresentam índices de sucesso na reintegração familiar (art. 90. 3º, inc. III, do ECA). 2) Para preparação das audiências concentradas, deve o magistrado requisitar com antecedência o encaminhamento dos seguintes relatórios: Corregedoria Geral da Justiça Centro Político Administrativo (CPA) Telefones: (0XX)65-3617-3121/3191 Caixa Postal n.º 1071 CEP 78050-970 Cuiabá Mato Grosso 10

* os relatórios periódicos do programa de acolhimento sobre o cumprimento do plano individual de atendimento (art. 92, 2º, e 101, 5º, do ECA) * os relatórios periódicos dos demais programas municipais que deverão dar suporte complementar à família e à criança e adolescente (previstos todos no plano individual de atendimento e fruto de medidas de proteção complementares, como se vê pelo art. 101, 7º e 9º, do ECA); * o relatório do Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente sobre os índices de sucesso do programa (porque a criança, adolescente e a família não podem ser penalizadas pela inoperância do Poder Público), nos termos do art. 90, 3º, inc. III, do ECA; * a avaliação, pela equipe interprofissional da Vara não apenas da família, mas importante também dos programas municipais de atendimento, tanto o de acolhimento como outros envolvidos no plano (tornando-se fundamental que estes profissionais sejam capacitadas para um entendimento compreensivo das políticas e de seus indicadores), conforme art. 19, 1º, do ECA, visando a verificação da responsabilidade primária e solidária do poder público, nos termos do art. 101, inc. III, do ECA; 3) de posse desses relatórios, designar audiência com a intimação da criança ou adolescente e de seu advogado; dos pais ou responsáveis e de seu advogado; dos membros da família extensa ou rede social de apoio envolvidos no processo de reintegração familiar; de representante do programa de acolhimento; de representante do CREAS (responsável pela articulação dos programas municipais de atendimento), do representante do Ministério Público e de profissional da equipe interprofissional judicial. 4) a realização da audiência visa respeitar o princípio da provisoriedade do acolhimento e, para que a reavaliação seja fundamentada, deverá ser devidamente instruída, garantindo-se oportunidade de manifestação de todos os interessados: Ministério Público, pais ou responsável, contando sempre com a participação da criança e do adolescente, que têm direito de serem ouvidos (art. 100, parágrafo único, XII, do ECA), assistidos, eles também, por advogado ou defensor próprio, nos termos do art. 141 e 206 do ECA. Na audiência poderão ser ouvidas testemunhas, com manifestação jurídica prévia pelo Ministério Público e Defensoria Pública. 5) Verificado que o plano individual de atendimento não foi adequadamente cumprido por falha ou omissão do Poder Público, o magistrado deve extrair cópias e oficiar ao Ministério Público ou à Defensoria Pública para a tomada de providências para a tutela de direitos individuais ou difusos e coletivos. Neste caso, os pais ou responsáveis não devem ser penalizados. 6) Se, todavia, os serviços foram prestados com adequação e suficiência e o plano não foi cumprido por omissão dos pais ou responsáveis, deve-se avaliar se há possibilidade de correção de sua postura, caso em que, não bastando a mera advertência, podem ser representados pelo descumprimento de suas obrigações, nos termos do art. 249 do ECA, seguindo-se o procedimento do art. 194 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Este descumprimento, todavia, a depender da avaliação por parte do Ministério Público e das entidades de atendimento, pode ensejar, nos termos do art. 101, 9 e 10, o ajuizamento da ação de destituição do poder familiar. Corregedoria Geral da Justiça Centro Político Administrativo (CPA) Telefones: (0XX)65-3617-3121/3191 Caixa Postal n.º 1071 CEP 78050-970 Cuiabá Mato Grosso 11

Tem-se clareza do quanto foi profunda a alteração principiológica da lei 12.010/09 nos procedimentos na área da infância e da juventude, sobretudo no campo protetivo. Corregedoria Geral da Justiça Centro Político Administrativo (CPA) Telefones: (0XX)65-3617-3121/3191 Caixa Postal n.º 1071 CEP 78050-970 Cuiabá Mato Grosso 12

SUGESTÃO DE PLANO INDIVIDUALIZADO DE ATENDIMENTO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL Dados de Identificação: Nome completo do(a) acolhido(a):... Data do acolhimento: / / Nº de Prontuário:... Nº da Guia de Acolhimento:... Data de nascimento: / / Idade (anos e meses):... ( ) Real ( ) Estimada Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino Documentação: ( ) Certidão de nascimento ( ) Carteira de vacinação ( ) Carteira de Identidade, RG nº... ( ) Outro documento:... ( ) Não possui documentos Motivos do acolhimento e do eventual afastamento do convívio familiar:............ Dados da situação familiar: ( ) Possui família natural, com vinculação afetiva positiva ( ) Possui família natural, mas não apresenta vinculação afetiva positiva ( ) Não se dispõe de dados sobre a família natural ( ) Há impedimento judicial para contato com a família natural ( ) Está em situação de orfandade ( ) Está tramitando processo de destituição do poder familiar ( ) Houve destituição do poder familiar ( ) Outra situação (especificar):......... Nome da mãe:... Endereço da mãe:... Nome do pai:... Endereço do pai:... Nome do responsável legal:... Corregedoria Geral da Justiça Centro Político Administrativo (CPA) Telefones: (0XX)65-3617-3121/3191 Caixa Postal n.º 1071 CEP 78050-970 Cuiabá Mato Grosso 13

Endereço do responsável legal:... Nome e idade dos irmãos:............... Nome dos irmãos que estão em entidade de acolhimento (caso estejam em entidade diversa, especificar, justificar a separação e indicar as atividades que estão sendo desenvolvidas no sentido da preservação dos vínculos fraternos)............ Local onde o(a) acolhido(a) residida antes da institucionalização:...... Pessoas com as quais o(a) acolhido(a) residia antes da institucionalização: (nome, idade, grau de parentesco)............... Pessoas da família extensa com as quais o(a) acolhido(a) mantém vínculos afetivos positivos: (nome, idade, grau de parentesco)............... Órgãos públicos, programas e entidades que prestam/prestaram atendimento/orientação ao (à) acolhido(a) e/ou ao grupo familiar (identificar o tipo de atendimento/orientação e, também, o nome e o telefone do responsável/técnico de referência para agendar reuniões/trocar informações): Corregedoria Geral da Justiça Centro Político Administrativo (CPA) Telefones: (0XX)65-3617-3121/3191 Caixa Postal n.º 1071 CEP 78050-970 Cuiabá Mato Grosso 14

( ) Conselho Tutelar... ( ) Centro de Referência de Assistência Social (CRAS)... ( ) Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS)... ( ) Vara da Infância e da Juventude... ( ) Promotoria da Infância e da Juventude... ( ) Defensoria Pública:... ( ) Delegacia / Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente... ( ) Serviços de Saúde...... ( ) Serviços de Educação...... ( ) Outros (especificar):...... PLANO DE ACOMPANHAMENTO QUINZENAL 1 QUINZENA: / / a / / Nome do (a) acolhido (a): Técnico responsável: Data do preenchimento / / Rubrica Corregedoria Geral da Justiça Centro Político Administrativo (CPA) Telefones: (0XX)65-3617-3121/3191 Caixa Postal n.º 1071 CEP 78050-970 Cuiabá Mato Grosso 15

NECESSIDADES IDENTIFICADAS / ÁREA Situação documental 3 Saúde 4 Educação 5 Profissionalização (adolescentes) 6 Cultura, esporte e lazer 7 Fortalecimento da convivência familiar 8 Preparação para o desligamento 9 (retorno familiar, colocação em família substituta ou maioridade) 10 Situação documental PROVIDÊNCIAS QUE SERÃO ADOTADAS NA QUINZENA / ÁREA 11 Saúde Educação Profissionalização (adolescentes) Fortalecimento da convivência familiar Arte, cultura, esporte e lazer Preparação para o desligamento 12 (retorno familiar, colocação em família substituta ou maioridade) - DE ACORDO: Criança / adolescente 13 Pais / responsável Corregedoria Geral da Justiça Centro Político Administrativo (CPA) Telefones: (0XX)65-3617-3121/3191 Caixa Postal n.º 1071 CEP 78050-970 Cuiabá Mato Grosso 16

OBSERVAÇÕES: 1. A elaboração do plano é de responsabilidade da equipe técnica da entidade de acolhimento, tomando por base a escuta do(a) acolhido(a) e do seu grupo familiar (cf. art. 101, 5º, da Lei nº 8.069/90), bem como os relatórios e pareceres das equipes técnicas de todos os órgãos públicos, programas e entidades que lhes prestam/prestaram atendimento e/ou orientação (com os quais a entidade deverá articular ações - cf. arts. 86, 88, inciso VI e 92, 4º, da Lei nº 8.069/90). A reavaliação periódica é imprescindível, de modo a assegurar a eficácia das intervenções realizadas (compromisso com o resultado), sendo possível a substituição, a qualquer tempo, daquelas que se mostrarem inadequadas e/ou ineficazes (analogia ao disposto no art. 99, da Lei nº 8.069/90), ouvida a criança/adolescente e seus pais/responsável, observados os princípios relacionados no art. 100, par. único, incisos X e XI, do mesmo Diploma Legal). 2. O(A) acolhido(a) deverá possuir toda a documentação civil exigível em sua faixa etária. Caso não possua, deverá ser providenciada a sua regularização, valendo observar o disposto no art. 102, da Lei nº 8.069/90. 3. Relacionar todas as necessidades relacionadas à saúde integral do(a) acolhido(a), inclusive quanto à saúde mental e, particularmente, no que se refere ao uso de drogas lícitas e ilícitas. 4. Especificar todas as necessidades relacionadas à matrícula/retorno, permanência e sucesso escolar, inclusive apoio pedagógico e, se necessário, intervenções psicopedagógicas. 5. Os(As) acolhidos(as) maiores de 14 anos, caso assim o desejarem, poderão ser encaminhados para cursos de aprendizagem, capacitação, qualificação para o trabalho e/ou de geração de renda. 6. A entidade de acolhimento deverá proporcionar oportunidades de acesso a manifestações artísticas e culturais diversificadas, bem como práticas esportivas e atividades de lazer, de modo que o(a) acolhido(a) possa expressar livremente as suas potencialidades e preferências. 7. Não havendo proibição judicial, o contato com a família natural e/ou extensa, embora sempre mediado pelo acompanhamento técnico, deve ser estimulado e facilitado ao máximo (pela adoção de horários de visita flexíveis, bem como atividades conjuntas dentro e fora da unidade, por exemplo). 8. A medida de acolhimento institucional é excepcional e transitória, ou seja: somente deve ser aplicada quando todas as demais alternativas (inclusão em programa de famílias acolhedoras, por exemplo) forem inadequadas ou inviáveis e, sempre, com a menor duração possível. 9. Quando as condições objetivas permitirem, ou seja: o grau conquistado de autonomia é suficiente para uma vida digna e feliz. Para uma vida adulta independente, a adequada escolarização e profissionalização são imprescindíveis. 10. As providências que serão adotadas devem corresponder às necessidades específicas da criança, adolescente e seus pais ou responsável, observado o disposto no art. 100, caput, e par. único, da Lei nº 8.069/90. 11. A medida de acolhimento institucional é excepcional e transitória, ou seja: somente deve ser aplicada quando todas as demais alternativas (inclusão em programa de famílias acolhedoras, por exemplo) forem inadequadas ou inviáveis e, sempre, com a menor duração possível. 12. Quando as condições objetivas permitirem, ou seja: o grau conquistado de autonomia é suficiente para uma vida digna e feliz. Para uma vida adulta independente, a adequada escolarização e profissionalização são imprescindíveis, devendo a entidade, com apoio externo, providenciá-las. 13. A assinatura da criança/adolescente somente será necessária, logicamente, caso esta tenha idade e grau de discernimento suficiente para compreender o que está ocorrendo. Neste caso (assim como em relação aos pais/responsável), deverá ser precedida de orientação acerca dos motivos das intervenções realizadas e possíveis conseqüências do descumprimento injustificado das atividades previstas no plano individual, sem prejuízo de sua revisão a pedido, sempre que necessário. Corregedoria Geral da Justiça Centro Político Administrativo (CPA) Telefones: (0XX)65-3617-3121/3191 Caixa Postal n.º 1071 CEP 78050-970 Cuiabá Mato Grosso 17

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ROTEIRO BÁSICO DO TRABALHO DE LEVANTAMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES E DAS AUDIÊNCIAS CONCENTRADAS DE REAVALIAÇÃO DAS MEDIDAS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL E FAMILIAR Trabalhos de levantamento: 1. Verificar se o Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Acolhidos está sendo alimentado na Comarca; 2. Havendo início desse trabalho, primeira coisa a fazer é a relação nominal das crianças e adolescentes já cadastrados no CNCA; em seguida, fazer o levantamento dos não cadastrados, utilizando os questionários anexos; 3. Para realizar a providência do item anterior, criar uma força-tarefa baseada no Serviço Auxiliar da Infância e da Juventude ou através de parceria com outros órgãos técnicos existentes na Comarca (p. ex., equipe técnica da Secretaria Municipal de Assistência Social, Universidades, CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), Assistentes Sociais e Psicólogos voluntários, etc.); 4. Determinar a inserção de todos os dados colhidos nos questionários, no CNCA, comunicando tal fato à Coordenadoria da Infância e da Juventude pelo e-mail: ceja@tj.mt.gov.br ou pelos telefones (0xx65) 3617-3191 /3617-3121. Audiências concentradas de reavaliação das medidas de acolhimento institucional ou familiar: 1. As audiências concentradas deverão se realizar no período determinado pela Corregedoria- Geral da Justiça, nas próprias entidades de acolhimento, em datas a serem designadas pelo Magistrado. 2. A equipe interdisciplinar da Vara da Infância e Juventude visitará a instituição de acolhimento, até 30 (trinta) dias antes da data designada para a audiência concentrada, para: I) Comunicar a data da audiência; II) Determinar que a instituição de acolhimento promova a convocação dos pais ou responsáveis pelos acolhidos para comparecerem à audiência de reavaliação; III) Determinar a atualização do PIA - Plano Individual de Atendimento, sob a supervisão da equipe interdisciplinar do Juízo, encaminhando-o ao Juiz competente, no prazo máximo de quinze dias a partir da comunicação, com cópia à Defensoria Pública e ao Ministério Público; IV) Determinar a inserção dos dados do PIA no CNCA Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Acolhidos e nos autos do processo virtual ou físico; 3. Imediatamente após entregue, o PIA será encaminhado à equipe técnica do Juízo para estudo de caso, avaliação e apresentação de sugestões, cujo laudo será juntado nos autos respectivos até 03 (três) dias antes da audiência concentrada; 4. O modelo de ata a ser utilizado nas audiências concentradas de reavaliação será, preferencialmente, o constante neste manual; 5. Na audiência, os pais, responsáveis e familiares dos acolhidos deverão ser ouvidos pelo Juiz; 5.1 - Também deverão ser intimados para as audiências concentradas de reavaliação o Promotor de Justiça, o Defensor Público, os Procuradores constituídos, se houver, o Conselho Corregedoria Geral da Justiça Centro Político Administrativo 1 (CPA) Telefones: (0XX)65-3617-3121/3191 Caixa Postal n.º 1071 CEP 78050-970 Cuiabá Mato Grosso 19

Tutelar e representantes das Secretarias Municipais de Assistência Social, Saúde, Educação, Habitação e Trabalho (ou similar) e Centro de Referência Especializado de Assistência Social; 6. Os pais ou responsáveis que faltarem à audiência concentrada de reavaliação serão convocados pela instituição de acolhimento para nova audiência especial, a ser designada pelo Juiz, salvo quando este considerar desnecessária a redesignação; 7. Será feita a oitiva da criança ou do adolescente, se necessário, colhendo suas impressões e sugestões, tendo em vista o PIA. 8. Havendo na instituição de acolhimento criança ou adolescente sem registro civil de nascimento, o Juiz oficiará ao competente Registro Civil de Pessoas Naturais determinando o comparecimento do Oficial competente à audiência concentrada, a fim de sanar o problema. 9. Rol exemplificativo de perguntas a serem formuladas pelo Magistrado: I. A criança ou adolescente possui certidão do registro de seu nascimento? II. Qual a idade da criança ou do adolescente? III. Qual a data de seu nascimento? IV. Qual o motivo do acolhimento? V. Quem efetivou a medida de acolhimento (órgão ou instituição responsável pelo acolhimento)? VI. A instituição de acolhimento possui certidão de nascimento do acolhido? VII. Existe ação judicial em face dos genitores ou responsáveis pelo acolhido? VIII. Em caso positivo, qual? IX. O acolhido está matriculado na rede oficial de ensino? X. Está cursando que ano? XI. O acolhido recebe visitas de seus familiares? XII. Qual a freqüência das visitas? XIII. Há indicação no estudo social de aplicação de medida sócioprotetiva a curto e médio prazo? XIV. Qual ou quais as medidas sócioprotetivas a serem aplicadas? XV. Há possibilidade de reintegração familiar? XVI. Em caso negativo, a hipótese é de colocação em família substituta? 10. Após a realização das audiências concentradas enviar relatório para o e-mail da CEJA: ceja@tj.mt.gov.br ou para o protocolo da corregedoria. Corregedoria Geral da Justiça Centro Político Administrativo 2 (CPA) Telefones: (0XX)65-3617-3121/3191 Caixa Postal n.º 1071 CEP 78050-970 Cuiabá Mato Grosso 20

CABEÇALHO DO JUÍZO Processo Nº : Criança ou adolescente: Filiação: Instituição de Acolhimento: CNPJ : Registro no CMDCA: Endereço: Representante legal: ATA MODELO DAS AUDIÊNCIAS CONCENTRADAS ATA DE AUDIÊNCIA DE REAVALIAÇÃO Em.../... /..., na instituição de acolhimento acima descrita, presentes o MM JUIZ DE DIREITO Dr..., os representantes do MINISTÉRIO PÚBLICO, Dr...., da DEFENSORIA PÚBLICA, Dr..., da EQUIPE INTERDISCIPLINAR DA VARA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE, da EQUIPE INTERDISCIPLINAR DA INSTITUIÇÃO DE ACOLHIMENTO, da SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E DESENVOLVIMENTO HUMANO (SMASDH), realizou-se a audiência de reavaliação da medida de acolhimento da criança/adolescente... 1- Rol exemplificativo de perguntas a serem formuladas pelo Magistrado: I. A criança ou adolescente possui certidão do registro de seu nascimento? II. Qual a idade da criança ou do adolescente? III. Qual a data de seu acolhimento? IV. Qual o motivo do acolhimento? V. Quem efetivou a medida de acolhimento (órgão ou instituição responsável pelo acolhimento)? VI. A instituição de acolhimento possui a certidão de nascimento do acolhido? VII. Existe ação judicial em face dos genitores ou responsáveis pelo acolhido? VIII. Em caso positivo, qual? IX.O acolhido está matriculado na rede oficial de ensino? X. Está cursando que ano? XI. O acolhido recebe visitas de seus familiares? XII. Qual a freqüência das visitas? XIII. Há indicação no estudo social de aplicação de medida sócioprotetiva a curto e médio prazo? XIV. Qual ou quais as medidas socioprotetivas a serem aplicadas? XV. Há possibilidade de reintegração familiar? XVI. Em caso negativo, a hipótese é de colocação em família substituta? Corregedoria Geral da Justiça Centro Político Administrativo (CPA) Telefones: (0XX)65-617-3114/3115 Caixa Postal n.º 1071 CEP 78050-970 Cuiabá Mato Grosso 21

2- Sugestões indicadas pela equipe técnica do Juízo, tendo em vista o PIA juntado aos autos. 3- Requerimentos do Ministério Público. 4- Requerimentos da Defensoria Pública. Pelo MM Dr Juiz de Direito foi proferida a seguinte DECISÃO: Considerando que a criança ou adolescente em tela encontra-se na situação prevista no art. 98 do Estatuto da Criança e do Adolescente e com base nos artigos 101 e 129 do mesmo diploma legal, DETERMINO as seguintes providências:...... Nada mais havendo, foi encerrada a audiência. Eu,..., lavrei. Juiz:... Promotor: Defensor:... Instituição:... Pais/Responsável:... Secretaria Municipal de Assistência Social e Desenvolvimento Humano (SMASDH):... Corregedoria Geral da Justiça Centro Político Administrativo (CPA) Telefones: (0XX)65-617-3114/3115 Caixa Postal n.º 1071 CEP 78050-970 Cuiabá Mato Grosso 22

RELATÓRIO ESTATÍSTICO DAS AUDIÊNCIAS CONCENTRADAS Preencher e em seguida enviar para ceja@tj.mt.gov.br COMARCA: Mês e Ano de Referência: Data(s) da(s) Audiência(s): Juiz de Direito: Local onde foram realizadas as audiências Quantidade de Instituições Quantidade Total de Acolhidos Reintegrados à Família De Origem Extensa Substituta DPF* em andamento DPF* com trânsito em julgado Mantidos na Instituição Nome da Instituição: Item 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 22 23 24 Número do Processo Nome do Infante Sexo Idade Resumo da Decisão 25 *DPF- Destituição do Poder Familiar Corregedoria Geral da Justiça Centro Político Administrativo (CPA) Telefones: (0XX)65-3617-3121/3191 Caixa Postal n.º 1071 CEP 78050-970 Cuiabá Mato Grosso 23

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LEGISLAÇÕES ESPECÍFICAS Corregedoria Geral da Justiça Centro Político Administrativo (CPA) Telefones: (0XX)65-3617-3121/3191 Caixa Postal n.º 1071 CEP 78050-970 Cuiabá Mato Grosso 25

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Conselho Nacional de Justiça RESOLUÇÃO Nº 93, DE 27 DE OUTUBRO DE 2009. Acrescenta e altera dispositivos à Resolução Nº 54, de 29 de abril de 2008, que dispõe sobre a implantação e funcionamento do Cadastro Nacional de Adoção. Cria e dispõe sobre o Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Acolhidos. O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, no uso de suas atribuições conferidas pela Constituição da República, especialmente o disposto no inciso I, 4º, art. 103-B; CONSIDERANDO as inovações trazidas pela Lei nº 12.010, de 03 de agosto de 2009, que aperfeiçoa a sistemática de garantia do Direito à convivência familiar, e a necessidade de implantação de um Cadastro único e nacional de crianças e adolescentes acolhidos, em complemento ao Cadastro Nacional de Adoção; CONSIDERANDO a necessidade da exata definição das condições de atendimento e do número de crianças e adolescentes em regime de acolhimento institucional ou familiar no país, viabilizando a implementação de Políticas Públicas voltadas para que tal permanência ocorra apenas em caráter transitório e excepcional; RESOLVE: 31

Art. 1º. A Resolução nº 54, de 29 de abril de 2009, passa a vigorar acrescida dos seguintes dispositivos: Art. 1º-A. O Conselho Nacional de Justiça implantará o Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Acolhidos que tem por finalidade consolidar dados de todas as Comarcas das unidades da Federação referentes a crianças e adolescentes em regime de acolhimento institucional ou familiar no país. Art. 1º-B. As atribuições definidas no artigo 3º da Resolução nº 54, de 29 de abril de 2009, bem como o respectivo prazo, aplicam-se ao Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Acolhidos. Art. 5º-A. A Corregedoria Nacional de Justiça, órgão responsável por gerir e fiscalizar os cadastros relativos à infância e juventude, expedirá Instrução Normativa para a criação e disciplina das Guias de acolhimento familiar ou institucional, de crianças e adolescentes, bem como de desligamento, fixando as regras para o armazenamento permanente dos dados disponíveis em procedimentos de destituição ou suspensão do poder familiar. (NR) Art. 2º. A Resolução nº 54, de 29 de abril de 2009, passa a vigorar com as seguintes alterações: Art. 2º. O Banco Nacional de Adoção e o Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Acolhidos ficarão hospedados no Conselho Nacional de Justiça, assegurado o acesso aos dados nele contidos exclusivamente aos órgãos autorizados. (NR) Art. 4º. As Corregedorias Gerais da Justiça e os juízes responsáveis pela alimentação diária do sistema encaminharão os dados por meio eletrônico ao Banco Nacional de Adoção e ao Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Acolhidos. (NR) Art. 5º. O Conselho Nacional de Justiça prestará o apoio técnico necessário aos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal para 32

alimentar os dados no Banco Nacional de Adoção e no Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Acolhidos. (NR) Art. 6º. O Conselho Nacional de Justiça, as Comissões Estaduais Judiciárias de Adoção - CEJAS/CEJAIS e as Corregedorias Gerais da Justiça devem promover e estimular campanhas incentivando a reintegração à família de origem, ou inclusão em família extensa, bem como adoção de crianças e adolescentes em acolhimento familiar ou institucional, sem perspectivas de reinserção na família natural. (NR) Parágrafo único - O Conselho Nacional de Justiça poderá celebrar convênios ou termos de cooperação com outros órgãos para a troca de dados e consultas ao Cadastro Nacional de Adoção e ao Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Acolhidos. (NR) Art. 3º. Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação. Ministro GILMAR MENDES 33

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 02 DE 30 DE JUNHO DE 2010 Disciplina a adoção de medidas destinadas à regularização do controle de equipamentos de execução da medida protetiva de acolhimento (institucional ou familiar), e de crianças e adolescentes sob essa medida O MINISTRO CORREGEDOR NACIONAL DE JUSTIÇA, GILSON DIPP, usando das atribuições que lhe são conferidas pelo 2º, do artigo 5º, da Emenda Constitucional 45; Regimento Interno deste Conselho, art. 8º, X, e pelo Regulamento Geral da Corregedoria Nacional de Justiça, art.3º, XI, e; CONSIDERANDO a prioridade das políticas de atendimento à infância e juventude, preconizada pelo art. 227 da Carta Constitucional; CONSIDERANDO as inovações trazidas pela Lei nº 12.010, de 03 de agosto de 2009, que aperfeiçoa a sistemática de garantia do Direito à convivência familiar; CONSIDERANDO a necessidade de coordenação da elaboração e execução de ações, no âmbito do Poder Judiciário, relativas à Infância e Juventude; CONSIDERANDO a necessidade da exata definição das condições de atendimento e do número de crianças e adolescentes em regime de acolhimento institucional ou familiar no país, para a implementação de Políticas Públicas voltadas para que tal permanência ocorra apenas em caráter transitório e excepcional; CONSIDERANDO o acordado no I Encontro de Coordenadores da Infância e da Juventude realizado em 16 de abril do corrente ano, ocasião em que se decidiu pela realização de audiências concentradas para verificação da situação pessoal e processual das crianças e adolescentes acolhidos institucionalmente ou familiarmente; RESOLVE: Art. 1º. Recomendar aos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal que: a) em 27 de julho de 2010 iniciem, efetivamente, mobilização buscando a regularização do controle de equipamentos de execução da medida protetiva de acolhimento (institucional ou familiar), e de crianças e adolescentes sob essa medida; b) orientem, através das Coordenadorias da Infância e da Juventude, os Magistrados com competência na matéria, que: 34

b.1) busquem saber quem são, onde estão e o que fazem os equipamentos que executam a medida protetiva de acolhimento e efetivem o levantamento das crianças e adolescentes acolhidos nessas instituições; b.2) verifiquem a situação pessoal, a processual e a procedimental existentes nas Varas da Infância e Juventude e outros Juízos com tal competência, promovendo-se a devida regularização, se necessário; b.3) exerçam controle efetivo das entidades que desenvolvem projetos de acolhimento (institucional ou familiar); b.4) certifiquem-se de que todas as crianças e adolescentes sob medida protetiva de acolhimento estão sendo acompanhadas pelas Varas da Infância e da Juventude, efetivando-se o atendimento individualizado de cada acolhido, atendendo-se, na medida do possível, às suas necessidades e de sua família; c) formalizem, se necessário, parceria com o Poder Executivo Municipal (em especial, Secretarias de Promoção Social, Educação, Saúde e Habitação), inclusive quanto a pessoal para realizar o levantamento. d) formalizem parceria: com o Ministério Público, Defensoria Pública, Ordem dos Advogados do Brasil, Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, Conselho Tutelar, Faculdades e Universidades para suprir eventuais carências das equipes multidisciplinares. Art. 2º. Os trabalhos deverão ser concluídos no prazo de noventa dias, considerando-se, excepcionalmente as peculiaridades de cada Estado, para prorrogação do prazo de finalização. Art. 3º. Esta Instrução Normativa entrará em vigor na data da sua publicação. Art. 4º. Revogam-se as disposições em contrário. MINISTRO GILSON DIPP Corregedor Nacional de Justiça 35

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ANEXO I GUIA DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL( ) FAMILIAR( )Nº* NOME DA CRIANÇA / ADOLESCENTE: SEXO: ( ) MASCULINO ( ) FEMININO DATA DE NASCIMENTO / / IDADE PRESUMIDA: NOME DA MÃE: NOME DO PAI: RESPONSÁVEL, CASO NÃO VIVA COM OS PAIS: ENDEREÇO DOS PAIS OU RESPONSÁVEL: RUA / AV: Nº CEP BAIRRO APTO: EDF: PONTO DE REFERÊNCIA: FONE RESIDENCIAL CELULAR DADOS DO ACOLHIMENTO: LOCAL: DATA: HORA: INTEGRA GRUPO DE IRMÃOS? SIM ( ) NÃO( ); SE SIM, QUANTOS? ALGUM ACOLHIDO? SIM ( ) NÃO( ) SE SIM, LOCA(IS) DE ACOLHIMENTO RECEBIDO POR: NOME DO FUNCIONÁRIO ASSINATURA MEDIDA(S) PROTETIVA(S) APLICADAS: À CRIANÇA/ADOLESCENTE ( ): À FAMÍLIA ( ): DOCUMENTAÇÃO, SE SIM ESPECIFICAR: ( ) DNV; ( ) CERT. NASC.; ( )BOLETIM OCORRÊNCIA; ( ) CART. INDENT; ( ) CART. VACINA; ( ) ATEND. MÉDICO; ( ) CRECHE; ( ) ESCOLA; ( ) ENCAMINHAMENTO CONS. TUTELAR; ( ) OUTROS FAZ USO DE MEDICAMENTOS? SIM ( ) NÃO( ) SE SIM, QUAL(S): PARENTES OU TERCEIROS INTERESSADOS EM TÊ-LOS SOB GUARDA: NOME: RUA / AV: Nº CEP BAIRRO APTO: EDF: PONTO DE REFERÊNCIA: FONE RESIDENCIAL CELULAR NOME: RUA / AV: Nº CEP BAIRRO APTO: EDF: PONTO DE REFERÊNCIA: FONE RESIDENCIAL CELULAR MOTIVOS DA RETIRADA OU DA NÃO REINTEGRAÇÃO AO CONVÍVIO FAMILIAR: SOLICITANTE DO ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL OU FAMILIAR: NOME/ FUNÇÃO: TELEFONE INSTITUCIONAL CELULAR RELATÓRIOS / DOCUMENTOS ANEXADOS: SIM ( ) NÃO( ) Nº DE FOLHAS ( ) PARECER DA EQUIPE TÉCNICA: RESPONSÁVEL PELO PARECER: MAT.: RELATÓRIOS / DOCUMENTOS ANEXADOS: SIM ( ) NÃO( ) Nº DE FOLHAS ( ) 39

DESPACHO DA AUTORIDADE JUDICIÁRIA: LOCAL/DATA:, / / JUIZ 40

ANEXO II GUIA DE DESLIGAMENTO INSTITUCIONAL( ) FAMILIAR( )Nº* NOME DA CRIANÇA / ADOLESCENTE: SEXO: ( ) MASCULINO ( ) FEMININO DATA DE NASCIMENTO / / IDADE PRESUMIDA: NOME DA MÃE: NOME DO PAI: RESPONSÁVEL, CASO NÃO VIVA COM OS PAIS: ENDEREÇO DOS PAIS OU RESPONSÁVEL: RUA / AV: Nº CEP BAIRRO APTO: EDF: PONTO DE REFERÊNCIA: FONE RESIDENCIAL CELULAR DADOS DO DESLIGAMENTO: LOCAL: DATA: HORA: DESLIGADO POR: NOME DO FUNCIONÁRIO ASSINATURA MOTIVO DO DESLIGAMENTO: ( ) RETORNO À FAMÍLIA NATURAL ( ) INSERÇÃO EM FAMÍLIA EXTENSA ( ) INSERÇÃO EM FAMÍLIA SUBSTITUTA ( ) EVASÃO ( ) FALECIMENTO DESCRITIVO: DESPACHO DA AUTORIDADE JUDICIÁRIA: LOCAL/DATA:, / / JUIZ 41

ESTADO DE MATO GROSSO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Enviado à Internet/DJE em: 27/05/2011 Disponibilizado no DJE nº.: 8.578 Em: 30/05/2011 Publicado em: 31/05/2011 RESOLUÇÃO N.º 005/2011/TP Dispõe sobre a Coordenadoria da Infância e da Juventude do Estado e dá outras providências. O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO, por meio do Tribunal Pleno, no uso de suas atribuições legais, CONSIDERANDO a Declaração Universal dos Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas ONU e os inúmeros tratados e acordos internacionais sobre os direitos infanto-juvenis ratificados pelo Brasil; CONSIDERANDO os termos do art. 227 da Carta Constitucional Brasileira; CONSIDERANDO a vigência da Lei n. 8.069/1990 Estatuto da Criança e do Adolescente, que estabelece políticas públicas e ações conjuntas entre todos os entes federados, seus órgãos de atuação e os três Poderes da República, para implementação definitiva da Teoria da Proteção Integral junto à infância e juventude; CONSIDERANDO a Resolução n. 94 do Conselho Nacional de Justiça CNJ, que tem por objetivo atender às exigências constitucionais quanto à prioridade das políticas de atendimento à Infância e Juventude, da mesma forma que enfatiza a necessidade de coordenação da elaboração e execução das políticas públicas, no âmbito do Poder Judiciário, relativas à Infância e Juventude; CONSIDERANDO, portanto, a necessidade de construção de padrões mínimos de entendimentos sobre a apreciação das matérias afetas aos direitos infanto-juvenis, garantindo a melhor administração e celeridade da prestação jurisdicional com aplicação da melhor Justiça ao caso concreto, e, por fim; 42

CONSIDERANDO a necessidade de um sistema harmonioso, com planejamento, supervisão e orientação de todas as Varas da Infância e da Juventude. RESOLVE: Art. 1º. Fica instituída no âmbito do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, a Coordenadoria da Infância e da Juventude CIJ, órgão permanente de assessoria direta e imediata à Corregedoria Geral da Justiça. Art. 2º. A Coordenadoria da Infância e da Juventude terá por atribuição, dentre outras: I elaborar sugestões para o aprimoramento da estrutura do Judiciário da área da infância e da juventude; II planejar, supervisionar e orientar, no plano administrativo, o funcionamento e as diretrizes das Varas da Infância e Juventude fornecendo suporte aos magistrados, aos servidores e às equipes multiprofissionais visando à melhoria da prestação jurisdicional; III Facilitar a interlocução dos juízes da infância e da juventude junto à cúpula administrativa do Tribunal de Justiça, demais Poderes e sociedade civil nos assuntos e projetos relativos à infância e juventude; IV realizar estudo para reestruturação das varas com competência em infância e juventude, propondo quadro de servidores, estrutura física, sistemas informatizados e equipamentos, bem como eventual criação de varas; V fomentar, a partir de planejamento estratégico e agenda previamente estabelecido junto à Administração Superior do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, visando a efetivação das políticas públicas preconizadas pela Lei 8.069/1990, junto com os demais Poderes da República, em nível federal, estadual e municipal; VI articular a promoção interna e externa da Justiça da Infância e da Juventude com outros órgãos governamentais e não-governamentais, interagindo sempre que necessário, com o Ministério Público e a Defensoria Pública, atuando ainda, em rede, com entidades voltadas à promoção de defesa dos direitos e exercício da cidadania da criança e do adolescente; 43