MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO DO PERIMETRO URBANO DO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE PRUDENTE-SP

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Transcrição:

MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO DO PERIMETRO URBANO DO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE PRUDENTE-SP NUNES, J.O.R. 1 1 Professor Doutor do Departamento de Geografia da FCT/UNESP, rua Roberto Simonsem, 305, Presidente Prudente-SP, (18) 32295388, joaosvaldo@fct.unesp.br FREIRE, R. 2 2 Graduando em Engenharia Ambiental da FCT/UNESP, rua Roberto Simonsem, 305, Presidente Prudente-SP, (18) 32295388, rofreire@gmail.com. Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). PEREZ, I.U 3. 3 Graduando em Engenharia Ambiental da FCT/UNESP, rua Roberto Simonsem, 305, Presidente Prudente-SP, (18) 32295388, inayeuperez@yahoo.com.br. Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). RESUMO A elaboração de cartas e mapas geomorfológicos, seja em escalas regional e principalmente local, tem contribuído no planejamento ambiental urbano e rural em várias regiões do Brasil. Neste aspecto, o presente trabalho teve como objetivo principal a elaboração do Mapa Geomorfológico do perímetro urbano do município de Presidente Prudente SP, delimitando três principais compartimentos de relevo: os topos suavemente ondulados das colinas côncavo-convexas, o domínio das vertentes côncavo-convexas e retilíneas e as planícies aluviais e alvéolos. Para sua elaboração foram utilizadas fotografias aéreas, na escala 1:25.000, do vôo de setembro de 1995 e posteriormente georreferenciada a partir da base digital plano altimétrica da cidade de Presidente Prudente-SP. Na atualização das feições mapeadas, utilizou-se imagens de satélite Landsat-7 sensor ETM Plus (bandas 3B, 4G, 7R), ortofotos de 2003 (escalas de 1:8.000 e 1:20.000) e principalmente trabalhos de campo para observação in locus. A elaboração deste documento, na escala de 1:25.000, inédito para a cidade de Presidente Prudente, auxiliará em áreas urbanas e rurais, na escolha de locais para construção de aterros sanitários (Nunes, 2002); na delimitação de zonas residências e industriais; na demarcação precisa de áreas de proteção ambiental (mananciais hídricos de abastecimento público) e áreas de risco a enchentes; na identificação e controle de processo erosivos lineares e areolares; em projetos de conservação e manejo de solo, etc. Palavras-chave: Mapeamento, Geomorfologia, Geografia, Planejamento Urbano. INTRODUÇÃO Os conhecimentos científicos advindos da ciência geomorfológica têm contribuído técnico e metodologicamente para uma melhor compreensão das dinâmicas e inter-relações entre os processos naturais e sociais que atuam sobre o relevo. Estes aspectos têm auxiliado, tanto para fins acadêmicos como administrativos, na elaboração de propostas de planejamento ambiental e de educação ambiental, em diversas áreas do conhecimento, seja com ênfase na perspectiva ambiental ou na perspectiva das humanidades. 1

Entre tantas formas de trabalhar no campo da Geomorfologia, uma que se destaca é a elaboração de documentos cartográficos. Estes expressam uma realidade relativamente abstrata o relevo, no qual representam as colinas, vertentes, planícies, morros, etc (Ross, 1991). Para a construção de mapas geomorfológicos, conforme o objetivo a ser alcançado, o pesquisador deve ter a preocupação de apresentar e demonstrar o mais didático possível, as características de identificação, classificação (gênese e idade) e os processos morfodinâmicos e morfogenéticos do relevo. Além destes aspectos, destaca-se entre outros, a Geologia (Formações litológicas) e a Pedologia (classes de solos). Também é de fundamental importância à escala de abordagem a ser utilizada, pois de acordo com a escolha da área mapeada, o documento apresentará um grau maior ou menor de detalhamento. Neste sentido, o mapa geomorfológico é uma importante ferramenta na pesquisa do relevo, contribuindo de modo fundamental em estudos de diagnósticos e prognósticos tanto para áreas urbanas como rurais. Em áreas urbanas auxilia na escolha de locais para construção de aterros sanitários (NUNES, 2002); na delimitação de zonas residências e industriais; na demarcação precisa de áreas de proteção ambiental (mananciais hídricos de abastecimento público); áreas de risco a enchentes, etc. Em áreas rurais contribui para escolha de áreas para assentamento rurais; identificação e controle de processo erosivos lineares e areolares; em projetos de conservação e manejo de solo, etc. Com referencia ao município de Presidente Prudente, até o presente momento, com exceção de Sudo (1980) e Nunes (2002), não foi confeccionado um documento em escala compatível (1:25.000), que abrange-se, de modo geral, as principais características geomorfológicas presente na paisagem urbana e rural do município. Outros documentos, no qual aparece o município de Presidente Prudente, como IPT (1981b) e Ross (1996), foram confeccionados respectivamente nas escalas de 1:1.000.000 e 1:500.000. Ambos destacam a Geomorfologia regional e não os aspectos da Geomorfologia local. A falta deste tipo de documento, em escala adequada (1:25.000), tem gerado uma lacuna, principalmente na elaboração de estudos acadêmicos, onde a morfologia do relevo apresenta-se como importante aspecto a ser considerado na compreensão dos fatores responsáveis pela história de ocupação e expansão sobre as diversas formas de relevo do município de Presidente Prudente. 2

Assim o presente projeto de pesquisa teve como objetivo elaborar um mapa geomorfológico do perímetro urbano de Presidente Prudente (Figura 1), no qual tem servido de base para o direcionamento de importantes pesquisas tanto no campo acadêmico interdisciplinar bem como para a administração pública local (prefeitura e órgão públicos). 3

OBJETIVOS O presente trabalho, como descrito anteriormente, teve como objetivo principal a elaboração de um Mapa Geomorfológico do perímetro urbano do município de Presidente Prudente SP, sendo parte das atividades do plano global junto ao Departamento de Geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia/UNESP, Câmpus de Presidente Prudente para o triênio 2004-2006. Para atingir o objetivo geral tiveram-se como objetivos específicos os seguintes pontos: - Identificaram-se os principais compartimentos de relevo (topos, vertentes e planícies aluviais); - Caracterizou-se a morfologia do relevo intercalada com principais tipos de solos predominantes em cada compartimento; - Analisou-se a dinâmica de ocupação e apropriação pela sociedade das áreas de topos, de vertentes e de fundos de vales. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Para se alcançar os objetivos propostos, a presente pesquisa foi baseada nos seguintes procedimentos: - A caracterização geomorfológica e geológica, foi elaborada de acordo com os dois primeiros níveis de abordagem proposta por Ab Saber (1969): Compartimentação Topográfica e Estrutura Superficial da Paisagem; - A análise da dinâmica dos compartimentos de relevos da paisagem do perímetro urbano do município de Presidente Prudente SP, foi realizada a partir do estudo integrado entre os processos endógenos (geológicos) e exógenos (geomorfologia, pedológia, declividade, hipsometria, e uso do solo e cobertura vegetal); - O mapa geomorfológico do perímetro urbano do município, foi confeccionado através do trabalho de fotointerpretação das feições geomorfológicas extraídas das fotografias aéreas na escala 1:25.000, produzidos pela Base S.A, cujo vôo é de setembro de 1995. A atualização das feições geomorfológicas extraídas das fotografias aéreas, foi feita através de imagens de satélite Landsat-7 sensor ETM Plus (bandas 3B, 4G, 7R) e ortofotos de 2003 nas 4

escalas de 1:20.000 e 1:8.000, sendo complementada com vistorias em campo. A elaboração gráfica do mapa foi feita no programa COREL DRAW 1 ; - Quanto aos mapas complementares de declividades e hipsométrico foram elaborados a partir da interpolação para a grade regular, utilizando-se o modelo da média ponderada por cota e por quadrante através do software SIG SPRING 4.1 (Sistema de Processamento de Informações Georeferenciadas) 2. Para ambas as cartas, a seqüência de cores utilizadas nas classes de declividade e hipsométrica, foram feitas conforme o estabelecido pelo círculo psicrométrico das cores. Quanto à elaboração das convenções e legendas, estas foram baseadas em trabalhos nacionais e internacionais de cartas geomorfológicas e mapas ambientais, tais como: Trabalhos internacionais: Cartographie intégrée de l'environnement: un outil pour la recherche et pour l'aménagement (JOURNAUX, 1985); Geomorphology in the environmental management: an introduction (COOKE & DOORNKAMP, 1974); Géomorphologie (COQUE, 1998); Geomorphological techniques (GOUDIE, 1981); Global Geomorphology (SUMMERFIELD, 1991); Cartographie géomorphologique. Travaux de la R.C.P. 77. Mémoires et documents (TRICART, 1971) e Géomorphologie applicable (TRICART, 1978). Trabalhos nacionais: Ecodinâmica (TRICART, 1977); Mapa Geomorfológico do Alto da Bacia Hidrográfica do Rio Santo Anastácio (SUDO 1980); Cartas do meio ambiente e sua dinâmica: Mapa da Baixada Santista (CETESB, 1985); Mapa Geomorfológico do Estado de São Paulo (ROSS e MOROZ, 1996); Uma contribuição metodológica ao estudo da dinâmica da paisagem aplicada a escolha de áreas para a construção de aterros sanitários em Presidente Prudente SP (NUNES, 2002). A GEOMORFOLOGIA DE PRESIDENTE PRUDENTE De acordo com o Mapa Geomorfológico do Estado de São Paulo na escala 1:500.000 elaborado por Ross e Moroz (1996:50), o município de Presidente Prudente 1 Corel Draw é marca registrada da Corel Corporation. 2 SPRING é marca registrada do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). 5

encontra-se localizado na Bacia Sedimentar do Paraná (morfoestrutura) e no Planalto Ocidental Paulista (morfoescultura), mais precisamente no Planalto Centro Ocidental. Especificamente para o município de Presidente Prudente, predominam como formas de relevo as colinas médias e baixas, cujas altitudes variam entre 300 a 600 m, e declividades médias entre 10% a 20%. De modo geral, no setor leste e nordeste do município, predominam as colinas de poucas extensões e topos curtos e ondulados, cujas declividades variam entre 5% a 20%. Predominam nestas áreas os Argissolos Vermelho-Amarelo e os Neossolos Regolícos de pouca profundidade. Quanto ao setor oeste dominam as colinas amplas de topos suavemente ondulados, com declividade que variam entre 0 a 10%. Predominam nestas áreas os Latossolos Vermelhos profundos e bem drenados. Ocorre também uma predominância de interflúvios sem orientação preferencial, com topos angulosos e achatados, e vertentes ravinadas com perfis retilíneos. A drenagem é de média a alta densidade, com padrão dendrítico e vales fechados. De acordo com o mapa geomorfológico (Figura 2) foram delimitados os seguintes compartimentos do relevo: os topos suavemente ondulados das colinas, as vertentes e os Fundos de Vales. Numa leitura mais especifica, delimitou-se os divisores de água, bem como as vertentes com morfologias côncava, convexa e retilínea e os fundos de vale com morfologia em berço e vale em V. Também é possível identificar escarpas com ruptura de declive acentuado, cabeceiras de drenagem em anfiteatro, terraços fluviais em aluvião, antigos canais fluviais e canais fluviais encaixado em leito rochoso. Pode-se associar ao compartimento dos topos a predominância de Latossolos Vermelhos, cujas declividades variam entre 0 a 10%, enquanto que nas vertentes encontram-se os Argissolos Vermelhos e Vermelhos-Amarelos e os Neossolos Regoliticos, solos mais rasos, e declividades mais acentuadas (5 a 20%). Por fim as planícies aluviais com predomínio de formações aluviais quaternárias e de Planossolo Hidromórficos e Gleissolos, com predomínio de baixas declividade entre 0 a 2%. Os topos das colinas (Figura 3) são mantidos estruturalmente pelos arenitos cimentados por carbonato de cálcio da Formação Adamantina, onde oferecem maior resistência aos agentes intempéricos. 6

Figura 2. Mapa Geomorfológico do perímetro urbano de Presidente Prudente-SP. 7

Figura 3. Vista parcial da cidade de Presidente Prudente localizada no topo do espigão divisor dáguas entre as bacias hidrográficas dos rios Santo Anastácio (Zona Oeste) e Peixe (Zona Leste). O compartimento dos topos, por serem planos a suavemente ondulados, historicamente têm sido o principal compartimento de relevo a ser ocupado. Esse fato fica claro, quando observamos que o primeiro setor da cidade a ser ocupado foi o espigão divisor d águas entre a bacia do Rio Santo Anastácio e do Rio do Peixe. A ocupação urbana anteriormente restrita ao topo suavizado do espigão expandiu-se para áreas de nascentes e fundos de vales, que levou a necessidade de canalização de alguns córregos (Figura 4) interferindo no fluxo e qualidade das águas, devido à carga detrítica advindo das ocupações à montante. Figura 4. Canalização do Córrego do Saltinho. Em relação as vertentes, as morfologias variam entre convexas, côncavas e retilíneas. As vertentes convexas estão associadas aos segmentos com maior comprimento de 8

rampa. Já as côncavas estão relacionadas às cabeceiras de drenagem em anfiteatros, no qual apresentam-se muito alteradas com evidências de processos de ravinamentos como observado na Figura 5. Figura 5. Processos de ravinamento na média-baixa vertente no Bairro Humberto Salvador. Especificamente para estas áreas, devido à declividade (5 a 20%) associado à retirada da cobertura vegetal, Nunes (2002) descreve que o manto de intemperismo sofre processos de erosão e deposição de materiais constituintes ao longo das vertentes, com intensidade e direção que convergem para o eixo principal do canal de escoamento d água. Ainda segundo Nunes (2002), em alguns setores entre o domínio das vertentes e as planícies aluviais, é possível verificar a presença de surgência do nivel freático. A dinâmica de escoamento de subsuperfície, principalmente, em Argissolos Vermelhos com presença de horizontes Bt, tem ocasionado erosões internas e também várias rupturas configuradas em forma de sulcos erosivos laminares e lineares. Em setores onde se encontram solos rasos, temse um controle estrutural que impede o avanço dos processos erosivos, fato esse exercido pelo afloramento dos arenitos da Formação Adamantina. De modo geral, foi possível identificar que o relevo da área estudada apresenta uma subdivisão entre a zona leste e a zona oeste. Ambos os setores apresentam amplas diferenciações morfológicas, predominando os seguintes aspectos: - na zona leste predominam as colinas pequenas de topos convexos, vertentes convexizadas, fundos de vales em V, declividades médias a altas e Argissolos e Neossolos; 9

- e na zona oeste predominam as colinas amplas de topos suavemente ondulados, vertentes concavizadas e retilíneas, planícies aluviais e alvéolos em berço, declividades médias a baixas e Latossolos. RESULTADOS E DISCUSSÕES No mapa são apresentados os principais compartimentos de relevos e suas respectivas morfologias, que associado a outros documentos temáticos (ex.declividade), procura abordar de modo didático, a morfodinâmica da paisagem através da sobreposição da malha urbana sobre o relevo. Neste sentido, o objetivo foi à busca da interação entre as dinâmicas da sociedade e da natureza de modo que o observado ao ler o mapa possa localizarse espacialmente identificando alternativas de melhor gestão do território em estudo. Importante destacar, que como o mapa foi elaborado sob uma base de dados digital e georrefêrenciada, o mesmo pode ser constantemente atualizado. CONCLUSÕES Primeiramente, destaca-se a importância da elaboração do presente mapa geomorfológico para a cidade de Presidente Prudente, por ser um documento inédito na escala de 1:25.000. Outro aspecto refere-se à utilização do mapa, para realização de projetos na área de planejamento ambiental urbano. Atualmente o mapa geomorfológico, tem sido utilizado na elaboração de um SIG para avaliação de áreas para construção de aterros sanitários na cidade de Presidente Prudente. Desta forma, o presente trabalho pode fornecer a administração pública municipal, bem como a comunidade acadêmica (instituições de ensino) um importante documento de compreensão da geomorfologia local. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AB SABER, Aziz Nacib. Um conceito de geomorfologia a serviço das pesquisas sobre o quaternário. Geomorfologia, São Paulo, n o 18, p. 1-23, 1969. COOKE, R. & DOORNKAMP, J.C. Geomorphology in the environmental management: an introduction. Oxford and New York: Clarendon Press. 1974. COQUE, R. Géomorphologie. Paris: Armand Colin. 1998. GOUDIE, A. Geomorphological techniques. London and Boston: Allen and Unwin. 1981. 10

INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO (IPT). Mapa geomorfológico do Estado de São Paulo: 1:1.000.000. São Paulo: IPT, vol. II, 1981, p. 6; 7; 21; 70-2; (Publicação IPT 1183). JOURNAUX, A. Cartographie intégrée de l'environnement: un outil pour la recherche et pour l'aménagement. Paris: UNESCO. Notes Techniques du MAB 16. 1985. SUMMERFIELD, M.A. Global Geomorphology. Essex: Longman Scientific & Technical. 1991. NUNES, J. O. R. Uma contribuição metodológica ao estudo da dinâmica da paisagem aplicada a escolha de áreas para construção de aterro sanitário em Presidente Prudente. Presidente Prudente, 2002. 211 p. Tese (Doutorado em Geografia com ênfase em Desenvolvimento Regional e Planejamento Ambiental) Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista. ROSS, Jurandir Luciano Sanches. Geomorfologia: ambiente e planejamento. 2. ed. São Paulo: Contexto, 1991. 82p. ROSS, J. L. S & MOROZ, I. C. Mapa geomorfológico do Estado de São Paulo. Revista do Departamento de Geografia, São Paulo, n.10, p.41-56, 1996. SÃO PAULO (CETESB). Cartas do meio ambiente e sua dinâmica: mapa Baixada Santista. São Paulo: CETESB, 1985. 33p. SUDO, Hideo. Bacia do alto Santo Anastácio estudo geomorfológico. São Paulo, 1980. 235p. Tese (Doutorado em Geografia Física com ênfase em Geomorfologia) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo. TRICART, Jean. Ecodinâmica. Rio de Janeito: Fundação IBGE, 1977. p. 31-64. TRICART, J. Cartographie géomorphologique. Travaux de la R.C.P. 77. Mémoires et documents. Paris: Service de documentation et de cartographie géographique. 1971. TRICART, J. Géomorphologie applicable. Paris: Masson. 1978. 11