EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA 13ª VARA FEDERAL CRIMINAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE CURITIBA



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Transcrição:

1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA 13ª VARA FEDERAL CRIMINAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE CURITIBA (Processo-crime de autos nº 5083376-05.2014.404.7000) AGENOR FRANKLIN MAGALHÃES MEDEIROS, JOÃO ALBERTO LAZZARI, FERNANDO AUGUSTO STREMEL ANDRADE, JOSÉ ADELMÁRIO PINHEIRO FILHO, JOSÉ RICARDO NOGUEIRA BREGHIROLLI e MATEUS COUTINHO DE SÁ OLIVEIRA, já qualificados nos autos supracitados vêm, à presença de Vossa Excelência, por seus procuradores adiante assinados, expor o que adiante segue para a consideração desse d. Juízo: 01. Os requerentes foram citados no dia 16/12/2014 (EVENTOS 39 a 42, OUT2) para responder à denúncia oferecida pelo i. órgão do MPF (EVENTO 1, DENUNCIA1) e recebida por esse d. Juízo (EVENTO 5, DESPADEC1), sendo que o prazo para apresentação de suas respostas terá seu termo no dia 20/1/2014.

2 02. Para que pudessem compreender a totalidade das provas produzidas e efetuar o devido controle jurisdicional delas, preservando-se o devido processo legal e ampla defesa (art. 5º, LIV e LV, da CR, e arts. 7º, item 4, 8º, item 2, b e c 1, e 14, do Pacto de São José da Costa Rica 2, efetuaram requerimentos nos autos em que foram desenvolvidas as interceptações telemáticas (5049597-93.2013.404.7000, EVENTO 281, PET1, e 5026387-13.2013.404.7000, EVENTO 344, PET1), até o momento não analisados por Vossa Excelência, em que pese tenham sido protocolados no dia 11/12/2014. 03. Tais requerimentos pleiteiam, em suma, seja determinado por esse d. Juízo à i. autoridade policial que apresente determinadas provas que são absolutamente indispensáveis à defesa dos acusados e que dizem respeito às regras sobre o tema, a começar pelo art. 5º, XII, da CR, c.c. o art. 5º (prazo de 15 dias), 6º, caput e 2º (condução pela autoridade policial e ciência ao MPF; e encaminhamento do resultado ao Juiz), da Lei nº 9.296/96, e art. 10 e ss., da Resolução nº 59, do e. CNJ (forma de expedição e recebimento de ofícios). 04. Não por outra razão os pedidos foram realizados, pois não constam em absolutamente nenhum lugar dos autos 1 2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto não for legalmente comprovada sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas: b) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da acusação formulada; c) concessão ao acusado do tempo e dos meios necessários à preparação de sua defesa; 2 4. Toda pessoa detida ou retida deve ser informada das razões da detenção e notificada, sem demora, da acusação ou das acusações formuladas contra ela.

3 nenhum dos ofícios enviados pela i. autoridade policial à Research in Motion, no Canadá, bem como os dela recebidos, impossibilitando identificar: (a) como foram enviadas as ordens, a fim de que se possa questionar judicialmente violação das formas e leis sobre o tema, (b) quem enviou as ordens, possibilitando controlar quem teve acesso às interceptações, na forma das ordens judiciais, (c) quando foram enviadas, (d) quando as ordens foram implementadas e cessadas, permitindo o controle dos prazos, (e) quem recebeu as ordens na RIM Canadá, permitindo a oitiva da testemunha técnica sobre os procedimentos levados a efeito, dentre várias outras informações que são pertinentes e indispensáveis às defesas. 05. Da mesma forma, sem as precitadas informações é absolutamente impossível aos requerentes realizar perícia sobre as interceptações telemáticas, tampouco indicar testemunhas técnicas que possam colaborar para o esclarecimento da correção dos procedimentos. 06. Por evidente, não se pode presumir a legalidade dos procedimentos levados a efeito pela i. autoridade policial, devendo ser possibilitado à defesa realizar o controle de tais atos, nos termos da Lei, da Constituição e do Pacto de São José da Costa Rica. 07. Some-se à isso o fato de que o prazo para apresentação das respostas à denúncia logo se encerra e se verá a total propriedade dos pedidos, que são reiterados neste momento com a urgência que o caso demanda, possibilitando real exercício de defesa. 08. Não é só.

4 09. Como é do conhecimento desse d. Juízo, o software Guardião é utilizado pela Polícia Federal internamente, realizando a organização e indexação dos dados recebidos das operadoras de telefonia. Estas, por sua vez, utilizam para a coordenação e implementação das medidas o software Vigia, que contém os dados originais de como as interceptações telefônicas e telemáticas foram efetivamente realizadas. 10. Malgrado a analogia, a visão do que o Guardião apresenta é como a de uma fotocópia, impossível de ser periciada; e para isso o acesso ao original e a realização de perícias a fim de atestar a regularidade das informações é indispensável, cumprindo notar que os requerentes realizarão perícia no material de interceptações telefônicas e telemáticas, uma vez que discordam de seu conteúdo. 11. Para que se exerça aqui a real ampla defesa, possibilitando-se o controle jurisdicional da forma como a prova foi produzida e das consequências que isso pode trazer, são absolutamente necessárias algumas diligências, a começar: (a) pela determinação de exportação das informações brutas do software Vigia, recebidas pela Polícia Federal e enviadas pelas operadoras de telefonia, para que seja possível realizar perícia particular e judicial em tais dados, bem como controlar a legalidade da implementação das medidas, valendo notar que tais informações não podem ser supridas pelas respostas das operadoras 3, justo 3 Exemplificativamente, autos 5026387-13.2013.404.7000: EVENTOS 111, 112, 113, 195 e 197; e autos 5049597-93.2013.404.7000: EVENTO 122.

5 porque não contêm tais informações, e estas dizem respeito à íntegra da prova, especialmente quando é do conhecimento desse d. Juízo que tais informações existem, mas não estão disponíveis à defesa, tendo sido encaminhadas à i. autoridade policial por e-mail, como determinado por Vossa Excelência 4 ; (b) pela determinação à i. autoridade policial para que exporte novamente o resultado das interceptações telefônicas em formato.html. Por um lado, as exportações do conteúdo bruto foram realizadas em formato.cif (crystallographic information file) e, dessa forma, não permitem atividades essenciais à perícia que será desenvolvida pelos requerentes, como pesquisa, importação e exportação, inviabilizando a análise do conteúdo. Por outro lado, é extremamente simples a gravação em tal formato de dados, na medida em que o sistema Guardião possui um singelo comando de exportação, bastando clicar nele. Da forma como os dados foram disponibilizados à defesa, é impossível impugnar os dados compilados e fornecidos pela Polícia Federal, agregando-se a isso a já exposta necessidade de acesso ao sistema Vigia, a fim de se verificar a integridade dos dados; (c) pela determinação às operadoras de telefonia para que providenciem os registros (logs) das autoridades policiais que acessaram os cadastros de usuários que se comunicaram com todos os 4 Autos 5026387-13.2013.404.7000, EVENTO 9, DESP1, p. 4: encaminhamento por meio eletrônico (e-mail) dos dados cadastrais dos terminais telefônicos que mantiverem contato com o mesmo;.

6 investigados interceptados, cf. autorizado por esse d. Juízo 5, para que se verifique não só quais autoridades policiais acessaram os registros, mas também quais os registros telefônicos acessados, bem como se os limites das ordens judiciais foram obedecidos pela autoridade policial; (d) pela apresentação dos arquivos originários da RIM Canadá e que contêm as mensagens de BBM, valendo notar que a íntegra dos arquivos fornecidos por esse d. Juízo, cf. autos 5026387-13.2013.2013.404.7000, EVENTO 334, CERT1, contém tão só todas as mensagens BBM compiladas pela i. autoridade policial em um arquivo.html (20141029175849.html, criado no dia 29 de outubro de 2014), sendo que tal arquivo específico é editável e sequer consta o código MD5 dele. Por evidente, tal arquivo não pode corresponder aos que a RIM Canadá mandou à i. autoridade policial pelo simples fato de que foram várias remessas (supostamente referentes às quinzenas) e não uma só. 12. Por outro lado, é fato notório que o Deputado Federal Luís Argôlo foi identificado nas interceptações telefônicas, notadamente ao se utilizar do sistema BBM para se comunicar com Alberto Youssef. No relatório da i. autoridade policial apresentado no dia 13/3/2013 (autos 5031223-92.2014.404.7000, EVENTO 1, ANEXO1), afirmou-se que: a primeira conversa entre os dois entes em questão deu-se no dia 14 de 5 Autos 5026387-13.2013.404.7000, EVENTO 9, DESP1, p. 4: Consigne-se ainda nos ofícios que devem ser providenciados os meios necessários para que a autoridade policial, por meio de senha se for o caso, tenha acesso, em tempo real, aos dados das ligações dos terminais interceptados, incluindo a identificação completa dos terminais contatados pelos interceptados, com os dados cadastrais dos assinantes dos terminais contatados, quando disponível na operadora.

7 setembro de 2013, sendo que a última conversa monitorada ocorreu no dia 17 de março de 2014, totalizando 1411 (mil quatrocentos e onze) mensagens (g.n.). 13. A i. autoridade policial também afirmou que não foi possível durante o monitoramento identificar quem era o Interlocutor e que tal identificação somente teria ocorrido após a deflagração da operação Lavajato, em 17 de março de 2014. Assim, só em 13/5/2014 é que a operadora Vivo teria informado esse d. Juízo que o terminal (61) 9996-1133 pertenceria ao Deputado Federal Luís Argôlo. 14. Pois bem. 15. O terminal (61) 9996-1133 já havia sido identificado pela i. autoridade policial como o utilizado pelo PIN 24DF8D4D, cf. referido no EVENTO 194, ANEXO1, p.5, apresentado no dia 25/4/1014 (autos 5049597-93.2013.404.0000, EVENTO 194, ANEXO1, p. 5): 16. Contudo, não consta sequer como e quando tal informação foi obtida, reforçando-se ainda mais os pedidos já realizados e demonstrando-se uma vez mais sua imprescindibilidade, até mesmo porque a i. autoridade policial, ciente do número do telefone vinculado ao PIN 24DF8D4D, oficiou à Vivo requerendo fosse informado o

8 titular da linha telefônica, também não constando como e quando tal solicitação foi realizada: 17. Consta única e exclusivamente uma imagem da resposta da Vivo (autos 5031223-92.2014.404.7000, EVENTO 1, ANEXO1, p. 5), na qual se esclarece que a solicitação foi registrada no site Portal Jud sob Protocolo 36811, tendo como número de Ofício 2087/2014. Tanto a solicitação quanto o ofício não constam dos autos. 18. Por outro lado, diante da quantidade enorme de mensagens trocadas entre o Deputado Luiz Argôlo e Alberto Youssef, várias tratando de assuntos financeiros, não parece crível que a i. autoridade policial somente tenha tido interesse sobre quem seria o usuário do PIN 24DF8D4D em maio de 2014, tão só após reportagens da imprensa que davam como certa a identidade do interlocutor (Deputado Federal Luís Argôlo) diante do endereço por ele fornecido na mensagem do dia 17 de setembro de 2013 (autos 5031223-92.2014.404.7000, EVENTO 1, ANEXO1, p. 11), local no qual é público e notório ser residência de Deputados. 19. Ou seja, é essencial e indispensável à defesa dos requerentes saber se a i. autoridade policial havia solicitado

9 anteriormente à RIM Canadá quem era o usuário do PIN 24DF8D4D e, da mesma forma, se de posse desta informação havia solicitado à operadora Vivo quem era o usuário da linha telefônica. 20. A ausência dos dados requeridos prejudica em excesso a defesa, até mesmo porque se não pode saber se tal longa demora no interesse policial se constituía em modus operandi regular, ou se o lapso temporal foi gestado para violar competência originária que surgiria com a certeza de tal informação, descartando-se a hipótese de a informação ter sido solicitada e obtida anteriormente; e ocultada desse d. Juízo e do i. órgão do MPF, o que seria absurdo. 21. De todo modo, a defesa está de mãos amarradas sem tal informação, impossibilitada de exercer o controle de legalidade da prova, cf. a Constituição, as Leis e o Pacto de São José da Costa Rica, mas, de qualquer forma, exercendo uma defesa parcial, que decorre da parcialidade do material a ela disponibilizado. 22. Para tanto, as diligências mencionadas são absolutamente necessárias, sem prejuízo de que, fornecidas em sua integralidade, seja possibilitado aos requerentes requerer provas adicionais, bem como a oitiva de novas testemunhas. POSTO ISTO, requerem se digne Vossa Excelência receber a presente, para o fim de determinar a produção das provas especificadas (especificamente aquelas nos itens 04, 11.a, 11.b, 11.c, 11.d,

10 16, 17 e 19) absolutamente imprescindíveis à ampla defesa dos acusados, especialmente diante do prazo para apresentação de resposta à denúncia, fundada em parte destas provas. Pedem deferimento. Curitiba, 6 de janeiro de 2014 JACINTO NELSON DE MIRANDA COUTINHO ROBERTO LOPES TELHADA O.A.B./PR nº 8.862 O.A.B./SP nº 24.509 ANTONIO ACIR BREDA EDWARD ROCHA DE CARVALHO O.A.B./PR nº 2.977 O.A.B./PR nº 35.212 JULIANO BREDA JOSÉ CARLOS CAL GARCIA FILHO O.A.B./PR nº 25.717 O.A.B./PR nº 19.114 DANIEL MÜLLER MARTINS BRUNA ARAÚJO AMATUZZI BREUS O.A.B./PR nº 29.308 O.A.B./PR nº 57.632 MARCOS SÉRGIO RIBEIRO LEANDRO PACHANI O.A.B./RJ nº 117.273 O.A.B./SP nº 274.109