Sexualidade Masculina Verdades & Mentiras

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Transcrição:

Mário Pedro dos Santos Sexualidade Masculina Verdades & Mentiras 2ª Edição 3

by Mário Pedro dos Santos 2008 FICHA TÉCNICA ARTE DA CAPA: Tagore Alegria DIAGRAMAÇÃO: Cláudia Gomes REVISÃO: Autor IMPRESSÃO: Thesaurus Editora de Brasília ISBN: 978-85-7062-738-4 S237s Santos, Mário Pedro dos Sexualidade masculina - verdades e mentiras / Mário Pedro dos Santos. 2. ed. Brasília : Thesaurus, 2008. p. 158 ; il. Contém: interpretação popular; vocabulário; índice remissivo e bibliografi. 1. Sexo masculino 2. Sexualidade 3. Urologia 4. Andrologia I. Título CDU 612.6.057 CDD 612.6 Todos os direitos em língua portuguesa, no Brasil, reservados de acordo com a lei. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, incluindo fotocópia, gravação ou informação computadorizada, sem permissão por escrito do Autor. THESAURUS EDITORA DE BRASÍLIA LTDA. SIG Quadra 8, lote 2356 CEP 70610-480 Brasília, DF. Fone: (61) 3344-3738 Fax: (61) 3344-2353 End. Eletrônico: editor@thesaurus.com.br Página na Internet: www.thesaurus.com.br Composto e impresso no Brasil Printed in Brazil 4

Graças a Deus 5

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Sumário Dados do autor... 9 1. O Homem... 11 2. Iniciação Sexual Masculina... 15 3. Adolescência e Sexualidade... 21 4. Masturbação... 27 5. O Pênis... 31 6. Fimose e outras doenças do pênis... 37 7. O Testículo e a bolsa escrotal... 45 8. A Próstata, Vesícula Seminal e Ducto Ejaculador.. 51 9. Ejaculação... 59 10. Ejaculação precoce... 63 11. Outros distúrbios ejaculatórios... 71 12. Impotência Sexual... 75 13. Homossexualismo... 85 14. O Casamento... 91 15. O Ato Sexual e o Casamento... 95 16. O Relacionamento extraconjugal, as taras e as dúvidas do homem casado... 101 17. Sexo oral, anal, durante a menstruação e durante a gravidez... 105 18. Doenças Sexualmente Transmissíveis (Doenças Venéreas)... 109 19. Infertilidade Masculina... 121 7

20. Vasectomia... 127 21. Sexo e Velhice... 133 22. Andropausa... 137 Interpretação popular do vocabulário... 141 Índice remissivo... 147 Bibliografia... 153 8

Dados do Autor MÁRIO PEDRO DOS SANTOS nascido em Recife/ Pernambuco, em 13 de jan de 1949. Casado com Maria Elizabeth Corrêa Santos, pai de Luana Carolina (29 anos) e Mariana (27 anos) Formado em Medicina pela Universidade Federal de Alagoas, em 1974. Especializado em Urologia pelo Hospital de Base da Fundação Hospitalar do DF, em 1976. Especializado em Andrologia pela Univ. Autônoma de Barcelona (Fundación Puigvert), em 1984. Autor do livro Infertilidade Masculina Informações Práticas Editora Andrei, São Paulo, 1992. Médico (urologista andrologista) do Hospital de Base do DF do Hospital das Forças Armadas, e de clínica privada. Presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, Secção DF, 1997. 9

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1 O Homem N ascemos homem ou mulher pela herança genética que recebemos de nossos pais. Essa herança genética, onde toda nossa estrutura biológica está codificada, situa-se nos nossos cromossomos. Os cromossomos são, portanto, os transportadores dos fatores hereditários de cada pessoa e constituem-se de uma série de genes, responsáveis cada um, por uma característica inata (cor dos olhos, tipo de cabelo, etc.). A espécie humana tem 46 cromossomos, dois desses, o X e o Y, responsáveis pela definição sexual. Cada ser humano tem, em todas suas células, 46 cromossomos, exceto nas células reprodutoras, onde há apenas 23. O óvulo tem 22 cromossomos somáticos mais o sexual X e o espermatozóide têm 22 cromossomos somáticos mais o sexual Y ou X. Quando o óvulo X encontra o espermatozóide X, cria-se uma mulher e quando encontra o espermatozóide Y, cria-se um homem. Mulher é, portanto, XX e o homem é XY. (2) Formando-se o sexo genético XY, o embrião começa a desenvolver o pênis e os testículos. São o sexo genital e gonadal 11

Mário Pedro dos Santos que se iniciam no terceiro mês de gestação. O testículo na adolescência irá produzir a testosterona que moldará o corpo infantil no corpo masculino, assim como modificará o temperamento, as preferências, a sexualidade, genitália, etc. É o sexo hormonal. (1) O ambiente familiar e escolar, as experiências, as influências religiosas e sociais moldarão, enfim, o sexo psicológico. Da harmonia desses acontecimentos crescerá ou não um homem perfeito. Mas nem sempre é assim. Às vezes nasce-se com um cromossomo X a mais e esse homem terá a Síndrome de Klinefelter. Será estéril, terá os testículos atrofiados, etc. Outras vezes, mesmo no útero, o embrião feminino pode sofrer estímulo maior de testosterona (que deveria ser produzida em pouquíssima quantidade pela supra-renal da mãe) e sofre masculinização: o clitóris aumenta de tamanho. Complicação: a genitália fica ambígua, não se sabe se é homem ou mulher quando a criança nasce. Ela será criada como homem até a idade adulta mesmo que sempre se comporte como mulher ou será criada como menina mesmo tendo hábitos masculinos. É a hiperplasia supra-renal. Há casos em que as células masculinas não se modificam sob os estímulos da testosterona e a genitália masculina não se desenvolve adequadamente, é o chamado testículo feminilizante. Quando o bebê nasce não se sabe se é menino ou menina. Geralmente essas crianças são criadas como meninas porque é mais fácil se adequarem a esse gênero, até quando iniciam a puberdade e correm o risco do seu sexo psicológico ser masculino. São exemplos de intersexualidade. Essas crianças crescem muitas vezes em ambiente de discriminação, sendo vistas como homossexuais, promíscuas, degeneradas, etc; quando foram simplesmente vítimas de um erro genético. 12

Sexualidade masculina: verdades & mentiras Muitas dessas pessoas procurarão tratamento médico na vida adulta, quando através de cirurgia, de hormônio, etc., colocarão seu sexo genital em harmonia com seu sexo psicológico. Outras continuarão neste equívoco para sempre. Por isso não é bom julgar, discriminar, condenar quando se vê uma pessoa diferente, sob ponto de vista sexual. A sexualidade humana é conseqüência de várias interações: genéticas, celulares, hormonais, psicológicas e ambientais que, não raro, produzem natureza bastante distintas do habitual. 1.Tejada y Gorman, I.S.; Olmagro, A.A. Ereción, eyaculación y sus transtornus Ed. Formento Salural, Madrid, 1997. 13

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