Plano de ensino de uma disciplina de urgências e emergências em Odontologia

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Transcrição:

Plano de ensino de uma disciplina de urgências e emergências em Odontologia LEONARDO MARCHINI *, MÔNICA CÉSAR DO PATROCÍNIO *, SIGMAR DE MELLO RODE ** RESUMO O presente trabalho tem como objetivo apresentar um plano de ensino de uma disciplina de Urgências e Emergências em Odontologia, de modo a chamar a atenção para a necessidade de possibilitar ao aluno o atendimento de pacientes portadores de quadros agudos de dor, em serviço de pronto-socorro, e discutir os tópicos constantes deste planejamento (carga horária, objetivos, conteúdo, recursos de ensino, estratégias de aprendizagem e de avaliação, e avaliação da disciplina). UNITERMOS Educação profissional, odontologia, curriculum Pós-Grad. Rev. Fac. Odontol. São José dos Campos, v.3, n.1, p.,jan/jun., 2000. ABSTRACT This paper has as objective to present a teaching plan for the discipline of urgencies and emergencies in dentistry, in such a way to turn the attention to the necessity of allowing the dentistry student to work with patients that have acute pain, in first-aid services, and to discuss the topics of this plan (class time, objectives, contents, teaching expedients, strategy of learning and evaluating, and class evaluation). MARCHINI, L., PATROCÍNIO, M.C., RODE, S.M. Plan to teach urgencies and emergencies in a dental graduate course. UNITERMS Professional education, dentistry, curriculum * Aluno do Curso de Pós-Graduação em Odontologia Área de Concentração Prótese-Buco Maxilo-Facial (Nível de Mestrado) Faculdade de Odontologia de São José dos Campos UNESP 12245-000 São José dos Campos - SP ** Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese Faculdade de Odontologia de São José dos Campos UNESP - 12245-000 São José dos Campos - SP Pós-Grad. Rev. Fac. Odontol. São José dos Campos, v.3, n.1, jan./jun., 2000 105

INTRODUÇÃO Para o Ministério da Educação e do Desporto, o perfil do graduando em Odontologia deve ser profissional generalista, com sólida formação técnico-científica, humanística e ética, orientada para a promoção da saúde, com ênfase na prevenção de doenças bucais prevalentes (ABENO 1, 1998). Assim, é necessário organizar o projeto pedagógico do curso de Odontologia de modo a permitir que o estudante atinja os objetivos propostos, mediante uma grade curricular que propicie a assimilação dos conhecimentos necessários (Perri de Carvalho 3, 1995). Uma vez que, na prática clínica, é bastante comum para o cirurgião dentista deparar-se com pacientes portadores de quadros agudos de dor com diferentes origens, é razoável supor que a formação acadêmica deste profissional possibilite que o mesmo tenha contato com casos desta natureza. No entanto, devido ao processo de triagem dos pacientes, geralmente realizado nas faculdades de Odontologia, de modo a indicar o paciente para disciplinas específicas, muitas vezes o aluno não tem contato com o indivíduo em crise de dor. É com o intuito de possibilitar este tipo de atendimento que muitas faculdades apresentam em suas dependências serviços de urgência. Do mesmo modo, o conteúdo programático referente às urgências e emergências em Odontologia faz parte da ementa das diversas disciplinas, sendo ministrado separadamente no decorrer do curso. A problemática reside no fato de que, muitas vezes, a teoria aprendida não corresponde com os procedimentos realizados no serviço de urgência, freqüentemente por profissionais alheios ao ensino oferecido anteriormente. Visando propiciar uma melhor relação entre a teoria e a prática deste assunto, no trabalho que ora se apresenta os autores procuram unir o atendimento clínico e o conteúdo programático das urgências e emergências em Odontologia na formação de uma disciplina específica. A disciplina intitulada Urgências e Emergências, elaborada para um curso de Odontologia hipotético, será descrita mediante a apresentação do seu plano de ensino (baseado em Gil 2, 1990), cujos tópicos serão também discutidos. APRESENTAÇÃO DO PLANO DE ENSINO A Identificação da disciplina: Nome da Disciplina: Urgências e Emergências em Odontologia Curso: Odontologia Professores: Mônica César do Patrocínio, Írio Cavalieri, Vanderley Luís Goulart, Rui Manuel Freire Sampaio, Leonardo Marchini, Tarcísio José de Arruda Paes Júnior. Série: 4 o ano Ano Letivo: ano 2000 Carga horária: 132 horas (04 horas/semana) Dia da Semana: 5 a Feira (08:00 às 12:00 h) Classes a serem utilizadas: Sala 4 e ambulatório do serviço de urgência. Número de alunos: 40 Monitores: (Não há) B - Objetivos: A disciplina proposta tem como objetivos permitir aos alunos identificar as principais situações de urgência e emergência em Odontologia, apontar as soluções para cada caso específico determinando a seqüência de atendimento. C - Conteúdo: 1. Urgências e emergências de ordem geral (Quadro 1); 2. Emergências em cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial (Quadro 2); 3. Emergências em periodontia e endodontia (Quadro 3); 4. Emergências em Odontologia restauradora (Quadro 4); 5. Emergências em odontopediatria (Quadro 5); 6. Emergências em distúrbios temporomandibulares (Quadro 6) 106 Pós-Grad. Rev. Fac. Odontol. São José dos Campos, v.3, n.1, jan./jun., 2000

Quadro 1 - Urgências e emergências de ordem geral. Carga Horária: 24 horas Identificar urgências e emergências de ordem médica e citar as medidas emergenciais necessárias. 1.Lipotimia Diagnóstico e tratamento emergencial 2.Medidas emergenciais de manutenção vital e pronto-socorro Desobstrução de vias aéreas, contenção de hemorragias, prevenção de infecções e imobilização. - Palestras e cursos com paramédicos e corpo de bombeiros - Manequins- Diapositivos e projetores - Manequins Quadro 2 _ Urgências e emergências em CTBMF. Carga Horária: 24 horas Identificar urgências e emergências em cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial e realizar o tratamento adequado. 1.Processos infecciosos em estado agudo Abscessos dento-alveolares, flegmão, angina de Ludwig 2.Dor de origem dentária Diagnóstico, avaliação da oportunidade de extração, exodontias. 3.Alveolites Alveolite seca: diagnóstico e tratamento. Alveolite úmida: diagnóstico e tratamento. 4.Hemorragias Profilaxia, tratamento emergencial e follow-up 5.Urgências e emergências em traumatologia buco-maxilo-facial Fraturas mandibulares: diagnóstico, redução e amarrias Fraturas maxilares: diagnóstico, redução e amarrias Fraturas da face: diagnóstico. Pós-Grad. Rev. Fac. Odontol. São José dos Campos, v.3, n.1, jan./jun., 2000 107

Quadro 3 - Emergências em endodontia e periodontia. Carga Horária: 24 horas Identificar e realizar as medidas terapêuticas necessárias em casos de emergência em endodontia e periodontia 1. Etiologia 2. Pulpopatias :diagnóstico(sinais e sintomas), tratamento 3. Periapicopatias - periodontites apicais agudas: sinais e sintomas, terapêutica local e sistêmica - abscessos dento alveolares agudos: sinais e sintomas, fases inicial, em evolução, evoluída, terapêutica local e sistêmica - reagudecimento de processos crônicos (abscesso iatrogênico ou Fênix): sinais e sintomas, terapêutica local e sistêmica 4. Pericoronarite Sinais e sintomas, terapêutica local e sistêmica 5. Gengivite Úlcero-Necrosante Aguda (GUNA) Sinais e sintomas, terapêutica local e sistêmica 6. Abscesso periodontal Sinais e sintomas, terapêutica local e sistêmica 7. Gengivo-estomatite herpética primária Sinais e sintomas, terapêutica local e sistêmica 8. Processos endoperiodontais Sinais e sintomas, terapêutica. 108 Pós-Grad. Rev. Fac. Odontol. São José dos Campos, v.3, n.1, jan./jun., 2000

Quadro 4 - Urgências e emergências Odontologia restauradora. Carga Horária: 20 horas Identificar urgências e emergências em dentística e prótese dentária e realizar o tratamento necessário. 1.Fraturas dentárias: Diagnóstico e procedimentos restauradores em: Fraturas de esmalte Fraturas de esmalte e dentina Fraturas de esmalte, dentina e polpa Fraturas radiculares (interrelação com a endodontia) 2.Urgências estéticas na Odontologia (Dentística e prótese) 3.Urgências em prótese Procedimentos emergenciais Reparos e laboratoriais em: Próteses totais Próteses parciais removíveis Próteses parciais fixas Próteses sobre implantes Próteses provisórias Pós-Grad. Rev. Fac. Odontol. São José dos Campos, v.3, n.1, jan./jun., 2000 109

Quadro 5 - Emergências em odontopediatria. Carga Horária: 20 horas Identificar as lesões traumáticas dos dentes decíduos e permanentes Identificar as consequências das lesões traumáticas em odontopediatria Identificar e realizar as medidas terapêuticas necessárias em caso de lesões traumáticas em odontopediatria 1.Etiologia 2.Lesões dos tecidos duros do dente - fraturas de esmalte - trincas, fraturas de esmalte, fraturas de esmalte e dentina, fraturas de esmalte e dentina c/ exposição pulpar, fraturas coronário-radicular, fraturas radiculares 3.Lesões de tecidos de suporte com alterações pulpares concussão, subluxação, luxação extrusiva, luxação intrusiva, luxação lateral, avulsão dentária 4.Lesões de tecidos moles 5.Patologias sistêmicas com repercussões bucais 6.Exame e diagnóstico exame clínico, exames complementares 7.Tratamento Quadro 6 - Emergências em distúrbios têmporo-mandibulares. Carga Horária: 20 horas Identificar e realizar as medidas terapêuticas necessárias em casos de emergência em distúrbios têmporo-mandibulares 1.Luxação e Subluxação da ATM diagnóstico, tratamento 2.Distúrbios de ordem neuromuscular - diagnóstico, terapia local e sistêmica 3.Distúrbios de ordem articular diagnóstico, terapia local e sistêmica 110 Pós-Grad. Rev. Fac. Odontol. São José dos Campos, v.3, n.1, jan./jun., 2000

D - Estratégias de aprendizagem: O conteúdo descrito será oferecido com o uso de demonstrações clínicas e laboratoriais, discussões de casos, seminários, palestras voltadas à comunidade, aulas práticas de laboratório e atendimento clínico de pacientes em serviço de pronto-socorro, em sistema de rodízio, sob a. E - Recursos de ensino: As discussões e seminários serão ministradas com o auxílio de diapositivos e/ou painéis. As demonstrações podem ser feitas ao vivo ou por meio de vídeo. As aulas práticas, tanto laboratoriais quanto clínicas, utilizarão as dependências específicas (laboratório de prótese e clínica do serviço de urgência). F - Estratégias de Avaliação: A avaliação da aprendizagem será realizada durante a discussão dos casos e seminários, bem como através da realização de trabalhos em, com periodicidade bimestral, os quais visam avaliar o domínio cognitivo. Os alunos também terão o seu desempenho clínico avaliado, de modo que a nota bimestral será igual a metade da soma da nota da prova com a nota clínica. (NB= NP + NC / 2). Os critérios para avaliação clínica são: pontualidade e freqüência (1); apresentação (1); organização (2); habilidade (3) e conhecimento (3). A avaliação do desempenho clínico visa a avaliação dos domínios cognitivo, psicomotor e afetivo. G - Avaliação da disciplina: A avaliação da disciplina será realizada pelos alunos, ao término do curso, mediante questionário com identificação facultativa ao aluno. No questionário serão avaliados o conteúdo programático da disciplina, os métodos didáticos, o atendimento no serviço de urgência e a atuação da equipe de. 2. CHELOTTI, A., PINTO, A.C.G. Lesões traumáticas em dentes decíduos. in GONÇALVES, E.A.N, FELLER,C. Atualização na clínica odontológica. São Paulo: Artes Médicas. Cap.15, 1998, p.369-77. 3. LASCALA, T.N., MOUSSALI, M.N. Periodontia clínica. São Paulo: Artes Médicas, 1980. 4. LEONARDO,R.T., LEAL, J.M., LEONARDO, M.R. Urgências em endodontia., in LEONARDO, M.R, LEAL, J.M. Endodontia: Tratamento de canais radiculares. 3. ed. São Paulo: ed. Med. Panamericana. Cap. 38, 1998, p.885-902. 5. RODE,S.M., RODE,R. Luxação da ATM. In BARROS,J.J., RODE,S.M. Tratamento das Disfunções Craniomandibulares da ATM. São Paulo: Ed.Santos. Cap.27,1995, p. 313-20. 6. VALENTE, C. Emergências em Buco-Maxilo-Facial: Clínicas, cirúrgicas e traumatológicas. Rio de Janeiro: Revinter, 1999. Complementares: 1. BARROS, J.J., SOUZA, L.C.M. Traumatismo buco-maxilo-facial. São Paulo: Roca, 1993. 2. GRAZIANI, M. Cirurgia buco-maxilo-facial. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1986. 3. KRUGER, G.O. Cirurgia bucal e maxilo-facial. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1984. 4. RAMFJORD, S.P., ASH, M.M. Periodontologia e periodontia: teoria e prática moderna. São Paulo: Ed. Santos, 1991. 5. SÁ LIMA, J.R. Atlas Colorido de anestesia local em odontologia: fundamentos e técnicas. 1 a ed. São Paulo: Ed. Santos, 1996 PERIÓDICOS SUGERIDOS: 1. British Dental Journal 2. Journal of American Dental Association 3. Journal of Oral Pain 4. Journal of Oral & Maxillofacial Surgery 5. Oral Surgery, Oral Medicine & Oral Pathology 6. Jornal Brasileiro de Odontologia Clínica (JBC) 7. Journal of Dental Research 8. Revista da Associação Paulista de Cirurgiões- Dentistas 9. Revista Gaúcha de Odontologia (RGO) 10. Revista de Odontologia da Universidade de São Paulo 11. Revista de Odontologia da UNESP 12. Pós Graduação em Revista H - Referências Bibliográficas: Básicas: 1. CARRANZA Jr., F.A. Glickman periodontia clínica, 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1992. DISCUSSÃO A disciplina de urgências e emergências em Odontologia será oferecida com uma carga horária de quatro horas semanais, sendo duas horas dedicadas às Pós-Grad. Rev. Fac. Odontol. São José dos Campos, v.3, n.1, jan./jun., 2000 111

aulas teóricas, ministradas às quintas-feiras para toda a turma, e duas horas dedicadas ao atendimento clínico. Para a realização da clínica, os alunos serão divididos em duplas, as quais trabalharão duas horas cada, em esquema de revezamento, de modo a preencher as quarenta horas de atendimento no serviço odontológico de urgência (SOU) durante a semana. Os também revezarão, de tal forma que sempre haverá um professor supervisionando o atendimento prestado pelo acadêmico. Portanto, fica clara a necessidade de colaboração de todas as disciplinas do quarto ano da graduação, bem como do coordenador do curso e colegiados, no sentido de permitir a ausência dos alunos em outras disciplinas quando alocados no atendimento clínico do SOU durante a vigência do revezamento. As aulas teóricas não serão compostas de aulas expositivas tradicionais, uma vez que o conteúdo descrito já terá sido abordado em disciplinas anteriores. A estratégia de ensino-aprendizagem a ser utilizada é a discussão com a classe toda mediada pelos, mediante o uso de casos projetados com auxílio de diapositivos e projetores, e os seminários em pequenos s e dirigidos a assuntos polêmicos, como diferentes técnicas de tratamento para o mesmo quadro clínico. Tal estratégia justifica-se com o favorecimento que possibilita para a obtenção dos níveis mais elevados do domínio cognitivo (aplicação, análise, síntese e avaliação). Para a pesquisa necessária à elaboração dos seminários e discussões, os estudantes poderão utilizar os livros relacionados nas referências básicas, complementares ou ainda os periódicos sugeridos. Ainda como parte fundamental da estratégia de ensino-aprendizagem, as aulas práticas em laboratório e atendimento clínico permitem auxiliar no aprimoramento dos domínios psicomotor e afetivo, uma vez que trabalham a habilidade manual e as capacidades de lidar com os sentimentos e emoções no trato com o paciente, os colegas e os. Estas aulas permitem ainda a avaliação clínica, que somada aquela realizada mediante trabalhos em, discussões e seminários, permitem uma apreciação abrangente de todos os domínios de aprendizagem. Além de adequado no aspecto didático para a formação do cirurgião dentista, o atendimento no SOU também contribui sobremaneira no que se refere à prestação de um inestimável serviço de extensão para a comunidade local. Esta mesma comunidade será também beneficiada com palestras voltadas à prevenção das injúrias faciais, bem como aos procedimentos de primeiro atendimento a estes traumatismos. O preparo de tais apresentações colaborarão ainda para o aprimoramento na aprendizagem dos acadêmicos. Com a intenção de permitir a existência de um mecanismo de retroalimentação (feedback) para aprimoramento da disciplina ao longo dos anos, a disciplina e seus docentes será também avaliada, com o uso de questionários, pelos alunos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Pelo exposto, pode-se depreender que: a) a disciplina de urgências e emergências em Odontologia vai ao encontro dos anseios do MEC quanto ao perfil do graduando em Odontologia; b) o SOU é importante não só para a formação do cirurgião-dentista, mas também para a comunidade local e c) para a elaboração da disciplina com atendimento clínico no SOU, é necessária a integração e colaboração de todo o Curso. AGRADECIMENTOS Aos colegas Tarcísio José de Arruda Paes Júnior, Rui Manuel Freire Sampaio, Vanderlei Luís Goulart e Írio Cavalieri, pela colaboração na confecção do plano de ensino que compõe este trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO ODONTOLÓGICO. Subsídios para o projeto pedagógico de curso de odontologia. São Paulo, 1998. 30p. 2. GIL, A.C. Metodologia do ensino superior. São Paulo: Ed. Atlas, 1990. 96p. 3. PERRI DE CARVALHO, A.C. Educação e saúde em Odontologia. São Paulo: Ed. Santos, 1995. 93p. 112 Pós-Grad. Rev. Fac. Odontol. São José dos Campos, v.3, n.1, jan./jun., 2000