Relatório de Vivência VER-SUS SÃO LUÍS Bruno Campêlo de Andrade Medicina (8ºs) Universidade CEUMA Facilitador

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Transcrição:

Relatório de Vivência VER-SUS SÃO LUÍS 2015.2 Bruno Campêlo de Andrade Medicina (8ºs) Universidade CEUMA Facilitador Dentro da proposta do projeto VER-SUS, estudantes são apresentados ao SUS de uma maneira que viaja da teoria à prática vivencial do sistema em suas redes de atenção, gestão e políticas de funcionamento. Viagem que nos permite a aprendizagem pelo toque, pelo pensar, pelo descontruir e principalmente pelo renovar/inovar de visões sobre o que é saúde e como cuidar dela. Com este relato, quero compartilhar com os leitores um pouco do desafio que foi ser facilitador do processo de vivência deste ano em São Luís MA. Um desafio que parece que teve início ano passado quando findou a vivência anterior e o desejo de continuidade, expansão e ampliação do VER- SUS para mais pessoas na minha cidade. O sentimento era bem parecido com algo que SILVA, 2014¹, explicita em Eu quero mais (nós precisamos querer) : Eu quero mais encontros! Eu quero mais diálogos! Eu quero mais sorrisos! Eu quero mais vivências! Foi nesse sentido que demos início ao primeiro dia e vivência, acolhendo a todos. Aqueles estudantes de vários cursos da área da saúde (Enfermagem, Medicina, Nutrição, Fonoaudiologia, Serviço Social, Educação Física e Psicologia), de alguns municípios do Maranhão e até mesmo de outros estados (Ceará, Piauí, Pará e Bahia) que traziam consigo além da bagagem física (as malas), uma bagagem íntima e pessoal formidável: muitas expectativas, muitas curiosidades (pelo que estaria por vir, com quem iriam está nos próximos dias), vivências acadêmicas e muito a compartilhar de suas vidas. Longe de protocolos, teorias e cerimônias, nos pusemos ao chão, numa roda de conversa e apresentação, utilizando de um novelo de barbante a fim de que nos ligássemos uns aos outros formando uma rede de pessoas. Ali, formava-se a família VER-SUS São Luís 2015.2, caras curiosas, ansiosas e cheias de vontade de tentar decifrar esse processo que é a vivência (mal sabiam, eles, estavam só no pontapé inicial de algo bem maior do que estava por vir nos dias seguintes). ¹ texto do livro Saúde e Cultura em sínteses criativas, declamado na mística de encerramento do primeiro dia de vivência, logo após o acolhimento, a dinâmica da teia e confecção dos envelopes.

Feito isso, partimos para construção das identidades dos envelopes, espaço de uma possível interação, no qual os viventes poderiam compartilhar entre si, mensagens de apoio, partilha, carinho e cuidado (ferramenta que serve como um incentivo a mais de compartilhar dessa experiência com demais pessoas a posteriori, já que essas mensagens só seriam lidas depois da vivência. Sim, também se estimula o aprendizado, bem como o compartilhar das experiências a partir da saudade). À tarde, dividimos as atividades em duas etapas: a primeira, de da continuidade ao processo de nos conhecermos e interagirmos mais, restringindo isso em grupos menores (criação dos NBs Núcleos de Base, responsáveis por algumas atividades no andamento da vivência, bem como grupos de discussões e formações durante o processo). O meu NB foi o InterligaSUS, com o lema: um serviço integrado conquistando sorrisos, fazendo referências ao trabalho multidisciplinar (membros do NB eram de diversos cursos) em equipe em prol de um bem comum que, em paralelo com o SUS, seria uma assistência igualitária, equânime e universal à saúde (restabelecida, simbolizaria o sorriso). A segunda etapa consistiu no Cine VER-SUS, com o documentário Políticas de Saúde no Brasil: um século de lutas pelo direito à saúde. Filme que narra como era feita assistência à saúde, nos primórdios, atrelada à questão das grandes pestes até que nos dias mais atuais a conquista da saúde como direito de todo e qualquer cidadão. Concomitantemente a isso, o documentário deixa clara, a importância do papel da participação popular no desenrolar desse processo. O que foi pauta na discussão de formação durante a noite, já no hotel em que ficamos alojados. Lembrando que após o jantar, realizei uma mística para entrega dos materiais (mochila e camisetas do VER-SUS) aos viventes, com mais palavras de SILVA (2014): Você sabe do que eu não sei Mas eu sei do que você não sabe Eu sei que você é único, singular Eu sei que você é um mundo denso, profundo Mundo de sonhos e realização Mundo de desafios que sugerem superação! Você sabe e eu também sei Que a cada instante o desafio é: Juntar estes vastos mundos que somos nós Misturar o que eu sei que você sabe Com o que eu sei que você não sabe

Para que grandes maravilhas se dêem a conhecer! Quando acontecer o encontro do mundo que sou eu Com o mundo que é você Novos olhares e novos e encontros em rede Haverão de acontecer Para construirmos pontes para o bem viver! Eu sou um mundo novo para você! Você é meu mundo novo! Vamos juntar as mãos?! Vamos construir juntos?! Vamos desaprender aprendendo?! Vamos aprender desaprendendo?! Quando as práticas populares bebem da academia E quando a academia bebe das práticas populares Fecundam trocas de saberes Saberes que podem dar conta do nosso inacabamento De nosso complexo viver E das situações limite que afetam o mundo ser! Ser mundo em movimento Movimento de onde germina e floresce Todas as práticas e vivências O SER MAIS das práticas e vivências Mora em mim e em você! O SER MAIS é coletivo! Como de praxe do nosso projeto de vivência, os dias iniciais são mais voltados para formação, leitura e discussão de assuntos pertinentes ao SUS, antes do mergulho efetivo e da vivência propriamente dita em campo. No segundo dia, tivemos como atividades: Leitura, discussão das leis nº 8.080/90 (que dispõe sobre as o funcionamento dos serviços e ações de proteção, promoção e recuperação de saúde, bem como define o SUS) e 8.142/90 (dispões sobre a participação da comunidade na gestão do SUS) e apresentação para os demais grupos dos pontos relevantes, de destaque dentro das leis. Meu NB ficou com a 8080, e o mais interessante foi poder instigar os viventes da importância de se conhecer os marcos legais da saúde, bem como expandir a percepção deles de que o profissional de saúde tem sim, de entender e buscar saber das leis, bem como demais documentos que regem/gerem a saúde no nosso país.

Já pela tarde, tivemos um momento de formação a partir da palavra da Prof.ª Paola Trindade, fisioterapeuta e professora da Universidade Federal do Maranhão, falando-nos sobre Atenção Básica em Saúde e já introduzindo a temática da Redes de Atenção à saúde do SUS em uma atividade prática em NBs ao final da palestra: caso fictício em que a diretora de uma escola, procura a UBS do bairro, por notar que em sua escola havia vários casos de adolescentes grávidas e vítimas de bullying. A ativdade consistia em elencar ações poderíamos, já como profissionais, fazer diante dessa demanda? À noite, tivemos a tarefa de ler e problematizar a realidade das condições de assistência no Sistema com a Política Nacional de Humanização. Seus entraves em relação às dificuldades que se tem ao tentar prestar um cuidado de maior qaulidade e humanização em um sistema que algumas vezes, por ene motivos, desvaloriza e desmotiva a equipe a realizar seu trabalho, bem como expõe o profissional à pessimas condições de serviço, levantar o questionamento de que não é por não ter um determinado material para um procedimento que o usuário não será acolhido com o mínimo de respeito e cuidado. Terceiro dia, primeiro dia de cair na estrada e ir ao campo, vivenciar e conhecer o funcionamento de algumas unidades de serviço de saúde da cidade. Visitamos, pela manhã, a UPA do Vinhais (unidade adaptada para ser UPA, era um antigo centro de saúde, sendo assim apresenta falhas estruturais em relação ao acolhimento, triagem e atendimento inicial, em contra partida o serviço que trabalha no sistema de classificação de risco, consegue atender a demanda satisfatoriamente). Pela tarde, visitamos um asilo para uma prática de humanização a partir do lúdico para aliviar a solidão, confrotar e alegrar a tarde de um grupo de idosos (os quais muitos esquecidos e/ou abandonados pelas suas famílias nesse dado local). À noite, seguimos com a partilha das vivências, problematização das questões vivenciadas, bem como reforço dos temas já trabalhados nas formações. No dia seguinte, foi o momento de trabalhar as redes de assistência, NBs foram distribuidos nas redes: Cegonha (NB InterligaSUS), Rede de Urgência e Emergência; Rede de Atenção Psicossocial; Rede de Atenção Oncológica; Rede de Atenção à Pessoa com Deficiência. Trabalhar o organograma da rede e apresentá-la de forma lúdica (teatro, jogral, música, outras) para os demais NBs. Após essa atividade foram trabalhados casos problemas, para avaliar o quanto foi aprendido das redes de assistência a ponto de pô-lo em prática em uma situação problema. À noite, tivemos a dinâmica do corredor do cuidado, desconstruindo barreiras em relação ao cuidado e o contato corporal, o toque. Mais da metade da vivência já, momento de conhecer a Política de Atenção Básica em Saúde na prática pela visita ao Centro de Saúde AMAR no

bairro do Vicente Fialho, funcionamento dos programas da ABS: HiperDia, SisPrenatal (gestante), bem como saúde do Idoso, Criança, da Mulher entre outros, a equipe do serviço e suas atribuições. À Tarde, construção da bandeira do VER-SUS com direito a todos os símbulos que se atrelam ao conceito amplo de saúde. À noite, tivemos uma palestra sobre Saúde Indígena com o Coordenador distrital do DSEI MA, Alexandre Cantuaria. Nessa palestra, podemos entender um pouco de como o conceito de saúde em uma cultura próxima ainda consegue ser tão distante quanto ao que se refere à cultura dos indígenas, na sua singularidade, especificidade, dentro de seus conhecimentos nativos e culturais local. Com a reta final à vista, tivemos uma oficina de criação de uma disciplina fictícia para grade curricular da área da saúde, que trabalhasse a questão do papel das vigilâcias (sanitária, epidemiológica e ambiental) no prestar cuidados à saúde, na prevenção de agravos e promoção de saúde, além do incentivo a formação para o trabalho na comunidade, em parceria com a população em prol de um controle social. InterligaSUS criou a disciplina Normatização e Vigiância I que trataria da vigilância sanitária. Pelo turno vespertino, realizamos uma vivência no Centro de Hematoologia do Maranhão, o HEMOMAR. No qual vimos o trabalho realizado na unidade para muito além da captação de doação de sangue, mas armazenamento dos elementos figurados do sague, rede de distribuição e abastecimento do banco de sangue, setor ambulatorial e de atendimento a usuário com doenças hematológicas. Penúltimo dia de vivência voltado para assistência ao usuário psiquiátrico, Rede de Assistência Psicossocial (RAPS) e também ainda visita ao Parque Botânico da Vale, tratando do fazer saúde em sustentabilidade, reflorestamento e cuidado com a natureza. Finalizamos a vivência, na manhã de uma quinta-feira, com gosto de quero mais, assim como diziam as palavras de SILVA (2014), queríamos mais 4 ou 5 dias, queríamos ter vivido mais intensamente ainda, esse turbilhão de emoções, mas os sentimentos principais eram de dever cumprido e de que mesmo assim, ainda havia muito mais por fazer, mais corações pra conquistar, muito mais coisa a apre(e)nder. Teve entrega de presentes, revelações de anjos, mas principalmente, teve muito sentimento no encerramento dessa vivência. Ter sido facilitador foi um desafio e tanto, mas fico feliz pelas críticas construtivas e pelos feedbakcs positivos a mim dirigidos. Agradeço imensamente à comissão, pelo dever a mim confiado; aos meus caros colegas que junto trabalharam comigo em NB e em GV (Grupo de Vivência) e aos demais versusianos por toda troca, (des)construção e aprendizado desses 8 rápidos, intensos e insquecíveis dias.