OPERA OPILIOLOGICA VARIA. VII (OPILIONES, GONYLEPTIDAE) '

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Transcrição:

Rev. Brasil. BioL, 37(4) : 893-89 8 Novembro, 1977 Rio de Janeiro, RJ OPERA OPILIOLOGICA VARIA. VII (OPILIONES, GONYLEPTIDAE) ' HELIA E. M. SOARE S Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu, S. Paulo (Com 27 figuras no texto) Nesta nota descrevemos um gênero e uma espécie novos, Izecksohnopilio eugenioi, g.n., sp.n. e o alótipo fêmea de Metagyndoides granulatus Mello-Leitão, 1931, Opilióes brasileiros, do Rio de Janeiro (Itatiaia), pertencentes à família Gonyleptidae, subfamília Pachylinae. Metagyndoides Mello-Leitão, 1931 é revalidado como bo m gênero, diferente de Metagyndes Roewer, 1913 e cuja espécie-tipo, incluindo macho e fêmea, tem aqui a sua descrição ampliada. O materia l estudado se acha na coleção da Autora ; o holótipo macho de M. granulatus (n 18.209) está no Museu Nacional, Rio de Janeiro. Izecksohnopilio g.n. Pachylinae. Cômoro ocular com alto espinho mediano. Área I dividida, IV inteira. Áreas I, II e IV inermes ; III com um par de altos espinhos divergentes, colocados sobre uma base dilatada, em ambos os sexos. Área V e tergitos livres I a III com robusto tubérculo mediano, incudiforme n o macho, e com robusto espinho na fêmea. Opérculo anal inerme. Fêmur dos palpos, inerme. Tarsos I de 6 segmentos, os outros de mais de 6. Porção basal do tarso I não intumescida. Distitarsos I a N de 3 segmentos. Espécie-tipo : Izecksohnopilio eugenioi sp. n. 0 gênero acima descrito é muito próxim o de Metagyndoides Mello-Leitão, 1931 : 121, 122, i Recebido para publicação a 7 de fevereiro de 1977. fig. 14 A, e de Metagyndes Roewer, 1913 : 11, 18, dos quais difere pela segmentação tarsal e pela àrmação da área V e tergito livre I, inerme s nesses dois gêneros acima citados. Metagyndoides possui um espinho nas áreas laterais e os tarso s I com os dois segmentos basais muito espessados. Metagyndes é exclusivo do Chile e da Patagônia. Resolvemos retirar Metagyndoides da sinonímia de Metagyndes, face à diferença da segmentação tarsal. O gênero e espécie novos são dedicados a Eugenio Izeçksohn. Izecksohnop' ' o eugenioi sp.n. (Figs. 1 14 ) Holótipo d. Artículos tarsais : 6-8-7-7 ; distitarsos I IV de 3 segmentos. Comprimento total do corpo 7,5 mm ; largura do cefalotórax 3,0 mm ; comprimento d o cefalotórax 2,49 mm ; largura do abdôme n 6,10 mm. Borda anterior do cefalotórax com pequena elevação mediana provida de quatro grânulos, com trêss quatro grânulos de cada lado, junto ao s ângulos, e com dentículo entre as quelíceras. Cefalotórax com grânulos esparsos. Cômoro ocular com alto espinho mediano, levemente dirigido para diante, e. com uma fila de minúsculos grânulos de cada lado, junto aos olhos. Área I dividida, áreas I e II inermes, com grânulos de vários tamanhos irregularmente esparsos. Área III irregular

894 HELIA E. M. SOARE S Medidas dos apêndices em m m Pernas Trocanter Fêmur Patela Tíbia Metatarso Tarso Total I 0,75 2,75 1,1 1,7 2,5 1,9 10,7 0 II 0,9 4,5 1,5 3,0 3,7 2,75 16,3 5 III 1,0 3,5 1,5 2,0 3,5 2,0 13,5 0 IV 1,25 4,0 2,1 3,25 5,75 2,0 18,3 5 Palpo 0,75 1,5 1,0 1,15 1,15 5,45 Quelícera : 1 0 segmento 1,1 ; 2 segmento 1,5 ; total 2,6. Izecksohnopilio eugenioi g. n., sp. n., holótipo macho - Fig. 1 : Desenho total ; fig. 2 : cômoro ocular, vista lateral; fig. 3 : espinho da área III, vista lateral ; fig. 4 : área V e tergitos livres I-III, vista lateral ; fig. 5 : quelícera direita, vista dorsal ; fig. 6 : trocanter e fêmur IV esquerdos, vista ventral ; fig. 7 : patela e tibia IV esquerdas, vista dorsal ; fig. 8 : patela e tíbia IV esquerdas, vista ventral ; fig. 9 : tarso I esquerdo ; fig. 10 : pênis, vista dorsal ; fig. 11 : pênis, vista lateral. Izecksohnopilio eugenioi g. n., sp. n., parátipo fêmea - Fig. 12 : Área V e tergitos livres I-III, vista lateral ; fig. 13 : perna IV esquerda : anca, trocanter e fêmur, vista dorsal ; fig. 14 : trocanter e fêmur IV esquerdos, vista ventral.

OPERA OPILIOLOGICA VARIA VII 89 5 mente granulosa com um par de altos e forte s espinhos divergentes, de base dilatada. Área IV inteira, inerme, irregularmente granulosa. Area V e tergitos livres I a III com robusto tubérculo mediano, incudiforme, ocupando tod a a largura desses segmentos, e com uma fila de fortes grânulos (alongados na área V). Áreas laterais com grossos grânulos irregularmente distribuídos. Opérculo anal inerme, com raros grânulos pilíferos. Esternitos livres com uma fil a de grânulos pilíferos. Ancas I-III e área estigmática com grosso s grânulos esparsos; ancas II com lobo maxilar presente; ancas III com dentículos em seus bordo s marginais. Palpos: trocanteres ventralmente com peque - nos tubérculos medianos ; fêmures sem espinho apical interno, e com dois pequenos tubérculos ventrais, um adiante do outro ; tíbias com 3-4 e tarso s com 3/4 e 3/5 espinhos inferiores. Fêmures I sub-retos, II retos, III curvos, todos com filas longitudinais de minúsculos grânulos pilíferos; H com espinho apical posterior ; III com duas filas ventrais de grânulos pouc o maiores' que os outros grânulos dispostos longitudinalmente. Tíbia III granulosa, com uma fila ínfero-externa de robustos espinhos e uma fila ínfero-interna de grossos grânulos. Pernas IV: ancas com grossos grânulos setíferos, com forte apófise apical externa, quase transversa, bífida com o ramo superior mais longo, afilado e curvo para baixo, com o ramo inferior, curto, grosso e rombo, e com pequen o tubérculo pilífero, apical interno ; trocantere s mais largos que longos, granulosos, com pequen a apófise mediana, externa, curva para cima, com dois tubérculos externos, o apical, mais forte, com três tubérculos internos, e, na face ventral, com dois tubérculos geminados, sub-basais, externos; fêmures curvos em S, com uma fila longitudinal dorsal de grossos tubérculos, com dois espinhos apicais, dorsais, e com duas robustas apófises (uma ínfero-interna, no meio do fêmur, curv a para baixo, a outra dorsal, subapical, curva par a cima), com grânulos dorsais, ventralmente com dois grossos tubérculos no terço basal, com um a fila ínfero-externa de grossos tubérculos e co m robusto espinho apical interno, dirigido para trás ; patelas com grossos grânulos dorsais, e com forte s espinhos ventrais; tíbias com grossos grânulos e espinhos dispostos em filas longitudinais. Pseudoníquio dos tarsos III e IV curtíssimo. Pênis com se vê nas figs. 10 e 11. Comprimento 2,5 mm. Colorido geral fulvo-queimado. Quelíceras e palpos amarelos, fortemente reticulados de negro. Cefalotórax, áreas do escudo dorsal e tergito s livres muito enegrecidos, com os grânulos e tubér - culos incudiformes castanhos. Espinhos da área III castanhos. Pernas I a III negras. Fêmures I V castanhos ; metatarsos IV amarelo-oliváceos com o ápice negro ; tarsos I-IV negros. Face ventral amarelo-queimada. Todos os grânulos e tubérculos d a face dorsal brilhantes. Parátipo Ç. (Figs. 12-14). Artículos tarsals : 6-7-8-7-7; distitarsos I-IV de 3 segmentos. Comprimento total do corpo 7,49 mm (da borda anterior do cefalotórax até o ápice do espinho do tergito livre III) ; largura do cefalotórax 2,6 mm; comprimento do cefalotórax 2,10 mm ; largura do abdômen 5,58 mm. Semelhante ao macho. Espinhos da área III pouco menores que no macho. Área V e tergitos livres I a III com robusto espinho mediano. Tíbias III sem espinhos inferiores. Pernas IV : ancas com robusta apófise apica l externa, oblíqua, curva, afilada, e com pequen o tubérculo apical interno ; trocanteres e fêmure s como se vê nas figs. 13 e 14 ; patelas e tíbias semelhantes às do macho. Colorido semelhante ao do macho. Holótipo d e parátipo? n 602, 1 parátip o d n 603, na coleção H. Soares. Medidas dos apêndices em m m Pernas Trocanter Fêmur Patela Tibia Metatarso Tarso Total I 0,65 2,4 1,1 1,5 2,25 1,5 9,4 0 II 1,8 3,8 1,49 2,5 3,0 2,49 15,08 III 1,0 3,0 1,5 1,8 3,0 1,5 11,80 Iv 1,15 3,5 1,99 2,65 4,25 1,5 15,04 Palpo 0,75 1,5 0, 8 1,0 1,0 5,05 Quelícera : 1 segmento 1,8 ; 2 segmento 1,5 ; total 3,3

896 HELIA E. M. SOARE S Localidade-tipo. Brasil, Rio de Janeiro, Itatiaia, km 10 da estrada Registro - Planalto de Itatiaia. (E. Izecksohn, A. L. Peracchi e Mello Samarão 13.XII.1966). Metagyndoides granulatus Mello-Leitã o (Figs. 15-29) Metagyndoides granulatus Mello-Leitão, 1931 :121, Fig. 14 A. Metagyndes granulata : Soares & Soares, 1954 : 275 ; Soares & Soares, 1970 :340. Alótipo (Fig. 15-19). Artículos tarsais : 5-7-6-6 ; distitarsos I-IV de 3 segmentos. Comprimento total do corpo 6,0 mm ; largura do cefalotótax 2,5 mm ; compriment o do cefalotórax 1,9 mm ; largura do abdôme n 4,5 mm. Medidas dos apêndices em m m Pernas Trocanter Fêmur Patela Tíbia Metatarso Tarso Tota l I 0,5 1,6 0,8 1,1 1,5 1,0 6, 5 II 0,6 2,7 1,0 2,0 2,4 2,0 10, 7 III 0,7 2,25 1,0 1,5 2,25 1,5 9,2 IV 1,0 2,5 1,4 2,0 3,5 1,5 11,9 Palpo 0,5 1,25 0, 7 0,9 1,0 4,3 5 Quelícera : 1 segmento 0,8 ; 2 segmento 1,0 ; total 1,8 Borda anterior do cefalotórax com peque - na área mediana granulosa. Cômoro ocular granuloso, com alto espinho mediano, curvo para diante. Cefalotórax granuloso atrás do cômoro ocular. Area I dividida, IV inteira. Areas I, II e N inermes, irregularmente granulosas. Área III irregularment e granulosa com um par de baixos tubérculos, colocados cada um numa baixa elevação mamilar. Áreas laterais granulosas, com um espinho marginal. Área V, tergito livre I e ' esternitos livres inermes, com uma fila de grânulos. Tergito s livres II e III com alto e robusto espinho mediano, e com uma fila de grânulos. Opérculo anal inerme e granuloso. Área estigmática pouco granulosa. Ancas I a III granulosas, I com fila transversal de grossos grânulos, II com lobo maxilar presente, III com fila de dentículos no bordo posterior. Palpos: trocanteres, fêmures e patelas inermes; tíbias e tarsos com 4-4 espinhos inferiores. Tarsos I com os segmentos basais normais. Fêmures I e II sub-retos, III curvos, II e III com forte espinho apical posterior, todos co m filas longitudinais de grânulos pilíferos. Pernas N : ancas granulosas, na face ventral mais granulosas que as ancas II e III, com pequeno espinho apical externo, com pequeno espinho apical interno, ligado ao esternito livre ; trocantere s pouco mais longos que largos, granulosos, com dois pequenos tubérculos internos ; fêmure s sub-retos, robustos, curtos, granulosos, com dois espinhos dorsais, com três espinhos internos, co m três espinhos apicais dorsais, e com quatro es - pinhos ventrais; patelas granulosas, com algun s grânulos pontiagudos ; tíbias granulosas, com dupl a fila inferior de espinhos. Pseudoníquio dos tarsos III e IV curto. Colorido geral fulvo-queimado. Quelíceras e palpos amarelo-sulfúreos, cefalotórax e áreas I-III do escudo dorsal fulvos, todos com pequeninas manchas negras. Pernas I-III castanho-oliváceas, IV castanhas. Face ventral castanho-escura. Medidas dos apêndices do holótipo d em m m Pernas Trocanter Fêmur Patela Tíbia Metatarso Tarso Total I 0,5 1,6 1,0 1,15 1,35 1,3 6,9 0 II 0,75 2,9 1,1 1,8 2,3 2,3 11,1 5 III 0,75 2,6 1,0 1,5 2,25 1,5 9,6 IV 1,25 2,0 1,5 1,9 3,5 1,75 11,60 Palpo 0,5 1,0 0,75 1,0 0,9 4,1 5 Quelícera : 1 segmento 1,0 ; 2 segmento 1,25 ; total 2,25

OPERA OPILIOLOGICA VARIA VII 897 Completaremos a seguir a descrição origi- terior do cefalotórax ao ápice do espinho do ter - nal da espécie, com o exame do holótipo gito livre III); largura do cefalotórax 2,5 mm ; (Figs. 20-25). Distitarsos I-IV de 3 segmentos. comprimento do cefalotórax 1,9 mm ; largura d o Comprimento total 5,25 mm (da borda an- abdômen 5,1 mm. 26 Metagyndoides granulatus Mello- Leitão, 1931, alótipo fêmea ; Fig. 15 : Desenho total ; fig. 16 : cômoro ocular, vista lateral ; fig. 17 : tubérculo da área III, vista lateral ; fig. 18 : espinhos dos tergitos livres II e III, vista lateral ; fig. 19 : fêmur esquerdo, vista ventral. Metagyndoides granulatus Mello-Leitão, 1931, holótipo macho Fig. 20 : Desenho total ; fig. 21 cômoro ocular, vista lateral ; fig. 22 : tubérculo da área III, vista lateral ; fig. 23 espinhos dos tergitos livre s II e III, vista lateral ; fig. 24 : fêmur IV esquerdo, vista ventral ; fig. 25 : tarso I esquerdo. Metagyndoides granulatus Mello- Leitão, 1931, homeótipo macho Fig. 26 : pênis, vista dorsal ; fig. 27 : pênis, vista vea# :

898 HELIA E. M. SOARES Pênis do d, do homeótipo n 494, como s e vê nas figuras 26 e 27. Comprimento 1,7 mm. Alótipo 2 e homeótipo d, n 494, homeótipos 3 d d, parátipos do alótipo 3 9? e 2 juv., n 495 ; homeótipos 2 d d, n 496, na coleção H. Soares. Holótipo d, n 18.209, Museu Nacional, Rio de Janeiro. Procedência. Brasil : Rio de Janeiro, Itatiaia, km 9,5-11 da estrada Registro-Planalto de Itatiai a (J. Jim e U. Caramaschi 3-XII-1973, n s 494 e 495); n 496, E. Izecksohn, A. L. Perachi e Mello 21.IV.1966). Holótipo d, Brasil : Rio de Janeiro, Itatiaia. SUMMARY In this paper are described a new genus and new species, Izecksohnopilio eugenioi, n. gen., n.sp., and the female allotype of Metagyndoides granulatus Melio-Leitão, 1931, Opiliones fro m Brazil (State of Rio de Janeiro, Itatiaia), belonging to the family Gonyleptidae, subfamily Pachylinae. The male holotype of M. granulatus is figured, its measures are given, and the genitalia is figured based on the male homeotype. Metagyndoides Mello-Left -do, 1931 is revalidated as a good genus, different of Metagyndes Roewer; 1913; the material studied is depositated in the authoress collection. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA S MELLO-LEITÃO, C.F., 1931, Opiliões novos ou críticos. Arq.Mus.Nac., Rio de Janeiro, 33 : 117-145, figs. 1-19. ROEWER, C.Fr., 1913, Die Familie der Gonyleptide n der Opiliones-Laniatores. Arch. Naturg., 79 A (4) : 1-256. SOARES, A. M. & SOARES E. M., 1954, Monografia fis. j, dos gêneros de Opiliões eotrópicos III. Arq. Zool. Est.S.Paulo, 8 (9) : 225-302. SOARES, (A. M. & SOARES, E. M., 1970, Opiliões de /13,ip. Itatiaia (Opiliones, Gonyleptidae, Phalangodidae). Rev. Brasil. Biol., 30 (3) : 339-350, fig. 1-13.