O Parlamento Europeu Defende as Abelhas do Risco de Mortalidade pelos Pesticidas

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Transcrição:

O Parlamento Europeu Defende as Abelhas do Risco de Mortalidade pelos Pesticidas Pedro Amaro (Prof. Catedrático Jubilado de Fitofarmacologia e Protecção Integrada do ISA/UTL) pedroamaro@netcabo.pt Introdução Como recentemente foi recordado, já, em 1951, o Prof. Baeta Neves alertava para a toxidade dos pesticidas para as abelhas e aconselhava a ausência de aplicação de pesticidas nas culturas em floração (4,6,8,9), questões, actualmente, com importância crescente nas áreas da Ciência dos pesticidas, a Fitofarmacologia e da Protecção Integrada. Com a introdução no mercado, nos anos 90, de insecticidas neonicotinóides, como o imidaclopride, considerados extremamente tóxicos para as abelhas, a nível de entidades oficiais nacionais, estrangeiras e internacionais, surgiu a frequente evidência de casos de elevada mortalidade de abelhas, como o do GAUCHO em França, que levou à sua proibição em girassol, em 1999 e no milho, em 2004, em França (10). Em Portugal, com o Despacho 4685/99, também, foi proibido o uso do imidaclopride em sementes de girassol, diploma ainda em vigor (Circular 3/ DG/2010) (5,8). O Sindroma do desaparecimento das colónias tem alarmado o mundo apícola, perante a muito elevada mortalidade de abelhas, nos EUA e nalguns países da UE, mantendo-se a dúvida quanto às principais causas, apesar da intensa investigação em curso. Deficiências na qualidade de sementes tratadas com neonicotinóides (clotianidina, imidaclopride e taiametoxame) ou fipronil terão sido responsáveis, desde 2008, por elevada mortalidade de abelhas, que justificou a sua proibição na Alemanha, Itália e Eslovénia e a adopção, pela UE, de Programas de monitorização destinados a verificar a exposição das abelhas a estes insecticidas nas zonas utilizadas pelas abelhas obreiras ou pelos apicultores. Esta monitorização não foi efectuada em Portugal, mantendo-se, assim, a tradicional ausência de investigação do binário Abelha/Pesticida, ignorando, agora a Circular 3/DG/2010 e o Decreto-Lei 106/2010 (5,8). Nos últimos 10 anos e em especial desde 2008, as principais instituições da UE têm alertado para a importância da apicultura e dos riscos de mortalidade das abelhas, com reflexos, nomeadamente, na biodiversidade e na produção de mel. Dados divulgados pela UE realçam que a apicultura é uma fonte de rendimentos primários ou suplementares para mais de 600 000 cidadãos da UE e que presta serviços vitais para a agricultura através da polinização e contribui para a preservação da biodiversidade. Estima-se que 84% das espécies vegetais e 76% da produção alimentar na Europa dependem da polinização das abelhas, cujo valor económico é muito superior ao valor do mel produzido, ascendendo aos 15 000 milhões de euros anuais na UE (11).

representará uma exposição desprezível para as abelhas, ou; não tem efeitos inaceitáveis agudos ou crónicos na sobrevivência e no desenvolvimento da colónia, tendo em conta os efeitos nas larvas das abelhas ou no comportamento das abelhas (1,2,3,4,7,8). A RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU, de 14/11/11, RELATIVA À SAÚDE DAS ABELHAS E AOS DESAFIOS PARA O SECTOR DA APICULTURA (11) Os efeitos dos pesticidas na mortalidade das abelhas têm sido evidenciados com frequência, sendo oportuno divulgar, em O APICULTOR, algumas recentes iniciativas do Parlamento Europeu sobre este tema. Esta RESOLUÇÃO, de 14/11/11, abrange 8 Considerandos e 52 Orientações sobre temas da área da Apicultura, sendo 20%, isto é 1 Considerando e 11 Orientações sobre as relações Abelhas/ Pesticidas. Em seguida, são reproduzidos os textos da Resolução, relativos a estes 12 temas (*). Esclarecese que, no Documento do Parlamento, além do texto da RESOLUÇÃO de 12 páginas, são incluídos a EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS de 4 páginas e o PARECER DA COMISSÃO DO AMBIENTE, DA SAÚDE PÚBLICA E DA SEGURANÇA ALIMENTAR de 8 páginas. ALGUMAS INTERVENÇÕES DO PARLAMENTO EUROPEU SOBRE ABELHAS E PESTICIDAS, ENTRE 2003 E 2009 O Parlamento Europeu, desde Outubro de 2003, tem abordado o tema das relações Abelhas/Pesticidas, em especial, após uma moção de emergência, em 2007, visando a imediata proibição de insecticidas neonicotinóides e outros até se obter mais informação pela investigação da sua influência no Sindroma acima referido. Também, em 10/11/08, contribuiu com importantes orientações na área da apicultura, nomeadamente sobre: a coordenação da informação científica relativa aos efeitos dos pesticidas nas abelhas; e a urgente promoção de investigação, além de parasitas e doenças das abelhas, da relação entre a mortalidade das abelhas e o uso de pesticidas, como clotianidina, imidaclopride, tiametoxame e fipronil. Estas prioridades justificaram a inclusão, pela 1ª vez, de referência às Abelhas/Pesticidas, na legislação comunitária, isto é, em 13/1/09, no Regulamento (CE) 1107/2009 da colocação no mercado dos pesticidas agrícolas, exigindo que a aprovação de um pesticida só ocorrerá se, em resultado de uma avaliação adequada do risco, com base nas orientações para a realização de testes, acordadas a nível comunitário ou internacional, se estabelecer que a utilização nas condições de utilização propostas para os pesticidas: O PARLAMENTO EUROPEU: 1 (E) (*)- Considera que: a saúde das abelhas individuais e das suas colónias é afectada por numerosos factores letais e subletais, muitos dos quais estão interligados; em muitos casos, a quantidade reduzida de medicamentos comercializados para combater o ácaro Varroa destructor deixou de ser suficientemente eficaz graças ao desenvolvimento de resistências; o uso de pesticidas, as condições climáticas e ambientais em constante mutação, a perda de biodiversidade vegetal, a reafectação dos solos, a má gestão das práticas apícolas e a presença de espécies invasoras poderão debilitar os sistemas imunitários das colónias e favorecer o surgimento de patologias oportunistas; (*) Após os nº 1 a 12, entre parêntesis (x), x corresponde a E e à numeração (1, 13, 15, 27-33 e 47) adoptada no texto da Resolução.

as abelhas poderão estar expostas aos pesticidas por vias directas e indirectas, nomeadamente através da deslocação do vento, das águas de superfície e das gotículas de gutação, do néctar e do pólen. 2 (27) - Sublinha que só recentemente a União Europeia, com a participação empenhada do Parlamento Europeu, adoptou regras novas e mais rigorosas sobre a autorização de produtos fitofarmacêuticos e o seu uso sustentável, a fim de garantir que o seu risco seja aceitável para os seres humanos e para o ambiente; observa que estas regras incluem critérios adicionais exigentes no que respeita à segurança das abelhas; insta a Comissão a manter o Parlamento informado sobre o sucesso da aplicação das novas regras; 3 (28) - Convida a Comissão a melhorar a metodologia de avaliação de riscos dos pesticidas, com o objectivo de proteger a saúde e o desenvolvimento das colónias, e assegurar o adequado acesso aos resultados e à metodologia dos estudos ecotoxicológicos incluídos nos processos de autorização; 4 (29) - Salienta a importância da agricultura sustentável e insta os Estados-Membros a transpor e a aplicar plenamente, com a maior brevidade possível, a Directiva 2009/128/CE sobre o uso sustentável dos pesticidas e, em particular, o seu artigo 14.º, o qual sublinha o facto de que, a partir de 2014, todos os agricultores na UE serão obrigados a aplicar a protecção integrada, e a dedicar uma atenção especial ao uso de pesticidas que possam ter efeitos adversos para a saúde das abelhas e das colónias; 5 (30) - Insta a Comissão a analisar, com base em testes fiáveis e eficazes realizados em condições reais, com protocolos harmonizados, a toxicidade crónica, larval e subletal na avaliação de riscos dos pesticidas, tal como previsto no Regulamento (CE) n.º 1107/2009 relativo à colocação dos produtos fitofarmacêuticos no mercado, em aplicação desde 14 de Junho de 2011; exorta, além disso, a Comissão a dedicar especial atenção à utilização de determinados pesticidas que podem ter um efeito adverso na saúde das abelhas e das colónias em determinadas circunstâncias; insta igualmente a Comissão a reforçar a investigação sobre as potenciais interacções substância-organismo patogénico e substância-substância; assinala a necessidade de ponderar o recurso a todos os métodos de aplicação; 6 (31) - Regista com satisfação que os peritos da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos estão a realizar uma avaliação independente dos requisitos exigidos à indústria para o fornecimento de dados sobre os vários pesticidas; APICASFER S.L. FABRICACIÓN DE CERA ESTAMPADA DELEGACION: APICOLA FUENTE DEL SOL: Ctra. Nacional 630, km 347,600 Material THOMAS COMPRA Y VENTA DE PRODUTOS APICOLAS miel, polen, cera y jalea real Castor Fernández Tel.: 923-288 890 Fax: 923-288 898 37796 Arapiles (Salamanca) comercial@apicolafernandez.com

7 (32) - Apela, num espírito de diálogo entre apicultores, as partes interessadas no sector agrícola e as autoridades públicas, à criação de um sistema que incentive a notificação prévia obrigatória dos apicultores em todos os Estados-Membros, antes dos pedidos de autorização de pesticidas, especialmente as operações de tratamento com insecticidas por via aérea (por exemplo, operações de combate aos mosquitos), e de um sistema que responda a pedidos de informação sobre a localização das colmeias no momento destas intervenções; apela ainda a um reforço do intercâmbio de informações entre apicultores e agricultores através de uma base de dados na Internet relativa à presença de colmeias nas imediações de terrenos, por exemplo; E o PARLAMENTO EUROPEU, ainda,: 8 (1) - Insta a Comissão a aumentar o nível de apoio à investigação em matéria de saúde das abelhas no âmbito do próximo quadro financeiro (QF8) e a centrar a investigação no desenvolvimento tecnológico, na prevenção e controlo de doenças, nomeadamente no que se refere ao impacto dos factores ambientais nos sistemas imunitários das colónias de abelhas e às suas interacções com patologias, na definição de práticas de produção agrícola sustentáveis, na promoção de alternativas não químicas (por exemplo, práticas agronómicas preventivas como a rotação das culturas e o recurso à luta biológica), num incentivo maior ao recurso às técnicas de produção integrada, assim como no desenvolvimento de medicamentos veterinários para combater os actuais agentes patogénicos que afectam as abelhas na UE, especialmente o ácaro Varroa destructor, sendo este o principal agente patogénico e o que exige maior variedade de substâncias activas para ser combatido devido à sua grande capacidade de desenvolver resistência, bem como para lutar contra os endoparasitas e outras doenças oportunistas; COSMÉTICA COM PRODUTOS DA COLMEIA COSMÉTICA DO MEL A qualidade dos nossos produtos comprova a nossa marca Produzimos cosméticos onde a base são produtos naturais procedentes da colmeia Embalagem de 1 kg Embalagem de 25 g O nosso departamento de serigrafia coloca o nome que escolher entre uma ampla gama de produtos C/ Parma 6, Pol. Industrial El Henares 19004 Guadalajara, España. Tlf: 0034+ 949 214343 Fax: 0034+949 222254 mieleria@mieleria.com www.mieleria.com

9 (13) - Insta a Comissão a fomentar de forma activa um grau maior de partilha de informações entre Estados-Membros, laboratórios, apicultores, agricultores, indústria e cientistas sobre estudos ecotoxicológicos relativos aos factores que afectam a saúde das abelhas, a fim de assegurar uma avaliação científica informada e independente; exorta a Comissão a contribuir para este processo disponibilizando a sua página Internet sobre este tema em todas as línguas oficiais dos Estados-Membros em causa; OS 12 TEMAS SOBRE ABELHAS/ PESTICIDAS DA RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU, DE 14/11/11 Em curiosa coincidência, há cerca de 6 meses, em 17-18/11/11, no 9º Encontro Nacional de Protecção Integrada, foi discutida uma Comunicação sobre Pesticidas e abelhas (8), enquanto no Parlamento Europeu, foi aprovada a Resolução de 14/11/11, em que as relações Abelhas/Pesticidas abrangem 20% dos temas abordados. Destacam-se, em seguida, os 12 temas, referidos no Considerando E e nas 11 Orientações, com inclusão, no fim de cada tema, da numeração adoptada na Sumária análise da Resolução, em conclusão deste artigo: Factores de mortalidade das abelhas, incluindo os pesticidas (I); Tipos de exposição das abelhas aos pesticidas (II); 10 (47) - Convida a Comissão a promover as práticas agrícolas sustentáveis no centro da PAC, a incentivar todos os agricultores europeus a aplicar um conjunto simples de práticas agronómicas nos termos da Directiva 2009/128/CE e a reforçar medidas agroambientais específicas para o sector da apicultura, no âmbito da nova estratégia da UE para a biodiversidade; insta os Estados-Membros a estabelecerem medidas agro-ambientais orientadas para a apicultura nos seus programas de desenvolvimento rural, a encorajarem os agricultores a tomarem medidas agro-ambientais que favoreçam a criação de pastos benéficos para as abelhas nas margens dos campos e a adoptarem um nível mais avançado de produção integrada, com base numa abordagem holística da agricultura e recorrendo à luta biológica sempre que possível; 11 (33) - Insta os Estados-Membros a avaliarem a pertinência da integração da apicultura e da saúde das abelhas na formação agrícola. 12 (15) - Solicita apoio a programas de formação destinados aos apicultores em matéria de prevenção e controlo de doenças, e aos agricultores e silvicultores sobre conhecimentos de botânica, uma utilização dos produtos fitofarmacêuticos que seja benéfica para as abelhas e o impacto dos pesticidas e práticas agronómicas não-químicas de prevenção de ervas daninhas; solicita à Comissão que proponha, em colaboração com as organizações apícolas, linhas orientadoras para o tratamento veterinário das colmeias. Critérios de segurança das abelhas em relação aos pesticidas fomentados pela nova regulamentação comunitária: Regulamento (CE) 1107/2009 e Directiva 2009/128/CE (III); Obrigatoriedade, pela Directiva 2009/128/CE, da prática da protecção integrada pelos agricultores até 1/1/14, com favoráveis consequências na relação abelhas/pesticidas (IV); Avaliação da toxidade crónica, larval e subletal dos pesticidas para as abelhas e suas colónias garantida pelo Regulamento (CE) 1107/2009 (V); Aperfeiçoamento da metodologia de avaliação do risco dos pesticidas para as colónias de abelhas (VI); Pesticidas mais tóxicos para as abelhas (VII); Notificação prévia obrigatória dos apicultores, em especial nos tratamentos de insecticidas por via aérea (VIII); As preocupações de transparência são evidentes: na avaliação dos requisitos de dados de pesticidas exigidos à Indústria; e no acesso a esse dados incluídos nos processos de autorização (IX) Outras Questões: Formação, Investigação e Informação (X). (*) Após os nº 1 a 12, entre parêntesis (x), x corresponde a E e à numeração (1, 13, 15, 27-33 e 47) adoptada no texto da Resolução.

SUMÁRIA ANÁLISE DE ABELHAS/ PESTICIDAS NA RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU (*) I A saúde das abelhas individuais e das suas colónias é afectada por numerosos FACTORES letais e subletais, muitos dos quais estão interligados : ácaro Varroa destructor, pesticidas, condições climáticas e ambientais, biodiversidade vegetal, solos, práticas apícolas e espécies invasoras que poderão debilitar os sistemas imunitários das colónias e favorecer o surgimento de patologias oportunistas (1,9) (*). II A EXPOSIÇÃO das abelhas aos pesticidas pode ocorrer por vias directas e indirectas (vento, águas de superfície, gutação, néctar e pólen) (1). III OS CRITÉRIOS DE SEGURANÇA DAS ABELHAS, adoptados pela UE, relativos a mais rigorosas regras de autorização de pesticidas agrícolas (Regulamento (CE) 1107/2009) e ao uso sustentável dos pesticidas (Directiva 2009/128/CE) (2). IV A partir de 2014, para todos os agricultores da UE, será OBRIGATÓRIA A PRÁTICA DA PROTECÇÃO INTEGRADA, que condiciona o uso de pesticidas que possam ter efeitos adversos para a saúde das abelhas e das colónias (Directiva 2009/128/CE, artigo 14º) (4,10). V A avaliação da TOXIDADE CRÓNICA, LARVAR E SUBLETAL de determinados pesticidas que podem ter um efeito adverso na saúde das abelhas e das colónias deve ser efectuada com ensaios fiáveis e eficazes previstos no Regulamento (CE) 1107/2009 e deve ser intensificada a investigação de INTERACÇÕES SUBSTÂNCIA/ORGANISMO PATOGÉNICO E SUBSTÂNCIA/SUBSTÂNCIA (5). VI A Comissão deve assegurar a melhoria da METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE RISCOS DOS PESTICIDAS, com o objectivo de proteger a saúde e o desenvolvimento das colónias (3). VII A toxidade para as abelhas dos produtos fitofarmacêuticos: neonicotinóides (clotianidina, imidaclopride, tiaclopride e tiametoxame), fipronil, piretróides e os organofosforados clorpirifos e dimetoato é referida, EM ESPECIAL,. no Parecer da Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar da UE, incluido em (11). IX Por razões de TRANSPARÊNCIA, os peritos da EFSA estão a realizar a avaliação independente dos requisitos exigidos à Indústria para o fornecimento de dados sobre os vários pesticidas e a Comissão deve assegurar o adequado acesso aos resultados e à metodologia dos estudos ecotoxicológicos incluídos nos processos de autorização (3,6). X Outros temas: FORMAÇÃO (11,12), INVESTIGAÇÃO (5,8) e INFORMAÇÃO (9) devem abranger adequada referência a Abelhas/ Pesticidas. Referências Bibliográficas 1. Amaro, P. (2009) Já há muito tempo que os pesticidas matam as abelhas. O Apicultor, 64: 29-40. 2.Amaro, P. (2009) É indispensável e urgente reduzir os elevados riscos de mortalidade das abelhas pelos pesticidas. 10º Fórum nac. Apicultura, Ourém, Nov. 09. O Apicultor, 67: 3-14. 3. Amaro, P. (2010) A toxidade dos pesticidas para as abelhas em Portugal. Revta APH, 99:32-40. 4. Amaro, P. (2010) - Progressos da investigação e da regulamentação da toxidade dos pesticidas para as abelhas. Vida Rural, 1763: 38-40. 5. Amaro, P. (2010) Afinal parece que os pesticidas não matam as abelhas em Portugal! O Apicultor, 70: 7 18. 6. Amaro, P. (2011) A probabilidade de mortalidade das abelhas pelos pesticidas é elevada em Portugal. O Apicultor, 73: 3-12. 1º Cong. ibér. Apicult., Castelo Branco, Abril 2011 (pub.). 7. Amaro, P. (2011) Os rótulos e as fichas de dados de segurança de pesticidas tóxicos para as abelhas. Revta Ciênc. agr., 34/1: 93-109. 8. Amaro. P. e Godinho, J. (2012) Pesticidas e abelhas. 9º Encon. nac. Prot. Integ., Viseu, Nov. 2011. Revta Ciênc. agrár., 35/2 (pub.). 9.Neves C. M. Baeta (1951) Alguns aspectos ingratos no emprego dos insecticidas orgânicos sintéticos. Agros, 34 (4,5): 211-234. 10. Nicolino, F. e Veillerette, F. (2007) Pesticides. Révélations sur un scandale français. Fayard. 384 p. 11. Parlamento Europeu (2011) Resolução relativa à saúde das abelhas e aos desafios para o sector da apicultura (2011/2108 (INI)), 26 p. VIII Assegurar um sistema que incentive a NOTIFICAÇÃO PRÉVIA OBRIGATÓRIA DOS APICULTORES, em todos os EM, especialmente em tratamentos de insecticidas por via aérea (7).