42 Revista Brasileira de Futsal e Futebol

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42 Revista Brasileira de Futsal e Futebol ANÁLISE DA INCIDÊNCIA DE GOLS NO CAMPEONATO PAULISTA 2009: SÉRIE A1, A2 e A3 Diego Ide Mascara 1,2, Leandro Calicchio 1, João Guilherme Cren Chimina 2, Antonio Coppi Navarro 1,3 RESUMO Introdução: No futebol de alto nível, cada detalhe pode representar o êxito ou o fracasso de uma equipe. O gol é o principal objetivo desta modalidade esportiva e o seu momento mais marcante. Objetivo: Analisar a incidência de gols, em períodos pré-definidos de 15 minutos de jogo, do Campeonato Paulista de Futebol 2009 - Série A1, A2 e A3 e ao longo das rodadas das competições. Materiais e Métodos: O estudo se caracteriza como observacional descritivo analítico. Os dados foram coletado eletronicamente direto da súmula das partidas. Foram analisadas 634 partidas sendo 202 partidas para Séria A1, 216 partidas para a Série A2 e 216 partidas para a Série A3. Resultados: Foram marcados 584 gols na Série A1, 577 gols na a Série A2 e 640 gols na a Série A3, totalizando 1801 gols nos campeonatos. Na Séria A1 256 (43,82%) no primeiro tempo versus 328 (56,18%) no segundo tempo, na Série A2 253 (43,83%) no primeiro tempo contra 324 (56,17%) no segundo tempo e na Série A3 266 (41,55%) no primeiro tempo versus 374 (58,45%) no segundo tempo. Houve maior incidência de gols nos 15 minutos finais das partidas nas três divisões. Na Série A1 122 (20,89%), na Série A2 131 (22,70%) e na Série A3 (22,03%). Conclusão: Com isso, conclui-se que nas três divisões existe uma maior quantidade de gols convertidos no segundo tempo. A maior incidência de gols ocorreu nos 15 minutos finais das partidas nas três divisões. Palavras-chave: Futebol, Gols, Campeonato Paulista, Divisões. 1 - Programa de Pós-Graduação Lato-Sensu em Futebol e Futsal: As Ciências do Esporte e Metodologia de Treinamento da Universidade Gama Filho UGF 2 - Grupo de Estudo e Pesquisa em Futebol e Futsal - GEPEFF - Veris Educacional - Metrocamp. ABSTRACT Analysis of the incidence of gols in the championship of sao paulo 2009 - series A1, A2 and A3 Introduction: In the football of high level, each detail can represent the result or the failure of a team. The goal is the principal objective of this sporting kind and his most outstanding moment. Objective: To analyse the incidence of gols, in periods definite-daily pay of 15 minutes of play, of the Championship Of Sao Paulo of Football 2009 - Series A1, A2 and A3 and along the rounds of the competitions. Materials and Methods: The study is characterized how observacional descriptively analytically. The data were collected electronically straightly of the summula of the departures. 634 departures were analysed being 202 departures for Serious A1, 216 departures for the Series A2 and 216 departures for the Series A3. Results: 584 were marked gols in the Series A1, 577 gols in the Series A2 and 640 gols in the Series A3, when 1801 are totalizing gols in the championships. In the Serious one A1 256 (43,82 %) in the first half versus 328 (56,18 %) in the second half, in the Series A2 253 (43,83 %) in the first half against 324 (56,17 %) in the second half and in the Series A3 266 (41,55 %) in the first half versus 374 (58,45 %) in the second half. There was bigger incidence of gols in 15 final minutes of the departures in three divisions. In the Series A1 122 (20,89 %), in the Series A2 131 (22,70 %) and in the Series A3 (22,03 %). Conclusion: With that, it is ended that in three divisions there is a bigger quantity of gols in the second half. The biggest incidence of gols took place in 15 final minutes of the departures in three divisions. Key Words: Football, Gols, Championship of Sao Paulo, Divisions. E-mail: ide_51@hotmail.com Rua Cristovão Bonini, 1118 Jd. Proença - Campinas - São Paulo. 13100-414. 3 - Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino em Fisiologia do Exercício.

Revista Brasileira de Futsal e Futebol 43 INTRODUÇÃO No futebol de alto nível, cada detalhe pode representar o êxito ou o fracasso de uma equipe (Leitão e colaboradores, 2003). O futebol é um esporte extremamente complexo, pois necessita de perfeita interligação entre os aspectos físicos, técnicos, táticos, psicológicos que geram componentes fundamentais do atleta (Gomes e Souza, 2008; Barros Neto e Guerra, 2004) e os fatores nutricionais também devem ser considerados para minimização dos efeitos da fadiga (Aoki, 2002; Diniz da Silva, 2007). O mesmo exige demandas fisiológicas múltiplas do atleta no envolvimento físico que necessitam apresentar ótimas condições, como coordenação, velocidade, força, flexibilidade e resistência, entre outras (Gomes e Souza, 2008; Barros Neto e Guerra, 2004). O futebol tem predominância do metabolismo aeróbio, apontando um índice de até 88% para essa variável e os 12% restantes são atividades anaeróbias de alta intensidade (Barros Neto e Guerra, 2004; Shepard e Leatt, 1987). A modalidade talvez seja a mais equilibrada do ponto de vista fisiológico, pois depende das variáveis relacionadas ao metabolismo aeróbio, anaeróbio láctico e aláctico. O esporte é caracterizado pela realização de esforços de alta intensidade e curta duração, interposto por períodos de menor intensidade e duração variada, as repetições dessas ações motoras podem ser tanto com ou sem a bola. Dessa maneira a atividade de natureza essencialmente é intermitente e acíclica (Barros Neto e Guerra, 2004). O gol é o principal objetivo desta modalidade esportiva e o seu momento mais marcante. Os gols marcados tornam os jogos atraentes de se assistir e é o fator que pode melhor explicar toda paixão do torcedor por sua equipe e pelo espetáculo em si (Diniz da Silva e Campos Júnior, 2006). Ele reflete o desequilíbrio de um ou vários desses componentes resultantes da preparação da equipe (Leitão e colaboradores, 2003). Pesquisas revelam que as chances de gol aumentam no decorrer do tempo (Diniz da Silva, 2006). Se torna cada vez mais evidente a utilização de recursos eletrônicos e da informática para diagnosticar o rendimento técnico-tático nos treinos e jogos, e essas informações cientifica podem auxiliar nas avaliações das equipes e dos jogadores (Garganta, 2001). Especialistas das diversas áreas da Ciência do Desporto formadas por técnicos, preparadores físicos, médicos, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, procuram encontrar formas para melhorar o rendimento competitivo de suas equipes, para que elas convertam maior quantidade de gols a seu favor e acumulem menos gols contra, para ganhar jogos e atingir seus objetivos e suas metas nos campeonatos, aprimorando os aspectos físicos, técnicos, táticos, psicológicos e nutricionais de seus atletas. O objetivo do presente estudo foi quantificar a incidência de gols, em períodos pré-definidos de 15 minutos de jogo, do Campeonato Paulista de Futebol 2009 - Série A1, A2 e A3 e ao longo das rodadas das competições. MATERIAIS E MÉTODOS O e s t u d o c a r a c t e r i z a - s e c o m o observacional, descritivo e analítico. Os dados foram coletado eletronicamente direto da súmula das partidas, junto à Federação Paulista de Futebol. O tempo total de jogo de 90 minutos foi dividido em períodos prédefinidos de 15 minutos. Consideram-se 634 partidas sendo 202 partidas para Séria A1, 216 partidas para a Série A2 e 216 partidas para a Série A3. RESULTADOS De modo geral, foram marcados 584 gols na Série A1, o que representa média de 2,89 gols por jogo, 577 gols na a Série A2, média de 2,67 gols por jogo e 640 gols na a Série A3, média de gols por jogo de 2,96, totalizando 1801 gols nos campeonatos. Tabela 1 Quantidade de gols convertidos, a cada período de 15 minutos de jogo Periodo Campeonato 00-15 16-30 31-45 46-60 61-75 76-90 Paulista Freqüência Série - A1 Total de Gols Absoluta 75 79 102 98 108 122 584 Relativa 12,84 13,52 17,46 16,78 18,49 20,89 100 Série - A2 Série - A3 Absoluta 66 84 103 93 100 131 577 Relativa 11,43 14,55 17,85 16,11 17,33 22,70 100 Absoluta 65 77 124 117 116 141 640 Relativa 10,15 12,03 19,37 18,28 18,12 22,03 100 Revista Brasileira de Futsal e Futebol. São Paulo. Vol. 2. Num.4. Jan/Fev/Mar/Abr. 2010. p. 42-46.

44 Revista Brasileira de Futsal e Futebol Gráfico 1 - Relação entre período do jogo e número de gols Série - A1 Série - A2 Série - A3 Quantidade de gols marcados em % 25 20 15 10 5 0 00-15 16-30 31-45 46-60 61-75 76-90 Períodos do jogo em minutos Considerando o total, nas três divisões a maioria dos gols aconteceram no segundo tempo de jogo. Na Séria A1 256 (43,82%) no primeiro tempo versus 328 (56,18%) no segundo tempo, na Série A2 253 (43,83%) no primeiro tempo contra 324 (56,17%) no segundo tempo e na Série A3 266 (41,55%) no primeiro tempo versus 374 (58,45%) no segundo tempo. Em relação aos períodos houve maior incidência de gols nos 15 minutos finais das partidas nas três divisões. Na Série A1 122 (20,89%), na Série A2 131 (22,70%) e na Série A3 (22,03%). DISCUSSÃO Pesquisas sobre a incidência de gols em partidas de futebol tem sido objeto de diversos estudos (Leitão e colaboradores, 2003; Diniz da Silva, 2007). O conhecimento desta informação pode auxiliar e influenciar o treinamento no processo de preparação e de competição de técnicos, preparadores físicos e jogadores. Informações relevantes foram encontradas neste estudo, que analisou o Campeonato Paulista de Futebol Series A1, A2 e A3. A primeira delas é que o número de gols no segundo tempo é superior ao primeiro 775 (43,03%) aconteceram no primeiro tempo e 1026 (56,96%) no segundo. No mesmo Campeonato Paulista, porém no ano de 2007 Série A1, 331 (55,04%) dos gols foram marcados no segundo tempo (Mascara e colaboradores, 2007). No ano de 2008 no mesmo campeonato o mesmo fenômeno aconteceu 305 (57,65%) dos gols ocorreram no segundo tempo de jogo (Mascara e colaboradores, 2008b). No Campeonato Brasileiro da primeira divisão de 2001 54,58% dos gols foram convertidos no segundo tempo (Leitão e colaboradores, 2003; Oliveira, 2003). Uma pesquisa que analisou a ocorrência de gols no futebol internacional de elite, onde foram analisadas 2902 partidas de oito campeonatos nacionais (Alemão, Argentino, Brasileiro, Espanhol, Francês, Holandês, Inglês e Italiano) da temporada de 2004/2005. Houve maior ocorrência de gols no segundo tempo: 55,83% contra 44,17% no primeiro (Diniz da Silva, 2007). Em análises das Copas do Mundo registra-se também maior número de gols convertidos no segundo tempo. Na Copa do Mundo de 1990, registrou 66,9% de gols feitos no segundo tempo e apenas 29,6% no primeiro (Godik, 1996). Na edição da Copa do Mundo de 2002, evidenciouse 56,6% de gols convertidos no segundo tempo versus 41,6% no primeiro tempo (Njororai, 2004). Diniz da Silva e Campos Júnior (2006) analisaram Copa do Mundo 2006, e também verificaram que há maior frequência de gols no segundo tempo (53,47% contra 46,53%). Curiosamente, observa-se que, embora a freqüência relativa de gols no segundo tempo seja maior do que no primeiro, aparentemente, com o passar dos anos esta diferença tem diminuído nas Copas do Mundo de Futebol. As pesquisas indicam que, não importa o nível do evento (nacional ou internacional), ou o país no qual ele ocorre (América do Sul e Europa), o número de gols convertidos no segundo tempo de jogo é maior versus o primeiro tempo. O gol é o principal objetivo desse desporto, as equipes de futebol buscam a todo o momento a vitória, que acontece quando uma equipe consegue marcar mais gols que o adversário. O aumento de gols no segundo tempo de jogo pode ser decorrente do desgaste das equipes dos componentes fundamentais do atleta, sejam aspectos físicos, técnicos, táticos, psicológicos e nutricionais, principalmente em atletas do setor defensivo. O desgaste gera uma queda

Revista Brasileira de Futsal e Futebol 45 de desempenho, fazendo que os atletas entrem em estado de fadiga. É objetivo da comissão técnica das equipes, procurarem retardar o aparecimento dessa fadiga, para que com isso, possa buscar a vitória nos jogos e marcar um maior número de gols a todo momento. Todos os estudos buscaram também fracionar a partida em períodos de 15 minutos. Nesta investigação, referente ao Campeonato Paulista de 2009 Serie A1, A2 e A3 podemos observar que a maior incidência de gols foram convertidos nos 15 minutos finais dos jogos, quando comparado aos outros períodos. Na edição do Campeonato Paulista 2008 Serie A1, também observou que a maioria dos gols ocorreu nos 15 minutos finais das partidas 23,06% (Mascara e colaboradores, 2008). Na edição do ano de 2007 20,06% dos gols ocorreu nos 15 minutos finais, também sendo o período onde teve maior incidência de gols comparados com os outros períodos (Mascara e colaboradores, 2007). No Campeonato Brasileiro da primeira divisão de 2001 registrou a maior incidência de gols nos 15 minutos finais também, representando 21,68% do total (Leitão e colaboradores, 2003; Oliveira, 2003). Nos oito campeonatos nacionais (Alemão, Argentino, Brasileiro, Espanhol, Francês, Holandês, Inglês e Italiano) da temporada de 2004/2005, registrou-se maior taxa de conversão de gols nos 15 minutos finais de cada tempo do jogo 21,88% (Diniz da Silva, 2007). Nas Copas do Mundo o fenômeno também ocorre, na edição de 2002 a maior incidência de gols ocorreu entre 76 e 90 minutos, representando 19,9% dos gols (Njororai, 2004). Na edição da Alemanha 2006 também houve maior ocorrência de gols entre 76 e 90 minutos, 29,93% (Diniz da Silva e Campos Junior, 2006). Podemos observar que, não importa o nível do evento (nacional ou internacional), ou o país no qual ele ocorre (América do Sul e Europa), a maior incidência de gols ocorre nos 15 minutos finais das partidas comparadas às outras frações de 15 minutos. Com essa informação relevante, faz com que a comissão técnica de cada equipe trabalhe os componentes fundamentais dos atletas, sejam físicos, técnicos, táticos, psicológicos e nutricionais, para que não tenha queda de desempenho e não entrem em estado de fadiga, para que chegue nesse período em condições ideais para marcar gols e também para não tomar gols. CONCLUSÃO Conclui-se que nas três divisões existe uma maior quantidade de gols convertidos no segundo tempo. A maior incidência de gols ocorreram nos 15 minutos finais das partidas nas três divisões. REFERÊNCIAS 1- Aoki, M. S. Fisiologia, Treinamento e Nutrição Aplicados ao Futebol. Jundiaí. Fontoura. 2002. 2- Barros Neto, T. L.; Guerra, I. Ciência do futebol. São Paulo. Manole. 2004. 3- Diniz da Silva, C. Fadiga: evidências nas ocorrências de gols no futebol internacional de elite. Lecturas Educación Física y Deportes, Revista Digital, Buenos Aires, Año 11. Núm. 97. 2006. Disponível em: http:// www.efdeportes.com/efd97/gols.htm - Acesso em 18 Fev. 2009. 4- Diniz da Silva, C.. Gols: uma avaliação no tempo de ocorrência no futebol internacional de elite. Lecturas Educación Física y Deportes, Revista Digital, Buenos Aires, Año 12. Núm. 112. 2007. Disponível em: http:// www.efdeportes.com/efd112/gols-uma-avaliacao-notempo-de-ocorrencia-no-futbol.htm - Acesso em 18 Fev. 2009. 5- Diniz da Silva, C.; CAMPOS JÚNIOR, R. M. Análise dos gols ocorridos na 18ª Copa do Mundo de futebol da Alemanha 2006. Lecturas Educación Física y Deportes, Revista Digital, Buenos Aires. Año 11. Núm. 101. 2006. Disponível em: http://www.efdeportes.com/ efd101/gols.htm - Acesso em 18 Fev. 2009. 6- Garganta, J. A análise da performance nos jogos desportivos. Revisão acerca da análise do jogo. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto. Porto. Vol. 1. Num. 1, p. 57 64, 2001 7- Godik, M. A. Futebol Preparação dos futebolistas de alto nível. Editora Grupo Palestra Sport. 1996. 8- Gomes, A. G.; Souza, J. de. Futebol: treinamento desportivo de alto rendimento. Porto Alegre. Artmed. 2008. 9- Leitão, R. A.; Guerreiro Junior, F. C.; Zago, L.; Moraes, A. C. Análise da incidência de gols por tempo de jogo no campeonato brasileiro de futebol 2001: estudo comparativo entre as primeiras e últimas equipes colocadas da tabela de classificação (2003) Disponível em: http://www.unicamp.br/fef/publicacoes/conexoes/ v1n2/6_analise.pdf - Acesso em 18 de fev. 2009. 10- Mascara, D. I.; Chiminazzo, J. G. C.; Ferreira, R.; Oliveira, L. F.; Leal, K.A.; Silva, C.S. da. Análise da incidência de gols no campeonato paulista 2007. In Anais do XXX Simpósio Internacional de Ciência do Esporte - Mitos e evidências na atividade física e no esporte, 2007. São Paulo. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. São Paulo. Celafiscs. Vol. 15. p. 246-246. 2007. Revista Brasileira de Futsal e Futebol. São Paulo. Vol. 2. Num.4. Jan/Fev/Mar/Abr. 2010. p. 42-46.

46 Revista Brasileira de Futsal e Futebol 11- Mascara, D. I.; Chiminazzo, J. G. C.; Ferreira, R.; Tramontina, J.; Del Vecchio, F. B. Análise da incidência de gols no campeonato paulista 2008 série A1.. In Anais do XXXI Simpósio Internacional de Ciência do Esporte Da teoria à prática: do fitness ao alto rendimento, 2008, São Paulo. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. São Paulo. Celafiscs. Vol. 16. p. 246-246. 2008. 12- Njororai, W. W. S. Analysis of the goals scored in the 17th World Cup Soccer Tournament in South Korea-Japan 2002. African Journal for Physical, Health Education, Recreation and Dance, Vol. 10. Núm. 4, 2004. 13- Oliveira, J. L. Análise das ações ofensivas no campeonato brasileiro de futebol 2001. Lecturas Educación Física y Deportes, Revista Digital. Buenos Aires. Año 9. Núm. 65. 2003. Disponível em: http:// www.efdeportes.com/efd65/futebol.htm. 14- Shepard, R. J.; Leatt, P. Carbohydrate and fluid needs of the soccer player. Sports Medicine. Vol. 4. Núm. 3. p. 164-176, 1987.