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LEITURA DO CONTO DE FADAS A CINDERELA Jéssica Larissa Ribeiro ( Uenp campus Jac) jessica_lr@hotmail.com Taciane Aparecida Merlim ( Uenp campus Jac) tcamsap@hotmail.com Talita Ramalhoso talita_ramalhoso@hotmail.com Este artigo tem como objetivo destacar aspectos das diferentes versões que possui a história de a Cinderela, e que muitas pessoas ao menos conhecem a existência de tais histórias. Sabe-se que a história de a Cinderela é muito antiga. Não se sabe exatamente onde surgiu, pois no início de seu surgimento era uma história contada e não escrita, pessoas se juntavam para escutar as diferentes histórias, porém com o passar do tempo as histórias passaram a ser escritas, sobretudo devido ao avanço tecnológico. Os contos de fadas são muito antigos e existem no mundo inteiro e todas elas possuem um final feliz. Cinderela é um dos contos mais populares da sociedade e está entre as primeiras histórias que conhecemos na infância. Por que o público leitor se interessa tanto pela história de a Cinderela? Por que ela encanta a todos? Por que Cinderela simplesmente nos encanta por sua bondade infinita, sempre praticando o bem e nenhum momento se orgulha, com sua humildade? Cinderela se torna princesa e conquista a felicidade depois de muitos obstáculos, sofrimento e humilhação. Vale assinalar que o escritor francês Charles Perrault foi um dos grandes escritores que publicou diversos contos de fadas. Perrault ao escrever a história de a Cinderela se baseou em um conto italiano chamado a Gata Borralheira. Especificamente sobre a história de a Cinderela, sabe-se que sua versão mais antiga é de uma história contada na China, onde os pés pequenos eram considerados um sinal de beleza.

Em outras versões a qual era transmitida oralmente, Cinderela recebe a ajuda de sua mãe, cujo espírito se transformava sob forma de peixe, vaca ou árvore. Na versão de Perrault tem a fada madrinha, carruagem, abóbora, e o sapatinho de cristal. Já na versão dos Irmãos Grimm, Cinderela não tem fada-madrinha. O texto é assim contado: Um dia, quando já está sofrendo com sua madrasta e suas irmãs, ela pede para o pai trazer um galho de árvore. Ela planta este galho de árvore no túmulo de sua mãe e o galho se transforma numa árvore. Cinderela vai todos os dias rezar no túmulo da mãe e aparece um pássaro branco que atende seus pedidos. Quando aparece a oportunidade do baile, Cinderela diz para as irmãs que quer ir... e as irmãs, de maldade, despejaram uma bacia de lentilhas no meio das cinzas do borralho (algo assim como uma lareira) e disseram que ela tinha que juntar todos os grãos. Ela pede ajuda para as pombinhas e aves do céu, que ajudam a Cinderela.(LINE,2003.p63) A narrativa prossegue da seguinte maneira: Quando a madrasta e as irmãs saem para ir ao baile, a Cinderela vai até o túmulo da mãe, sacode a árvore e lá o pássaro branco joga um vestido lindo e um par de sapatinhos. Ela vai ao baile três vezes, faz o maior sucesso, mas sempre foge para o príncipe não descobrir onde ela mora. Mas na terceira noite, o príncipe joga piche na escada e ela perde um sapatinho, que fica grudado no piche. Quando o príncipe foi procurar a moça cujo pé coubesse no sapatinho, a primeira irmã da Cinderela corta o dedão para caber no sapatinho... mas logo começa a cair sangue do sapato e ela é desmascarada. A segunda corta um pedaço do calcanhar, mas o sapato também começa a sangrar... e o príncipe devolve a moça. Finalmente, se descobre que é a Cinderela a dona do sapatinho. No casamento da Cinderela, as pombas que a ajudaram furam os olhos das irmãs que ficam cegas.(line,2003, p70) Geralmente, as versões violentas não caem no gosto do público. Basta lembrar os contos de Perrault que enfatizava os aspectos morais. Existem muitas outras versões da Cinderela, com

elementos mais modernos (Mastroberti, 1997, Cinderela 1993, Coleção Fantasia, entre outros). Hoje a história mais conhecida de a Cinderela é escrita dessa forma: Cinderela era filha de um comerciante rico, porém quando seu pai morreu, a madrasta malvada e as duas filhas fizeram. Cinderela de criada. Um dia houve um baile, mas Cinderela não poderia ir pois tinha de limpar a casa e não tinha um vestido bonito para usar na festa. Sua fada madrinha apareceu e limpou toda a casa num piscar de olhos e deu um vestido lindo para Cinderela, porém, ele só duraria até meia noite. O príncipe se apaixonou por Cinderela e, na volta para casa, ela deixou cair na escada seu sapatinho de cristal. Querendo encontrá-la, o príncipe ordenou que todas as moças do reino experimentassem o sapato. Cinderela experimentou e o sapato serviu. A jovem e o príncipe se casaram e viveram felizes para sempre.(nean,2000 p 95) A história de Cinderela pode ser recontada de muitas maneiras, conforme a cultura e as época. O importante é que ela apresenta a história da realização de um sonho de uma pessoa humilde, sonho que é aparentemente impossível. Existem cerca de 3000 versões do mito da história de a Cinderela. (AMELIA 2004,p99) A história de a Cinderela se tornou tão famosa que começou de uma maneira simples, primeiramente contada, logo após escrita e hoje há desenhos, filmes e além de tudo isso serve como base de roteiro para muitos teatros, novelas e adaptações de novos filmes. A versão mais conhecida de a Cinderela hoje, principalmente pelas crianças é a produção de a Walt Disney que insere canções,descobertas e alguma mudanças que agrade o público atual. A versão que conhecemos e que a Disney usou tem mais a ver com a de Perrault. Cinderela encanta crianças, jovens e adultos, e mesmo que essa obra sendo adaptada por diversos autores possui uma única estrutura em si: Os elementos comuns a ambas as narrativas são: sobrenatural, maravilhoso; metamorfose; destino; provas a serem

vencidas para se alcançar o que se deseja; fusão entre real cotidiano e mistério do imaginário. (BETTELHEIM,2000,p33.). Cabe observar que a diversidade de versões da história de Cinderela. Nesse sentido, há necessidade de outras pesquisas com o intuito de investigar possíveis interpretações. Betthleim observou, por exemplo, a questão da complexidade edípica por que passa a princesa. Outros estudiosos se preocupam com a organização da narrativa, a linguagem e a organização temática. Conforme Bruno Bettheim, o estudioso afirma que: Nenhum outro conto relata tão bem como Borralheira as experiências internas da criança pequena nos espasmos da rivalidade fraterna, quando ela se sente desesperadamente marginalizada pelas irmãos e irmãs. Borralheira é humilhada e rebaixada pelas irmãs adotivas; (BETTHEIM, 2000. p. 278) Além disso, a madrasta também menosprezava a Cinderela, vejamos o que Bettheim assinala sobre a figura que não compreende a personagem: [...] a madrasta sacrifica os interesses de Borralheira em favor dos das irmãs; deve executar os trabalhos mais sujos e mesmo fazendo-os bem, não é aceita por eles; só lhe fazem mais exigências. É como se sente a criança quando é devastada pelas desgraças da rivalidade fraterna. (BETTHEIM, 2000. p. 278) Dessa maneira, o estudioso psicanalítico observa o processo edípico, como também o estado de satisfação, bondade e merecimento, uma vez que a menina alcança um final feliz. Por fim, percebe-se a importância e a necessidade de outros pesquisadores preocupados em estudar os contos de fadas e maravilhosos, uma vez que todo leitor prescinde da imaginação e fantasia, sobretudo a criança na fase do desenvolvimento infantil.

Referência BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. 14. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000. PERRAULT, Charles, Histórias ou contos de outrora p 16 Mastroberti, 1997, Cinderela 1993, GRIMM, Jacob e Wilhem. "Cinderela" In: Contos de fadas, obra completa. Vila Rica, Rio de Janeiro, 1994.