VERIFICAÇÃO DAS ÁREAS VERDES POR BAIRROS E SUA RELAÇÃO COM AS CLASSES SOCIAIS DE ANÁPOLIS-GO

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Transcrição:

VERIFICAÇÃO DAS ÁREAS VERDES POR BAIRROS E SUA RELAÇÃO COM AS CLASSES SOCIAIS DE ANÁPOLIS-GO 1 MORAIS. Roberto P., 2 NASCIMENTO. Adriana S., 3 Silva. Nislaine C. A cobertura vegetal exerce papel de vital importância para a qualidade de vida nos centros urbanos por suas múltiplas funções. As Áreas Verdes dinamizam todo o contexto urbano por ter interação entre o crescimento das cidades e a sustentabilidade ambiental. Neste trabalho buscou-se correlacionar e discutir os Índices de Áreas Verdes (IAV) de quatro bairros da área urbana de Anápolis e a relação desses índices com os níveis de classes sociais. A escolha dos bairros teve como referência o trabalho realizado por FREITAS (apud Plano Diretor de Anápolis, 2006) no qual se destacou os bairros Centro e Jundiaí considerados de maior poder aquisitivo e os bairros Recanto do Sol e Vila Formosa com índices de renda baixos. O levantamento da população foi realizado através da coleta de dados no IBGE censo 2000, posteriormente foi realizado o mapeamento via SIG e a quantificação da distribuição areal das coberturas vegetais pelos respectivos bairros. Os questionários foram aplicados com intuito de verificar a percepção do morador em relação à vegetação e sua participação na comunidade em busca de melhorias. Verificou-se que os índices de área verde nos bairros apresentaram-se de maneira bem distinta. O bairro Jundiaí apresentou um índice de 40,4 m² de IAV por hab. opondo-se ao menor índice de IAV encontrado que foi 2,29 m² por hab. para o Centro. No Recanto do Sol o índice de IAV foi de 28,17m² por hab. e na Vila Formosa de 9,04 m² por hab. A conservação ambiental depende muito de planejamento habitacional, bem como da conscientização da população, que para alcançar benefícios das autoridades e melhorias para o seu bem estar, necessita conhecer seus direitos e cobrar de maneira mais efetiva. Palavras Chaves: Áreas Verdes, Classes Sociais, Índices de Áreas Verdes (IAV) e Áreas Urbanas. INTRODUÇÃO 1 Orientador (coordenador) Doutor em Ciências Ambientais. Professor do Mestrado: Sociedade, tecnologia e meio ambiente da Unievangélica. 2 Orientadora Mestre em Geografia. Professora do Instituto Superior de Educação ISE Curso de Geografia. 3 Bolsista PBIC do Instituto Superior de Educação ISE Curso de Biologia. 1

As chamadas estruturas verdes ou áreas verdes são espaços naturais que apresentam qualquer tipo de vegetação, servindo para diversas finalidades como lazer, recreação, estudos científicos, preservação de espécies vegetais e animais ameaçados de extinção, entre outros. Pode-se exemplificá-las através dos parques nacionais, praças, parques urbanos, áreas com arborização em terrenos baldios, pátios de residências, reservas ecológicas no perímetro urbano, arborização em ruas etc., (LOPES, 2006). Para FREITAS (apud Plano Diretor de Anápolis, 2006) o local onde as pessoas moram está ligado com o padrão financeiro que estas pessoas têm, o espaço ocupado pela sociedade é produto de conquistas ao longo de suas vidas. Tal estrutura é polarizada pelos atores sociais com a conivência do gestor público, mostrando uma dualidade centro periferia. A necessidade de se ter estudos que relacione a quantidade e qualidade das áreas verdes em relação a sua localidade, é fundamental para se observar que aspecto elas estão sendo dinamizadas na cidade. Por ter isso em questão, há a possibilidade de se ter um paralelo em quali-quantitativos das áreas, em relação a seu nível social e econômico. Nessa perspectiva buscou-se correlacionar e discutir os Índices de Áreas Verdes (IAV) por bairros da área urbana de Anápolis visando verificar se existe uma relação desses índices com os níveis de classes sociais da população na cidade. MATERIAIS E MÉTODOS Realizou-se um intenso levantamento bibliográfico sobre o tema e visitas às instituições públicas municipais para coleta de informações sobre a cidade. O mapeamento da vegetação na área urbana realizado a partir da imagem de satélite IKONOS II (LOPES, 2006) escala 1:10000, foi utilizado para se quantificar via SIG e SPRING a distribuição areal das coberturas vegetais pelos quatro bairros da área urbana. A escolha dos bairros teve como referência o trabalho realizado por FREITAS (apud Plano Diretor de Anápolis, 2006) que mapeou e analisou a segregação socioespacial por áreas de expansão domiciliar conforme a renda das pessoas nos respectivos bairros de Anápolis. Destacou-se os bairros Centro e Jundiaí considerados de maior poder aquisitivo e os bairros Recanto do Sol e Vila Formosa com índices de rendimentos baixos. Com o mapeamento das áreas verdes do ambiente urbano foi obtido o Índice de Área Verde (IAV) por habitante conforme metodologia aplicada por Martins Jr (2001) para a cidade de Goiânia-GO. O IAV é calculado dividindo-se a soma total das áreas verdes de uma 2

determinada área pela sua população, ou seja, IAV=Área verde total (m 2 ) / população (nº de habitantes). Utilizou-se também para realização do calculo dados populacionais dos bairros urbanos de Anápolis do último censo demográfico do IBGE (2000). Com o programa SPRING pode-se gerar relatórios de quantificação linear (m e/ou km) e areal (m 2 ou km 2 ) permitindo também medir a extensão e a área das faixas de vegetação intra-urbana. Utilizando-se a quantificação linear e areal foi possível avaliar e analisar o grau de comprometimento da vegetação e através dos trabalhos de campo evidenciar os efeitos negativos gerados no ambiente urbano no que se refere à ausência de vegetação. Os questionários foram aplicados nos bairros de maior e menor poder aquisitivo, com intuito de verificar a percepção do morador em relação à vegetação e sua participação na comunidade em busca de melhorias. O questionário foi elaborado com questões abertas e fechadas e não sofreu nenhuma modificação no decorrer da pesquisa. RESULTADOS E DISCUSSÕES A cobertura vegetal exerce papel de vital importância para a qualidade de vida nos centros urbanos por suas múltiplas funções. As áreas verdes dinamizam todo o contexto urbano por ter interação entre o crescimento das cidades e a sustentabilidade ambiental. Nesse aspecto buscou-se correlacionar e discutir os Índices de Áreas Verdes (IAV) da área urbana de Anápolis com ênfase nos bairros Centro e Jundiaí, considerados de maior poder aquisitivo, e nos bairros Recanto do Sol e Vila Formosa com índices de rendimentos baixos. Verificou-se que os índices de área verde nos bairros apresentaram-se de maneira bem distinta. O bairro Jundiaí apresentou um índice de 40,4 m² de IAV por hab. opondo-se ao menor índice de IAV encontrado que foi 2,29 m² por hab. para o Centro. No Recanto do Sol o índice de IAV foi de 28,17m² por hab. e na Vila Formosa de 9,04 m² por hab. Dos bairros analisados a região central da cidade e a Vila Formosa foram os que apresentaram índices de áreas verdes inferiores ao proposto pela ONU (2004) que sugere 12 metros quadrados de área verde por habitante. Pode-se justificar a situação do Centro em apresentar o menor IAV, por ser o bairro mais antigo, local de intenso comércio e de possuir área verde total de 18.699 m² que dividida pelos 8.134 habitantes (IBGE, 2000), a maior população entre os quatro bairros considerados, reduz seu índice. Apesar da grande alteração da paisagem natural, verifica-se uma vontade por parte da comunidade em buscar junto aos órgãos públicos uma revitalização dessas áreas. A Vila Formosa também é um bairro antigo da cidade, no entanto, possui o menor número de habitantes apenas 904 (IBGE,2000), entre o 3

quatro bairros citados, e a menor área verde no total de 8.174 m². A situação torna-se mais grave por não haver um envolvimento mais próximo dos seus moradores em buscar melhorias. O contraste entre as classes sociais e o IAV ficou mais evidente na situação dos bairros Jundiaí e Recanto do Sol. O Jundiaí foi criado no ano de 1940, é considerado um bairro nobre da cidade, possui uma população de 4.220 habitantes (IBGE, 2000) e uma área verde no total de 170.518 m², Dessa forma o índice de IAV apresentado refere-se a um maior número de parques, praças, espaços verdes no local. Esse fato eleva a qualidade de vida de seus moradores, que também reconhecem a importância da arborização e buscam a ampliação desses espaços. O Recanto do Sol constituiu-se em uma área subnormal que surgiu no ano de 1980, portanto o mais novo entre os bairros pesquisados, com uma população de 1.334 habitantes (IBGE, 2000) que cresceu de forma acentuada e desordenada. A área verde total representa 37.586 m², número bem inferior se comparado ao Bairro Jundiaí, nesse sentido torna-se fundamental o esclarecimento da população frente aos benefícios de se manter esses remanescentes de vegetação. A preservação e a conservação do meio ambiente, em particular das áreas verdes, estão fixadas em farta legislação municipal. Contudo, cabe salientar a importância do poder transferido ao município, quanto à competência para legislar sobre as áreas verdes localizadas em seu território. A falta de infra-estrutura das cidades ocasiona a perda de espaços verdes que deveriam ser monitorados pela população e cobrados quando não respeitado a sua distribuição na cidade. CONCLUSÃO Anápolis é uma cidade em crescimento que inspira cuidados referentes aos seus aspectos sociais e naturais, sendo nosso dever cuidar de todos os patrimônios para que sejam resguardados os nossos recursos socioambientais. A cidade deve ser protegida em toda a sua extensão, não privilegiando nenhuma classe social, mas dando apoio e fazendo com que as políticas públicas alcancem a todos de forma homogênea. A analogia entre o índice de áreas verdes com a classe social permitiu evidenciar as distinções na forma de ocupação do espaço urbano e os benefícios gerados a partir do maior conhecimento da comunidade em exigir seus benefícios perante aos órgãos públicos. Deve-se, portanto buscar alternativas que diminua as diferenças sociais e que levem aos indivíduos maiores oportunidades de conhecimento sobre seus direitos. É necessário que 4

as políticas públicas alcancem os cidadãos dos bairros menos favorecidos integrando-os aos projetos e as diretrizes propostas do Plano Diretor, da Agenda 21 e da Lei Orgânica do município de Anápolis. A valorização das pessoas em preservar o meio em que vivem é muito importante. Os cidadãos devem procurar cada vez mais buscar conhecimento das políticas públicas que garantam os seus direitos em ter um bairro mais agradável e sustentável, dessa forma garantindo à população mais qualidade de vida. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LOPES, Clédima Izaias Caetano. Efeitos Ambientais da Vegetação sobre a Qualidade de Vida Urbana: O caso da Cidade de Anápolis-GO. Anápolis-GO: ProPPE (PBIC) Programa de Bolsas de Iniciação Científica da UniEVANGÉLICA, 2006. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 2000. MARTINS JR. O. P. Avaliação dos efeitos ambientais da vegetação urbana sobre a qualidade de vida em Goiânia. 2001. 296 f. Dissertação (Mestrado em Biologia) Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2001. PREFEITURA MUNICIPAL DE ANÁPOLIS. Plano Diretor Participativo de Anápolis [Anápolis]: [s.n.]. [2005-2006] 5