CONTROVÉRSIAS NA COSMOLOGIA

Documentos relacionados
Minicurso: Cosmologia. Alexandre Bagdonas Henrique Marcelo Nogueira Tiago Almeida

Astrofísica Geral. Tema 22: O Big Bang

Astrofísica Geral. Tema 22: O Big Bang. Alexandre Zabot

Astrofísica Geral. Tema 22: O Big Bang

História e Filosofia da Ciência no Ensino

Cosmologia 1 Vera Jatenco IAG/USP

Cosmologia Moderna. origem e fim do universo. Prof. Alexandre Zabot. Verdade e Razão, UFSC 29.IX.2018

COSMOLOGIA. Sérgio Mittmann dos Santos. Astronomia Licenciatura em Ciências da Natureza IFRS Campus Porto Alegre Novembro de 2010

SÓ EU SEI O QUE VAI CAIR NA PROVA!

CONCEITOS DE GRAVITAÇÃO E NOÇÕES DE BURACOS NEGROS

Cosmologia 1. Gastão B. Lima Neto Vera Jatenco-Pereira IAG/USP.

Cosmologia 1. Gastão B. Lima Neto Vera Jatenco-Pereira IAG/USP.

Cosmologia 1. Gastão B. Lima Neto Vera Jatenco-Pereira IAG/USP.

Cosmologia. Sandra dos Anjos

O espectro medido da maior parte das galáxias, em todas as direções no céu, apresenta linhas com deslocamento para s

Tópicos de Física Geral I Cosmologia: o que sabemos sobre a história do universo? Miguel Quartin

COSMOLOGIA Ensino a Distância. Da origem ao fim do universo. Módulo 9. Gravitação quântica e os problemas do espaço e do tempo

OS PRIMEIROS MODELOS COSMOLÓGICOS MODERNOS. Anderson Moraes

AULA 6: ORIGEM DO UNIVERSO - PARTE I - Roberto Covolan

Tópicos Especiais em Física

INTRODUÇÃO À RELATIVIDADE GERAL - Aula 4 p. 1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Instituto de Física Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física Mestrado Profissional em Ensino de Física

Fundamentos de Astronomia e Astrofísica. Cosmologia. Tibério B. Vale

Cosmologia 1 Gastão B. Lima Neto IAG/USP

Física dos Sistemas Dinâmicos

SOCIEDADE ASTRONÔMICA DO RECIFE Rua Francisco Lacerda, 455. Várzea. Recife - PE. CEP.:

O Big Bang e a Evolução do Universo II

Sumário Aula nº7. Nicolau Copérnico ( A.D.) Ptolomeu. Herschel ( ) Galileu Origem do Universo. temperatura.

Ensino de Astronomia

Cosmologia. (Parte I) Apresentação por Thays Barreto

Aula 2: Cosmologia Relativística

Aula 10 Relatividade. Física 4 Ref. Halliday Volume4. Profa. Keli F. Seidel

Aula 26: Expansão do Universo

A Lei de Hubble e a expansão do Universo

ESTRUTURA EM GRANDE ESCALA: Distribuição das galáxias no universo

Departamento de Astronomia - Instituto de Física Universidade Federal do Rio Grande do Sul

O Big Bang e a Evolução do Universo

Arquitetura do Universo Nascimento e Estrutura do Universo

Aula 10 Relatividade. Física 4 Ref. Halliday Volume4. Profa. Keli F. Seidel

Teoria da Relatividade Restrita (1905) Parte III. Física Geral IV - FIS503

Teoria do Big Bang CURSO EFA DR4

Módulo de Ensino Inovador produzido por: Maria Melo da Conceição Silva Rafael Leite Rubim Raphael Mejias Dias Renata Naporano Bicev, para a Matéria

Amanda Yoko Minowa 02/08/2014

Teia do Saber Conceitos Basicos de Astronomia para o Ensino de Ciencias.

Radiação Cósmica de Fundo

Curso de Cosmologia. 2013B Aula 2. M a r t í n M a k l e r CBPF. Tuesday, August 27, 13

A Teoria do Big Bang. Leonardo S. Alves, Fabio S. Casula e Rafael do P. Puglia

A radiação de uma estrela cai com quadrado da distância, enquanto o número de estrelas aumenta com o quadrado da distância,

FÍSICA E ARTE: UMA PROPOSTA DE MINI-CURSO

IMPLICAÇÕES DA LEI DE HUBBLE. A taxa na qual alguma galáxia se afasta é proporcional à distância lei de Hubble. vel. de recessão = H o distância

Curso de Cosmologia 2013B. M a r t í n M a k l e r CBPF

O LADO ESCURO DO UNIVERSO. Pedro Abreu LIP/IST, Lisboa Escola de Profs no CERN em Língua Portuguesa 2013

Medindo parâmetros cosmológicos. Introdução à Cosmologia 2012/02

4 as Olimpíadas Nacionais de Astronomia Prova da eliminatória regional 15 de Abril de :00

INTRODUÇÃO À COSMOLOGIA

Física. baseado nos Padrões Curriculares do Estado de São Paulo

Proposta Curricular da disciplina de Física

PNME Sólidos Geométricos e Planificações. Uma aplicação pedagógica para a Astronomia

Cœlum Australe. Jornal Pessoal de Astronomia, Física e Matemática - Produzido por Irineu Gomes Varella

Thaisa Storchi Bergmann

A Descoberta da Radiação Cósmica de Fundo

4 as Olimpíadas Nacionais de Astronomia Prova Final Nacional 5 de Junho de :00

Cosmologia. Gastão B. Lima Neto. Hubble Ultra Deep Field-HST/ACS

Introdução à Cosmologia: 1 - a cosmologia newtoniana

Sistemas Binários e Buracos Negros

A VIA-LÁCTEA PARTE I. a nossa Galáxia

Introdução a Astronomia...uma breve perspectiva do caminho que realizaremos durante o curso...

O UNIVERSO EM EXPANSÃO

A gravitação universal de Newton nos diz que dois corpos se atraem se suas massas são positivas e se repelem se elas são negativas.

PNLD 2012 ENSINO MEDIO FISICA ( X ) FTD MATERIAL DE DIVULGAÇÃO DA EDITORA FTD PNLD 2012 ENSINO MÉDIO

Quasares e Matéria Escura

O Lado Escuro do Universo

Sumário. O Universo. Modelo geocêntrico

Departamento de Astronomia - Instituto de Física Universidade Federal do Rio Grande do Sul

COSMOLOGIA II. Daniele Benício

13 as Olimpíadas Nacionais de Astronomia

Cosmologia. Eduardo Cypriano

Noções de Astronomia e Cosmologia. Aula 15 Cosmologia Parte II

CURSO AVANÇADO EM ASTRONOMIA E ASTROFÍSICA OBSERVATÓRIO ASTRONÓMICO DE LISBOA PARADOXOS DA TEORIA DA RELATIVIDADE. Paulo Crawford MÓDULO CAOAL TR

Cap Relatividade

A idade, a massa e a expansão do universo

Das Galáxias à Energia Escura: Fenomenologia do Universo

Introdução a Astronomia

II ENBOGRET. Leandro Guedes Matéria Escura. Energia Escura

Medindo parâmetros cosmológicos Aula 2. Introdução à Cosmologia 2012/02

GUIA PEDAGÓGICO DO PROFESSOR ESTRELAS: Fábricas de elemento químicos?

12 as Olimpíadas Nacionais de Astronomia

Expansão do Universo; Aglomerado e atividade de galáxias

Acadêmica: Sonia Flores dos Santos V semestre Bolsista PIBID

O referencial ligado a A, S', tem velocidade v = u em relação a S. O que queremos saber é o valor de u B, a transformada de u B

Unidade Arquitectura do Universo. 1.1 Nascimento e Estrutura do Universo. 10º Ano Física e Química A Adaptado de Florbela Rêgo

A Matéria Escura. Samuel Jorge Carvalho Ximenes & Carlos Eduardo Aguiar

Bloco 2 - Radiações Corpusculares

O efeito Hubble. Domingos S.L. Soares Departamento de Física, ICEx, UFMG C.P , Belo Horizonte, MG. 13 de setembro de 2009.

COSMOLOGIA RELATIVÍSTICA

O que existe no Universo

O Lado Escuro do Universo

Física Material desenvolvido pela Editora do Brasil, não avaliado pelo MEC.

Como elaborar um plano de aula

Transcrição:

EDM0425 - Metodologia do Ensino de Física I Professor Dr. Maurício Pietrocola Primeiro semestre de 2010 Módulo Inovador CONTROVÉRSIAS NA COSMOLOGIA Autores: Alexandre Bagdonas Henrique Marcelo Nogueira Tiago Almeida Vera Oliveira 1

Conteúdo CONTROVÉRSIAS NA COSMOLOGIA... 1 Apresentação... 2 Introdução:... 4 Temática:... 4 Público-alvo:... 5 Número de aulas:... 5 QUADRO SINTÉTICO... 6 ATIVIDADE 1: Introdução à história da cosmologia... 8 AULA 1... 8 1º Momento: O que é cosmologia?... 8 2º Momento: Discutir diferenças entre cosmologia e astronomia.... 9 3º Momento: Questionar os alunos: O universo teve um começo ou sempre existiu?... 10 AULA 2... 10 1º Momento: Apresentação da peça Big Bang Brasil... 10 2º Momento: Tipos de modelo de universo: o universo estático... 11 3º Momento: A constante cosmológica e o universo em expansão... 11 ATIVIDADE 2: A expansão do universo... 11 AULA 3... 11 1º Momento: Apresentar o astrônomo Edwin Hubble e a descoberta da expansão do universo12 2º Momento: Explicar algumas informações que podem ser obtidas a partir da luz dos corpos celestes.... 12 3º Momento: Desenvolver atividade prática sobre espectros utilizando um CD... 13 AULA 4... 13 1º Momento: Documentário sobre redshift e efeito Doppler... 14 2º Momento: Análise do documentário comparando ondas sonoras e luminosas.... 14 3º Momento: Explicar a diferença entre movimento próprio e velocidade de recessão... 14 AULA 5... 15 1º Momento: O Big Bang é uma explosão?... 15 2º Momento: A analogia da bexiga... 16 2

3º Momento: Perguntar aos alunos: qual é a melhor analogia para entender o Big Bang?... 16 ATIVIDADE 3: A controvérsia entre Big Bang e Estado Estacionário... 17 AULA 6... 17 1º Momento: Desenvolver uma situação-problema a partir do documentário Ilusão Ateísta 17 2º Momento: Medidas da idade do universo... 18 3º Momento: Limites da estimativa... 18 AULA 7... 18 1º Momento: O Big Bang e o problema da idade do universo... 19 2º Momento: A teoria do estado estacionário... 19 3º Momento: novas medidas da idade do universo... 19 AULA 8... 19 1º Momento: Big Bang Brasil: final... 20 2º Momento: O Big Bang está provas?... 20 3º Momento: Fechamento... 20 Referências... 21 3

Apresentação Esta sequência didática trata de um exemplo do uso de episódios da história da cosmologia no século XX como forma de conduzir discussões sobre a natureza da ciência. O estudo da astronomia e da cosmologia é sugerido no tema estruturador dos PCN+ "Universo, Terra e Vida (Brasil, 2002, p.32). Introdução: Para que estudar a história da cosmologia? Por que queremos saber sobre o que aconteceu há bilhões de anos? Ou ainda, por que se propõe a inserção do estudo da origem do universo no ensino médio? A proposta de refletir a respeito da origem da vida e do universo nas aulas de ciências não pode ser justificada com argumentos utilitaristas, como a utilização prática no dia a dia, ou como forma de preparar o indivíduo para o mercado de trabalho. No entanto, a cosmologia é um tema que contribui para inserção da física moderna e contemporânea no currículo de física e pode ser fascinante, permitindo a inserção de discussões a respeito da natureza da ciência no ensino de forma natural. A cosmologia nos força a examinar nossas crenças mais profundas, por isso, um de seus papéis no ensino é propiciar aos jovens o contato com a visão de mundo científica, que envolve conhecer um conjunto de descrições e explicações a respeito do universo e da posição do homem no mesmo 1. Objetivo: Esta sequência didática foi construída tendo como ênfase curricular o uso da história e filosofia da ciência no ensino. Pretendemos conduzir discussões sobre as diferentes concepções de universo, assim como sua estrutura e evolução, articulando tal conhecimento a episódios da história da cosmologia. Mostrar a cosmologia como uma atividade que desafia a mente, molda a sua maneira de pensar sobre o mundo em geral, deixa impressões e ideias que duram pela vida toda (Harrison 1981, p. x). Temática: Entre as décadas de 1940 e 1970, havia duas teorias cosmológicas rivais: a teoria do Big Bang, segundo a qual o universo teve um começo e a teoria do Estado Estacionário, cujos criadores defendiam que o universo sempre existiu. Assim, partimos dessa questão fundamental: o universo teve um começo ou sempre existiu? como forma de discutir sobre medidas da idade do universo e o conceito de 1 Esta sequência didática e o texto auxiliar Controvérsias na cosmologia foi baseada nos estudos desenvolvidos no mestrado em Ensino de Física de um dos autores (Henrique & Silva 2010, Henrique & Silva 2009). 4

provas na ciência. Para isso são apresentados alguns conceitos cosmológicos, como o de expansão do universo, redshift e Lei de Hubble. Público-alvo: Alunos do Ensino Médio (três anos) ou que possuam conhecimentos equivalentes. Número de aulas: 8 aulas Figura 1: mapa conceitual da sequência didática 5

QUADRO SINTÉTICO Atividades Momentos Tempo 1) Introdução à história da cosmologia Aula 1 Apresentar Documentário da BBC sobre O que é cosmologia? Discutir diferenças entre cosmologia e astronomia. Questionar os alunos: O universo teve um começo ou sempre existiu? Aula 2 Apresentação da peça Big Bang Brasil. Aula expositiva sobre universo estático Constante cosmológica e universo em expansão 2 aulas 2) A expansão do universo Aula 3 Aula expositiva sobre Hubble e a descoberta da expansão do universo Explicar algumas informações que podem ser obtidas a partir da luz dos corpos celestes. Desenvolver atividade prática sobre espectros utilizando um CD 3 aulas Aula 4 Apresentar o documentário sobre redshift e efeito Doppler Análise do documentário comparando ondas sonoras e luminosas. Estimar a idade do universo a partir dos dados de Hubble. 6

Aula 5 O Big Bang é uma explosão? Analogia com uma granada explodindo. Analogias para entender a expansão: atividade com balões Explicação sobre movimento próprio e velocidade de recessão. Perguntar aos alunos: qual é a melhor analogia para entender o Big Bang? Aula 6 Desenvolver situação-problema a partir do documentário Ilusão Ateísta Discutir as diferentes medidas da idade do universo, os problemas nas estimativas e as distintas interpretações Apresentar as soluções dos cosmólogos com visões distintas para esse problema da idade do universo Atividade: calcular a idade do universo com os dados de Hubble. 3) A controvérsia entre Big Bang e Estado Estacionário Aula 7 Apresentar o problema da idade do universo no Big Bang Discutir o Estado Estacionário e as soluções para o problema da idade do universo. Calcular a idade do universo com dados contemporâneos. 3 aulas Aula 8 Apresentação da parte IV do texto Big Bang Brasil Levantar a questão: o Big Bang está provado? Discutir o conceito de provas na ciência defendendo que não temos certeza absoluta de que houve um começo do universo, mesmo aceitando o Big Bang. 7

ATIVIDADE 1: Introdução à história da cosmologia AULA 1 Tema: O que é cosmologia? Objetivo: Instigar os alunos a refletirem sobre questões relativas ao universo como um todo. Comparar as atuais concepções de cosmologia e astronomia, permitindo que os alunos extraiam diferenças entre as duas ciências. Apresentar a questão principal que norteará o curso: o universo teve um começo ou sempre existiu?. Conteúdo Físico: definição de cosmologia e de astronomia Recursos Instrucionais: Slides, giz e lousa, vídeo-documentário, texto base para o professor: seção 2 do texto Controvérsias na cosmologia 2, cujo título é O que é cosmologia? Motivação: Apresentar aos alunos elementos que os permitirão pensar o mundo em que vivem de forma diferente da usual, inserindo-os em uma reflexão sobre o universo em uma perspectiva científica, situando-os temporal e espacialmente nesse universo. Dinâmica da Aula: aula expositiva e discussões em grupo 1º Momento: O que é cosmologia? Iniciar a aula com a apresentação dos primeiros minutos (1min40s) do documentário Lost Horizons - The Big Bang (Al-Khalili, 2008), que pode ser encontrado no link http://video.google.com/videoplay?docid=-3038527161142211875#. Esse documentário apresenta uma definição inicial de cosmologia, relacionando-a com os mitos de criação de povos antigos, chegando até 2 Recomenda-se que o professor consulte esse material sempre que sentir necessidade; apesar de ser um texto extenso, ele será importante uma referência ao longo da sequência didática, principalmente se o professor responsável não estiver familiarizado com os termos recorrentes nesta sequência. 8

os dias atuais em que a teoria do Big Bang se consolidou como a principal teoria científica sobre a origem e evolução do universo. Verificar a compreensão dos alunos pedindo para responderem a pergunta: o que é cosmologia? Vamos anotando as mais variadas respostas na lousa. A ideia é ter acesso às ideias prévias dos alunos sobre o assunto, criando uma linguagem comum entre professores e alunos. Esta atividade foi pensada inspirada na primeira atividade do GREF de mecânica (GREF 1993). Esperamos que os alunos falem termos como universo, espaço, criação, origem, big bang entre outros. O professor buscará conduzir a formulação de um conceito de cosmologia, problematizando as propostas dos alunos fazendo perguntas como: Cosmologia é ciência? Qual é a diferença entre cosmologia e astronomia? As religiões também buscam entender a origem do universo. Qual é a diferença entre ciência e religião? Vale ressaltar que a questão da relação entre ciência e religião foi abordada superficialmente nesta atividade, já que não é o objetivo principal deste curso. Para saber mais sobre esse assunto ver Sepúlveda & El Hani (2004), Henrique & Silva (2010). Para finalizar esta atividade o professor pode comentar brevemente que a cosmologia na Antiguidade estava ligada às chamadas perguntas fundamentais: Que tipos de coisas existem no universo? O universo foi criado por um ser inteligente? Existe um sentido para a vida ou para o universo? Por que o universo existe? Por que algo deve existir? Por que as coisas são como são? De onde surgiu o universo? Ele vai existir para sempre? Estas perguntas foram investigadas sobre diversas perspectivas, tanto científicas quanto filosóficas e religiosas. Nessa sequência didática vamos abordar a cosmologia científica que se desenvolveu a partir do século XX. Para isso, vamos entender melhor como surgiu essa cosmologia diferente, criada a partir das soluções das equações da relatividade geral no começo do século XX (ver seção 1 do texto Controvérsias na cosmologia para mais detalhes sobre as diferenças entre a cosmologia antiga e a cosmologia do século XX). 2º Momento: Discutir diferenças entre cosmologia e astronomia. Será apresentada uma tirinha de Luís Fernando Veríssimo onde dois personagens questionam o que é o universo. Esse será o ponto de partida para os alunos, reunidos em grupos de quatro pessoas, discutirem sobre o que é o universo e o que é cosmologia. A seguir, os grupos apresentam o resultado de sua discussão e o professor deve organizar as conclusões de cada grupo, encaminhando as diferenças entre o papel da cosmologia e da astronomia no estudo do universo em uma discussão com a classe. 9

3º Momento: Questionar os alunos: O universo teve um começo ou sempre existiu? Aqui esperamos identificar os alunos religiosos, que dirão que acreditam que o universo teve um começo por que foi criado por Deus. Já entre os alunos religiosos, queremos saber o quanto eles eles confiam na autoridade científica, perguntando se eles acreditam com segurança na teoria do Big Bang.. A questão da origem do universo é a pergunta que guiará a sequência didática inteira, e voltará a ser abordada diretamente na Atividade 3. AULA 2 Tema: Modelos de universo Objetivo: Apresentar superficialmente alguns dos principais personagens envolvidos na história da cosmologia no século XX (Einstein, Friedmann, Lemaître, Hubble, Gamow e Hoyle, Dicke, Penzias, Smoot) e a controvérsia entre a teoria do Big Bang e a do Estado Estacionário Conteúdo Físico: universo em expansão, estático e estacionário, gravitação newtoniana. Recursos Instrucionais: Slides, giz e lousa, texto: Big Bang Brasil Motivação: Esta é uma atividade lúdica, que busca atrair o interesse dos licenciandos para o assunto, além de criar um clima descontraído, encorajando a participação dos alunos nas atividades. Dinâmica da Aula: Leitura dramática da peça Big Bang Brasil 3, apresentação de slides. 1º Momento: Apresentação da peça Big Bang Brasil Um grupo de alunos voluntários iniciará a atividade lendo o texto Big Bang Brasil, para toda a turma, sendo que cada aluno ficará a cargo de ler as falas de apenas um dos personagens. O texto trata de uma conversa entre um apresentador de um programa e os participantes. 3 Este texto foi adaptado a partir de http://ceticismo.wordpress.com/2007/10/24/big-bang-brasil/. 10

2º Momento: Tipos de modelo de universo: o universo estático A peça Big Bang Brasil apresenta superficialmente uma série de personagens cujas teorias são descritas com mais detalhes no texto Controvérsias na cosmologia. Desta série de conceitos apresentados superficialmente acreditamos que o professor pode enfatizar os quatro tipos de modelos cosmológicos: o universo estático, o universo em expansão, o Big Bang e o estado estacionário. Antes do começo da história apresentada na peça Big Bang Brasil Newton já havia proposto um modelo de universo estático, infinito e homogêneo. Esse modelo construído levando em conta a gravitação newtoniana permite uma proposta de problematização sobre a instabilidade gravitacional. Se todas as estrelas se atraem, por todos não se concentram um só ponto? Esta questão foi abordada por Newton, e retomada por Einstein quando este fez uma nova teoria da gravidade: a relatividade geral. 3º Momento: A constante cosmológica e o universo em expansão Explicar a introdução da constante cosmológica nas equações da relatividade geral por Einstein, explicando os trechos do texto Big Bang Brasil que contrapõe as visões de Einstein (universo estático) com as de Friedman e Lemaître (universo em expansão). É importante lembrar que o texto Big Bang Brasil foi escrito com fins lúdicos, sem levar em conta o rigor histórico. Algumas de suas passagens podem induzir visões equivocadas sobre a natureza da ciência: Einstein não fez suas continhas por que não tinha nada pra fazer e Friedman e Lemaître não discutiram com Einstein sobre a constante cosmológica, por que eles também a utilizaram em seus modelos, apesar de terem mostrado a possibilidade de universos em expansão. As partes III e IV da peça Big Bang Brasil serão discutidas na atividade 3. Na atividade 2 vamos entender melhor o modelo de universo em expansão. ATIVIDADE 2: A expansão do universo AULA 3 Tema: A descoberta da expansão do universo: Hubble Objetivo: Apresentar observações astronômicas que foram interpretadas como indícios de que o universo está em expansão 11

Conteúdo Físico: Lei de Hubble, redshift, velocidade, espectroscopia, ondas, luz Recursos Instrucionais: Slides, giz e lousa, vídeo-documentário, objeto de aprendizagem: Astrônomo Mirim Motivação: Discutir a relação entre teoria e observação, no caso, a expansão do universo e o Big Bang e o redshift das galáxias Dinâmica da Aula: Aula expositiva, discussões e atividade em grupo 1º Momento: Apresentar o astrônomo Edwin Hubble e a descoberta da expansão do universo Com o auxílio de slides, e de outro trecho do documentário Lost Horizons The Big Bang (Al- Khalili, 2008) apresentar Hubble e seu papel na descoberta do universo em expansão, relembrando que Friedman e Lemaître já haviam criados modelos teóricos de universo em expansão antes da publicação dos trabalhos de Hubble. A visão das galáxias se afastando no documentário pode dar a impressão de que Hubble teria apontado seu telescópio para as galáxias e descoberto a partir da observação direta que as galáxias estão se afastando. E talvez até seja possível imaginar que ele descobriu isso sozinho, por ser um grande gênio. No entanto, vale questionar a proposta amplamente difundida de que Hubble descobriu o universo em expansão. Ele mesmo tinha dúvidas sobre a interpretação do redshift. Para mais detalhes sobre esse assunto, ver Assis et al. (2008). 2º Momento: Explicar algumas informações que podem ser obtidas a partir da luz dos corpos celestes. O professor deve apresentar a importância da luz enquanto portadora de informação. Deve-se apresentar também como as informações podem ser obtidas a partir da fotometria e dos espectros dos corpos celestes. É uma oportunidade para o professor chamar a atenção dos alunos com belas imagens astronômicas, como as de galáxias e nebulosas assim como com espectros do Sol e do núcleo da Galáxia 12

em bandas espectrais diferentes. É possível fazer uso do recurso Astrônomo Mirim, disponível em http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichatecnica.html?id=20776. 3º Momento: Desenvolver atividade prática sobre espectros utilizando um CD Fornecer CDs aos alunos, organizados em duplas ou em trios. Esses CDs devem ser utilizados para decompor a luz de lâmpadas, mostrando que no espectro existem linhas negras ou falhas que fornecem informação sobre o elemento químico que absorve a luz naquele comprimento de onda específico. Uma proposta de atividade como essa pode ser encontrada em: http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/13999 AULA 4 Tema: Redshift e efeito Doppler Objetivo: Introduzir os conceitos de alargamento e contração de comprimento de onda, diferenciando as duas possíveis causas para esse efeito (velocidades relativas das fontes de emissão de ondas luminosas ou expansão/contração do espaço) Conteúdo Físico: Lei de Hubble, redshift, velocidade, espectroscopia, ondas, luz Recursos Instrucionais: Slides, giz e lousa, vídeo-documentário Motivação: desenvolver a capacidade de relacionar a expansão do universo e o Big Bang à realidade observada, permitindo estudar, na próxima atividade, como a evolução do universo determina seu tempo de vida. Dinâmica da Aula: Aula expositiva e discussões 13

1º Momento: Documentário sobre redshift e efeito Doppler O professor deve apresentar outro trecho do documentário Lost Horizons The Big Bang (Al- Khalili, 2008) sobre redshift e efeito Doppler. O documentário trata de uma filmagem de trompetistas sobre um vagão de trem cujo som é analisado por um especialista em música capaz de perceber a diferença entre os tons dos sons dos trompetes quando estão se afastando e se aproximando do especialista. 2º Momento: Análise do documentário comparando ondas sonoras e luminosas. Desenvolver com os alunos uma breve análise do documentário, comparando ondas sonoras e luminosas. É importante que o professor chame a atenção dos alunos para os efeitos sonoros notados no dia a dia, como por exemplo o som da ambulância quando se afasta e se aproxima. Esses efeitos sonoros são fundamentais para que o aluno associe as cores azul e vermelha à luz como se esta estivesse se tornando mais aguda ou mais grave enquanto a fonte luminosa se aproxima ou afasta do observador. Recursos como imagens sobrepostas ou gifs animados podem auxiliar na apresentação desses efeitos luminosos. 3º Momento: Explicar a diferença entre movimento próprio e velocidade de recessão. Hoje em dia, segundo a interpretação ortodoxa da cosmologia, existem três tipos principais de redshift: o efeito Doppler, o redshift gravitacional e os redshift da expansão do universo. Não se acredita mais que os redshift cosmológicos sejam causados por velocidades de afastamento dos corpos, como no efeito Doppler. O redshift cosmológico é causado pela expansão do próprio espaço e não pelo movimento dos corpos em um espaço estático 4 (Harrison 1981, p.235). Apresentar as animações que ilustram as diferenças entre o redshift da luz como movimento próprio em espaço estático, há um deslocamento espectral para o vermelho no afastamento e um deslocamento espectral para o azul quando há aproximação: http://coolcosmos.ipac.caltech.edu/cosmic_classroom/cosmic_reference/redshift.html 4 Redshift como Efeito Doppler: <http://coolcosmos.ipac.caltech.edu/cosmic_classroom/cosmic_reference/redshift.html> 14

Já no caso do redshift cosmológico é o próprio espaço que está em expansão. Assim os comprimentos de onda se alteram por causa da expansão do espaço, mesmo que o corpo não tenha movimento próprio ainda há a velocidade de recessão: http://www.astronomy.ohio-state.edu/~pogge/ast162/unit5/images/hu_animexp.gif AULA 5 Tema: Nesta aula apresentamos duas analogias para entender a expansão, servindo-se de uma atividade com balões e a ideia de explosão de uma granada, comparando as limitações das duas analogias. Objetivo: Desenvolver atividades que auxiliem os alunos a compreenderem e interpretarem a expansão do universo e o Big Bang. Problematizar alguns equívocos comuns sobre o Big Bang, causados por que estamos acostumados a pensar num universo clássico, de três dimensões. Os modelos relativísticos da cosmologia envolvem conceitos abstratos e não intuitivos como o espaço curvo e múltiplas dimensões. Pretendemos assim tornar mais claro o conceito de movimento próprio e expansão do universo através de analogias. Conteúdo Físico: velocidade de recessão, movimento próprio Recursos Instrucionais: giz e lousa, slides, seção 5.3 do texto Controvérsias na cosmologia. Motivação: Mostrar que a interpretação da expansão do universo e do Big Bang pode ser mal compreendida por causa da utilização equivocada da imagem de explosões nas obras de divulgação científica. Dinâmica da Aula: aula expositiva e discussões 1º Momento: O Big Bang é uma explosão? Se digitarmos Big Bang no Google, veremos uma série de fotos de explosões. Mas o Big Bang é mesmo uma explosão? Fazer a experiêcia de uma vela cujo oxigênio é extinto pela combustão para 15

mostrar que para haver fogo é preciso oxigênio, por tanto não ocorrem explosões no espaço. Além disso, uma explosão é um evento que ocorre num certo ponto do espaço, que tem um centro. Perguntar para os alunos: estamos no centro do universo? O universo tem um centro? Cabe aqui relembrar os conceitos de heliocentrismo e geocentrismo que já devem ter sido estudados pelos alunos. 2º Momento: A analogia da bexiga Levar balões para a sala, inflando-os para mostrar que se pintarmos pontos sobre a superfície do balão, conforme a bexiga é inflada a distância entre os pontos aumenta. Mostram com o modelo da bexiga que todos os pontos são equivalentes, não há um ponto privilegiado. O centro da bexiga, que poderia ser considerado como um ponto diferenciado está fora da superfície e, portanto, fora do universo em nossa analogia. 3º Momento: Perguntar aos alunos: qual é a melhor analogia para entender o Big Bang? No caso da bexiga inflando, os próprios pontos desenhados também aumentam conforme o balão infla. Já no caso da granada quando ela explode os fragmentos não aumentam de tamanho. Propor a questão: qual seria a analogia mais adequada nesse ponto? A do balão com pontos desenhados ou a da granada? E se substituirmos os pontos desenhados por discos de papel? Aqui o professor deve desenvolver a percepção dos alunos para o conceito de explosão associado à expansão. Normalmente as pessoas utilizam equivocadamente o conceito de explosão para explicar o surgimento do universo, e este momento é importante para que o professor esclareça que a utilização deste conceito não é tão adequada quanto parece. Por outro lado, as galáxias estão se afastando de forma análoga aos pedaços de um objeto que se explode uma granada, por exemplo. Deve ficar claro ao aluno que as duas analogias possuem elementos que ajudam a compreender o Big Bang e a expansão do universo. O professor também pode verificar a compreensão dos alunos sobre a diferença entre estes conceitos de velocidade de recessão e movimento próprio pedindo para que eles utilizem a analogia do universo bidimensional para explicar estes conceitos. Total da Atividade 2: 3 aulas 16

ATIVIDADE 3: A controvérsia entre Big Bang e Estado Estacionário AULA 6 Tema: Medindo a idade do universo Objetivo: Introduzir a questão do conflito entre os resultados da cosmologia e a interpretação liberal da Bíblia. Conteúdo Físico: Lei de Hubble, velocidade média, idade do universo Recursos Instrucionais: giz e lousa, slides Motivação: Abordar a questão polêmica sobre conflitos entre ciência e religião questionando os alunos sobre sua confiança nos resultados científicos. Dinâmica da Aula: aula expositiva e discussões Sugestões: Tomar cuidado com a questão dos conflitos entre ciência e religião, para não ofender as crenças pessoais de certos alunos. 1º Momento: Desenvolver uma situação-problema a partir do documentário Ilusão Ateísta Situação problema: Como os cientistas sabem a idade do universo? Documentário Atheist Delusion (youtube: http://www.youtube.com/watch?v=hubk-xrohgy) Passamos o documentário enfatizando o trecho em que se explora a tensão entre a proposta criacionista de Terra Jovem de que o universo foi criado há 6 mil anos e os resultados da cosmologia científica que indicam que a idade do universo é da ordem de bilhões de anos. Mostrar que quando 17

olhamos para o céu vemos a luz que foi emitida há muito tempo, até alguns milhões de anos no caso das galáxias com Andrômeda. Segundo a teoria do Big Bang o universo teria cerca de 14 bilhões de anos. Perguntamos: como os cientistas estimaram essa idade? 2º Momento: Medidas da idade do universo. Apresentaremos brevemente algumas possibilidades de medidas de tempo, envolvendo resultados de datação a partir do decaimento radioativo do C 14, de dados geológicos, biológicos e astronômicos. Contudo, daremos ênfase nos métodos relacionados à cosmologia (e não a astronomia), já que este é o assunto do curso. Mostrar como é possível estimar a idade do universo a partir do valor da constante de Hubble (ver seção 5.1 do texto auxiliar Controvérsias na cosmologia ). Desenvolver atividade com aos alunos, permitindo a eles calcularem a idade do universo a partir da Lei de Hubble com os dados de 1929. 3º Momento: Limites da estimativa Discutir as limitações da estimativa da idade do universo, como o fato da velocidade não ser necessariamente constante, da Lei de Hubble não ser necessariamente válida sempre, que a constante de Hubble também pode variar no tempo, entre outras. Problematização: por que os valores encontrados por Hubble eram um problema? Esta questão será abordada na aula 7. AULA 7 Tema: O problema da idade do universo Objetivo: Apresentar a teoria do Estado Estacionário e sua solução para o problema da idade do universo, relembrando a questão: o universo teve um começo ou sempre existiu? Conteúdo Físico: Modelo estacionário, criação de matéria, densidade. Recursos Instrucionais: giz e lousa, slides, seções 5 e 6 do texto Controvérsias na cosmologia 18

Motivação: Mostrar que houve e ainda há teorias diferentes da teoria do Big Bang, preparando a discussão final sobre a questão: O Big Bang está provado?. Dinâmica da Aula: aula expositiva e discussões 1º Momento: O Big Bang e o problema da idade do universo Apresentação dos pais da teoria do Big Bang: Friedmann, Lemaitre, Eddington, Gamow, Alpher e Hermann. Formular o problema da idade do universo e apresentar algumas propostas de solução por Gamow, Lemaître, Friedman, Eddington e Hoyle. 2º Momento: A teoria do estado estacionário Leitura da parte III do texto Big Bang Brasil, apresentando Hoyle e Gamow. Apresentar a teoria do Estado Estacionário: Hoyle, Bondi, e Gold, a diferença entre estático e estacionário e a série de palestras da BBC: A natureza do Universo, apresentada por Hoyle (1950). Ver texto Controvérsias na cosmologia, seção 6. Apresentar dois trechos do documentário: Lost Horizons The Big Bang (Al-Khalili, 2008) sobre Hoyle explicando a teoria do Big Bang e depois defendendo sua teoria do estado estacionário. 3º Momento: novas medidas da idade do universo Nessa atividade são utilizados dados reais de redshift de galáxias e se explica como a partir destes redshift é possível estimar a idade do universo com dados contemporâneos. Outra alternativa caso haja mais tempo disponível é realizar a atividade A Lei de Hubble e a idade do universo do programa Telescópios na Escola, Disponível em http://www.telescopiosnaescola.pro.br/hubble.pdf. Nesta atividade não são fornecidos diretamente os valores das medidas da constante de Hubble. Os alunos podem medi-los a partir de espectros reais de galáxias. AULA 8 Tema: O desfecho da controvérsia entre Big Bang e Estado Estacionário. Hoje o Big Bang está provado? 19

Objetivo: Responder a questão: o universo teve um começo ou sempre existiu? e o conceito de provas na ciência Conteúdo Físico: Radiação cósmica de fundo. Recursos Instrucionais: giz e lousa, slides Motivação: Questionar a aceitação acrítica da teoria do Big Bang motivada pela forma impositiva com que as obras de divulgação científica costumam apresentar resultados cosmológicos. Deixar claro as dúvidas presentes na cosmologia atual, assim com o possibilidade de teorias alternativas. Dinâmica da Aula: aula expositiva e discussões 1º Momento: Big Bang Brasil: final Leitura da parte IV do texto Big Bang Brasil, apresentando Dicke, Penzias e Smoot. Explicar muito superficialmente a radiação cósmica de fundo e os resultados dos satélites espaciais COBE e WMAP (seção 7.3 do texto controvérsias na cosmologia). 2º Momento: O Big Bang está provas? Propor uma discussão: e agora, o Big Bang está provado? Para você, o universo teve um começo ou sempre existiu? Apresentar possíveis definições para o termo provar estimulando as discussões dos alunos primeiro em pequenos grupos e depois para o grande grupo. 3º Momento: Fechamento Reconhecer que a cosmologia é um ramo bem estabelecido da ciência e que fez avanços importantes, mas que ainda persistem muitas dúvidas. Há diversas questões controversas e mesmo que boa parte da comunidade científica defenda que o universo teve um começo, existem propostas alternativas, incluindo algumas em que o universo sempre existiu. (seção 7.5 do texto Controvérsias na cosmologia. Total da atividade 3: 3 aulas 20

Referências AL-KHALILI, J. Lost Horizons: The Big Bang. [Filme-vídeo]. BBC, British Broadcasting Corporation, 2008. ARTHURY, Luiz Henrique M. A cosmologia moderna à luz dos elementos da epistemologia de Lakatos. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Santa Catarina, 2009. ASSIS, André. K. T.; NEVES, Marcos C. D. e SOARES, Domingos S. d. L. A cosmologia de Hubble: De um universo finito em expansão a um universo infinito no espaço e no tempo. In: M. C. D. Neves e J. A. P. d. Silva (Editores), Evoluções e Revoluções: O Mundo em Transição, Editora Massoni e LCV Edições, Maringá, pp. 199-221, 2008. GREF, Física, 3 volumes Edusp, São Paulo, 1993. HARRISON, Edward. R. Cosmology. The Science of the Universe, Cambridge University Press, Cambridge, 1981. HENRIQUE, Alexandre B. e SILVA, Cibelle Celestino. Discutindo a natureza da ciência a partir de episódios da história da cosmologia: o universo teve um começo ou sempre existiu? In: Atas do VII Encontro de Pesquisa em Educação em Ciências- ENPEC. Florianopolis, SC, 2009. HENRIQUE, Alexandre B. e SILVA, Cibelle Celestino. Relações entre ciência e religião na formação de professores: estudo de caso acerca de uma controvérsia cosmológica. Artigo submetido ao XII Encontro de Pesquisa em Ensino de Física EPEF. Águas de Lindóia, 2010. KRAGH, Helge. Cosmology and Controversy: The Historical Development of Two Theories of the Universe. Princeton, Princeton University Press, 1996. KRAGH, Helge. Matter and Spirit in the Universe: Scientific and Religious Preludes to Modern Cosmology. London: Imperial College Press, 2004. ROSENFELD, Rogério. A cosmologia. Revista Física na Escola, v. 6, n. 1, 2005. SEPÚLVEDA, Claudia e EL-HANI, Charbel. N. Quando visões de mundo se encontram: religião e ciência na trajetória de formação de alunos protestantes de uma licenciatura em Ciências Biológicas. Investigações em Ensino de Ciências, vol.9, n.2, 2004. 21